09 outubro 2024

"Robô Selvagem", uma animação comovente e forte candidata ao Oscar

Roz é uma máquina que terá que se reprogramar para conseguir sobreviver ao novo mundo e seus habitantes (Fotos: DreamWorks Animation)


Maristela Bretas


Lindo, comovente, cheio de aventuras e capaz de derreter muitos corações. Este é "Robô Selvagem" ("The Wild Robot"), animação que estreia nesta quinta-feira (10), nos cinemas e promete encantar crianças e adultos ao abordar temas universais como família, aceitação das diferenças e a importância da amizade.

A história reúne natureza e tecnologia num mesmo espaço e gira em torno da robô Roz (voz de Lupita Nyong'o, de "Nós" - 2019 e dublagem de Elina de Souza em português). Ela cai em uma ilha isolada e ao abrir os olhos pela primeira vez não tem a menor ideia de como foi parar ali.


Para sobreviver à vida selvagem, Roz precisará se reprogramar para o novo ambiente e conquistar a confiança dos habitantes locais, alguns até bem ferozes. Uma tarefa que se torna ainda mais complexa quando um acidente a transforma em "mãe" adotiva de um filhote de ganso, batizado de Bico Vivo (vozes de Boone Storme quando bebê e do ator mirim Vicente Alvite; quando adulto, Kit Connor e Gabriel Leone, de "Eduardo e Mônica" - 2022).

"Robô Selvagem" é baseado no best-seller infantojuvenil homônimo de 2016, do escritor e ilustrador Peter Brown, que originou duas sequências literárias - "The Wild Robot Escapes" (2017) e "The Wild Robot Protects" (2023). Ainda sem tradução no Brasil, as duas obras também se tornaram sucesso e ganhadoras de prêmios literários.


A narrativa é rica em metáforas sobre o amadurecimento e a construção de laços. Rozzum 7134, chamada de Roz, é uma robô, inicialmente vista como uma estranha, reflete a jornada de qualquer indivíduo que busca ser aceito em um novo ambiente. A direção e o roteiro são de Chris Sanders, três vezes indicado ao Oscar e responsável pela franquia "Como Treinar Seu Dragão" (2010 a 2019), também da DreamWorks Animation.

A relação que se desenvolve entre ela, o pequeno Bico-Vivo e a raposa Astuto (dublagens de Pedro Pascal, das séries "The Last of Us" - 2023 - e "The Mandalorian" - 2019 a 2023; e Rodrigo Lombardi) traz à tona a beleza da diversidade. Mostrando que a união entre diferentes espécies – e, por extensão, diferentes indivíduos – pode resultar em uma verdadeira família.


Visualmente, "Robô Selvagem" é um deleite. A animação apresenta um estilo vibrante e cativante, com cores vivas que tornam a ilha um lugar mágico, onde cada canto parece pulsar com vida. A trilha sonora, cuidadosamente escolhida, complementa a experiência, realçando os momentos de tensão e alegria.

A obra traz lições sobre aceitação e amor familiar abordadas de maneira sensível, que nos fazem rir e chorar. Inicialmente, Roz age como um robô de serviços gerais, mas ao longo da trama, a emoção vai ocupando lugar na programação automatizada, quase como se ele tivesse um coração de verdade.

A química entre os protagonistas é um dos pontos altos do filme. A dinâmica entre Roz, Bico-Vivo e Astuto traz humor e emoção, tornando a jornada deles não apenas uma busca por aceitação, mas também uma celebração das diferenças que nos tornam únicos.


No elenco de dubladores estão também outros nomes conhecidos do cinema: Catherine O'Hara ("Os Fantasmas Ainda Se Divertem - Beatlejuice, Beatlejuice" - 2024), como a gambá Pinktail; Bill Nighy ("A Livraria" - 2018) no papel do ganso Longneck; Mark Hamill (franquia "Star Wars" - 1977 a 2019 e "O Menino e a Garça"), como Thorn; Stephanie Hsu ("Tudo em Todo o Lugar ao mesmo Tempo" - 2022, e "O Dublê" - 2024), dando voz à robô Vontra; Ving Rhames (franquia "Missão: Impossível" - 1996 a 2025), e Matt Berry ("O Que Fazemos nas Sombras" (2014) e a franquia Bob Esponja).

A DreamWorks acertou em tudo. "Robô Selvagem" é uma animação encantadora que consegue transmitir mensagens valiosas e deixar a sensação de quero mais. É uma experiência que vale a pena ser vivida no cinema, especialmente por famílias que buscam um filme que reúne diversão e reflexões profundas. E não se esqueça de levar o lencinho!


Ficha técnica
Direção e roteiro: Chris Sanders
Produção: DreamWorks Animation, Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h42
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: animação, aventura, família, infantil

07 outubro 2024

"Até o Limite", com Mel Gibson, ganha segunda chance no Adrenalina Pura

Canal de streaming adicionou o filme de 2022 a seu catálogo de mais de 400 longas (Fotos: Divulgação)


Eduardo Jr.


O longa "Até o Limite" (2022) do diretor Romuald Boulanger, reaparece para o público brasileiro. Especializado em filmes de ação, suspense e terror, o canal de streaming Adrenalina Pura adiciona ao seu catálogo de mais de 400 filmes a obra protagonizada por Mel Gibson. 

Ele vive Elvis Cooney, um apresentador de rádio que recebe, ao vivo, a ligação de um desconhecido que ameaça matar sua família. Para salvar a esposa e a filha, será preciso entra no jogo do agressor e sobreviver. 


A princípio, a música tira o filme do lugar de suspense - e até demora a chegar nesse ponto. O texto e a interpretação trazem um quê teatral. Talvez pelo fato de muitos de nós estarmos acostumados a ver Mel Gibson dublado na franquia "Máquina Mortífera", e não modulando uma voz grave em uma rádio.

Exceto pela presença de Gibson, o restante do elenco é pouco conhecido: William Moseley, Kevin Dillon, John Robinson, Nadia Farès, entre outros.


Apesar dessas críticas, em meia hora de exibição, o espectador já quer saber quem é o agressor e a motivação dele. As cenas seguintes trazem jogos sádicos, bomba, a revelação da identidade do agressor e mais tensão. 

O longa guarda uma sequência de plot twist's. Mas definir o resultado como satisfatório, aí são outros quinhentos. Para conferir, basta acessar o streaming, que disponibiliza seu catálogo nos canais Prime Video, Apple TV e Claro TV+. 

O canal liberou também filmes que não são fáceis de serem encontrados por aí, como o policial "As Duas Faces da Lei" (2008) com Robert De Niro e Al Pacino, e o suspense norueguês "Mar em Chamas" (2021). A assinatura custa R$ 14,90, e pode ser feita pelo site https://www.adrenalinapura.com


Ficha Técnica:Direção e roteiro: Romuald Boulanger
Exibição: Canal Adrenalina Pura, Prime Video Channels, Apple TV e Claro TV+
Duração: 1h44
Classificação: 14 anos
País: EUA
Ano: 2022
Gênero: suspense