24 novembro 2019

Animação "O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos" agrada como aventura e pelas belas mensagens

Gerda e a Rainha da Neve se juntam para salvar o reino do malvado rei Harold (Fotos: Peppermint Enterprises e Central Partnership/Divulgação)

Maristela Bretas


Até o nome é semelhante - "O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos" ("The Snow Queen - Mirror Lands") e "Frozen - Uma Aventura Congelante" (sucesso de bilheteria da Disney de 2013). O roteiro também parece muito. Mas o que importa é que a animação russa atinge seu objetivo de divertir o público infantil. O conto de fadas, mesmo com grandes referências a outras produções de sucesso, foi bem desenvolvido.



Mas apesar da comparação, o que muitos não sabem é que o longa que deu origem à franquia Reino Gelado estreou em 2012, quase um ano antes de "Frozen" e completa quatro filmes com este que está em cartaz. A história é baseada no conto "A Rainha da Neve", escrito por Hans Christian Andersen. "A Terra dos Espelhos" dá continuação ao terceiro filme, "o Reino Gelado - Fogo e Gelo", de 2016.



No passado, Gerda (que lembra  Anna) aprisionou a Rainha do Gelo na Terra dos Espelhos e conseguiu salvar seus pais, levados pelo Vento do Norte. Agora, a jovem terá de se unir à vilã para novamente salvar os pais e todas as criaturas com poderes mágicos, ameaçados pelo rei Harold, que quer se vingar daquela que um dia o congelou, junto com o filho e todo o reino. Para isso, ele planeja banir todos para a "Terra dos Espelhos". Gerda vai precisar contar com a ajuda de seus amigos e de estranhos para impedir que ele faça isso.



"O Reino Gelado - A Terra dos Espelhos", como nos demais da franquia, tem uma bela mensagem para a família e passa boas lições aos pequenos: de amizade, união e amor entre pais e filhos, ajuda ao próximo, perdão àqueles que um dia lhe fizeram mal e reconhecimento de que um ser humano, quando quer, pode mudar para melhor. O diretor concentra em Gerda e nas personagens femininas todas as mensagens da animação: o drama da jovem que se sente excluída por não ter poderes mágicos como os pais e o irmão, a capacidade de perdoar, a força para lutar pelo que é justo e correto. A jovem vai contar com a ajuda de outras duas mulheres, a Rainha da Neve e a amiga Alfida.



A animação é bem colorida, com um belo visual especialmente nos voos sobre as nuvens e as aldeias, reproduzindo bem o estilo de conto de fadas de Hans Christian Andersen. O diretor também se preocupa em reforçar a importância de se acreditar na magia que um bom livro pode proporcionar ao colocar um conto de fadas nas mãos do pequeno príncipe herdeiro. O que desagrada ao rei, seu pai, que detesta a magia e acredita apenas na força da ciência para mudar o mundo. 



Um ponto negativo da produção é a versão dublada para o português, que perde a sincronia em alguns momentos, possivelmente uma questão mais técnica do que uma falha dos dubladores. Um deles é a atriz Larissa Manoela, que empresta a voz à jovem Gerda. Mas a aventura supera isso e apresenta ingredientes que estimulam a imaginação dos pequenos, com direito a voos de balão, navios voadores, piradas, robôs gigantes, personagens divertidos e atrapalhados. Uma animação para ser assistida em família.


Ficha técnica:
Direção: Aleksey Tsitsilin
Produção: Cinema Fund Russia / Wizart Animation / Central Partnership
Distribuição: Galeria Distribuidora
Duração: 1h26
Gêneros: Animação / Família / Aventura
País: Rússia
Classificação: Livre
Nota: 2,5 (0 a 5)

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22 novembro 2019

"Um Dia de Chuva em Nova York": Mais Woody Allen, impossível

Selena Gomez e Timothée Chalamet estão no elenco principal desta comédia romântica de encontros e desencontros (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


"Um Dia de Chuva em Nova York" ("A Rainy Day in New York") reúne todos os ingredientes que não podem faltar em um filme assinado por Woody Allen: o diretor de cinema atormentado e excêntrico que, em crise, ameaça parar de trabalhar; o jovem universitário burguês que, para tentar negar sua origem, cultiva gostos e hábitos singulares e antigos; a loira lindíssima e meio caipira que, para ascender intelectualmente consome obras que nem sempre compreende; o roteirista que, em nome de salvar um filme, se transforma numa espécie de babá do diretor e esquece a própria família. 


E, claro, tem também o inusitado, detalhe primordial nas histórias de Allen, cuja marca mais característica é a surpresa. Junte-se a isso tudo o cenário que não pode faltar: ruas, trânsito, táxis, metrô, parques, restaurantes, hotéis e bares de Nova York, a cidade preferida do cineasta. 

O longa demorou um pouco para ser lançado devido a problemas de Allen com seus produtores após o escândalo das denúncias de sua própria filha envolvendo-o num caso de abuso sexual. Demorou, mas chegou. E entra em cartaz em Belo Horizonte com todos os requisitos para agradar aos fãs do diretor. No elenco, um equilíbrio de estrelas de diferentes portes: Timothée Chalamet como o universitário Gatsby; Elle Fanning como a estudante Ashleigh; Liev Schreiber como o cineasta Roland Pollard; Jude Law como o roteirista Ted Davidoff; Diego Luna como o ator canastrão Francisco Vega; Selena Gomez como Chan, entre outros.


Estudantes de uma universidade no interior, Gatsby e Ashleigh planejam passar um fim de semana em Nova York. Aluna de Jornalismo, ela tem uma entrevista marcada com Rolland Pollard, diretor que admira e de quem já viu todos os filmes. Por sua vez, o jovem vê, nessa oportunidade, a chance de mostrar à namorada a cidade como ele concebe e gosta: restaurantes e recantos antigos, onde não faltam pianos bem tocados e cantores à meia-luz. Imprescindível para Gatsby é não se encontrar, em hipótese alguma, com seus pais, tradicionais figuras da sociedade nova-iorquina dos quais ele quer manter distância.


Os desencontros começam a partir da primeira crise do diretor excêntrico assim que ele recebe a estagiária para a entrevista. A partir daí, é uma sucessão de acasos e surpresas, todas, claro, agravados com a chuva que não para de cair na cidade. Dessa vez, pode ser até que Woody Allen tenha exagerado nas tramas. 


Algumas situações ficaram com cara de trapalhadas, o que pode prejudicar a credibilidade. Um exemplo: a moça que tem que sair fugida e praticamente nua da casa do rapaz porque a mulher dele chega antecipadamente de uma viagem. Parece comedinha barata. Outro detalhe: Jude Law merecia uma participação maior. Enfim, é Woody Allen. É o de sempre. Mas convém assistir.
Classificação: 14 anos
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h33


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