31 agosto 2015

"Hitman: Agente 47" ultrapassa a violência do game

Rupert Friend é o agente da vez e convence nas cenas de ação (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Baseado no jogo da franquia "Hitman", com lances que lembram os games "Codinome 47" (2000) e "Absolution" (2012), "Agente 47" segue a mesma linha, com muito sangue, tiro, pancadaria e violência em excesso, bem ao estilo do jogo. Para quem gosta do gênero, um motivo para ir ao cinema, apesar do filme ser fraco em história, mas rico em ação (chega a tirar o fôlego).

Como na outra versão exibida em 2007, o ator que interpreta o violento agente Hitman 47, faltou a cara de assassino cruel e sem emoção, como o personagem do game. Tanto Timothy Olyphant (de "Hitman - Assassino 47") quanto Rupert Friend, desta versão tem cara de bom moço. Diferente de Luke Goss, que fez "Entrevista com Hitman" (2012), um filme mais ou menos que poucos conhecem que contou, mas com um ator que tem a cara do agente.

Tudo bem, tirando este detalhe, "Hitman: Agente 47" abusa nos efeitos especiais usados principalmente nas cenas de lutas, com piruetas e desvios de balas em câmera lenta, semelhantes as de "Matriz". Para tudo acabar em tiros na cabeça e ossos quebrados.

A bela mocinha é interpretada por Hannah Ware, que começa como uma garota sem rumo, procurando um homem que ela não conhece. Passa a ser o alvo de duas organizações de espionagem e ao se encontrar com Hitman descobre que pode prever fatos, lutar e atirar tão bem quanto ele.

Zachary Quinto (o Spock, de "Star Trek") assumiu e corpo e alma seu famoso personagem de ficção, não altera um músculo da face, não importa se a situação é cômica ou dramática. Bom para seu papel de assassino, mas de atuação fraca, como o restante do elenco.

"Hitman: Agente 47" (Rupert) é um assassino de elite geneticamente modificado criado por um cientista para ser a máquina de matar perfeita. Agora, ele precisa impedir que uma agência de espionagem consiga usar o segredo de sua criação para a formação de um exército imbatível. Para isso precisará se unir a Katia van Dees (Hannah), filha do cientista, que poderá também lhe ajudar a descobrir segredos de sua origem e a enfrentar outro violento e cruel agente, John Smith (Quinto).



O filme pode ser conferido em 12 salas de 11 cinemas de BH, Contagem e Betim, em versões dubladas e legendadas. Discordo da classificação de 16 anos. Deveria ser 18, como o game, pela violência excessiva.

Ficha técnica:
Direção: Aleksander Bach
Produção: Fox International Pictures/ Infinite Frameworks
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h25
Gênero: Ação/ Espionagem
País: EUA / Alemanha
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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29 agosto 2015

Muito humor e pouca alma em "Ted 2"

Ted e John retomam sua história anos depois para novas aprontações, mulheres, sexo, droga e bebida (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Wallace Graciano


O ano era 2012. Naquela época, o já consagrado Seth MacFarlane, famoso por dar os primeiros traços de “Uma Família da Pesada" (ou "Family Guy") e outras grandes séries animadas, trazia às telonas a história de um ursinho de pelúcia um tanto quanto controverso. Com um humor ácido, “Ted” não demorou a cair nas graças do público e provou que tinha fôlego para se transformar em um ícone pop sem precisar da ajuda da irretocável sitcom animada de seu criador.

O sucesso de bilheteria da película, que arrecadou US$ 550 milhões ao redor do planeta, deu carta branca para MacFarlane continuar a história do ursinho e sua promissora carreira como diretor de cinema. O problema é que ele não conseguiu repetir sua genialidade de outrora, fazendo com que ”Ted 2” se transformasse em um longa sem alma própria, um subproduto de seu antecessor.

Basicamente, o roteiro pouco se desenvolve e faz com que o forte e caro elenco não seja bem explorado, mesmo contando com a participação de Morgan Freeman e Tom Brady, um dos melhores jogadores da história a NFL, principal liga de futebol americano do planeta.

A história começa com o casamento de Ted (voz de Seth Mac Farlane) e Tami-Lynn (Jessica Barth). Como já era de se esperar, não demora muito para o ursinho ter problemas conjugais com sua esposa, o que faz com que o casal tente salvar o matrimônio com um bebê. Porém, a busca por um doador e posteriormente por uma criança para adoção fracassa. Para piorar o cenário, Ted perde seus direitos civis, pois o Governo de Massachusetts não o considera um ser humano.

A partir desse momento, o protagonista e seu melhor amigo, John (Mark Wahlberg), tentam processar o Estado. Sem verbas, contratam a inexperiente advogada Samantha L. Jackson (Amanda Seyfried). O trio inicia uma ilíada para recuperar os direitos civis do ursinho.

O grande problema é que nem Wahlberg, muito menos Seyfried conseguem convencer o público com suas atuações. Marcado pelas divertidas tiradas no original, John se transformou em um personagem apático, que é acompanhado da jovem advogada, que não consegue transmitir empatia a ninguém.

Apesar de deixar a desejar na construção da história, “Ted 2” não perdeu o humor ácido que marcou o primeiro filme, abusando das piadas de conotação sexual e polemizando nas tiradas, como a referência aos atentados de 11 de setembro de 2001.




Ou seja, “Ted 2” é uma comédia honesta se você deseja apenas soltar gargalhadas no cinema. Só que poderia ter sido bem mais, tal qual seu antecessor, o que pode dar ainda mais voz aos “chatinhos” que insistem que sequências estragam o original.

Obs.: A censura é 16 anos, caso algum deputado deseje levar seu filho pequeno ao cinema.

Ficha técnica:
Direção: Seth Mac Farlane
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Comédia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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