21 abril 2023

"Os Três Mosqueteiros - D'Artagnan" - um clássico em dois capítulos

Nova versão francesa tem luxo, ação e boas interpretações (Fotos: Paris Filmes)


Maristela Bretas


Está em cartaz nos cinemas - "Os Três Mosqueteiros - D'Artagnan" ("Le Trois Mousquetaires: D'Artagnan"), produção baseada na obra de Alexandre Dumas de 1844 que, desta vez, será dividida em dois capítulos. 

O primeiro episódio do famoso clássico da literatura francesa conta a trajetória do imprudente D’Artagnan (François Civil) e sua jornada para se tornar um dos mosqueteiros do Rei Luis XIII (Louis Garrel) e lutar pela França.


Para assistir ao segundo capítulo, filmado simultaneamente com o primeiro, o público precisará esperar até dezembro deste ano. 

A história começará a partir do final deste episódio inicial e vai se chamar “Os Três Mosqueteiros: Milady". Ele será dedicado à personagem de Eva Green, a vilã Milady de Winter.


Com muitas lutas de espadas, tiros e punhais, "Os Três Mosqueteiros - D'Artagnan" é um filme com planos-sequências que fazem o público se sentir dentro da ação. 

Algumas cenas, no entanto, são longas demais e muito rápidas, deixando o expectador um pouco confuso.


As boas interpretações do elenco, especialmente de Vincent Cassel, Eva Green e François Civil, são destaque do filme. Mas o diretor Martin Bourboulon soube distribuir bem os papéis do elenco, dando a cada ator e atriz a devida importância de seu personagem na história.

Além da ação e do elenco, outro ponto que chama atenção é o luxo da produção, com riqueza de detalhes na reconstituição de época e cuidado com o figurino. 


No filme, D'Artagnan, nascido em Gasconha, no sul da França, está a caminho de Paris para se tornar um mosqueteiro. Mas é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem de ser sequestrada. 

Ao chegar à cidade a procura de seus agressores, ele se une aos três mosqueteiros - Athos (Vincent Cassel), Porthos (Pio Marmaï) e Aramis (Roman Duris) - para defender a França dividida pelas guerras religiosas e ameaçada pela invasão da Inglaterra. 


Eles precisam provar sua lealdade à coroa e enfrentar as articulações do Cardeal Richelieu (Eric Ruf), que está tentando derrubar o rei do trono.

Entre uma luta e outra, o caminho de D'Artagnan se cruza com o da jovem Constance Bonacieux (Lyna Khoudri), a confidente da rainha Anna (Vicky Krieps). Ao salvar a rainha e sua amada, ele ganha uma inimiga mortal, Milady de Winter, aliada do cardeal.


O longa, inteiramente filmado na Normandia, Bretanha e Altos da França, apresenta ao público belíssimas locações destas regiões francesas. 

O custo estimado desta primeira produção foi de 70 milhões de euros. Agora é esperar que o segundo capítulo dê o encerramento esperado à obra de Dumas.


Ficha técnica:
Direção: Martin Bourboulon
Produção: Pathé Filmes
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 2h01
Classificação: 14 anos
País: França
Gêneros: aventura, ação

19 abril 2023

Expedição do Dr. Lund pelo Brasil é contada em "O Homem de Lagoa Santa"

“Docudrama” gira em torno da trajetória do paleontólogo pelo interior do país no século XIX (Fotos: Leonardo Barcelo/ Helvécio Martins e Divulgação)


Da Redação


Estreia nesta quinta-feira (20), às 19 horas, no Una Cine Belas Artes, a exibição inédita do longa-metragem "O Homem de Lagoa Santa". O “docudrama” é roteirizado e dirigido pelo diretor Renato Menezes.

Com produção do Grupo Novo de Cinema e TV, Tarcísio Vidigal e Lúcia Fares, o longa ficará em cartaz até o dia 26 de abril, sempre no mesmo horário.

O filme reproduz a trajetória do naturalista dinamarquês Peter Wilhelm Lund, interpretado pelo experiente ator mineiro Chico Aníbal. As pesquisas do paleontólogo, que viveu no Brasil durante 45 anos, abriram caminho para Charles Darwin dar prosseguimento à teoria da origem das espécies. 


As semelhanças físicas de Chico Aníbal e Luiz Hippert com Lund e seu secretário Andreas Brandt são surpreendentes. Coube a Helena Penna o papel de Luzia, cozinheira do pesquisador.

Também estão no elenco outros atores conhecidos do teatro mineiro como Carl Shumacher, Célio Scarpa, Neuza Rocha, Rafael Neumayr, Charles Fagundes, Gercino Alves.


As grutas Rei do Mato, em Sete Lagoas, e Maquiné, em Cordisburgo, além de Ouro Preto, Lagoa Santa, Pedro Leopoldo e Matozinhos foram utilizadas como locações. 

O documentário recebeu assessoria técnico-científica de Rosângela Albano, diretora do Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire (Caale), de Lagoa Santa, e do professor e paleontólogo da PUCMinas, Castor Castelle.


Os fósseis de Lagoa Santa

Misto de obra ficcional e documentário, o filme gira em torno da expedição botânica que Peter Lund realizou ao interior do Brasil, em 1833. 

No trajeto, ele se encontrou com o também dinamarquês Peter Claussen e o norueguês Andreas Brandt levando uma amostra de fósseis encontrados em rochas calcárias da região de Lagoa Santa (MG). 

Lund acreditava que esses ossos poderiam ter sido contemporâneos dos animais da Megafauna que há muito pesquisadores acreditavam terem sido extintos durante o dilúvio da Arca de Noé.


Em 1840, a descoberta do “Homem de Lagoa Santa”, o hominídeo mais antigo da América do Sul, derruba as convicções científicas do pesquisador. Elas eram fundamentadas em anos de estudos ao lado de George Cuvier – fundador da paleontologia.

O achado inaugurou o debate e as contradições entre ciência e religião. Colocava em xeque a teoria cristã de que o dilúvio havia dizimado todos os seres vivos na Terra. A teoria de Lund, porém, só chegou a ser confirmada muito tempo depois, em 2002, com base em análises das ossadas.


Filmado em Super 16mm e finalizado em digital, "O Homem de Lagoa Santa" tem direção de arte de Sergio Silveira. Ele reconstitui a arquitetura de meados do século XIX e cenários repletos de detalhes. Entre eles, fósseis originais, as gravuras de Brandt e objetos levados pelos tropeiros da época.

A equipe de produção foi formada por 50 técnicos do Grupo Novo de Cinema e TV e mais de 60 figurantes. 

Com narração de Marcos Caruso e Otávio Augusto, a equipe técnica conta ainda com Silviano Santiago, no texto; Luis Abramo, na fotografia; Marta Luz, na montagem, e música de Guilherme Vaz.


SERVIÇO
Data: 20 a 26 de abril
Horário: 19 horas
Local: Cine Belas Artes – Rua Gonçalves Dias, 1581, Lourdes, BH
Duração: 1h12
Classificação: Livre