Produção japonesa surpreende o público com sua abordagem original e inovadora (Fotos: Toho Co.) |
Maristela Bretas
Com um orçamento de cerca de US$ 15 milhões e uma equipe reduzida, "Godzilla Minus One" é uma das estreias mais esperadas das plataformas virtuais, com a Prime Vídeo podendo sair na frente. Depois de se tornar o primeiro filme de língua não inglesa a abocanhar a estatueta do Oscar 2024 por Melhores Efeitos Visuais, a produtora japonesa Toho agora parte para o streaming.
O filme, que faturou até o momento mais de US$ 110 milhões, vai em busca do público que não conseguiu assistir nos cinemas e também aqueles que querem rever a produção. E até mesmo comparar com versões norte-americanas, como a que está no cinema - "Godzilla e Kong: Um Novo Império" -, ou mesmo com "Godzilla", de 2014.
A história de "Godzilla: Minus One", do diretor e roteirista Takashi Yamazaki, se passa no Japão pós-Segunda Guerra Mundial, um país devastado e em busca de reconstrução. É nesse contexto que surge o temível kaiju, chamado de Godzilla, um monstro gigante que representa a fúria da natureza e os horrores da guerra.
O protagonista, Kōichi Shikishima (interpretado por Ryunosuke Kamiki), é um piloto kamikaze que carrega a culpa por ser um sobrevivente do conflito.
Em busca de redenção para defender pessoas queridas e vingar a morte de seus companheiros, ele parte em uma missão que vai enfrentar o titã. Essa jornada é repleta de emoções e reflexões sobre o passado e o futuro do Japão.
"Godzilla Minus One" é um filme que surpreende o público com sua abordagem original e inovadora. Ele não se limita a ser um filme de monstros.
Ao invés de focar na destruição das cidades, típica do gênero, o longa aborda temas relevantes como o trauma da guerra, a culpa, a redenção e a busca por um futuro melhor. Essa profundidade o torna mais interessante e instigante.
Mesmo com um orçamento baixo se comparado a outras produções, o longa apresenta efeitos especiais impressionantes empregados pelo estúdio Shirogumi.
Produzido por uma equipe de apenas 35 funcionários, com 610 quadros, em oito meses de duração, o filme foi criado com detalhes realistas e movimentos mais naturais, tornando as cenas de ação eletrizantes e memoráveis. Confira o trabalho desta equipe clicando aqui.
O longa conta ainda com atuações bem convincentes. Como a de Ryunosuke Kamiki, que transmite de forma impecável a angústia e a determinação de Kōichi. O restante do elenco também entrega boas interpretações e contribui para a qualidade superior do filme.
Sucesso inesperado
O baixo orçamento para uma produção com ótimos efeitos especiais e a boa bilheteria mundial estão gerando polêmica no mercado cinematográfico, especialmente após o Oscar.
Isso demonstra a qualidade do trabalho realizado pela equipe de produção e a força da história do filme, que superou grandes produções ao conquistar o Oscar, feito que não ocorreu com outros longas do gênero. Como por exemplo, os recentes "Godzilla II: Rei dos Monstros" (2019) e "Godzilla vs Kong" (2021), que custaram US$ 165 milhões e US$ 170 milhões, respectivamente.
Independente da polêmica, "Godzilla Minus One" tem uma história emocionante, efeitos especiais marcantes, atuações sólidas e temas relevantes.
O longa é um prato cheio para quem busca uma experiência cinematográfica diferenciada, oferecendo uma nova perspectiva sobre um gênero clássico. Recomendo para os fãs de filmes de monstros, dramas históricos e crítica social.
Ficha técnica:
Direção, roteiro e supervisor de efeitos visuais: Takashi YamazakiProdução: Toho Co.
Distribuição: Sato Company
Exibição: ainda sem data de estreia no Prime Vídeo
Duração: 2h04
Classificação: 12 anos
País: Japão
Gêneros: aventura, ação, ficção científica