17 janeiro 2024

"Mergulho Noturno" - um terror que decepciona

A história gira em torno dos quatro integrantes de uma família e os ataques vindos de uma entidade que habita a piscina da casa deles (Fotos: Universal Pictures)


Maristela Bretas


Uma boa proposta que afunda na própria piscina e decepciona. Este é "Mergulho Noturno" ("Night Swim"), que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (18). O filme entrega poucas cenas de terror, tem um monstro tosco que só assusta na primeira aparição (o único berro de susto ouvido por todos na sessão de pré-estreia foi de uma amiga) e mais nada. 

Produzido pela Blumhouse, a mesma responsável por títulos do gênero como "A Freira" (2018), "M3gan" (2022) e “Five Nights at Freddy's - Pesadelo sem Fim" (2023), o longa, dirigido por Bryce McGuire é inspirado no curta-metragem homônimo de 2014. Difícil acreditar que uma produção de terror que tem como produtores James Wan e Jason Blum poderia se tornar o desperdício de um tema que tinha tudo para agradar quem gosta deste tipo de filme. 


"Mergulho Noturno" conta a história de Ray Waller (Wyatt Russell, de "Operação Overlord" - 2018) um ex-jogador de beisebol que foi forçado a se aposentar precocemente em função de uma doença degenerativa. Ele se muda com a esposa Eve (Kerry Condon, de "Os Banshees de Inisherin" - 2022), o filho Elliot (Gavin Warren) e a filha adolescente Izzy (Amélie Hoeferle, de "Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes" - 2023) para uma casa nova. Só não contavam com as forças sobrenaturais que habitavam justamente o local favorito das crianças: a piscina. 


O início do filme é até promissor. O diretor Bryce McGuire cria uma atmosfera de suspense e tensão, com imagens sombrias e uma trilha sonora inquietante. O público é rapidamente envolvido pela história e começa a se perguntar o que está acontecendo com a família.

Mas antes da metade do filme, o suspense já deixa de existir e as cenas de terror, já fracas, se tornam cada vez mais escassas, mesmo o diretor tendo afirmado em recente entrevista que o filme faria o público "perder o fôlego e roer as unhas nos cinemas".


Os jump scares, usados de forma excessiva, são previsíveis, não causam nenhum impacto e acabam perdendo a eficácia. O filme também peca por ser muito previsível, com uma reviravolta que é facilmente adivinhada. 

Apesar de ser um gênero que deveria causar susto e medo, o longa se concentra mais nas reações dos Waller ao que está acontecendo. E é a ótima atuação do elenco, especialmente da família, o ponto positivo de destaque. 

A piscina vilã, centro das atenções do filme, é pouco explorada e acaba ficando em segundo plano. A reviravolta é facilmente adivinhada, o filme dá pistas demais e tira o impacto. "Mergulho Noturno" pode até divertir os fãs do terror, mas é improvável que surpreenda ou assuste.


Ficha técnica
Direção e roteiro: Bryce McGuire
Produção: Atomic Monster e Blumhouse Productions
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h39
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: terror, suspense

15 janeiro 2024

Sorria, mas cuidado com as presas porque "Meu Cunhado é um Vampiro"

Leandro Hassum e Rômulo Arantes Neto protagonizam esta comédia que está provocando boas risadas
(Fotos: Netflix)


Filipe Matheus
Comentando Sucessos


Imagina receber seu cunhado em casa e descobrir que ele é um ser das trevas. Que medo! Pois é com esta história que Leandro Hassum está movimentando a internet e provocando boas risadas no filme "Meu Cunhado é um Vampiro", em exibição na Netflix.

Fernandinho (Hassum) é um pai de família tranquilo, comentarista de podcast e ex-jogador de futebol. Sempre alegre e divertido, vive uma vida feliz com a esposa e os filhos até a chegada de Gregório (Rômulo Arantes Neto), um cunhado preguiçoso que tem hábitos estranhos, entre eles, gostar de sangue.

A história do filme se torna intrigante quando Fernandinho precisa provar para a família que o irmão de sua esposa Vanessa (Monique Alfradique) é um vampiro que está atacando pessoas na cidade. Mas ninguém acredita nele.


Embora Hassum apresente nuances legais, sua interpretação se assemelha a de outros personagens desempenhados por ele. Faltou algo inovador para tornar o longa diferenciado e mais dinâmico.

Mel Maia, Edson Celulari, Eliezer Motta e Antônio Fragoso compõem o restante do elenco dessa comédia vampiresca, que ainda conta com a ótima atuação de Renata Brás (integrante do humorístico "A Praça é Nossa", do SBT), como a vilã Michele. Uma comédia repleta de talentos que entregam uma divertida experiência cinematográfica. 


Um ponto positivo é ver a versatilidade de produções sobre vampiros e figuras sobrenaturais e exóticas no cinema nacional. Na televisão, Chico Anysio já era sucesso nas décadas de 1980 1990 com o personagem Bento Carneiro, o vampiro brasileiro que se dava mal quando procurava sangue em suas aventuras. 

A novela "Vamp" também explorou bem o assunto, deixando o Brasil ansioso por cada capítulo em 1991.


"Meu Cunhado é um Vampiro" tem roteiro de Paulo Cursino, conhecido por colaborar em outras produções com Hassum, como "O Candidato Honesto" (2014) e "Até Que a Sorte nos Separe - Falência Final" (2016), sempre trazendo um texto cativante para os espectadores.

A trilha sonora alegra quem assiste ao longa, especialmente com o sucesso musical "Mistérios da Meia-Noite", de Zé Ramalho, que deixa o filme com ares de um divertido e sombrio mistério. Então, prepare o alho, a água benta e o crucifixo, porque os vampiros estão soltos e atrás de sangue e gargalhadas.


Ficha técnica:
Direção: Alê McHaddo
Roteiro: Paulo Cursino
Exibição: Netflix
Duração: 1h28
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: Comédia