Quem não ama uma história de amor? Agora, imagina se apaixonar pela mesma garota que seu melhor amigo gosta. Em "Beleza Verdadeira" ("True Beauty"), dorama disponível na Netflix, Lim Ju-kyung (Moon Ga-young) passa por essa situação. Complicado demais, não é verdade?
No dorama, uma estudante esconde seu passado e aprende técnicas de maquiagem que a tornam popular na escola. Lee Su-ho (Cha Eun-woo) e Han Seo-jun (Hwang In-yeop) disputam o coração da protagonista.
Além de superar traumas do passado, ela vai começar a viver novas experiências, não só com os amigos, mas também em família.
Os episódios abordam assuntos importantes como suicídio, bullying e relação com os pais. O melhor de tudo é a trilha sonora, que faz o espectador ficar mais apaixonado pelo enredo da série.
Primeiro amor, amizades e muita música, tudo bem produzido, dá vontade de sair do Brasil e viver na Coreia do Sul, onde é ambientada essa história.
Um ponto positivo é a atuação de Park Yoo-na ("A Man Of Reason" - 2022), uma personagem intrigante, que mostra sua personalidade forte, e também revela segredos ao decorrer dos 16 episódios.
Os demais integrantes do elenco atuam muito bem, todos os personagens têm protagonismo e as histórias se desenvolvem bem, ajudando o espectador a se envolver no enredo.
Um ponto negativo são as poucas cenas de Jin Seo-yeon (Chani) que tem uma importância essencial no dorama, mas aparece pouco, faltando contar mais sobre a história dele.
Então, não perca tempo, e venha embarcar nessa aventura, cheia de amor, pela busca da beleza verdadeira.
Ficha técnica:
Direção: Kim Sang-hyub Produção: tvN Exibição: Netflix Duração: 1 temporada - 16 episódios Classificação: 14 anos País: Coreia do Sul Gêneros: dorama, comédia, romance
Novo longa de Aki Kaurismäki está na shortlist do Oscar 2024 e foi nomeado ao Globo de Ouro (Fotos: Pandora Film/Sputnik Oy)
Carolina Cassese
Comédias românticas geralmente apresentam uma estrutura similar: o par se conhece aleatoriamente, passa por uma série de desencontros e luta para finalmente ter uma chance de testar o tal do “felizes para sempre”.
Apesar de dialogar com essa tradição, “Folhas de Outono” ("Kuolleet Lehdet"), o mais novo filme de Aki Kaurismäki, está longe de ser apenas mais um filme do gênero. O longa, que integra a shortlist do Oscar e foi indicado a diversas premiações da temporada, impressiona por tratar de temas densos e variados com uma sutileza ímpar.
Atualmente em cartaz no UNA Cine Belas Artes e Centro Cultural Unimed-BH Minas (e, em breve, disponível na plataforma de streaming Mubi), a produção é centrada nos personagens Ansa (Alma Pöysti) e Holappa (Jussi Vatanen), dois moradores de Helsinque.
Eles se conhecem num karaokê e, a partir desse encontro, começam a se esbarrar em diferentes pontos da cidade. Ao longo da narrativa, nos deparamos com diversos quadros que exibem um esquema de cores impressionante e, ainda, cenas que referenciam clássicos como “Rocco e Seus Irmãos” - 1960 (Luchino Visconti) e “Pierrot, Le Fou” (“O Demônio das Onze Horas”) - 2002 (Jean-Luc Godard).
Kaurismãki é conhecido por tratar de temas sociais e, mais especificamente, assuntos relacionados ao mundo do trabalho. “Folhas de Outono” não é uma exceção: os protagonistas do filme vivem e trabalham em condições bastante precárias.
Os acenos da narrativa a Charles Chaplin também podem ser entendidos como uma possível alusão a "Tempos Modernos" (1936), já que, em pleno século XXI, os personagens realizam tarefas bastante repetitivas em seus empregos e são frequentemente desrespeitados pelos patrões.
Em determinado momento, a personagem principal é humilhada na fábrica por comer um sanduíche que seria jogado fora; “Isso deveria estar no lixo”, diz o chefe. Ansa responde: “Pelo visto, eu também”.
Quando a protagonista liga o rádio para buscar alguma distração de seu duro cotidiano, acaba se deparando com os horrores da guerra entre Rússia e Ucrânia. Em diferentes momentos, Ansa demonstra incômodo e muda a estação para poder ouvir música.
Ao ler críticas de “Folhas de Outono” em sites de notícias, é extremamente significativo o fato de logo nos deparamos com notificações das abas “Guerra Israel-Hamas”, “Explosões no Irã” e “Acidente de avião no Japão”. A guerra entre Rússia e Ucrânia agora fica sem destaque não por ter acabado, mas por infelizmente ter se tornado um acontecimento “banal” em meio a tantas outras tragédias.
Nesse sentido, a perspectiva da personagem Ansa se torna ainda mais evidente: tentamos nos distrair com a arte, mas a dureza da realidade por vezes se impõe. Como escapar desse sentimento de impotência diante de sucessivos horrores?
Claro, o filme de Kaurismäki não está interessado em fornecer respostas prontas. Mas, ao longo da narrativa, os dois personagens conseguem encontrar bonitos momentos de respiro em meio aos problemas sociais e questões particulares, como a depressão e a dependência alcoólica.
Em comparação a longas-metragens de grande orçamento e com inúmeros efeitos especiais, “Folhas de Outono” pode parecer um filme pequeno - inclusive por durar “apenas” 81 min. No entanto, como pontuou a crítica Stephanie Zacharek na revista Time, “às vezes pequenos milagres aparecem em forma de filmes”. Ao considerarmos todos os méritos do longa e o quanto ele consegue nos tocar, essa fábula do cotidiano se torna grandiosa.
Ficha técnica Direção e roteiro: Aki Kaurismäki Produção: Sputnik Films e Pandora Film Produktion Distribuição: O2 Play Exibição: sala 3 do UNA Cine Belas Artes (sessão 14 horas) e sala 2 do Centro Cultural Unimed-BH Minas (sessão 21 horas) Classificação: 14 anos Duração: 1h21 País: Finlândia Gêneros: comédia, drama, romance