13 dezembro 2023

"Uma Carta para Papai Noel" - um filme para ser assistido com o olhar de uma criança

No longa, o bom velhinho atende a um pedido e vem ao Brasil para desvendar o mistério do desaparecimento dos presentes de
crianças órfãs (Fotos: Okna Produções)


Maristela Bretas


Fazer um filme para a criança pode parecer muito fácil, mas não é bem assim. Mesmo a criança não se preocupando em analisar se a interpretação foi boa, se tem erro de continuidade, se tem defeitos visuais. A pureza no olhar de uma criança, especialmente para um filme sobre Natal e Papai Noel, é diferente do olhar de um adulto. "Uma Carta para Papai Noel", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, é exatamente isso: uma produção que tem magia, emoção, encanto, o bom velhinho e seus divertidos ajudantes, voltado para crianças de até sete anos e para a família. 


No longa, Papai Noel (papel de José Rubens Chachá) recebe uma carta de Jonas (Caetano Rostro Gomes), de 8 anos que vive em uma casa de acolhimento. Ele quer saber como o bom velhinho está passando, o que faz na vida quando não é Natal e aproveita para perguntar por que ele e seus amigos nunca receberam presentes. O bom velhinho fica emocionado e resolve vir ao Brasil investigar esse mistério. Além da parte de estúdio, foram escolhidas para as locações das filmagens as cidades gaúchas de Porto Alegre, Viamão e Santa Tereza. 


Dirigido por Gustavo Spolidoro, o filme tem algumas falhas e até situações fora de propósito, com algumas cenas que lembram uma viagem psicodélica, que somente um adulto vai perceber. Mas na sessão que eu fui no @Cineart havia uma criança com a mãe e o olhar dela foi diferente, de encantamento. Ela se emocionou, bateu palmas, curtiu muito. Se o objetivo do diretor e dos produtores era atingir o coração deste público infantil, eles conseguiram, até mesmo de alguns marmanjos.


Além de Caetano Rostro, os demais personagens infantis são interpretados por Mariana Lopes (Alana), Lívia Borges Meinhardt (Beca), Cecília Guedes (Pri) e Theo Goulart Up (Cabeleira), que receberam a preparação de Adriano Basegio (que também faz uma ponta como o Sr. Peabody). 

Também no elenco adulto estão as atrizes Totia Meirelles (Mamãe Noel), Polly Marinho (que interpreta Tatá, a engraçada e sem noção ajudante do Papai Noel), e Elisa Volpatto (Leia, administradora da casa de acolhimento). 

Destaque para a trilha sonora, assinada por Arthur de Faria e parceria com Fernanda Takai, que gravou a música-tema,  e a participação da banda mineira Pato Fu com uma versão inédita do sucesso "Sobre o Tempo" (John Ulhoa, 1995), feita para o projeto infantil Música de Brinquedo, criado pelo grupo. 


Outro diferencial do filme "Uma Carta para Papai Noel" é que ele conversa com o público, especialmente no final. O elenco tem uma surpresa bem legal para a meninada e a família. Fica a dica: deixe o celular à mão, você vai precisar dele. 

E lembre que é um filme para toda a família para ser curtido no cinema, especialmente por ser uma produção brasileira, que precisa ser valorizada. Não se importe se há falhas, assista como criança, porque para ela o que vale é a magia e o encanto do Natal.


Ficha técnica:
Direção: Gustavo Spolidoro
Produção: Okna Produções
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: fantasia, família, infantil

10 dezembro 2023

SescTV lança “Amazônias, Um Manifesto”, que convida a enxergar a Amazônia sob uma nova perspectiva

Documentário registra a construção de espetáculo com 40 jovens das periferias de São Paulo, debatendo realidades amazônicas, questões climáticas, políticas e culturais (Fotos: Matheus José Maria/Divulgação)


Da Redação


Estreia nesta terça-feira (12) no SescTV, às 20 horas, o documentário "Amazônias, Um Manifesto", uma produção original do canal, com direção de Helena Bagnoli. O filme retrata o processo artístico-pedagógico do espetáculo amazonias - ver a mata que te vê [um manifesto poético], conduzido pela diretora Maria Thais.

Interpretado por 40 jovens – com idade entre 16 e 21 anos – em sua maioria moradores das periferias de São Paulo, ele debate as realidades amazônicas, as questões climáticas, políticas e culturais. A partir do mesmo dia, a produção também estará disponível sob demanda pelo sesctv.org.br/amazonias.


No documentário, o espectador conhecerá o processo criativo e formativo dos participantes da peça, que se envolvem com as diferentes etapas do fazer teatral – do trabalho com o corpo e com a voz, à dramaturgia, até o universo visual, figurinos e cenários. 

Tudo acontece enquanto estes jovens entrelaçam suas experiências pessoais com as inúmeras “amazônias” ao seu redor, descobrindo em seus próprios cotidianos urbanos a relação entre a pulsante produção das periferias das grandes cidades com as tradições ribeirinhas, quilombolas e dos povos originários.


Segundo Helena Bagnoli, cada um dos integrantes do elenco foi ouvido sobre suas impressões e atravessamentos, permitindo ao longo do espetáculo, refazer os caminhos percorridos por eles. A narrativa do documentário apresenta imagens que revelam a construção do percurso: aspectos das várias oficinas formativas, as escaladas individuais, os olhares diversos dos profissionais envolvidos, a estreia e a peça em si. 


“O resultado é uma discussão que alcança um potencial universal, seja pela pauta urgente sobre a Amazônia, seja sobre a certeza de que investimentos em formação de pessoas geram resultados rápidos e um importante capital social. Quatro dos participantes foram visitados em suas casas, em pontos diversos da cidade, para captá-los no seu cotidiano, com suas famílias. Uma dessas visitas foi na Aldeia Indígena do Jaraguá, de onde vinham três dos integrantes de origem guarani”, explicou a diretora.


Foram entrevistados também alguns dos participantes do projeto, entre eles, a diretora Maria Thaís, que detalha como se deu o desenho e a evolução das questões artístico-pedagógicas. 

Outras entrevistadas são a poeta e escritora Márcia Kambeba, que participou do núcleo de dramaturgia e deu uma oficina para os participantes, a artista Naine Terena, que também trabalhou com os jovens e trouxe os conceitos visuais que nortearam a concepção do cenário e figurino.


Serviço:
"Amazônias, Um Manifesto"
Direção: Helena Bagnoli
Estreia no SescTV: 12/12, terça às 20h.
Reapresentações: Dia 15/12, sexta, 21h; 17/12, domingo, 19h.
Assista também online: sesctv.org.br/noar
Censura: Livre
Duração: 61 minutos
Produção: B+W
Realização: SescTV