27 fevereiro 2022

Campanha "A Vacina é Nossa Amiga" ganha as salas de cinema e redes sociais

Personagens do longa-metragem inédito "Meu AmigãoZão - O Filme” incentivam a proteção 
das crianças de 05 a 11 anos (Divulgação)


Da Redação


Já está em exibição em várias salas de cinema de todo o país e nas redes sociais a campanha “A Vacina é Nossa Amiga”, uma promoção da O2 Play, distribuidora da O2 Filmes, juntamente com a produtora 2DLAB e a empresa RioFilme, órgão integrado à  Secretaria de Governo e Integridade Pública (SEGOVI) da Prefeitura do Rio.  

Estrelada pelos protagonistas do longa-metragem inédito "Meu AmigãoZão - O Filme”, que se baseia na série aclamada, a ação incentiva as crianças a superarem os seus medos (assim como Yuri, Lili e Matt) e ainda conscientiza a população sobre a proteção da vacinação em crianças de 5 a 11 anos.  


Trata-se de uma iniciativa privada, com um vídeo de 30 segundos e três cartazes com os personagens do filme tomando a vacina. As redes sociais e canais da O2 Play, 2D Lab e RioFilme também vão participar. Só no Youtube, o canal Meu AmigãoZão tem mais de 1 milhão e 300 mil inscritos. 

“Somos a favor da vacina. Vacina salva vidas. E queremos prestar um serviço público através da popularidade destes personagens tão queridos, que é incentivar as crianças e os pais com um recado direto: a vacina é nossa amiga e nos protege", explica o diretor da O2 Play, Igor Kupstas. 


“Meu AmigãoZão - O Filme", aventura inédita em longa-metragem que chega em abril exclusivamente nos cinemas, mostra Yuri, Lili, Matt e seus amigos imaginários em uma viagem para uma colônia de férias. 

Lá eles conhecem Duvi Dudum, uma criatura divertida que aos poucos revela interesses secretos: separar a turma de seus AmigãoZões! Eles precisam se unir para resgatar Golias, Nessa e Bongo antes que seja tarde demais. 


“A série Meu AmigãoZão está no imaginário das crianças há mais de 10 anos. O público-alvo, crianças de 5 anos, é justamente quem está recebendo a vacina neste momento - e acreditamos que chegou a hora de seus heróis mostrarem que ela está aí para todos. Yuri, Lili e Matt sempre mostram como a amizade nos ajuda a confiar e a superar dificuldades. Nada como ter um AmigãoZão quando você precisa enfrentar qualquer tipo de medo. O que todos nós queremos é que tudo isso passe logo e possamos voltar a abraçar nossos amigos”, explica Andrés Lieban, criador e diretor da série e do filme. 


25 fevereiro 2022

Desconstruindo Almodóvar

O cineasta e Penélope Cruz, uma de suas atrizes preferidas (Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Não se pode negar: a recente chegada de cerca de dez obras de Almodóvar na Netflix é uma excelente oportunidade de maratonar e conhecer grande parte do trabalho do festejado cineasta. Mas é também a chance de, conhecendo mais, comparar, analisar e, quem sabe, criticar um ou outro filme do autor de "Ata-me", "Carne Trêmula", "Volver", “A Pele Que Habito”, pequenas e inquestionáveis obras-primas.

O mesmo não se pode dizer do recente "Mães Paralelas" ("Madres Paralelas"), que ficou aquém da expectativa apesar das belíssimas atuações da sempre linda Penélope Cruz e da estreante Milena Smit no papel das mães que têm seus “destinos entrelaçados” como se costuma dizer nas novelas. Faltou liga entre a história das mulheres e a outra trama do filme: a busca das ossadas de pessoas mortas pela ditadura de Franco durante a guerra civil espanhola.

Mães Paralelas (Divulgação)

Se tem todos os ingredientes de sempre – cores, alcova, desgraças, desencontros - por que “Mães Paralelas” não é tão brilhante? Exatamente porque as duas histórias, a das mães que acabam de parir seus filhos num mesmo hospital, e a da família que quer desenterrar para enterrar seus mortos, correm paralelamente no exato sentido do termo: nunca se encontram. É como se não houvesse ligação nenhuma entre elas, como se fossem dois filmes. Ficou manco.

Kika (Divulgação)

Já quem aproveitou essa onda da Netflix para assistir ao longa "Kika", de 1993, um dos menos famosos, pode ter se decepcionado. Como sempre, comédia e drama se misturam a diálogos e situações que, mais do que inusitadas, são inverossímeis. Traições, incesto, estupro, suicídios, crimes e toda sorte de esquisitices são retratadas de um jeito tão bizarro que até os mais ferrenhos fãs do cineasta podem estranhar. 

Não se trata apenas de extravagâncias e exageros - estamos todos acostumados a essas cenas e argumentos atípicos do diretor. Mas são tantas as tramas, tantos os personagens que, a certa hora, o espectador se perde, quase desanima.

Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos (Divulgação)

Como sempre, assim como em “Mulheres à Beira de um Ataque de Nervos”, a mulherada de “Kika” é retratada como um bando de loucas, taradas, histéricas, sempre aos gritos, quebrando tudo que encontram pela frente e prontas a cortar os pulsos ou pular da janela quando são rejeitadas ou traídas. Pelos homens, claro. 

E esse é um perfil que, convenhamos, não ajuda em nada a luta feminina por espaço, reconhecimento e igualdade – mesmo admitindo que a função maior do cinema não é panfletar. Mas o discurso talvez seja anacrônico, ainda que exageradamente performático.

Outra coisa: aqui por esses lados, ninguém mais fica chocado com ações desse naipe. Crimes, traições, incestos, paixões proibidas e bizarrices são temas frequentes também na nossa literatura e cinematografia. Quem tem Nelson Rodrigues não se escandaliza com Almodóvar. E o autor brasileiro, convenhamos, dá um banho no espanhol na arte de contar histórias.