27 fevereiro 2023

Documentário “Muribeca” mostra a destruição de uma comunidade

Filme distribuído pela Descoloniza Filmes chega às telas após rodar por festivais nacionais e internacionais (Foto: Alcione Ferreira)



Eduardo Jr.


“Muribeca é memória; porque não volta, não existe mais”. A definição na voz de uma das pessoas ouvidas no documentário de mesmo nome não é exagero. O bairro, localizado em Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco, vive um processo de apagamento e resistência.

Este é o ponto de partida da produção encabeçada por Alcione Ferreira e Camilo Soares, que chega às telonas no dia 2 de março. 

(Foto: Alcione Ferreira)

O espectador não precisa esperar imagens exuberantes. As cenas do grande conjunto habitacional deteriorado dialoga com a tristeza dos depoimentos. E a essa combinação se somam gravações antigas de uma comunidade festiva. 

Está posto o contraponto e o incômodo: como um bairro de periferia, em que as pessoas se reuniam nas ruas para curtir o carnaval e jogos de copa do mundo, se transforma em uma cidade fantasma?       

(Foto: Alcione Ferreira)

Momentos significativos

A produção de 1 hora e 18 minutos responde a essa questão, mas não sem antes colocar na tela momentos significativos. Como a cena de um céu com nuvens anunciando tempo ruim, enquanto, ao fundo, um berimbau chama para a luta. 

E também a saudade de pessoas pobres que foram forçadas a abandonar amigos, seus lares, toda uma vida construída ao longo de décadas.   

(Foto: Alcione Ferreira)

Entre os depoimentos, colhidos em 2018, estão os do quadrinista Flavão, que também atuou como produtor local no documentário, e de outros moradores. 

Com a demolição de um dos prédios, caem também as lágrimas e vem à tona o desespero de quem viu a vida ruir e de quem tenta, melancolicamente, resistir em um cenário de problemas estruturais, especulação imobiliária e insegurança jurídica. 

Camilo Soares e Alcione Ferreira (Foto: Rafael Cabral)

Contadores de histórias

Se aproximar de pessoas e contar histórias junto delas não é novidade para os diretores. A jornalista Alcione Ferreira foi fotojornalista e videorrepórter do Diário de Pernambuco, onde conquistou o prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Camilo Soares é um dos fundadores da produtora de cinema Senda, e participa do coletivo de fotógrafos CRIA. 

(Foto: Shilton Araújo)  

“Muribeca” foi realizado com poucos recursos, mas ainda assim conquistou espaço em diversos festivais, como o Toronto Lift-Off (Canadá), Fidba (Argentina), Cine Del Mar (Uruguai), Aubervilliers (França), GBiennale (Austrália), Metrópolis (Itália), Cine PE, Festival de Santos, Mostra de Ouro Preto e Cine Sesc. 

A distribuição é da Descoloniza Filmes, que nasceu com o propósito de equiparar a distribuição de filmes dirigidos por mulheres, e que já codistribuiu, com a Vitrine Filmes, a produção “Carta Para Além dos Muros”. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alcione Ferreira e Camilo Soares
Produção: Senda Produções
Distribuição: Descoloniza Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h18
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gênero: documentário

25 fevereiro 2023

"Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" encerra trilogia para apresentar vilão substituto de Thanos

Os super-heróis retornam ao Reino Quântico para enfrentar criaturas estranhas e uma civilização oculta (Fotos: Marvel)


Maristela Bretas


Grandiosidade nos efeitos especiais para falar de família e apresentar um novo vilão. Assim é "Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania" ("Ant-Man and The Wasp: Quantumania"), que está nos cinemas atraindo um bom público. 

Apesar de o multiverso ainda precisar ser muito explicado para a maior parte do público, o novo filme da Marvel Studios é um bom entretenimento. Segue a linha de "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura" (2022) nas cenas de batalhas, usando e abusando do CGI.


Pode ser "quaaaase" comparado à luta final de "Vingadores: Ultimato" (2019). Mais um reforço ao Universo Cinematográfico Marvel, que inicia a Fase 5 com esta produção. 

Apesar disso, o personagem tem as menores bilheterias mundiais do MCU. Este terceiro filme já atingiu US$ 363 milhões. 

Somados a "Homem-Formiga" (2015), com US$ 519,3 milhões e "Homem-Formiga e a Vespa" (2018), com US$ 622,7 milhões, a trilogia chega a pouco mais de US$ 1,5 bilhão.


Família em primeiro lugar

O longa fecha a trilogia do Homem-Formiga. Scott Lang (Paul Rudd) quer recuperar o tempo perdido com a filha Cassie Lang (Kathryn Newton) e manter um romance tranquilo com Hope/Vespa (Evangeline Lilly).


O personagem agora vive da fama da vitória contra Thanos junto com os demais Vingadores. Rudd é a simpatia em pessoa, uma das maiores qualidades do super-herói, que acabou ganhando três filmes. 


A questão da família se aplica também a Hope, que quer recuperar o tempo perdido com a mãe Janet Van Dyne (Michelle Pfeiffer), desaparecida por 30 anos no Reino Quântico. 

O que ninguém esperava, menos ainda Janet, era que Hank Pym (Michael Douglas) e Cassie estivessem trabalhando num dispositivo que levaria todos de volta a esse mundo. 


Cercados por uma civilização oculta e criaturas estranhas e bizarras, como M.O.D.O.K. (Corey Stoll), Scott, Hope, Janet, Hank e Cassie vão enfrentar o perigoso mundo de onde Janet conseguiu escapar. 

Um novo Thanos

Janet agora terá expostos os segredos que tentou ocultar da família sobre seu tempo de prisão e que serão expostos no Universo Quântico. 


O maior deles envolve o poderoso e cruel vilão, Kang, o Conquistador, interpretado por Jonathan Majors, com quem Janet tem um passado e que não conseguiu escapar como ela.

Majors está excelente no papel e pode até superar Thanos em vilania nas próximas produções da Marvel Studios. 


Ele será a principal ameaça das fases 5 e 6 do Multiverso, que inclui o longa "Vingadores: A Dinastia Kang", previsto para 2025.

Mais tempo para os veteranos

Outro ponto a favor do novo longa da Marvel é o tempo maior e a participação essencial dados na trama aos atores veteranos, como Michael Douglas e Michelle Pfeiffer. 


Ela é o elo entre os dois mundos e vai usar sua experiência para levar todos de volta para casa. Ele, por sua vez, junto com suas formigas, terá um papel definitivo na trama.

Fica a dica

"Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania". é um filme que vale a pena assistir no cinema, de preferência em Imax. E não saia no final. 

Como é de costume da Marvel, há duas cenas pré e pós-créditos que vão indicar os rumos das próximas fases.


Ficha técnica:
Direção: Peyton Reed
Produção: Marvel Studios
Distribuição: Walt Disney
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h01
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: ação, aventura, ficção