21 maio 2024

"Morando com o Crush", uma comédia romântica para se apaixonar

Uma peça pregada pelo destino coloca Luana e Hugo morando sob o mesmo teto como irmãos; agora eles precisam esconder sua paixão  (Fotos: Paris Filmes)


Filipe Matheus

Com uma narrativa doce, abordando a experiência e o amor na adolescência, chega aos cinemas nesta quinta-feira a comédia romântica "Morando com o Crush" que promete entregar humor e muita nostalgia.

Na história, Luana (Giulia Benite, de "Turma da Mônica - Lições", 2021) e Hugo (o estreante no cinema, Vitor Figueiredo) são apaixonados desde a infância. Quando seus pais começam a namorar e decidem aceitar uma proposta de emprego e morar juntos na mesma casa, em uma cidade no interior. 


As mudanças complicam a relação dos jovens. Eles agora precisam aprender a conviver e lidar com a nova dinâmica familiar, escondendo os sentimentos que têm um pelo outro. 

O relacionamento dos pais acabou provocando uma situação delicada: agora eles são considerados praticamente "irmãos” e fazem parte de uma única família.


Fábio (Marcos Pasquim, de "Juntos e Enrolados" - 2022) e Antônia (Carina Sacchelli) interpretam o pai de Luana e a mãe de Hugo, tornando a trama mais divertida e dinâmica. Se não fosse por eles, o amor e o amadurecimento dos filhos não seriam possíveis. 

Juliana Alves ("O Sequestro do Voo 375" - 2023) desempenha um bom papel como Karina, diretora da escola. A atriz poderia ter mais tempo de tela, o que deixaria o roteiro mais interessante e divertido.


A trilha sonora, composta por Silvio Marques, é perfeita, variando de "Coisa Linda", de Tiago Iorc, a "Toda Forma de Amor", de Lulu Santos. Isso faz com que o espectador se apaixone ainda mais e se envolva profundamente na narrativa do filme.

Com bom humor e uma mensagem positiva, "Morando com o Crush" entrega um diálogo simples e um roteiro com muitos clichês de filmes de romance. Indicado para todas as idades, é um convite para que o público embarque nessa aventura. 


Ficha técnica:
Direção: Hsu Chien
Roteiro: Sylvio Gonçalves
Produção: Paris Entretenimento, coprodução Paramount Pictures e Simba Content e apoio Telecine
Distribuição: Paris Filmes
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h30
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: romance, comédia

20 maio 2024

"Amigos Imaginários" é o reencontro com as emoções da infância que faz a gente chorar

Longa tem roteiro simples e bem conduzido, que remete a um mundo de fantasia (Fotos: Paramount Pictures)


Maristela Bretas


Se a intenção do diretor, roteirista e produtor John Krasinski era fazer com que uma história simples levasse às lágrimas apenas explorando as emoções e a imaginação, ele conseguiu bem demais. Impossível não tirar o lencinho da bolsa e ficar imune ao longa "Amigos Imaginários" ("If"), em cartaz nos cinemas.

O filme demora para entrar no mundo da fantasia dos personagens que um dia ocuparam a vida de milhões de crianças. Mas a partir do momento que surge o mais fofo deles - Blue (que é roxo), não tem como não se envolver com a história. 


Krasinski também tem importante papel no longa, como o pai da adolescente Bea (Cailey Fleming). Ele e a esposa criaram a filha mostrando que a fantasia e a imaginação são importantes na vida, especialmente nos momentos difíceis. 

Tudo começa quando a jovem precisa se mudar para a casa da avó (a veterana atriz Fiona Shaw) onde passou a infância com os pais. Após a morte da mãe e a doença do pai, Bea se sente deslocada e é incentivada pelo pai a reencontrar sua criatividade. 


Sem perceber o que estava acontecendo, ela começa a ver e interagir com os "migs", que só podem ser vistos por quem abre seu coração para as lembranças e emoções do passado. O encontro com Cal, que tem a aparência humana, vai mudar sua vida e a de todos à sua volta.

Ryan Reynolds está muito bem no papel de Cal, um cara que guarda mágoas do passado, mas que tenta ajudar os migs a reencontrarem seus amigos. O ator deixa de lado a ironia de "Deadpool" para apresentar um personagem que tenta recuperar a alegria de um dia ter sido amado por alguém. A presença de Bea faz com que ele deixe de ser o adulto antipático e mal-humorado para voltar a ficar de bem com a vida.


Destaque para Cailey Fleming, que entrega uma Bea abalada com a perda da mãe e a doença do pai. Mas que reencontra a felicidade ao ajudar os novos amigos diferentões. A jovem atriz (que interpretou a personagem Rey quando menina em "Star Wars: A Ascenção Skywalker" - 2019) se sai muito bem e vai conquistando o público ao longo da trama.

Mas as estrelas da produção são realmente os "Amigos Imaginários". Cada um, com sua história, só quer voltar a ser feliz junto com suas crianças, que agora cresceram e não se lembram mais deles. 

As personalidades são as mais diversas, reproduzindo o que cada uma de suas crianças sentia na época - alegres, faladoras, tímidas, medrosas, ousadas, histéricas, atrapalhadas, mas, acima de tudo, confiantes em seus migs.


O filme é colorido, vibrante, especialmente por causa dos personagens do mundo da fantasia. Enquanto os migs com suas trapalhadas encantam as crianças na plateia, é a pureza das boas lembranças do passado e os reencontros com seus antigos amigos que fazem os adultos se emocionarem e as lágrimas brotarem nos olhos.

Na versão dublada, a voz de Blue é do ator Murilo Benício, enquanto a boneca bailarina Blossom é dublada por Giovanna Antonelli. Até o filho do casal, Pietro, tem participação dando voz ao amigo Fantasma.

Na legendada, grandes nomes do cinema emprestam suas vozes aos "Amigos Imaginários": Emily Blunt (Unicórnio); Matt Damon (Sully); Steve Carell (o fofíssimo e engraçado Blue); Phoebe Waller-Bridge (a boneca Blossom), além de Brad Pitt, Bradley Cooper, George Clooney, Awkwafina, Sam Rockwell, Maya Rudolph, e muitos outros. 


A trilha sonora ganhou a batuta de Michael Giacchino, responsável por sucessos como as franquias "Jurassic World" (2015 a 2022), "Homem-Aranha" (2017 a 2021), "Planeta dos Macacos" (2014 a 2017), "Star Trek" (2009 e 2016), "Missão Impossível" (2006 a 2011), além de animações como "Divertida Mente" (2015), "Ratatouille" (2007) e "Viva - A Vida é Uma Festa"(2017) e dezenas de trilhas de outras obras cinematográficas.

Fica um alerta: após todos os créditos há uma homenagem especial ao ator Louis Gossett Jr., que faleceu em março deste ano, e fez a voz do sábio urso de pelúcia Lewis. 

Não perca a oportunidade de se emocionar e até lembrar de seu Amigo Imaginário da infância. Ah, não se esqueça de levar um lencinho. E se alguém descobrir quem foi a criança de Lewis, me conte, por favor.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: John Krasinski
Produção e Distribuição: Paramount Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h44
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: família, fantasia, comédia, aventura