14 maio 2024

“A Estrela Cadente” é tentativa de paródia que não chega onde deseja

Tim e Kayoko tentam encontrar um sósia para trocar a identidade do amigo Boris, interpretado por Dominique Abel (Fotos: Pandora Filmes)
   

Eduardo Jr.


Chega aos cinemas no dia 16 de maio o longa “A Estrela Cadente” ("L´Étoile Filante"). Dominique Abel e Fiona Gordon protagonizam e ainda assinam o roteiro e a direção do longa. Distribuída pela Pandora Filmes, esta é uma comédia que se pretende paródia de filmes policiais. E fica mesmo na pretensão. O filme poderá ser conferido no Centro Cultural Unimed-BH Minas.

O longa conta a história de Boris, um fugitivo que leva uma vida tranquila atrás do balcão de um bar. Até que o passado o encontra, na forma de um assassino amputado que carrega uma arma no braço mecânico - e perde esse braço quando tenta atirar em Boris. 


Este cartão de visitas parece dizer que o filme será uma comédia. Mas o flerte com o cinema mudo, com cenas alongadas, de trabalho corporal dotado de um certo exagero e recheado de caras e bocas, tiram a graça de cena para dar lugar ao cansaço. 

A promessa de reviravolta vem quando Tim (Philippe Martz) e Kayoko (Kaori Ito), amigos do protagonista, encontram Dom, um homem idêntico a Boris, e trocam os dois de lugar. 

O que teria tudo pra ser um pastelão e arrancar risos, acaba perdendo força, pois em certos momentos os dois homens (vividos por Dominique Abel) parecem se adaptar às novidades. 


Em linhas gerais, o filme reúne um grande esforço pra colocar tudo na conta do destino (que faz com que a detetive do caso, Fiona, interpretada por Fiona Gordon, seja justamente a ex-mulher do fugitivo). 

Atuações que parecem misturar mímica e palhaçada, e uma junção de personagens estranhos em cenas que não têm muito pra contar. Se o resultado desejado era se aproximar do ridículo, o longa consegue abraçar com louvor esse objetivo.   


Se na história do cinema temos obras que trazem detetives atrapalhados, situações non sense, e roteiros de comédia afiados, aqui não é exatamente o caso. 

“A Estrela Cadente” é um filme sonso. Tem a intenção de ser uma paródia de filmes policiais e investigativos, mas é apenas mais uma cópia fraca. Se você tem 98 minutos disponíveis, boa sorte.  


Ficha Técnica:
Direção, roteiro e produção: Dominique Abel e Fiona Gordon
Distribuição: Pandora Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h38 minutos
Classificação: 12 anos
Países: Bélgica, França
Gêneros: comédia, policial

10 maio 2024

"Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2” continua fraco em sua narrativa

Terror é apenas uma sequência um pouco melhor que o filme original (Fotos: Imagem Filmes)


Marcos Tadeu


Com uma narrativa fraca e aproveitando o sucesso do filme original, o longa "Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2" ("Winnie-The-Pooh: Blood And Honey 2"), dirigido por Rhys Frake-Waterfield, ainda pode ser conferido nos cinemas. 

Como no primeiro, a sequência se baseia nos contos de fadas que, após cair em domínio público, ganhou versões de terror, criando situações assustadoras e  chocantes com os personagens, que agora não são mais os fofinhos dos desenhos.


Nesta continuação, após escapar dos horrores do Bosque dos 100 Acres, Christopher Robin (Scott Chambers) enfrenta o descrédito em sua pequena cidade, assombrado pelas memórias de seu irmão sequestrado e pelos eventos sombrios que testemunhou. 

Fazendo terapia e hipnose, ele luta para desvendar o mistério por trás dos recentes assassinatos brutais que estão ocorrendo na comunidade. 


Todos suspeitam dele, mas Christopher sabe que seus antigos amigos de infância, Pooh (Ryan Oliva), Leitão (Eddy MacKenzie), Corujão (Marcus Massey) e Tigrão (Lewis Santer) estão por trás desses eventos. 

Determinado a proteger sua irmã Lexy (Tallulah Evans) e a cidade, Christopher embarca em uma jornada para descobrir a verdade antes que seja tarde demais.

O longa merece crédito por ser melhor que o original, mas esse é seu único ponto positivo. Ele avança na história ao explorar mais o comportamento dos amigos de Pooh e os conflitos de Christopher Robin diante da situação que está vivendo. Ao contrário do primeiro filme. 


Temos novas participações, como a do Tigrão, que apesar de prometer muito no longa original, ficou apenas como um coadjuvante de luxo nesta continuação. Quem dita as regras agora é o Corujão, que mais parece um urubu com fantasia de shopping, mas que convence com suas falas e o tom ameaçador. 

Pooh continua sendo o protagonista, vingando seus amigos e “tacando o terror”. Mais brutal em relação ao original, o longa deixa claro que o terror slasher de qualidade duvidosa pode agradar apenas quem curte vísceras, sangue e mortes das mais variadas formas.


“Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2” continua sendo um filme fraco, por mais que tente explorar novos elementos e se consagrar como franquia. Ainda teremos um terceiro filme, quase um Multiverso  de Contos de Fadas, previsto para os próximos anos. O que prova que ainda há público para este gênero. 

Trata-se de um filme que só vale a pena assistir pela curiosidade em ver personagens da infância numa versão assustadora e cruel. Se seguir os moldes do primeiro, poderá conquistar grande bilheteria, mas tem de gostar muito.


Ficha técnica:
Direção: Rhys Frake-Waterfield
Distribuição: Imagem Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h40
Classificação: 18 anos
País: EUA
Gênero: terror slasher