03 novembro 2022

"Recomeço", uma minissérie de amor emocionante e arrebatadora da Netflix

História é uma adaptação da biografia da atriz Tembi Locke (Fotos: Netflix)


Silvana Monteiro


Com um roteiro recheado de surpresas arrebatadoras, a nova minissérie da Netflix, "Recomeço" ("From Scratch") trata de temas sociais importantes, envoltos por um amor construído na intensidade dos sonhos e na adversidade. Uma história contada com um elenco de peso.


Amy Wheeler (Zoe Saldaña, de “Guardiões da Galáxia" - 2014 e "Guardiões da Galáxia Vol.2" – 2017) é uma estudante afroamericana. Embora esteja na carreira do direito, por influência do pai, é apaixonada por arte. Ela vai em busca de seu sonho e decide fazer um curso de extensão de arte em Florença, na Itália. 

Lá, além de ter que decidir sobre sua futura profissão, Amy vai encontrar Lino Ortolano (Eugênio Mastrandrea), um chef siciliano que provocará uma reviravolta em sua vida de tirar o fôlego.


Com locações impressionantes e uma fotografia requintada e aconchegante, "Recomeço" te fará conhecer duas famílias com problemas reais. Você vai passear pelas belas Florença e Cefalù com imersão na gastronomia siciliana e nas diferenças culturais dos protagonistas. Ambos deixarão a Itália e vão viver intensamente seus sonhos e pesadelos em Los Angeles.


Adaptado do livro de memórias homônimo escrito pela atriz Tembi Locke e dirigido por Nzingha Stewart ("Little Fires Everywhere" e "Maid"), "Recomeço" tem conflitos e soluções bem definidos, o que dá ao telespectador a sensação de estar lendo um diário.


Separe os lenços. Você está diante de um enredo arrebatador, com uma belíssima trilha sonora, feito para refletir sobre realização de sonhos, laços familiares multirraciais, paternidade afetiva, resiliência, amizade e amor verdadeiro, na saúde, na doença e no findar da vida. Respire fundo antes de começar.


Ficha técnica:
Direção: Nzingha Stewart
Produção e distribuição: Netflix
Duração: 8 episódios
Gênero: drama
Países: EUA e Itália
Classificação: 16 anos

31 outubro 2022

"Sorria" faz o espectador pular na poltrona de susto

Sosie Bacon é uma psiquiatra perseguida por entidade maligna responsável pela morte de um paciente (Fotos: Paramount Pictures)


Marcos Tadeu
Narrativa Cinematográfica


De uns tempos para cá, o terror psicológico tem se popularizado cada vez mais ,graças a filmes como "A Bruxa" (2015), "O Farol" (2019), "Midsommar - O Mal Não Espera a Noite" (2019). "Sorria" ("Smile"), obra de Parker Finn em cartaz nos cinemas, faz isso muito bem com um orçamento pequeno de U$D 17 milhões e uma bilheteria mundial de mais de  US$ 100 milhões, sendo R$ 10 milhões no Brasil.


Na história conhecemos Rose Cotter (Sosie Bacon), uma psiquiatra que presencia a misteriosa e assustadora morte de uma paciente. Ao investigar mais a fundo, descobre que a resposta está em um sorriso fixo e ameaçador. 

A protagonista ainda vive experiências semelhantes a sua última vítima e que todas as outras mortes têm um padrão e ela dispõe de pouco tempo para enfrentar uma força maligna.


O roteiro é muito ágil em apresentar todo o contexto e, principalmente, sob o ponto de vista da protagonista. Em grande parte da narrativa, Rose tenta, a todo custo, provar que as mortes são reais, equilibrando numa linha tênue entre a razão e a loucura. 

As pessoas próximas são as que menos acreditam nela e acham que a psiquiatra está com problemas relacionados à loucura.


Destaco também a mixagem e os efeitos sonoros. A narrativa usa de sons bastante comuns para assustar o espectador, um grande diferencial. O óbvio sendo usado para que a audiência fique atenta e dê bons pulos de susto na cadeira. É importante ressaltar que existem poucos jumps-scare, mas que são usados de forma nada convencional para que o público também se sinta incomodado com a criatura demoníaca.

Nos aspectos técnicos podemos ver grandes planos em close-up para reforçar a questão do sorriso. O jogo de câmera do longa é bem rápido, fazendo com que a trama aprofunde no mistério dos suicídios.


O encerramento deixa a desejar. Ficam pontas soltas e um fim em aberto, apostando em uma possível continuação. Se isso acontecer de fato, o grande desafio é produzir um enredo tão bom e tão forte quanto a história original.

"Sorria" é uma ótima pedida para quem curte terror psicológico. O filme está fazendo bastante barulho e recebendo críticas bem favoráveis do público. Sem dúvida, vale o ingresso e ficar de olho no que essa franquia pode se tornar. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Parker Finn
Produção: Paramount Pictures q Temple Hill Entertainment
Distribuição: Paramount Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h55
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: terror / suspense