30 dezembro 2024

Cinema no Escurinho e parceiros escolhem os melhores filmes de 2024


Nossa Redação


O blog Cinema no Escurinho preparou sua tradicional lista com os cinco melhores e os cinco não recomendados que foram assistidos por alguns de seus colaboradores no ano de 2024. Neste primeiro post, vamos mostrar quais foram nossos preferidos. E deixar para divulgar na próxima postagem o que não indicamos

A lista dos longas que mais agradaram entre os exibidos no ano de 2024 ficou equilibrada. O brasileiro "Ainda Estou Aqui", pré-selecionado para entrar na disputa pelo Oscar 2025 de Melhor Filme Internacional, obteve o maior número de votos. 

"Robô Selvagem" - DreamWorks Animation

Na sequência estão a linda animação “Robô Selvagem" e o polêmico "Guerra Civil", com Wagner Moura e Kirsten Dunst. As duas listas respeitam a ordem de escolha do colaborador. Clicando nos links de alguns filmes é possível saber mais sobre eles e ler as críticas da equipe do blog.

Carol Cassese
- O Quarto ao Lado
- A Substância
- Ainda Estou Aqui
- Wicked
- Inverno em Paris

Eduardo Jr.
- Ainda Estou Aqui
- Wicked
- Robô Selvagem
- Guerra Civil
- Não Solte


"Guerra Civil" - Diamond Films

Filipe Matheus

Parceiro do blog Maravilha de Cinema
- Guerra Civil
- Robô Selvagem
- Sorria 2
- Ainda Estou Aqui
- As Polacas


Jean Piter Miranda
- Robô Selvagem
- Guerra Civil
- Deadpool & Wolverine
Alien: Romulus

"Deadpool & Wolverine" - Marvel

Marcos Tadeu
Parceiro do blog Jornalista de Cinema
- Robô Selvagem
- Ainda Estou Aqui
- A Substância
- Mufasa: O Rei Leão
- Guerra Civil


Maristela Bretas
- Robô Selvagem
- Guerra Civil
- A Substância
- Ainda Estou Aqui
- Deadpool & Wolverine

A categoria em que foram incluídos alguns títulos pode agradar ou não vocês, seguidores do blog. Comentem aqui o que acharam de nossas escolhas, lembrando que não serão aceitas ofensas pessoais ou palavrões.


25 dezembro 2024

"O Auto da Compadecida 2" - uma sequência de nostalgia, diversão e uma forte amizade

Matheus Nachtergaele e Selton Mello retornam com seus carismáticos personagens João Grilo e Chicó
(Fotos: Laura Campanella)


Maristela Bretas


Passados 25 anos desde o filme original, estreia nesta quarta-feira de Natal a tão esperada produção "O Auto da Compadecida 2". Mesmo não havendo uma sequência da obra literária de Ariano Suassuna, o novo filme buscou no original - "O Auto da Compadecida" (2000) - o que havia de melhor. 

A começar por João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello), que retorna com mais emoção, piadas, golpes e uma amizade ainda mais forte. A dupla entrega tudo o que era esperado, com ótimas atuações, criando situações cômicas e emocionantes que fazem até um cisco cair nos olhos. 


Nem o tempo foi capaz de separar estes dois carismáticos trambiqueiros. A cumplicidade e a sintonia dos dois atores é o forte de toda a história. Desaparecido por 20 anos desde que partiu após sua ressurreição graças à intervenção de Nossa Senhora, João Grilo retorna a Taperoá e encontra o velho companheiro Chicó. 

Ele vive da venda de santinhos esculpidos em madeira e de versos que contam a história do milagre do amigo que voltou da morte e agora é considerado quase um santo pelo povo. É Chicó quem narra toda a trama, em prosa e verso.


A dupla vai aproveitar para tirar proveito disso, se envolvendo na política local, usando umas "técnicas" novas que João Grilo aprendeu durante o tempo que viveu no Rio de Janeiro. Tudo com muito humor, piadas novas e velhas e a simplicidade que é a marca dos dois personagens.

A fama de João Grilo passa a ser cobiçada pelos dois políticos que disputam a prefeitura da mítica cidade, Coronel Ernani (Humberto Martins) e o comerciante Arlindo (Eduardo Sterblitch) como principal cabo eleitoral.


Já Chicó continua com suas mentiras e assumidamente um covarde de carteirinha, sempre se envolvendo em confusões amorosas perigosas e de sua capacidade de fazer todo "causo" virar um verso. Como "não sei, só sei que foi assim". 

Os diretores Guel Arraes e Flávia Lacerda utilizam muito bem os efeitos gráficos para apresentar a literatura de cordel nas histórias "espantosas, divertidas, trágicas e jamais imaginadas" de Chicó.


Além destes novos integrantes, o elenco também recebeu novos personagens e perdeu grandes nomes do filme anterior. Nossa Senhora/Compadecida agora é interpretada por Taís Araújo, que substitui Fernanda Montenegro. A atriz tem boa atuação, mas a responsabilidade de ocupar o lugar da maior atriz brasileira é grande demais.

Também estão no elenco Virgínia Cavendish, como Rosinha, mulher de Chicó; Fabiúla Nascimento, a Clarabela, filha do Coronel Ernani; Luis Miranda, no papel de Antônio do Amor, amigo carioca e trambiqueiro de João Grilo, entre outros. 


Outro que retorna, com mais destaque e boa atuação é Enrique Diaz, o Joaquim Brejeiro, agora capanga do Coronel após a morte do cangaceiro Severino, interpretado por Marco Nanini. 

Apesar de seguir bem a fórmula do primeiro, o brilho não é o mesmo, possivelmente por causa da troca do elenco e de ser uma história que não foi criada por Suassuna. Mas nem por isso o roteiro deixa de seguir a cartilha crítica e cômica de Ariano, explorando questões sociais profundos do cotidiano do povo do sertão nordestino, como a miséria e a exploração da fé.


Outro ponto forte do filme é a belíssima trilha sonora, composta por João Falcão e Ricco Vianna, que conta com Maria Bethânia interpretando lindamente a canção "Fiadeira", do pernambucano Juliano Holanda. "Canção da América", de Milton Nascimento e Fernando Brant, em gravação inédita na voz do pernambucano João Gomes, também é outro destaque. 

Até "Como Vai Você", sucesso de Roberto Carlos, cantada por Chico César (mas sem o romantismo do Rei) está entre as composições, que passam pelo baião, forró e samba-choro, muitas delas gravadas por artistas nordestinos.

"O Auto da Compadecida 2" é bacana, divertido e vale pela emoção do reencontro dos personagens de Matheus e Selton, que recebem um encerramento digno da obra do grande escritor e filósofo paraibano. 


Ficha técnica:
Direção: Guel Arraes e Flávia Lacerda
Roteiro: Guel Arraes e João Falcão, com colaboração de Adriana Falcão e de Jorge Furtado
Produção: Conspiração, H2O Produções, Guel Produções
Distribuição: H2O Films
Exibição: nos cinemas
Duração: 1h54
Classificação: 12 anos
País: Brasil
Gêneros: comédia, drama