31 janeiro 2023

Longa mineiro "As Linhas da Minha Mão" é escolhido o melhor filme da Mostra Aurora

Produções foram apresentadas durante a 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes (Fotos: Léo Lara/Universo Produção)


Da Redação


A 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes premiou "As Linhas da Minha Mão", um filme dirigido por João Dumans e realizado em Minas Gerais, como o melhor longa-metragem da Mostra Aurora. Este é o segundo ano consecutivo em que um filme mineiro recebe o prêmio. 

O Júri Oficial, formado por críticos, pesquisadores e profissionais do audiovisual, destacou o carisma da personagem. O filme é um mergulho na vida da atriz e performer Viviane de Cassia Ferreira. Destaque para a abordagem sensível do tema dos afetos e relações urbanas e a forma como a obra desafia a noção de categorias e conceitos. 

"As Linhas da Minha Mão" (Universo Produção)

"O Canto das Amapolas" (RJ), dirigido por Paula Gaitán, foi o vencedor na categoria de melhor longa da Mostra Olhos Livres e recebeu o Troféu Carlos Reichenbach. O Júri Jovem, formado por estudantes, defendeu o trabalho como uma entrega ao mistério das imagens.

"Cervejas no Escuro" (Universo Produção)

O Prêmio Helena Ignez 2023 ficou para Edna Maria, atriz protagonista do filme paraibano "Cervejas no Escuro", por sua interpretação precisa e radiante. Ele foi concedido pelo Júri Oficial como destaque feminino em qualquer função nos filmes das Mostras Aurora e Foco. 

O curta-metragem "Remendo" (ES), de Roger Hill, foi escolhido como o melhor da Mostra Foco pelo Júri Oficial, que destacou sua criatividade, arquitetura e senso de humor. O curta também ganhou o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que tem júri formado pelo próprio canal. 


A Conexão Brasil CineMundi, iniciada em 2022 e que retornou este ano, contou com a categoria Work In Progress (WIP), a partir de projetos enviados previamente e analisados por um júri especial. 

"O Estranho" (SP), de Flora Dias e Juruna Mallon, venceu o Prêmio O2 Play por sua narrativa inovadora e fotografia de olhar simples que provoca reflexão no espectador. Já "As Muitas Mortes de Antônio Parreiras" (RJ), de Lucas Parente, levou o Prêmio DOT The End.


Oferecido pelo Festival de Málaga na Conexão Brasil CineMundi, "Idade da Pedra" (SP), de Renan Rovida, foi o vencedor na categoria WIP Exibição. 

"Nossa Mãe Era Atriz" (MG), de André Novais Oliveira e Renato Novais de Oliveira, foi o escolhido popular na categoria de curta-metragem. 

No Júri Popular, escolhido pelos espectadores, a produção cearense "A Filha do Palhaço", de Pedro Diógenes, foi o longa mais votado. Ele é distribuído pela Embaúba Filmes. Confira o trailer abaixo.


Mostra de Cinema de Tiradentes

A Mostra de Cinema de Tiradentes, realizada de 20 a 28 de janeiro de 2023, reafirmou sua posição de maior evento do cinema brasileiro contemporâneo em formação, reflexão, exibição e difusão. 

Depois de duas edições online, o retorno presencial foi celebrado pelos diversos atores da cadeia produtiva do audiovisual e também pelo público que compareceu em peso nas sessões de cinema e nos debates.

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O evento atraiu um fluxo de turistas cinco vezes maior que a população da cidade, movimentou a economia local, discutiu os caminhos do cinema brasileiro e lançou novos olhares e diretrizes para o futuro do setor.

Em nove dias de programação abrangente e gratuita, o  mais de 35 mil pessoas foram beneficiadas. Foram exibidos 134 filmes (38 longas, três médias e 93 curtas-metragens) de 19 estados – (AL, AM, BA, CE,DF, ES, GO, MG, MT, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RR, RS, SC, SP) – em 57 sessões de pré-estreias e mostras temáticas em três cinemas instalados na cidade: Cine-Praça, Cine-Tenda e Cine-Teatro. 


E na plataforma do evento (mostratiradentes.com.br), o público pode assistir a 40 filmes da programação e acompanhar os debates que foram disponibilizados para acesso gratuito, de qualquer lugar do mundo.

30 janeiro 2023

"Gemini: O Planeta Sombrio" é o "Alien" fake de 2023

Longa russo recheado de clichês aborda a exploração de um planeta onde vive uma criatura desconhecida (Fotos: Condor Distribution)


Marcos Tadeu 
Blog Narrativa Cinematográfica


Um longa russo sem força nem para se tornar, em 2023, o novo "Alien: O 8º Passageiro" (1979). Este é "Gemini: O Planeta Sombrio", que chega aos cinemas, nesta quinta-feira (2), distribuído pela Paris Filmes, com direção de Serik Beyseu e roteiro de Dmitriy Zhigalov.


Na história somos apresentados a uma Terra completamente devastada de seus recursos. A última chance da humanidade exige mudança para um lar totalmente novo, no espaço sideral. 

Um grupo é enviado para explorar um novo planeta, mas acabam descobrindo que não estão sozinhos.


A frase do pôster "Não deixe que o medo se apodere de você" é a prova de que a obra não se leva a sério. Não passa nenhuma tensão ou medo ao público. 

O cenário, as atuações e até a tal criatura que povoa o planeta é jogada quase para escanteio, fazendo com que a experiência seja rasa como um pires. 


O drama que ele tenta colocar para provocar alguma simpatia pelo casal principal é extremamente vergonhoso e apelativo. O diretor usa recorrentes flashbacks para justificar suas escolhas, dando a impressão de que não sabe para onde deve ir.


Sem dúvida, a obra quis se inspirar e até homenagear "Alien: O Oitavo Passageiro", mas todos os elementos soam totalmente batidos e clichês. 

Um filme arroz com feijão, tão básico e tão ruim que nem faz com que o público se interesse pelo enredo. E que no fim, entrega apenas um "Alien versão barata" e completamente esquecível.


"Gemini: O Planeta Sombrio" sem dúvida, já pode ser aquele filme para entrar na lista dos "piores do ano" de 2023. Assim como "Moonfall: Ameaça Lunar" ganhou várias avaliações negativas em 2022, esse longa russo tem tudo para ganhar também uma posição no ranking. É um filme para ser assistido em casa, não vale o ingresso do cinema.


Ficha técnica:
Direção: Serik Beyseu
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h38
Classificação: 14 anos
País: Rússia
Gêneros: ficção, suspense