16 julho 2015

"Samba" prova que o humor pode ser um ótimo aliado dos dramas sérios


O falso brasileiro Wilson e o senegalês Samba vivem o drama da imigração ilegal na França (Fotos: California Fiolmes/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


O assunto é grave e está na ordem do dia com a chegada de milhares de africanos à Itália e de haitianos ao Brasil. Mas nem por isso o tema imigração deixa de ser sério ao ser tratado com leveza e até um certo humor como acontece no filme "Samba". A produção francesa, que está em cartaz nas salas do Belas Artes (14, 16h30, 19h e 21h30), Diamond Mall (12, 15, 18 e 21h), Ponteio Cineart (13h50, 16h15 e 21h) e BH Shopping (16h30, 19h20 e 22h20) consegue essa proeza.

O drama de Samba, senegalês que está há 10 anos vivendo ilegalmente na França, sujeito a todas as humilhações e violências inerentes a um imigrante, é contado de um jeito inteligente, sutil e criativo sem nunca perder a gravidade. O fato de o quase ingênuo Samba ter um encontro afetivo com a executiva Alice não chega a transformar o filme numa comédia romântica como querem alguns. 

Nesse sentido, o mérito cabe à dupla de diretores Eric Toledano e Olivier Nakache, os mesmos que, em molde parecido, dirigiram "Intocáveis", sucesso que tratou da relação entre um velho rico paraplégico e seu enfermeiro negro. Assunto sério pode ser tratado com riso e ironia sem cair na superficialidade.



Claro que o elenco é mais do que responsável pelo jeito com que a história cativa, de imediato, o público. Samba é interpretado por Omar Sy (o mesmo de "Intocáveis") e  Alice é Charlote Gainsbourg. Cabe aqui um parênteses para falar dessa atriz e sua forma naturalíssima de interpretar. Ela leva o espectador a uma quase cumplicidade com a executiva estressada, carente e viciada em medicamentos que vai trabalhar num ONG de assistência a imigrantes como voluntária para tentar escapar da depressão. 




Outro item responsável pela leveza de "Samba" é o também imigrante Wilson, personagem do ator Tahar Rahim, que faz um brasileiro de araque e dá o tom de comicidade ao drama que, em nenhum momento, deixa de falar do sofrimento dos estrangeiros em busca de trabalho em Paris, à mercê de empresários inescrupulosos e exploradores. Para completar, a trilha sonora, talvez puxada pelas mãos de Wilson, traz Gilberto Gil e Jorge Benjor. Nada mais adequado para um filme que quer mostrar um problema grave mas sem perder a ginga. Classificação: 12 anos.

Tags: Samba; Omar_Sy; Charlote_Gainsbourg; Eric_Toledano; Olivier_Nakache; Tahar_Rahim; imigração_ilegal: California_Filmes; drama; comédia; Cinema_no_Escurinho

11 julho 2015

"Cidades de Papel" emociona e diverte sem apelar para o dramalhão

Margo é a grande paixão de Quentin, que se encolve em uma grande aventura pela garota (Fotos: Fox Films do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


E o tão esperado filme teen "Cidades de Papel" ("Paper Towns") finalmente chegou aos cinemas de BH para alegria dos fãs de John Green. O famoso escritor, autor do outro grande sucesso literário e de bilheteria "A Culpa é das Estrelas", esteve há poucos dias no Brasil para divulgar a produção que tem como par não tão romântico os jovens e promissores atores Cara Delevingne e Nat Wolff.

Mas ao contrário da primeira adaptação, os rumos da história são diferentes do livro, inclusive o final, o que não atrapalha para quem não leu, mas pode desagradar aos fãs. Se em "A Culpa é das Estrelas" o belo casal vive um drama envolvendo saúde e esperança, em "Cidades de Papel" há menos romance e mais diversão e aventura.

Cara e Nat encarnam bem seus personagens Margo Roth Spiegelman e Quentin Jacobsen. Mesmo mudando o enredo, eles vão encantar os fãs com essa história de amor platônico cheia de mistério. O elenco de suporte também se saiu muito bem seus papéis, principalmente Austin Abrams, que interpreta Ben Starling, o amigo muito doido de Quentin que só pensa em transar. E Justice Smith, que faz Radar, o outro amigo, mais careta e fiel à namorada.

A britânica Cara Delevingne, de 22 anos, é um grande chamariz por sua beleza exótica. Seu rosto lembra o de uma das mais belas modelos dos anos de 1970 a 1980, Margaux Hemingway, que também foi atriz e se suicidou aos 42 anos, como seu avô, o escritor Ernest Hemingway.

Já Nat Wolff é o novo sonho de consumo das adolescentes de 12 a 16 anos. Sua atuação em "A Culpa é das Estrelas" como Isaac, o amigo cego de Augustus (Ansel Algort) já havia despertado a atenção de muitas jovens, que aguardavam ansiosas sua volta nesta nova adaptação. Por sinal, Algort faz uma pequena aparição no filme.

"Cidades de Papel" poderia ser tratado como mais um filme sobre adolescentes deixando a fase do High School. Mas o tom dado por John Green, um escritor que sabe escrever para o público jovem, é outro. 

A produção envolve charadas, uma linda e misteriosa garota, a descoberta do amor, amizade sincera e, claro, a mudança para a fase adulta, com direito a despedidas e baile de formatura.

A história gira em torno de Margo (Delevingne), uma jovem rebelde e muito perdida, que está sempre em fuga. Quando criança ela e sua família se mudaram para a casa em frente à de Quentin (Wolff), um menino tímido e estudioso que se encantou pela garota de imediato. Com o passar dos anos eles se afastam. Até que numa noite, Margo entra pela janela do quarto de Quentin e propõe a ele que a ajude em uma vingança.

No dia seguinte ela desaparece, deixando várias pistas. Começa aí a jornada do jovem apaixonado para tentar encontrar seu grande amor. E vai contar nessa aventura com a ajuda de seus fiéis amigos Ben e Radar. A vida dos três nunca mais será a mesma.

Leia o livro, veja o filme e não se surpreenda com os finais diferentes. "Cidades de Papel" pode até não atingir o sucesso de bilheteria de "A Culpa é das Estrelas", mas pode chegar perto. O filme emociona e diverte. Vale ser curtido com um balde pipoca e um copão de refrigerante.



Ficha técnica:
Direção: Jake Schreier
Produção: Fox 2000 Pictures / Temple Hill Entertainment
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 1h49
Gêneros: Aventura / Romance
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: "Cidades de Papel"; Cara_Delevingne; Nat_Wolff; Austin_Abrams; romance; aventura; Fox Films; Cinema_no_Escurinho

06 julho 2015

"Belas e Perseguidas" é comédia de sessão da tarde para se ver em casa

As diferenças entre Reese Witherspoon e Sofía Vergara garantem os momentos engraçados desta comédia (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Um filme comum, com uma história comum de final previsível que reúne duas atrizes completamente diferentes em aparência e estilos. Talvez por isso a comédia "Belas e Perseguidas" ("Hot Pursuit") tenha conseguido ser engraçada em cenas. Em cartaz nos cinemas, a produção conta com Reese Witherspoon e Sofía Vergara nos papéis principais, que vivem situações de constante perigo enquanto tentam se entender e confiar uma na outra.

A primeira é a policial Cooper - certinha, seguidora das regras, mas totalmente desinteressante como mulher. Ela é escalada para fazer a proteção de Daniella Riva (Vergara), mulher de um traficante de drogas que vai denunciar o chefe da quadrilha ao FBI em troca de nova identidade. A colombiana Vergara chama a atenção por seus dotes físicos de modelo, bem explorados no filme. Ela fica na mira da quadrilha de traficantes após o marido entregar o esquema de tráfico.

Quando as duas se juntam, as diferenças físicas são gritantes e a comédia explora exatamente isso - uma baixinha loura que calça sapatos masculinos, contra a loura alta de vestido justo e salto agulha. Elas passam o filme quase todo brigando - Daniella mente, é barulhenta e histérica, tenta escapar de Cooper sempre que pode, é boa de briga e na forma de atrair os homens, além de saber como usar bem todo o dinheiro que o marido ganhou com o crime.

Já Cooper faz tudo seguindo as normas e sofre para proteger Daniella após o marido da colombiana ser morto por assassinos contratados, juntamente com o parceiro da policial, um agente federal. Ela agora terá de conduzir Daniella até o local onde ela irá depor contra o chefão do tráfico no lugar do marido. 

Durante a jornada, Cooper é acusada de matar seu companheiro de missão e passa a ser perseguida por toda a polícia como cúmplice da colombiana. Enquanto uma tenta escapar de ser morta, a outra precisa provar sua inocência. E vão ter de confiar uma na outra para sobreviverem.

Reese Witherspoon mostra que não perdeu sua veia cômica, dos tempos de "Legalmente Loura", mas já não é mais aquele brotinho que vestia cor de rosa. Vergara aposta na experiência com humor adquirida nas sete temporadas da série de TV "Modern Family", mantendo o forte sotaque espanhol.

Para quem procura um filme sem pretensões de ser uma grande comédia, com cara de dia de chuva debaixo das cobertas, para se ver em casa, "Bela e Perseguidas" pode ser uma opção.




Ficha técnica:
Direção: Anne Fletcher
Produção: Metro Goldwyn Mayer (MGM) / New Line Cinema
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h28
Gênero: Comédia/Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: "Belas e Perseguidas"; Reese_Witherspoon; Sofía_Vergara; comédia; ação; Warner_Bros; MGM; Cinema_no_Escurinho

04 julho 2015

"O Exterminador do Futuro: Gênesis" volta no tempo e refaz toda a franquia

Ele está de volta, mais velho mas não menos assustador (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se há 31 anos "O Exterminador do Futuro", dirigido por James Cameron ("Avatar"), garantiu um estrondoso sucesso de bilheteria e ganhou uma legião de fãs do robô T-800, o quarto filme da franquia - "O Exterminador do Futuro: Gênesis" ("Terminator:Genisys") - não poderia fazer feio. E lógico, tinha de contar com seu mais importante personagem, interpretado pelo não menos famoso Arnold Schwarzenegger.

Em 1984 ele falava pouco, quase iniciando carreira após outro meio sucesso - "Conan O Bárbaro". Em ambos, bastavam apenas os músculos de Mister Universo, as falas eram curtas - como ator seria um desastre se falasse muito. Sorrir, nem pensar. Mas em compensação, causava um grande estrago. Foi assim nas duas produções seguintes da franquia - "O Julgamento Final" (1991) e "A Rebelião das Máquinas" (2003).

Agora, o robô está envelhecido e tem cabelos grisalhos (até isso foi possível com a evolução das máquinas) mas como ele mesmo diz, não obsoleto. Mais experiente, após mais de 30 filmes de muita pancadaria e tiros, Arnold é o responsável pelos momentos divertidos de "Gênesis". 

Mesmo vivendo o papel do assustador T-800, que no passado foi o inferno na vida dos heróis Sarah Connor, Kyle Reese e John Connor. Com tiradas engraçadas e um sorriso forçado para parecer mais humano, ele novamente é a estrela do quarto filme da franquia. Claro, mantendo o estilo que lhe garantiu o estrelato - musculoso que resolve tudo na porrada ou na bala.

Para quem apostou num remake do filme original, pode se preparar para uma reviravolta. "Gênesis" remete à primeira produção, mas volta no tempo e reescreve a história da revolução das máquinas dominam o mundo e tentam exterminar os seres humanos. Com isso derruba os três filmes anteriores.

Passados mais de 30 anos, não se poderia esperar os mesmos atores do original (exceto Schwarzenegger, mas foi envelhecido na nova versão). A Sara Connor (que no passado foi vivida muito bem por Linda Hamilton) deu lugar à britânica estrela da série "Game of Thrones", Emilia Clarke. Ela faz o par romântico com Jay Courtney (da franquia "Divergente"), que interpreta Kyle Reese. O filho do casal, John Connor, que será o líder dos humanos na revolução contra as máquinas no futuro, ganha uma ótima interpretação do ator australiano Jason Clarke (de "Planeta dos Macacos - O Confronto").

A nova história começa em 2029, quando a resistência humana contra as máquinas é comandada por John Connor. Ao saber que a Skynet enviou um exterminador ao passado com o objetivo de matar sua mãe, Sarah Connor, antes de seu nascimento, John envia o sargento Kyle Reese de volta no tempo para garantir a segurança dela. Entretanto, ao chegar ele é surpreendido pelo fato de que Sarah tem como protetor outro exterminador, o T-800 , enviado para protegê-la quando ainda era criança.

Deu um nó na cabeça? Na minha também. O vai e vem no tempo, com datas trocadas fica mal explicado e muitas perguntas continuam sem respostas, como por exemplo, quem mandou o T-800 para proteger Sarah quando criança, quando isso aconteceu e vai por aí afora. Não importa, o filme vai agradar quem está com saudades da franquia, um dos maiores sucessos da década de 1980.



Grandes efeitos especiais - o 3D funciona bem neste filme e justifica o preço do ingresso - explosões, perseguições, novos robôs mais poderosos e quase humanos e uma nova possibilidade de dominação das máquinas, muito semelhante ao que está ocorrendo hoje com a internet. Até mesmo um robô com a cara de Arnold do primeiro filme foi criado por computação gráfica. A Skynet ainda é a grande vilã, mas agora ela tem rosto e fortes aliados.

GALERIA DE FOTOS

E a saga não para por ai. Como em outros blockbusters, "Gênesis" termina chamando para o próximo, previsto para 2017, que poderá contar novamente com T-800. enfim, vale a pena assistir "O Exterminador do Futuro: Gênesis", que já está em cartaz 34 salas de cinemas de 18 shoppings de BH, Contagem e Betim. Um conselho: para quem não acompanhou a franquia desde o início, recomendo assistir o primeiro filme para entender melhor a história.

Ficha técnica:
Direção: Alan Taylor
Produção: Skydance Productions / Annapurna Pictures / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h06
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: "O Exterminador do Futuro: Gênesis"; Arnold_Schwarzenegger; Emilia_Clarke; Jason_Clarke; Jay_Courtney; T-800; Alan_Taylor, ação; ficção; Paramount_Pictures; Cinema_no_Escurinho

01 julho 2015

"Meu Passado Me Condena" e o segundo filme também

Fábio Porchat não conseguiram repetir a dose de humor que a comédia exigia (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Fábio Porchat e Miá Mello formam um casal que deu muito certo na TV e confirmaram isso no primeiro filme "Meu Passado Me Condena", dirigido por Júlia Rezende. Mas porque a receita ficou boa na primeira vez não quer dizer que seria a mesma coisa numa segunda tentativa. E foi o que aconteceu com "Meu Passado Me Condena 2", que está em cartaz nos cinemas, tentando aproveitar o sucesso de seu antecessor. Mas passa longe.

Sem graça, Fábio Porchat se apresenta extremamente cansativo, com as mesmas expressões e a cara de bobão, Miá Mello indefinida se estava filme sério ou comédia e uma história sem graça, com cara de caça-níquel. Enquanto a ideia da viagem de lua de mel num navio foi muito bacana e apresentou uma boa comédia, ao estilo Porta dos Fundos, "Meu Passado Me Condena 2" leva o não mais tão apaixonado casal às terras de Cabral.

Se a vida a dois já estava em crise, vai piorar bastante quando Miá e Fábio reencontram os picaretas Suzana (Inêz Viana) e Wilson (Marcelo Valle), que trabalharam no transatlântico do primeiro filme dando golpe em velhinhas viúvas. Agora eles são donos de uma funerária, mas continuam passando a perna nas pessoas.

Após perder a avó, Fábio é chamado pelo avô (papel vivido por Antônio Pedro) para ir a Portugal. Ele vê na viagem uma forma de reconciliação com Miá, que está por um fio de se separar. Mas bastou Fábio reencontrar uma antiga namorada local para seus problemas recomeçarem.




Mesmo com patrocinadores fortes, como na primeira vez, não acredito que chegue perto dos números do anterior. O filme é fraco, sem graça, apesar dos bons humoristas É jogar pipoca fora.

Ficha técnica:
Direção: Júlia Rezende
Produção: Globo Filmes/ Downtown Films
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h13
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: "Meu Passado Me Condena 2"; Fábio_Porchat; Miá_Mello; Julia_Rezende; comédia; Portugal; Paris_Filmes; Globo_Filmes; Cinema_no_Escurinho

27 junho 2015

Ba-ba-ba, banana! Os "Minions" chegaram para invadir sua praia

Bob, Kevin e Stuart fazem uma longa jornada em busca   do mais malvado dos vilões que vai comandar os Minions   (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Eles são desastrados, cheios de boas intenções, estão do lado dos vilões, mas não tem como não se apaixonar por estas estranhas figuras chamadas Minions. E estes amarelinhos fofos se destacaram tanto em "Meu Malvado Favorito 1 e 2" que ganharam uma animação só para eles - "Minions" ("The Minions"), dirigida por Pierre Coffin (o mesmo dos filmes anteriores), que também dublou todos os Minions deste, e Kyle Balda (de "Monstros S.A.).

Mesmo sendo uma animação para o público infantil, tem muito adulto na fila esperando para ver estes pequenos seres amarelos unicelulares de macacão azul que só são felizes quando estão juntos e servindo aos mais malvados vilões.  O idioma desta turminha é universal, uma mistura de inglês, francês, italiano, russo, espanhol, que ninguém entende, mas todo mundo compreende. Seja durante as brigas, nas brincadeiras ou quando estão com fome e o único desejo é comer BA-NA-NA. É diversão do início ao fim, com muitas trapalhadas, principalmente quando tentam agradar ao chefe.

Até conhecerem Scarlet Overkill e Herb, seu companheiro de crime, cujas vozes originais são de Sandra Bullock ("Gravidade") e Jon Hamm (da série "Mad Man"). A excelente narração ficou a cargo de Geoffrey Rush ("Piratas do Caribe - Navegando em Águas Misteriosas").

Um ponto negativo da versão para o português: o fato de uma grande atriz ser a top em vilania nas novelas não quer dizer que ela seja a mais indicada para dublar a vilã em uma animação. A escolha de Adriana Esteves não foi das melhores, apesar de todo marketing em cima do nome dela. A voz de Scarlet perde o impacto, fica sem graça e sem a crueldade que se espera da primeira supervilã feminina do mundo, que por sinal não é das mais malévolas mas é bem estilosa. Sandra Bullock dá um pouquinho mais de gás na personagem com a voz original.

Já Vladimir Brichta segura bem o papel de Herb, o gênio criativo do casal que faz de tudo para agradar sua amada Scarlet. O casamento na vida real com Adriana Esteves dá uma cumplicidade bem especial à dupla do mal. Tirando este ponto, que a meninada nem vai notar, "Minions" é diversão pura e vai encantar ao público que aguardava ansioso o filme, que explica a origem destes personagens.

A história dos Minions começa no início dos tempos, quando eles surgiram como organismos unicelulares amarelos, evoluindo ao longo das eras, sempre servindo ao mais malvado dos vilões - do T-rex a Napoleão Bonaparte. Sem nunca terem tido sucesso em manter esses mestres por muito tempo, ao perderem o último, entram em profunda depressão. 

Para salvar sua gigantesca família, o Minion chamado Kevin pensa em um plano, e juntamente com Stuart, o irmão adolescente rebelde, e o adorável pequeno Bob se aventura mundo afora em busca de um novo chefe maligno para servirem. O trio deixa a congelante Antártida e seguem até a cidade de Nova York da década de 1960, onde conhecem Scarlet Overkill e Herb. A aventura continua em Londres, onde precisam fazer de tudo para salvar os Minions da extinção. Ao longo da jornada vão conhecendo personagens - do bem e do mal - e fazendo novos amigos, entre eles, a Rainha da Inglaterra.



Além da atuação dos nossos amiguinhos, dois pontos se destacam na produção e vão agradar aos adultos: a ambientação do filme nos anos 60, tanto em Nova York quanto em Londres, e um repertório musical desta década que inclui The Beatles ("Got to Get You Into My Life"), Jimi Hendrix ("Purple Haze"), Rolling Stones, The Doors, The Turtles ("Happy Together"), The Who ("My Generation"). Além da trilha sonora composta pelo brasileiro Heitor Pereira, responsável também por "Meu Malvado Favorito 1 e 2". O cantor Michel Teló faz a versão da música em português.

"Minions" é a aposta do ano da Universal Pictures de uma bilheteria milionária em animação e entra numa forte disputa com a excelente produção "Divertida Mente", da Disney Pixar. Não é a toa que o filme dos amarelinhos está dominando a maioria dos espaços, sendo exibido em 32 salas de cinema de 17 shoppings de BH, Contagem e Betim. Imperdível, com direito a um balde gigante de pipoca e refrigerante na mão, não importando a idade. Um ótimo programa para o fim de semana.

Ficha técnica:
Direção: Pierre Coffin e Kyle Balda
Produção: Ilumination Entertainment e Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h31
Gêneros: Animação / Aventura
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: Minions; Sandra_Bullock; Adriana_Esteves; Vladimir Brichta; Pierre_Coffin; banana; animação; Ilumination_Entertainment; Universal_Pictures; Cinema-no_Escurinho

23 junho 2015

Kurt Cobain renasce em "Montage of Heck"


Foi Kurt Cobain e a banda Nirvana quem revolucionou um mercado do rock que estava estagnado (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Wallace Graciano


Sempre tive uma certa curiosidade em entender a relação de uma pessoa e seu ídolo, tanto que fiz do assunto o tema do meu TCC da pós-graduação. É bacana ver alguém distante pode ter tanto impacto na vida de um fã. Ainda mais interessante quando esse ícone muda uma ideologia ou comportamento, seja ele uma divindade, personalidade ou jogador de futebol. Há quem também tenha um grupo musical como marcante. E quando se trata de bandas, vejo o Nirvana como o caso mais extremo de idolatria.

Não há apenas um aspecto de admiração pelo trabalho. Os fãs de Nirvana têm um tratamento que beira ao dado às divindades. Por mais estranho e controverso que pareça, via que as letras niilistas (e sarcásticas também) do Kurt Cobain, líder da banda, guiavam o comportamento deles. O mais curioso é que essas músicas afetam as gerações que conviveram com a banda e as que nem sequer eram nascidas no auge do movimento grunge.

Falo isso porque já tive 14 anos. E ser adolescente e gostar de rock no meu tempo implicava necessariamente em ter alguma frase do Cobain rabiscada no all star preto. À época, servia para dramatizar a relação com um mundo controverso que descobríamos a cada dia. E olha que o Nirvana era coisa do passado naquele período. 

O tempo passou e essa percepção do que e quem está ao redor foi se expandindo. E ela me fez abandonar essa idolatria ao Kurt. Na verdade, ela se tornou uma "idolatria infiel", se assim posso dizer. A medida que lia sobre ele, não conseguia mais compreender como sua figura (não o músico) era inspiradora, principalmente por ser extremamente autodestrutivo e ser afetado por aqueles que o transmitiam empatia. Beirava como uma contradição ao meio que ele sonhou estar.

Porém, bastou assistir o documentário "Kurt Cobain: Montage of Heck", no último sábado, para renascer um pouco daquele sentimento da adolescência. Durante as mais de duas horas que a película passava na telona, vi o quão importante Kurt foi para a música. 



Foi ele quem revolucionou um mercado do rock que estava estagnado. Em cinco anos entre o lançamento do Bleach e sua morte, Kurt foi voz de uma geração, trouxe uma nova ideologia e mudou uma tendência em um período que só se tem espaço para "mais do mesmo". O mais curioso, que vi durante o filme, é que ele fazia isso em uma luta intensa com o estrelato repentino. O que dá uma sensação ainda maior de autenticidade à mensagem que ele passava.

Esse impacto nenhum outro artista conseguiu causar nessas duas últimas décadas. Não à-toa, Cobain se tornou um dos imortais da música. Daqueles que sempre terão sua obra relembrada.

E ela foi muito bem trabalhada nesse documentário. Não sei se vocês são fãs do Nirvana. Podem achar a banda uma porcaria e entenderia perfeitamente essa visão. Porém, mesmo que pensem assim, mas gostem do mundo dos grandes astros do rock, sugiro que assistam o "Montage of Heck". É daqueles filmes que te não te deixam pensar, pois é uma carga pesada de informações a cada nova passagem. No fim, te arrebata quando você tenta assimilar.

Ficha técnica:
Direção: Bret Morgen
Produção: HBO Documentary Films / Public Road Productions
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h25
Gênero: Documentário
País: EUA
Classificação: 14 anos

Tags: "Kurt Cobain: Montage of Heck"; Kurt_Cobain; Nirvana; rock; documentário;

"O Homem Que Elas Amavam Demais" vale mais pela bela presença de Catherine Deneuve

Filme aborda o rumoroso caso de desaparecimento de uma jovem na década de 70 (Fotos: Europa Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


De cara, pelo título, o espectador desavisado pode pensar que se trata de um romance. Não é bem assim. Pelo menos da forma como convencionalmente se conhece um romance. Paixão há, e ardente, mas a maneira como é mostrada não chega a contagiar. Na verdade, "O Homem Que Elas Amavam Demais" começa como uma produção leve, passa pela área de intriga e negócios, ameaça - sem convencer - esbarrar no suspense e acaba como um filme de tribunal baseado em fatos reais.

Talvez por um problema de roteiro, a película dirigida por André Téchiné fica no meio do caminho ao tentar contar um rumoroso caso que aconteceu efetivamente na Riviera Francesa nos anos 70, no auge dos cassinos. Renée Le Roux (Catherine Deneuve) é dona de uma casa de jogos de luxo que vai mal das finanças e é assessorada nos negócios por seu braço direito, o advogado Maurice Agnelet (Guillaume Canet). O filme começa com a chegada à França da filha de Renée, Agnes (Adèle Haenel), recém-divorciada que, claro, se envolve com o advogado.

Até onde dá para entender, o filme tenta insinuar que Maurice Agnelet é inescrupuloso e sedutor. Mas nada disso fica muito claro, talvez por se tratar de uma história verídica. O Maurice de Guillaume Canet não tem nada de sedutor, embora seja mostrado como mulherengo que, quase de repente, enlouquece de paixão a jovem Agnes.

A esta altura da trama, o espectador começa a ter dúvidas sobre a personalidade do advogado, mas a atuação de Canet é discreta além da conta. Nem mesmo quando Agnes trai a própria mãe nos negócios orquestrada por ele, nem quando tenta o suicídio e, por fim, quando desaparece sem deixar vestígios, nem mesmo assim o filme esquenta.

Ignorantes - e/ou distantes - do caso verídico acontecido há décadas na França, a maioria dos espectadores brasileiros dificilmente vai se envolver. Restam o prazer de rever Catherine Deneuve, que se mantém linda e elegante, e a oportunidade de tomar conhecimento que, nos anos de 1970, houve sim uma guerra de cassinos no Sul da França com direito à participação de mafiosos italianos e do sumiço de uma jovem cujo caso se arrasta até hoje nos tribunais.

O título do filme em francês é "L'Homme qu'on aimait trop", que em tradução literal, significa "O homem que se amava". Talvez fosse esse o melhor nome.



Tags: "O Homem Que Elas Amavam Demais"; Catherine_Deneuve; Guillaume_Canet; Adèle_Haenel; Europa_Filmes; drama; romance; suspense; década_de_70; Cinema_no_Escurinho

20 junho 2015

"Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza" dá nova vida à saga de Goku

Akira Toriyama trouxe de volta um dos mais impactantes vilões da série: o imperador galáctico Freeza (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Wallace Graciano


Quando saiu a notícia de que a Goku e seus amigos voltariam à telona em “Dragon Ball Z – A Batalha dos Deuses (2013)”, muitos fãs da série já apontavam a película como mais um “caça-níquel”. Felizmente, o resultado foi positivo e deu novas cores para a saga.

Obviamente, a Toei Animation não perderia a oportunidade de criar uma continuação. E ela veio. Para delírio dos fãs, Akira Toriyama resolveu trazer de volta um dos mais (para não falar “o mais”) impactantes vilões da série: o imperador galáctico Freeza.

“Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza", que está em cartaz nas principais salas de cinema do país, se passa como um prólogo de “A Batalha dos Deuses”, entre a morte de Majin Boo e o início da saga GT.

Após um breve período de paz, os remanescentes do exército galáctico comandado por Freeza tomam como rumo a Terra para ressuscitar seu antigo líder com as esferas do dragão. E conseguem com a ajuda do imperador Pilaf.

Após voltar à vida, o antagonista coloca um único objetivo em sua mente: vingar-se de Goku. Para tal, o vilão se isola em um intenso treinamento para conseguir expandir seus poderes e rivalizar com o Saiyajin. O que ele não contava é que Goku e Vejeta faziam o mesmo, sob o comando de Whis, que lhes aponta seus erros durante a luta.



Sem saber da localização de seu carrasco, Freeza chega à Terra e é informado que ele não se encontrava ali. Sádico como de costume, ele tenta destruir o planeta, mas é impedido por boa parte dos personagens da saga, incluindo o Mestre Kame (!), que entra na batalha à espera dos Saiyajins, os únicos capazes de rivalizar com o imperador galáctico.

Após finalmente retornar à Terra ao lado de Vegeta, Goku entra em combate com Freeza. Neste ponto, a película tem seu ápice com as transformações dos protagonistas em "Deus Super Saiyajin" e “Freeza Dourado”, respectivamente. É desnecessário falar que a batalha fica de tirar o fôlego.

“Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza” certamente trará sorrisos aos fãs, pois conseguiu trazer um novo roteiro sem deixar de lado as cenas de ação peculiares à série e a dublagem original brasileira (um pequeno cuidado que faz uma grande diferença).



O que o destoa "O Renascimento de Freeza" de “Batalha dos Deuses” e das outras 13 películas não é a nova transformação do herói da história. Mas, sim, o cuidado em como conduzir o principal vilão de toda a saga.

Ficha técnica:
Direção: Tadayoshi Yamamuro
Roteiro: Akira Toriyama
Duração: 1h33min
Animação: Akira Toriyama, Tadayoshi Yamamuro
Idioma: Dublado em Português
Distribuição: Fox Film do Brasil
País: Japão
Gêneros: Anime/Ação/Aventura
Vozes em Português: Wendel Bezerra, Alfredo Rollo, Carlos Campanile, Vagner Fagundes, Fabio Lucindo, Luiz Antônio Lobue
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: "Dragon Ball Z – O Renascimento de Freeza"; Tadayoshi_Yamamuro; Akira_Toriyama; Goku; Toei_Animation; animação; ação; Cinema_no_Escurinho

18 junho 2015

"Divertida Mente" - são tantas emoções!


Raiva, Nojinho, Alegria, Medo e Tristeza - emoções básicas que controlam nossa mente (Fotos: Disney-Pixar/Divulgação)

Maristela Bretas


Sabe aquela voz na sua cabeça que fica mandando você fazer alguma coisa errada. Ou aquela outra que fica falando para não fazer porque vai dar errado? Tem ainda aquela que faz você detestar comer uma verdura ou vestir uma roupa nada a ver. Pois é, essas vozes são nossas emoções. Às vezes elas aparecem separadamente. Mas quando se misturam a cabeça da gente roda e pode acabar numa confusão. Ou numa grande aventura.

Alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Alguém consegue viver sem estas emoções? Impossível. Pois elas vão aprontar todas com a menina Riley em "Divertida Mente" ("Inside Out"), a animação da Disney-Pixar em 3D mais esperada do ano que é simplesmente nota 10.

A produção estreia nesta quinta-feira e prova, mais uma vez, que a Pixar sabe como mexer com os sentimentos do público. Desta vez, com a mente humana. O filme provoca várias reações, tanto risos (que chegam a gargalhadas) ao choro. Os personagens exploram a todo tempo valores importantes, como respeito à família, amizade, boas memórias, imaginação e honestidade.

A garotinha que conduz a história é Riley, de 11 anos, mas quem está no centro de controle da vida dela são cinco emoções, principalmente Alegria, que esbanja otimismo e tenta garantir que a jovem sempre esteja feliz. 

Mas Alegria (que parece a fada Sininho) não consegue trabalhar sozinha e precisa contar com a ajuda de outras emoções essenciais - a Tristeza (que sempre acha que as coisas podem ficar ruins), o Raiva (guardião da justiça), o Medo (excessivamente preocupado com a segurança) e a Nojinho (um lado feminino bem "fashion" que detesta brócolis).

Quando a família de Riley se muda do interior para uma cidade grande, as cinco emoções precisarão se reorganizar para ajudar a menina no período de transição. No entanto, um erro de Tristeza pode atrapalhar tudo e colocar em risco todas as memórias básicas - boas e ruins - da jovem.  Ela e Alegria são sugadas para o "Arquivo" da memória de Riley e não conseguem voltar ao centro de controle.

O comando das emoções fica por conta de Raiva, Nojinho e Medo, que precisarão impedir que os "reinos" guardados na mente da garota - Memória de Longo Prazo, Terra da Imaginação, Pensamento Abstrato e Produções de Sonhos - desapareçam para sempre.

Entre uma trapalhada e outra as emoções correm contra o tempo para que Riley não perca suas memórias. E o pior, a menina está se tornando uma adolescente. Quer coisa mais confusa? Só perde para o conflito de emoções dos pais dela.

Apesar de Alegria e Tristeza dominarem as cenas, Raiva e Nojinho dão um show quando resolvem "consertar as coisas" e fazem mais trapalhadas, com ataques de fúria engraçadíssimos, muito charme e "mimimi". O cantor Léo Jaime e a humorista Dani Calabresa garantem bem esta parte com a dublagem para o português dos dois personagens. As vozes de Alegria, Tristeza e Medo ficaram a cargo de Miá Mello, Katiuscia Canoro e Otaviano Costa.

Uma das melhores e mais divertidas cenas do filme é a conversa entre os pais de Riley na hora do jantar, quando as mentes de cada um mostram como é o comportamento dos adultos quando não sabem como tratar com uma adolescente em constante mudança. Até Sidney Magal entra na parada.

"Divertida Mente" é demais: emocionante, colorido e muito real. Uma animação para todas as idades que mexe com as emoções. Como outras produções da Disney-Pixar: a franquia "Toy Story", "Carros I e II", "Up: Altas Aventuras", "Procurando Nemo", "Monstros S.A". É daqueles filmes que vale a pena ter em casa quando for disponibilizado em DVD ou Blu-ray.


GALERIA DE FOTOS


Ficha técnica
Diretor e roteirista: Pete Docter
Produção: Pixar Animation Studios/Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Gêneros: Aventura / Comédia / Família
Duração: 1h34
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)




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14 junho 2015

"Jurassic World" é a volta ao Mundo dos Dinossauros de Steven Spielberg

Parque temático Jurassic World permite que visitantes circulem entre animais pré-históricos que estavam extintos (Fotos Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Há 22 anos Steven Spielberg encantou o mundo ao produzir um filme que aproximou os seres humanos dos animais extintos, mas que sempre chamaram a atenção, principalmente das crianças. Nascia em 1993 "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros", um dos maiores sucessos da carreira do famoso diretor e que nunca deixou de atrair novos fãs. Duas sequências depois, não tão bombásticas - "O Mundo Perdido - Jurassic Park" (1997) e Jurassic Park 3 (2001) - mas que também chamaram a atenção do público em busca de aventura e ação, Spielberg resolveu reunir uma equipe de velhos companheiros de grandes produções e dar sequência ao primeiro filme.

E atingiu seu objetivo ao produzir o quarto filme da franquia - "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros", em cartaz nos cinemas de BH. Ele recupera o fio da meada e mostra o sonho do Dr. John Hammond (cientista do primeiro filme) realizado após sua morte, com a criação de um parque temático em que visitantes do mundo pudessem vivenciar a emoção de observar dinossauros de verdade.

Como não poderia deixar de ser, todos os ingredientes dos filmes de Spielberg estão presentes: aventura, ação, efeitos especiais excelentes, a exploração da ganância do ser humano e, principalmente, muitas cenas feitas pela perspectiva de um menino de 11 anos, como aconteceu em "ET - O Extraterrestre". Para fechar o "pacote" da produção era necessária a escolha de um diretor que soubesse contar a história que todos esperaram após 22 anos. O cargo foi entregue a Colin Trevorrow, que desempenhou bem o papel.

Mas nada disso seria possível se os atores não ajudassem. Difícil não comparar com o primeiro filme, quem assistiu "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros" vai entender. O mocinho Sam Neill (não tão mocinho assim), não era bombado, mas garantiu seu lugar de herói ao lado da mocinha Laura Dern (também não tão jovem), do aventureiro Jeff Goldblum e das crianças, que não poderiam faltar. E os vilões eram enormes e as grandes estrelas da produção. 

E Chris Pratt não fez feio e garantiu sua estrela de herói do momento (como fez em "Guardiões da Galáxia"), interpretando Owen, um ex-militar especialista em comportamento animal que trabalha em uma base de pesquisa na mesma ilha do parque. Ele é bom de tiro, sabe como ganhar a mocinha com seu jeito rústico e ainda consegue controlar quatro velociraptores agressivos, sempre dispostos a atacar alguém.

Para formar o par nada romântico com Pratt a escolhida foi Bryce Dallas Howard (de "Histórias Cruzadas"), que vive a obstinada executiva Claire. Ela supervisiona todo o funcionamento do parque - desde a parte estrutural às atrações e desenvolvimento de novas espécies no laboratório, de forma que nada saia errado e os visitantes encontrem sempre uma novidade, de preferência mais exótica ou agressiva. Ela é o oposto de Owen, com que já teve um pequeno "affair". Nem mesmo a chegada de seus sobrinhos Zach (Nick Robinson), de 16 anos, e Gray (Ty Simpkins), de 11 anos, afasta Claire de sua rotina. 

Situado em Isla Nublar, uma ilha da Costa Rica (a mesma de Jurassic Park) e construído ao redor de uma rua principal das mais movimentadas, Jurassic World é um prodígio dos mais sofisticados, repleto de atrações impressionantes. As crianças montam em pequenos triceratops no jardim zoológico. O público vibra com os saltos que um mosassauro dá para fora d’água para pegar e comer um tubarão branco que fica pendurado como isca. As famílias ficam fascinadas ao ver dinossauros de todos os tipos e tamanhos caminhando novamente, tudo exibido com segurança para entretenimento dos visitantes.

Mas algo muito maior, com pelo menos 12 metros de altura vai mudar toda a rotina do parque temático. O novo dinossauro, criado nos laboratórios do Jurassic World sob a supervisão do Dr. Henry Wu (interpretado por BD Wong, o mesmo de "Jurassic Park") e patrocinado pelo bilionário Simon Masrani (Irrfan Khan, de "As Aventuras de Pi"). A nova espécie é uma mistura ultrassecreta de DNAs aplicada em um Tiranossauro Rex, que acaba tendo tamanho e força muito maiores e até inteligência. Ele recebe o nome de Indominus rex, sempre viveu no isolamento até que consegue escapar e vai fazer um estrago no parque e em seus visitantes e funcionários.

Mesmo sem abandonar os saltos altos, Claire precisará deixar seu protegido escritório e contar com a ajuda de Owen para tentar parar o gigante assassino. E ainda salvar seus sobrinhos que ficaram perdidos no parque junto com outros animais pré-históricos antes que Indominus rex os encontre. Para piorar o caos, dinossauros e aves pré-históricas também fogem por terra, sobre água e pelo ar, e atacam tudo que veem pela frente.

O filme conta também com a inesquecível música-tema da franquia composta pelo brilhante Michael Giacchino, autor de outros sucessos como "Jornada nas Estrelas", "Os Incríveis", "Ratatouille", "Planeta dos Macacos - O Confronto", "Up: Altas Aventuras", "Missão Impossível 3", "Star Trek - Além da Escuridão" e, mais recentemente, "Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível" (em cartaz) e "Divertida Mente" (que estreia dia 11 nos cinemas brasileiros).


Ou seja, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" tem tudo para agradar ao público, como sempre acontece com os filmes de Steven Spielberg. E no final, ressurge um velho conhecido dos fãs de Jurassic Park, que vai fazer toda a diferença e deixar novamente sua marca. O filme é imperdível, uma das grandes estreias do ano, como já era esperado. Fica uns pontinhos atrás do primeiro, que ainda é o melhor de todos, mas vale a pena ser conferido.


Quase um parque de verdade

Para que o parque temático fosse ainda mais real, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" ganhou um site com toda a programação de funcionamento, horário, mapas, tempo de espera das atrações e até valor dos ingressos. Como acontece com os parques da Universal (produtora do filme), em Orlando, na Flórida - o Universal Park e o Isle of Adventure. Boa sacada dos produtores. Clique aqui para ver.


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Ficha técnica:
Direção: Colin Trevorrow
Produção: Universal Pictures/ Legendary Pictures / Amblin Entertainment
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 2h05
Gêneros: Ação/ Aventura / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,8 (0 a 5)

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