22 outubro 2019

"Projeto Gemini" usa tecnologia 3D+ para criar clone jovem de Will Smith

Grandes perseguições e muita ação são os destaques do filme dirigido pelo premiado Ang Lee (Fotos: Ben Rosenstein/Paramount Pictures)

Maristela Bretas


Apesar de não ter atingido sucesso em bilheterias nas últimas produções das quais participou - exceto como o gênio da lâmpada de "Aladdin" (2019), Will Smith é sempre um chamariz. E foi apostando no carisma do ator e na tecnologia de ponta do 3D+ que a Paramount Pictures, Skydance e Alibaba Pictures produziram "Projeto Gemini" ("Gemini Man"), em cartaz nos cinemas. Mas até o momento, o super blockbuster não chegou nem perto do sucesso esperado para um investimento de US$ 138 milhões, que tem como diretor o premiado Ang Lee e os produtores Jerry Bruckheimer e David Ellison.


Will Smith fez bem a sua parte, divulgando o filme com muita simpatia e atuando em dose dupla, o real e mais velho e o clone digital mais jovem, resultado da utilização do formato 3D+ que tomou boa parte do orçamento. E é esta tecnologia de ponta que garante efeitos visuais espetaculares, com sequências e cenas de ação de tirar o fôlego, como a da perseguição de moto. Assim como boas lutas entre os dois Smith. Pena que o público ainda não tenha se interessado em assistir "Projeto Gemini".


O 3D+ é um novo formato digital de projeção de cinema em 60 quadros por segundo. Isso representa mais que o dobro do formato padrão, que é de 24 quadros. A experiência em 3D+ traz imagens com maior definição e profundidade, colocando o espectador no centro da ação e permitindo a percepção da cena de uma forma muito mais realista. Ang Lee e outras pessoas da produção falaram sobre o processo de captação e o formato em alta definição 3D+ em vídeo no Youtube. 


No filme, o ator interpreta Henry Brogan, um matador contratado de 51 anos que anuncia sua aposentadoria. A decisão faz dele um alvo da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, para quem trabalhava anteriormente. Ele passa a ser perseguido por Júnior, um agente que é sua versão aos 23 anos e que consegue prever cada movimento seu. Brogan descobre que seus matadores do governo americano querem eliminá-lo para esconder um grande segredo, que ele pode desmascarar.


Na sessão que eu estava, um espectador comentou que o clone digital parecia Will Smith quando fazia a série "Um Maluco no Pedaço", sucesso exibido entre os anos de 1990 e 1996 na TV. Com a diferença que naquela época o ator fazia uma comédia e hoje, o Will digital é um rapaz sisudo, treinado para matar, mas que tem conflitos como qualquer jovem.


O elenco conta ainda com Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen e Benedict Wong. Além dos efeitos gráficos, "Projeto Gemini" conta também com uma boa trilha sonora, composta por Lorne Balfe, que trabalhou em "Missão Impossível - Efeito Fallout" (2018), "Tempestade - Planeta em Fúria" (2017), "LEGO Batman - O Filme" (2017) e "13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi" (2016).

Sessões com a inovadora tecnologia 3D+, somente na versão legendada, podem ser conferidas nas salas da Rede Cinemark no BH Shopping, Pátio Savassi e Diamond Mall. Nas demais redes, "Projeto Gemini" está sendo exibido nos formatos 2D, em sessões dubladas e legendadas.


Ficha técnica:
Direção: Ang Lee
Produção: Jerry Bruckheimer Films / Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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21 outubro 2019

Well, well! "Malévola" volta a ser a Dona do Mal

Com Angelina Jolie novamente no papel da rainha das Trevas, história deixa de ser um simples conto de fadas e aborda família, poder e diversidade (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Encantador, alegre, colorido (e também tenebroso), "Malévola - Dona do Mal" ("Maleficent - Mistress of Evil") é mais do que um conto de fadas. Ele é sobre e para a família, explorando as fraquezas e as virtudes de cada personagem. Especialmente as três principais - Malévola, rainha Ingrith e a princesa Aurora.

A fada do mal é novamente interpretada por Angelina Jolie, reinando poderosa e absoluta no papel, que parece ter sido feito sob encomenda pra ela. Sem perder o sarcasmo e o poder de sedução, a atriz ainda é uma das produtoras executivas do novo filme. Mas desta vez ela encontra a opositora perfeita para seu personagem - a espetacular Michelle Pfeiffer, que interpreta a rainha Ingrith. Ela faz toda a diferença no longa, que ainda tem a princesa Aurora, vivida por uma Elle Fanning mais madura e sempre linda, cinco anos depois de interpretar a personagem em "Malévola" (2014).


O embate entre as duas rainhas do mal é o diferencial deste roteiro, mudando a tradicional narrativa de um conto de fadas (que ficou excelente no primeiro filme) para uma trama que aborda disputa pelo poder, preconceito contra o que é diferente - os seres das trevas e os do reino dos Moors - e relações familiares conflituosas. Malévola tem um grande sentimento de posse pela afilhada, Aurora está crescida e quer escolher seu próprio destino e a rainha Ingrith passa por cima de quem quer que seja para conseguir o trono,com a desculpa que está garantindo o futuro do filho.


Do primeiro encontro até o final, as cenas com as duas grandes atrizes (juntas ou separadas) dão vida e energia à produção, uma verdadeira guerra de talento com muitas batalhas e explosões. Elle Fenning entra para fazer a ligação e tentar colocar panos quentes no conflito entre a madrinha e a sogra para viver feliz com seu amado Phillip. Sua personagem ganha destaque no final, mostrando que está pronta para deixar de ser a afilhada/filha de Malévola e provar que é a grande rainha do reino dos Moors e que pode ser mais que a futura mulher de um príncipe nada encantado.


Na ala masculina, esta sim, em segundo plano, os destaques ficam para Chiwetel Ejiofor (sempre atuando muito bem), no papel de Conall, Sam Riley (Diaval, o corvo), que ganha um espaço maior que no filme anterior, e Ed Skrein, como Borra. Harris Dickinson é o novo príncipe Phillip e em fevereiro de 2020 ele estreia "Kingsman: A Origem", terceiro filme da franquia - os dois primeiros filmes foram estrelados por Taron Egerton, o mesmo de "Rocketman".


No primeiro filme, Malévola passa da fada apaixonada que se torna do mal ao ser enganada pelo homem que amava e desconta na filha dele sua vingança. Mas o destino amolece seu coração e ela acaba se tornando protetora de sua vítima, a princesa Aurora. Em "Malévola - Dona do Mal", a relação das duas se tornou mais forte, mas um fator pode abalar tudo isso: o casamento de Aurora com o príncipe Phillip. 


É nesta hora que o conto de fadas ganha nova roupagem. Entra em cena a rainha Ingrith, que não tem chifres, mas desde o primeiro momento não esconde seu lado cruel. Michelle encarna bem esse papel de bonitinha, porém malvada. E será sua personagem que fará com que Malévola volte a ter um lado sombrio e "maleficent", com poderes ainda maiores, capazes de aniquilar todo um reino.


"Malévola - Dona do Mal" novamente altera fatos da história original - "A Bela Adormecida" -, explica situações do passado e reforça, em mais uma produção dos Estúdios Disney, o poder da mulher. Arrasou no conjunto da obra - elenco, figurinos perfeitos de Jolie e Pfeiffer, maquiagem, colorido acertado das cenas (inclusive nos ambientes escuros), fotografia, trilha sonora. As locações parecem uma extensão do reino de "Avatar", mas também ficaram muito boas, com o ótimo recurso de cenas aéreas. Mas o maior brilho da produção, depois do elenco feminino, fica para as batalhas. Um excelente trabalho, melhor ainda se assistido em 3D para não perder nenhum detalhe ou efeito especial. Imperdível e encerra com muito brilho a trajetória de Malévola.


Ficha técnica:
Direção: Joachim Rønning
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h59
Gêneros: Fantasia / Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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