12 março 2020

Mesmo copiando sucessos,"Bloodshot" tem muita ação e ótimos efeitos visuais

Vin Diesel interpreta no cinema o herói, criado pela Valiant Comics, que tem super poderes (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Sem a mínima preocupação em copiar personagens e cenas de vários blockbusters, a Valiant Entertainment aposta em Vin Diesel para viver no cinema seu maior super-herói, dos quadrinhos em "Bloodshot", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH. E junto com o astro e os mesmos produtores da franquia "Velozes e Furiosos" (que ganha seu novo filme em maio deste ano), o diretor Dave Wilson não economizou em efeitos especiais, que ficaram ótimos, e em carregar nas cenas violentas e nas frases cômicas que amenizam a trama mesmo abusando nos clichês Até mesmo algumas dessas partes são cópias de outras produções.

O longa apresenta o ex-militar Ray Garrison, conhecido como Bloodshot, e explica como ele se tornou uma máquina de matar indestrutível, graças à nanotecnologia. A explicação é até rápida e foca inteiramente no personagem principal. Mas se a editora de quadrinhos tem a intenção de realmente entrar neste campo, dominado hoje pela Marvel Comics e DC Comics, vai precisar trabalhar melhor seus roteiros e ser mais criativa, sem depender de "buscar ideias" nos concorrentes. 

As garras do Dr. Octopus, inimigo do Homem-Aranha, o processo de aplicar adamantium em Wolverine, o vilão de "O Exterminador do Futuro" que se recompõe a cada tiro, estão entre os filmes e personagens lembrados. Além do ótimo ator Guy Pearce, que repete o papel de um especialista em nanotecnologia, como aconteceu em "Homem de Ferro 3" (2013).


As "referências" a esses e outros sucessos são tão claras que "Bloodshot" chega a ficar engraçado em alguns momentos que acabam agradando aos fãs dos quadrinhos. Esses "momentos" funcionam bem, apoiados nos ótimos feitos visuais e de computação gráfica que garantem muita ação, do início ao fim, e uma trilha sonora, a cargo de Steve Jablonsky (de "Arranha-Céu: Coragem Sem Limite" - 2018) precisa nos momentos certos. No repertório,  sucessos como "Memories Are Made of This", clássico de Johnny Cash de 1955.


Vin Diesel dá conta do recado, apesar de também ser uma cópia de seu personagem mais famoso - o corredor veloz e furioso Dominic Toretto, com direito a caras e bocas, voz cavernosa e muitas lutas. O elenco conta ainda com a mexicana Elza Gonzalez (de "Velozes e Furiosos - Hobbs & Shaw" e "Alita: Anjo de Combate", ambos de 2019), Sam Heughan, Toby Kebbell e Lamorne Morris (de "A Noite do Jogo" - 2018 e "Yesterday" - 2019) como super hacker Wilfred Wigans, que mais parece um rapper.


Na história, Bloodshot é um ex-soldado assassinado ao lado da esposa, que é ressuscitado e aprimorado com nanotecnologia, desenvolvendo habilidades e poderes especiais, como o de regeneração. Ao apagarem sua memória várias vezes, ele finalmente descobre quem realmente é e parte em um busca de vingança daqueles que mataram sua família e o transformaram num assassino controlado por computador. Repetindo o estilo "tiro, porrada e bomba", "Bloodshot" tem todos os requisitos para atrair para o cinema o público que gosta das produções de Vin Diesel e espera ver muita ação, com pitadas de comicidade.

Quadrinhos


Para comemorar a estreia nos cinemas de “Bloodshot”, a Sony Pictures e a Social Comics, que possui em sua plataforma a HQ Bloodshot, fizeram uma parceria para liberar de forma gratuita as edições 0 e 1 da HQ junto com um dossiê completo de informações sobre o personagem. As publicações estarão disponíveis por um mês, sem a necessidade de inscrição.



Ficha técnica:
Direção: Dave Wilson
Produção: Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h49
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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10 março 2020

"Frankie": cenas longas, suavidade e contemplação

No drama, Isabelle Huppert interpreta a atriz francesa Françoise Crémont (Foto:SBS Distribution)

Mirtes Helena Scalioni


Longos silêncios entremeados com longas conversas, quase sempre entre duas pessoas de cada vez. Exuberantes paisagens de Sintra, em Portugal, e muitos lugares lindos e aprazíveis mostrados como num catálogo de turismo. Talvez não seja exagero resumir assim o filme "Frankie", dirigido por Ira Sachs e com elenco de peso, onde pontuam Isabelle Huppert no papel principal, Marisa Tomei, Bredan Gleeson e Jerémie Renier.

Falado em três idiomas - português, francês e inglês -  o longa é aquele tipo de filme onde nada acontece. O objetivo parece ser mostrar um recorte na vida da atriz francesa Françoise Crémont, a Frankie, que decide ir com a família e alguns amigos para Sintra, quando ela descobre que está muito doente. 



A partir dessa ideia, as cenas são só de mar e montanhas, uma ou outra confidência, um ou outro desabafo, alguma reflexão sobre a vida e a morte. Mas tudo com muita cautela, muita finesse. Nada de conflitos, nada de desgastes. Enfim, um filme lento, quase arrastado, mais para contemplar do que propriamente assistir. Há quem goste.
Direção: Ira Sachs
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h40
Classificação: 14 anos


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