Filme do mineiro Rafael Conde aborda impactos pessoais na vida do biografado (Fotos: Luis Abramo) |
Eduardo Jr.
Se você acha que o tema “ditadura” já teve suas abordagens esgotadas, pode se ver fisgado pelo novo filme do cineasta mineiro Rafael Conde. “Zé” chega às telonas nesta quinta-feira (29), distribuído pela Embaúba Filmes, e resgata a história verídica de José Carlos Novais da Mata Machado, uma das lideranças do movimento estudantil que foi perseguido e morto pelo regime militar.
O filme é baseado no livro de mesmo nome, escrito pelo cearense Samarone Lima, que investigou documentos da época e entrevistou familiares, amigos e outros militantes. Mas o longa se destaca dos demais por ser quase asséptico. Não espere encontrar soldados de farda, sangue ou cenas de tortura. O impacto na vida do protagonista e das pessoas ao redor é que estão em foco.
Caio Horowicz dá vida a Zé e emoção às cartas que o militante enviava à família. Morto aos 27 anos, o jovem se dedicou a levar alfabetização e conscientização política a camponeses no Nordeste. Pagou com a própria vida.
No elenco principal estão também Eduarda Fernandes (Bete), Samantha Jones (Grauninha), Rafael Protzner (Gilberto), Yara de Novaes (Dona Yedda), Gustavo Werneck (Edgar) e Alexandre Cioletti (Hélio), além das crianças Richard Paes, Henrico Kneip, Miguel Dias e Ravi Oter.
Neste longa, o espectador em alguns momentos é colocado mais próximo das ações. As câmeras e sequências conseguem provocar suspense, e até antipatizar com algumas personagens. Mas vale a dica para manter os ouvidos atentos, pois o áudio pode deixar a desejar em algumas cenas.
No geral, é uma obra diferente, que nos enriquece sobre o debate moral e político desse período da nossa história a ser lembrado e nunca mais repetido.
Direção: Rafael Conde
Roteiro: Anna Flávia Dias e Rafael Conde
Produção: Filmegraph
Distribuição: Embaúba Filmes
Exibição: sala 2 do Centro Cultural Unimed-BH Minas e sala 2 do Cine UNA Belas Artes
Duração: 2 horas
Classificação: 14 anos
País: Brasil
Gênero: drama