26 julho 2021

“Ato”, dirigido por Bárbara Paz, é selecionado para o Festival de Veneza

Curta com Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira integra a seleção Orizzonti Short Films (Fotos: Primeiro Plano/Divulgação)

Da Redação 


A atriz e diretora Bárbara Paz está de volta ao Festival de Veneza, dessa vez com o curta “Ato”, estrelado por Alessandra Maestrini e Eduardo Moreira. O filme foi selecionado para a categoria Orizzonti Short Films. Em 2019, Paz conquistou o Leão com o Melhor Documentário - "Babenco: Alguém Tem Que Ouvir o Coração e Dizer: Parou". 


A diretora conta que é uma grande honra voltar ao Festival de Veneza, especialmente com seu primeiro filme de ficção. "Um pequeno "Ato" de silêncio e solidão”, explica. Em um mundo suspenso e solitário, Dante se encontra em um processo de travessia e sua única companhia é Ava, uma "profissional do afeto”. 

A solidão foi a maior protagonista, com palcos vazios e o medo constante da morte. "O afeto é o Ato, a fuga, o desejo fundamental da sobrevivência.”, comenta  Bárbara Paz. 



E cita Tartovsky: ‘“A função atribuída à arte não é, como frequentemente se presume, apresentar ideias, propagar pensamentos, servir de exemplo. O objetivo da arte é preparar a pessoa para a morte, arar e fustigar sua alma, tornando-a capaz de se voltar para o bem”.


Para a produtora Tatyana Rubim, “o curta estar presente no Festival de Veneza representa, neste momento tão adverso mundialmente, a força da arte e da cultura e a capacidade do diálogo existente entre o teatro e o audiovisual”.

“Ato” é produzido pela Rubim Produções e BP Filmes. Tatyana Rubim e Bárbara Paz assinam a produção. Cao Guimarães (“O homem das Multidões”) assina o roteiro e a montagem fica a cargo de Renato Vallone (“Cinema Novo”). Azul Serra (“Ninguém Tá Olhando”) assina a direção de fotografia.


Ficha técnica
Direção: Bárbara Paz
Roteiro: Cao Guimarães
Produção: Rubim Produções // BP Filmes
Categoria: curta-metragem

22 julho 2021

“Um Lugar Silencioso - Parte II” proporciona experiências ainda mais aterrorizantes

Após meses, os sobreviventes da família Abbott continuam lutando para escapar da infestação de monstros que dominou sua cidade (Fotos: Jonny Cournoyer/Paramount Pictures)


Carolina Cassese


A aguardada sequência de "Um Lugar Silencioso" (2018) foi mais uma das produções que encontrou dificuldades para estrear nos cinemas por conta da pandemia. O primeiro filme, centrado na família Abbott, que precisa se manter em silêncio para sobreviver, fez bastante sucesso e conquistou fãs ao redor do mundo inteiro. 

Esses espectadores, é claro, não viam a hora de conferir “Um Lugar Silencioso II - Parte II” ("A Quiet Place - Part II), também assinado por John Krasinski. Após o lançamento ter sido adiado duas vezes, a produção finalmente chegou às telas brasileiras nesta quinta-feira (22), incluindo cinemas de Belo Horizonte.


Três anos atrás, no lançamento do primeiro filme, muitos espectadores reforçavam a importância de assistir "Um Lugar Silencioso" no cinema, pois o fantástico trabalho de som é melhor percebido nesse ambiente. 

Para a continuação, o mesmo segue sendo bastante verdadeiro: faz toda a diferença assistir o filme na tela grande e poder diferenciar (ou se deixar impactar por) cada ruído. No entanto, como no Brasil a situação sanitária ainda não está controlada, não é sempre possível fazer essa recomendação. 


Logo na primeira cena, somos levados de volta para o momento da invasão alienígena, quando tudo começou. Além de servir como uma boa introdução para aqueles que por acaso não viram o primeiro longa, o prólogo introduz informações relevantes e garante excelentes cenas de ação.

É evidente que, após mais de um ano de pandemia, nosso olhar para filmes pós-apocalípticos é outro. Por mais que a realidade de "Um Lugar Silencioso" ainda pareça consideravelmente improvável, podemos nos identificamos com a sensação de presenciar a chegada do desconhecido, de um elemento externo que nos amedronta e nos obriga a alterar o cotidiano.


Após termos uma amostra de como aquela invasão rapidamente alterou a vida de todos, “Um Lugar Silencioso II” avança para o dia 474, quando o primeiro longa termina. Evelyn (Emily Blunt), Regan (Millicent Simmonds), Marcus (Noah Jupe) e o recém-nascido, membros sobrevivente da família Abbott, estão lutando para escapar da infestação de monstros. 

Confira os que John Krasinski e Emily Blunt falam sobre o que os fãs podem esperar do filme.


Dessa vez, o diretor escolhe separar a história em dois fios narrativos, que dialogam bastante entre si. Nos pegamos torcendo bastante pelos membros da família e também por novos personagens, que encaram ameaças diversas.

Se o primeiro filme já consegue nos deixar bem apreensivos, o segundo cumpre essa missão com ainda mais primor. O longa apresenta muitos momentos de tensão, brilhantemente bem executados. 

As ótimas atuações dos membros da família, especialmente de Millicent Simmonds e Noah Jupe, e de Cillian Murphy, como Emmet, sem dúvida nos auxiliam a acreditar naquela realidade e a torcer por todos aqueles personagens, que agora estão muito mais maduros e preparados para as adversidades.


O ritmo da produção é outro ponto positivo a ser destacado. Há sem dúvidas primordiais momentos de respiro, mas estamos o tempo inteiro conectados e engajados com a história. Não vemos o tempo passar e até mesmo tomamos (mais um) susto quando a tela escurece, anunciando o fim do filme. O que fica é um significativo gosto de “quero mais”. 

A confirmação do terceiro filme da franquia é, portanto, uma excelente notícia para todos nós que nos envolvemos com o drama da família Abbott, que agora se une a novos personagens.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: John Krasinski
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h37
Exibição: Nos cinemas
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Suspense / Terror