09 agosto 2023

"Andança - Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho" estreia no Canal Brasil

Documentário apresenta um vasto acervo de imagens dos 53 anos da carreira da Madrinha do Samba
(Fotos: Divulgação)


Da Redação


O Canal Brasil estreia nesta quarta-feira (9), às 20 horas, em sua grade, o documentário "Andança - Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho", dirigido por Pedro Bronz. 

A exibição faz parte da faixa "É Tudo Verdade". O longa, lançado nos cinemas em fevereiro deste ano, traz detalhes e imagens nunca antes divulgadas da trajetória pessoal e musical da Madrinha do Samba, que morreu em 2019.


O filme exibe um vasto acervo de imagens documentadas por Beth Carvalho ao longo dos 53 anos de palcos e pagodes, para traçar um recorte único e íntimo da carreira e vida dessa singular figura da cultura nacional.

Carioca, se aproximou da música através da bossa-nova, aos poucos descobriu a riqueza do samba e transformou esse gênero no pilar principal de sua carreira a partir da década de 1970. O documentário ressalta outras duas paixões: pelo time de futebol Botafogo e pelo ativismo político. 


A cantora documentou, ao longo de seus 53 anos de música, diversos momentos, encontros e ensaios de várias formas, por meio de uma Super-8, VHS, mini-DV, fita K7 e até fotos com celular, algo incomum entre os artistas de sua geração.

Beth Carvalho, frequentadora assídua de pagodes, entre eles os do Cacique de Ramos, foi eternizada como Madrinha do Samba por ter resgatado compositores tradicionais como Cartola e Nelson Cavaquinho. Também foi responsável pela revelação de artistas como Zeca Pagodinho, Almir Guineto, Sombra, Sombrinha, Arlindo Cruz, Luis Carlos da Vila, Jorge Aragão, o grupo Fundo de Quintal e muitos outros. 


Cantora, compositora e instrumentalista, ficou conhecida, também, por ter trazido para o gênero musical no Brasil uma sonoridade específica ao introduzir em seus shows e discos instrumentos como o banjo com afinação de cavaquinho, o tan-tan e o repique de mão, que até então eram utilizados exclusivamente nos pagodes do Cacique. 

A música que intitula o documentário, "Andança", composta por Danilo Caymmi, Paulinho Tapajós e Edmundo Souto, foi o primeiro grande sucesso gravado por Beth e deu nome ao primeiro LP da cantora. O samba conquistou o 3º lugar do Festival Internacional da Canção, em 1968. 


Ficha técnica:
Direção: Pedro Bronz
Produção: TV Zero, Canal Brasil, Globo Filmes
Exibição: Canal Brasil
Duração: 1h55
Classificação: livre
País: Brasil
Gêneros: documentário, biografia

08 agosto 2023

"Ursinho Pooh: Sangue e Mel" é um terror bizarro ruim, com enredo esquecível

Matança e torturas predominam na versão macabra dirigida por Rhys Frake-Waterfield (Fotos: Jagged Edge Productions)


Marcos Tadeu
Blog Narrativa Cinematográfica


Um terror sanguinário, completamente oposto às histórias fofinhas do famoso ursinho amarelo que gosta de um pote de mel e seus simpáticos amigos. A partir desta quinta-feira (10) estreia nos cinemas "Ursinho Pooh: Sangue e Mel" ("Winnie-The-Pooh: Blood and Honey"), um longa macabro do gênero slasher com muita violência, mas com enredo esquecível.

A obra apresenta a relação de Christopher Robin (Nikolai Leon), que foi para a faculdade e esqueceu seus animais de infância - Pooh (Craig David Dowsett) e Leitão (Chris Cordell). 

Se sentindo traídos e abandonados, eles perdem suas personalidades amigáveis e se tornam selvagens e violentos, atacando e matando quem entrar em sua floresta. 


O roteiro é ruim, com desenvolvimento preguiçoso e não aprofunda na relação do passado entre Christopher, Pooh e Leitão. O diretor Rhys Frake-Waterfield pouco se preocupa em mostrar os vilões em alguma situação difícil em que eles podem se dar mal. Quando acontece, a dupla consegue se recuperar e continua a matança. 

Nenhuma atuação do elenco consegue convencer. As máscaras borrachudas e os poucos diálogos pioram a situação, fazendo com que os personagens se tornem descartáveis - se forem mudados por qualquer outro, não fará a menor diferença. 


Se a intenção do diretor era vender a ideia de que tudo o que acontece no filme faz parte da fantasia de Christopher, essas máscaras de borracha e os trajes só tornam mais difícil gostar do longa.

"Ursinho Pooh: Sangue e Mel" é só um terror genérico que não entretém e pode desagradar até mesmo quem gosta deste tipo de filme. Para piorar, está confirmada uma continuação e a possibilidade de que outros clássicos como Bambi e Peter Pan, também possam receber versões macabras.


Onde perdemos Pooh?

Em 1920, o escritor Alan Alexander Milne (A. A. Milne) criou o adorado ursinho de pelúcia Winnie-The-Pooh e seus amigos, incluindo Christopher Robin (nome do filho de Milne), que se tornaram famosos por meio das produções da Disney. 

Durante anos, a empresa manteve os direitos autorais da coleção, até que em 2022, o primeiro livro de Pooh entrou em domínio público em outros países. No Brasil isso só ocorrerá em 2027. 


A partir daí, qualquer pessoa poderia usar, distribuir e adaptar a história sem a necessidade de permissão ou pagamento de royalties. Rhys Frake-Waterfield decidiu usar os personagens Pooh e Leitão em suas versões mais macabras que pouco se assemelham à beleza dos clássicos personagens. E promete outras produções bizarras para adultos com personagens infantis.


Mesmo com orçamento baixo (em torno de US$ 100 mil), tendo sido gravado em dez dias e entregando uma qualidade duvidosa, "Ursinho Pooh: Sangue e Mel", lançado em fevereiro deste ano em outros países como México e Estados Unidos, atingiu uma bilheteria alta. Como aconteceu com “Terrifier 2”. Prova que o slasher, mesmo ruim, ainda consegue ser lucrativo. 


Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Rhys Frake-Waterfield
Produção: Jagged Edge Productions e ITN Films
Distribuição: California Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h24
Classificação: 18 anos
País: Reino Unido
Gênero: terror