07 novembro 2020

"A Última Jornada" é um suspense sem emoção, ação e sentido

Sobreviventes do apocalipse enfrentam uma entidade poderosa para chegar a um local místico (Fotos: Matt Wilkinson/Divulgação)


Maristela Bretas


"A Última Jornada" * ("The Last Boy") é um filme curto - com apenas 87 minutos de duração - mas que consegue ter uma narrativa lenta. Ao mesmo tempo, se apressa em contar já no s minutos iniciais todo o enredo, tirando o suspense do final. Não passa emoção nem mesmo nos momentos de perda, e o diretor e roteirista Perry Bhandal (que dirigiu "Entrevista com Hitman" - 2012) passa o carro na frente dos bois e entrega uma história confusa e cheia de buracos sobre um mundo pós-apocalíptico.

A ação fica quase toda para o final e não é tão significativa porque as situações vão surgindo sem explicações e passam como se nunca tivessem acontecido. O suspense perde o impacto, assim como a atuação decepcionante de um elenco pouco conhecido, que tem como "destaque" Luke Goss (dirigido por Bhandal em "Entrevista com Hitman", além de ter participado de "Traffik - Liberdade Roubada" - 2018). 
 


Ao jovem estreante Flynn Allen ainda falta muita estrada para rodar até pegar o jeito, assim como a garotinha Matilda Freeman. Os demais são apenas peças numa produção com diálogos que deixam a desejar e comprometem ainda mais a fraca trama.


No filme, a mãe de Sira (Flynn Allen) está morrendo e dá a ele uma missão: com um misterioso artefato, o garoto terá de encontrar um lugar especial, capaz de realizar os desejos das pessoas. O dispositivo vai protegê-lo do ataque de uma força chamada de "o vento", capaz de matar instantaneamente qualquer ser vivo.

 


Pelo caminho, Sira conhece a pequena Lilly (Matilda Freeman) e juntos enfrentam um monge (Peter Guinness) que pratica abuso sexual contra um grupo de mulheres de um mosteiro. O vilão humano quer se apossar do dispositivo de Sira e dos poderes que tem contra o Vento. Assim como Lilly, aparecem durante a jornada o militar Jay (Luke Goss) e a cientista Jesse (Jennifer Elise Gould) que vão ajudar Sira a chegar ao destino especial e salvar o mundo do Vento (???).

Nem mesmo as locações salvam a história, que ainda conta com uma trilha sonora inexpressiva. Como se não bastasse, o diretor deixa a entender no final que "A Última Jornada" pode ganhar uma continuação. Se esta ocorrer vai precisar melhorar muito todos os componentes, para que se torne atraente ao público.

 
O filme de Perry Bhandal é distribuído em versões dublada e legendada nas plataformas digitais Now, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV. 
 
Vale um alerta: não confunda este "A Última Jornada" com a também produção britânica "Journey's End" (2018) sobre a 1ª Guerra Mundial, dirigida por Saul Dibb, que recebeu o mesmo título em português.
 
 

 
Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Perry Bhandal
Distribuição: A2 Filmes
Duração: 1h27
Gêneros: Drama / Suspense
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos

 
* Título assistido via streaming, a convite da A2 Filmes
 
Tags: #AUltimaJornada, #TheLastBoy, #suspense, #A2Filmes, #drama, #PerryBhandal, #cinemanoescurinho

31 outubro 2020

Connery, Sean Connery! Morre o melhor e mais charmoso agente secreto do cinema

O ator em "007 Contra Goldfinger", ao lado do sempre elegante Aston Martin DB5, marca registrada do personagem (Divulgação)


Maristela Bretas


Ele marcou uma época e será lembrado, principalmente, como o primeiro James Bond do cinema. O espetacular Sean Connery morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, em sua casa nas Bahamas. A família informou apenas que ele não estava bem nos últimos tempos e faleceu enquanto dormia.

James Bond faz parte da minha educação cinematográfica e foi Sean Connery o maior, o melhor e o mais charmoso de todos os intérpretes quem me apresentou, com muito estilo, ao mundo da espionagem. Não foram poucas as sessões da tarde, deitada no sofá da casa de minha mãe e depois da minha casa, vendo e revendo os sucessos deste grande ator. Que provou não ser somente um espião com licença para matar, que dirigia o elegante Aston Martin DB5 e usava a pistola semiautomática Walther PPK.


No cinema não foi diferente, especialmente em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), "O Nome da Rosa" (1986) e "A Rocha" (1996). Isso sem falar na parceria com Harrison Ford (outro ator que adoro) no ótimo "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), quando ele interpretou o professor Henry Jones, pai do herói. Só mesmo Steven Spielberg para formar esta dupla inesquecível. 

O maior e melhor agente 007 do cinema começou sua trajetória vivendo o personagem em 1962, fazendo "007 contra o Satânico Dr. No". Connery interpretou o agente secreto em outras seis produções, todas bem marcantes: "Moscou contra 007" (1963), "007 Contra Goldfinger" (1964), "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965), "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (1967), "007 - Os Diamantes São Eternos" (1971) e "007 - Nunca Mais Outra Vez" (1983).

Apesar de ter se tornado o mais conhecido James Bond das gerações de 60 a 90, Sean Connery também brindou o público com outros grandes papéis, que lhe garantiram mais de 30 premiações em diversos festivais e o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu personagem Jim Malone, um dos detetives de "Os Intocáveis" (1987), filme que dividiu o elenco com Kevin Costner, Andy Garcia e Robert De Niro.


Outras produções de sucesso marcaram a carreira do escocês Sean Connery, condecorado Sir pela Rainha Elizabeth em 2000. Merecem destaque "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964), "A Colina dos Homens Perdidos" (1965), "Assassinato no Expresso Oriente" (1974), "O Homem Que Queria Ser Rei" (1975), "O Vento e o Leão" (1975), "Highlander: O Guerreiro Imortal" (1986), "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões" (1991) - também com Kevin Costner - , "Armadilha" (1999) - produzido por ele, "A Liga Extraordinária” (2003) e tantos outros.

Alguns de seus grandes sucessos podem ser conferidos no #Telecine, #Netflix, #AmazonPrime, #ClaroVídeo e #YouTubeFilmes. Sean Connery foi um ícone e deixa um legado importante para o cinema mundial. A franquia 007 perde seu maior símbolo, que abriu as portas para tantos outros atores que interpretaram o personagem criado por Ian Fleming. E que após 58 anos ainda se apresentam com classe e força a cada filme como “Bond, James Bond”.



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