19 setembro 2015

"Maze Runner - Prova de Fogo" é adrenalina do início ao fim

Depois do labirinto, o grupo de sobreviventes terá de enfrentar um deserto de onde ninguém escapa (Fotos: Fox Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Os fãs da série "Maze Runner" aguardavam ansiosamente a estreia de "Prova de Fogo", adaptação não tão fiel do segundo livro da coleção literária escrita por James Dashner. Mas o diretor Wes Ball acertou a mão nas locações e nos efeitos especiais, assim como no primeiro. Só que este está ainda melhor e voltado tanto para o público juvenil quanto adulto.

Se em "Maze Runner - Correr ou Morrer" (2014) a história se passa o tempo todo dentro de um mortífero labirinto criado pela misteriosa organização C.R.U.E.L., em "Maze Runner - Prova de Fogo" ("Maze Runner: The Scorch Trials") os cenários são variados e ainda mais perigosos. Aventura, ação e suspense do início ao fim. A história é retomada a partir da retirada de Thomas (Dylan O'Brien) e seus amigos sobreviventes do labirinto por uma equipe de resgate. Eles são levados para uma base militar, mas são surpreendidos por uma reviravolta em suas vidas. E se unem a novos sobreviventes para tentar uma fuga.

Como a própria chamada do filme, o labirinto foi só o começo. E esta continuação não deixa por menos. Thomas, Minho (Ki Hong Lee), Teresa (Kaya Scodelario), Newt (Thomas Brodie-Sangster) e outros novos integrantes terão de atravessar o deserto, enfrentar de criaturas mutantes chamadas Cranks que se alimentam de seres vivos, mercenários drogados, rebeldes contrários à C.R.U.E.L.. Além de Ava Paige (Patricia Clarkson, que não convence muito como vilã), a chefona da organização que precisa do sangue dos jovens para suas experiências. A única saída do grupo é encontrar um misterioso rebelde conhecido como "Braço Direito", que ajuda crianças e jovens a escapar de Paige.




"Prova de Fogo" é bem conduzido, ótimos efeitos especiais e o elenco jovem se garante em seus papéis, principalmente Dylan O'Brien, que está mais maduro e seguro como Thomas. Outro destaque é Rosa Salazar, que entra nesta segunda fase como a rebelde Brenda, e Jacob Lofland, que faz o jovem Aris Jones, primeiro a entrar na base militar. Os dois vão se unir ao grupo dos sobreviventes.

Vale a pena ver. Para quem não conhece a saga, recomendo ver o primeiro filme para entender a história, pois este é uma continuação, anunciando o terceiro como desfecho da saga , com Thomas jurando vingança contra os integrantes da C.R.U.E.L.. Que venha o próximo - "A Cura Mortal" ("The Death Cure") - , cuja história vai se passar um ano depois do que ocorreu em "Prova de Fogo". A previsão de estreia no Brasil é fevereiro de 2017. Uma grande batalha é esperada.

"Maze Runner - Prova de Fogo" pode ser visto em 22 salas de 14 cinemas de BH, Contagem e Betim, nas versões dublada e legendada, em 2D e 3D.

Ficha técnica:
Direção: Wes Ball
Distribuição: Fox Films
Duração: 2h13
Gênero: Ação. Ficção / Aventura
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: "Maze Runner - Prova de Fogo"; Dylan O'Brien; Kaya Scodelario; Thomas Brodie-Sangster; Ki Hong Lee; Rosa Salazar; Wes Ball; aventura; ação; ficção; Fox Films; Cinema no Escurinho

18 setembro 2015

"O Último Caçador de Bruxas", com Vin Diesel, estreia no Brasil em 29 de outubro


Maristela Bretas


Vin Diesel deixa as corridas de lado por um tempo para se tornar "O Último Caçador de Bruxas", filme previsto para estrear no Brasil em 29 de outubro com distribuição Paris Filmes. Diesel é Kaulder, um  guerreiro que conseguiu derrotar a poderosa Rainha Bruxa e dizimar seus seguidores.

Pouco antes de sua morte, a Rainha amaldiçoa Kaulder com a imortalidade, separando-o para sempre da mulher e da filha. Como vingança, Kaulder passa os séculos seguintes caçando bruxas do mal e sentindo saudades de sua familia.

Entretanto, Kaulder não sabe que a Rainha ressuscitou e busca vingança, causando uma batalha épica que ira determinar a sobrevivência da raça humana.


Com direção de Breck Eisner, o elenco conta ainda com Elijah Wood, Rose Leslie, Ólafur Darri Ólafsson, Joulie Engelbrecht e o experiente Michael Caine.

Tags: O Último Cacador de Bruxas; Vin Diesel; Michael Caine; aventura; Paris Filmes; Cinema no Escurinho

17 setembro 2015

"Férias Frustradas 2" garante boas risadas e situações bizarras

A família Griswold está de volta e não mudou nem o roteiro da próxima viagem (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Quarenta anos se passaram e a comédia de sucesso de 1983 -"Férias Frustradas" - ganha seu sexto filme e recupera o humor e as situações hilárias do primeiro filme, estrelado por Chevy Chase e Beverly D'Angelo, que retomam os papéis de Clark e Ellen Griswold. Em "Férias Frustradas 2" ("Vacation") o destaque é para as atuações de outros bons comediantes - Ed Helms (“Se Beber, Não Case”) e Christina Applegate (“O Âncora”), que não fazem feio e garantem boas risadas.

Helms interpreta Rusty Griswold, filho de Clark. Casado com Debbie (Applegate), eles têm dois filhos - o pestinha Kevin (Steele Stebbins) que agride e esculacha com frequência o mais velho e bobão James (Skyler Gisondo).

O enredo não foge muito do primeiro. Num belo dia Helms resolve fazer uma viagem de carro semelhante a que fez quando criança com os pais e a irmã até um parque temático do outro lado dos Estados Unidos. Apesar dos protestos dos filhos e do desejo da mulher de viajar para Paris, Rusty aluga um carro (se é que se pode chamar assim o veículo) pega a família Griswold e cai na estrada, rumo ao parque Walley World.

E como na primeira, as aventuras e situações esquisitas acontecem o tempo todo, com diálogos e cenas engraçadas que provocam boas risadas. Como as cenas no lago e a da estrada com a garota da Ferrari. Para piorar a situação, Rusty ainda vai conhecer "o lado negro" do passado de Debbie dos tempos de estudante.

Chevy Chase reaparece, faz a sua parte cômica, mas não tão boa quanto antes, o que é uma pena. Talvez por causa de sua aparência um pouco decadente, que tirou a graça do comediante.

O filme marca também o reencontro de Ed Helms, Charlie Dale e os diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley (da série de Tv Bones"), com quem trabalharam nos filmes "Se Beber Não Case".



Completando o elenco estão Leslie Mann no papel de Audrey, irmã de Rusty e casada com Stone Crandall, papel vivido por Chris Hemsworth, o cunhado irritantemente bem sucedido de Rusty que desfila pela casa seu corpo tanquinho e um membro avantajado (conseguido por meio de uma prótese peniana). Comédia bem pastelão, ideal para uma sessão da tarde e para desopilar o fígado. Vale conferir numa das 17 salas de shoppings de BH, Contagem e Betim.

Ficha técnica:
Direção: John Francis Daley e Jonathan M. Goldstein
Produção: New Line Cinema / David Dobkin Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h39
Gêneros: Aventura / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: "Férias Frustradas 2"; Ed Helms; Christina Applegate; Chevy Chase; Beverly D'Angelo; Leslie Mann; Chris Hemsworth; comédia; Warner Bros Pictures; Cinema no Escurinho

14 setembro 2015

"Nocaute" - Um filme de luta em meio a muito drama

Jake Gyllenhaal é um boxeador que foi criado em orfanato e se torna campeão na sua categoria (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Mais um filme de luta. Com certeza, mas "Nocaute" ("Southpaw") explora além da pancadaria, muito suor e lágrimas. Um dramalhão disfarçado em esporte, do tipo "Rocky, um lutador" (1976, com Sylvester Stallone). Desta vez, a estrela é Jake Gyllenhaal, que fez uma mudança radical em seu corpo para adquirir a forma e o preparo físico de um verdadeiro lutador de boxe.

Dividindo as atenções do público masculino está a bela e talentosa Rachel McAdams, no papel de Maureen Hope, como sua mulher. O elenco já indica uma boa produção e é completado pelo excelente Forest Whitaker, interpretando o dono de uma academia de boxe Titus Willis.

Tudo para ser um dos melhores filmes do ano no gênero. Mas a necessidade excessiva do diretor Antoine Fuqua em mostrar sangue e lágrimas quase dá um nocaute no filme. Mas isso não desmerece a produção. Boas tomadas, com algumas cenas de luta fortes demais por serem bem detalhistas.

Jake Gyllenhaal está excelente como "Billy The Great" Hope um lutador, que sair do orfanato, descobre sua vocação e vai trilhando seu caminho até alcançar o título de campeão em sua categoria por diversas vezes. 

Mas a vida do lutador, agora um milionário, com uma bela esposa e uma linda filha vai voltar a passar por tragédias. E somente na luta ele irá encontrar a única forma de vencer sua decadência e recuperar o respeito próprio e o amor de sua família.


Muito "chororô", muito sangue escorrendo, traição de amigos e parceiros e a ajuda de pessoas que nunca fizeram parte de sua vida, uma delas interpretada por Naomie Harris. Essa é a nova realidade de Billy Hope que ele terá de enfrentar

"Nocaute" é um bom filme, merece ser visito, o elenco está muito bem e vai agradar tanto quem gosta de boxe (com cenas bem reais) quanto quem procura um drama família, morte e traição. O filme pode ser conferido em versão legendada nas salas 5 do Shopping Paragem, 2 do Boulevard Shopping, 3 do Ponteiro Lar Shopping e 2 do Diamond Mall.




Ficha técnica:
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Escape Artists / Riche-Ludwig Productions
Distribuição: Diamond Films
Duração: 2h04
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: "Nocaute"; Jake_Gyllenhaal; Rachel_McAdams; Forest_Whitaker; Antoine_Fuqua; drama; Diamond_Films; Cinema_no_Escurinho

09 setembro 2015

"O Agente da U.N.C.L.E." reconta série dos anos 60 com mais ação e humor

Em plena Guerra Fria, dois espiões de lados opostos - um da CIA e outro da KGB - precisam trabalhar juntos (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação) 

Maristela Bretas


Aqueles que estão abaixo da faixa dos 40 anos nem sequer ouviram falar da série "O Homem da U.N.C.L.E." ("The Man from U.N.C.L.E.") exibida no Brasil nos anos 60 e estrelada por Robert Vaughn (como Napoleon Solo) e David McCallum (Illya Kuryakin) e que pode ser conferida no Youtube. Mas foi esta série (ainda em preto e branco) que serviu de base para o roteiro adaptado por Guy Ritchie & Lionel Wigram para o longa-metragem "O Agente da U.N.C.L.E.", em cartaz nos cinemas.

Do original sobrou pouco, uma vez que os atuais atores - Henry Cavill (Napoleon Solo) e Armie Hammer (Illya Kuryakin) levam o enredo mais para o lado cômico, com boas tiradas, muita pancadaria, alguns momentos sérios (que passam rápido). O filme não chega a ser uma comédia, mas Cavill é o responsável pela parte irônica, enquanto Hammer, novamente faz o papel meio bobão (apesar de agente da KGB), bom de briga. 


O público feminino vai gostar dos dois bonitões dividindo a telona nesta versão descompromissada e de enredo diferente da história original. A dupla terá ainda ao seu lado e boa de briga a bela Alicia Vikander (“Anna Karenina”), enquanto que a vilã é a não menos bonita Elizabeth Debicki (“O Grande Gatsby”). Completam o elenco Jared Harris (“Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras”) e Hugh Grant ("Um Lugar Chamado Notting Hill"), como Waverly, responsável pela união dos dois diferentes agentes. 

E põe diferente nisso, praticamente opostos - enquanto Solo desfila em ternos caros e carrões, esbanjando charme e elegância até quando enfrenta os bandidos, Kuryakin usa boina, gravata borboleta, tem um ar inocente, mas é bom de briga e com armas.

A nova produção conta como surgiu a U.N.C.L.E. (União de Nações para Comando da Lei e sua Execução) e a união dos dois espiões. O cenário do longa é o início da década de 1960, no auge da Guerra Fria, com história centrada no agente da CIA, Solo, e Kuryakin, da KGB. Forçados a deixarem de lado as antigas diferenças, os dois se unem em uma missão para parar uma misteriosa organização criminosa internacional que consegue construir armas nucleares para desestabilizar o poder.




A única pista da dupla na investigação é Gaby Teller (Alicia Vikander) filha de um cientista alemão desaparecido que criou a bomba atômica e que pode ser a chave para eles se infiltrarem na organização criminosa chefiada por Victoria Vinciguerra (Elizabeth Debicki). Agora os dois precisam correr contra o tempo para encontrar o cientista e evitar uma catástrofe mundial.

O game do filme

O filme ganhou também um jogo de realidade virtual de muita ação e aventura. O internauta pode escolher se quer ser Napoleon Solo ou Illya Kuryakin. O personagem deve cumprir missões para progredir na história. O jogo está disponível online apenas para Explorer e Firefox - http://www.manfromunclegame.com/?lang=pt-br - e também pode ser baixado para dispositivos móveis na Apple Store e Play Store, nos links abaixo:
IOS - http://j.mp/MissionBerlinIOS
Android - http://j.mp/MissionBerlinAndroid

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Guy Ritchie
Produção: Davis Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 1h57
Gêneros: Espionagem / Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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07 setembro 2015

Meryl Streep já vestiu Prada e agora canta como uma roqueira em "Ricki and the Flash - De Volta para Casa"

Meryl Streep canta quase dez canções no filme, entre Lady Gaga, Pink e Rolling Stones (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Sob a direção de Jonathan Demme e roteiro da ganhadora do Oscar Diablo Cody ("Juno", de 2007), a também premiada Meryl Streep mostra sua versatilidade em "Ricki and the Flash - De Volta para Casa", em cartaz nos cinemas e uma ótima opção no cinema. Quem assistiu "As Pontes de Madison" (1995), "O Diabo Veste Prada" (2006) e, mais recentemente, "O Doador de Memórias" (2014) irá se surpreender e curtir demais a atriz no papel de uma roqueira decadente que precisa fazer as pazes com a família.


E que roqueira. Meryl canta quase dez canções ao longo do filme, algumas delas inteiras, com um vozeirão de fazer inveja a muita cantora de sucesso. E ainda toca guitarra, resultado de um curso rápido de algumas semanas com ninguém menos que Neil Young. E a aplicada aluna não deixou por menos e arrasa cada vez que interpreta músicas que vão de Rolling Stones a Lady Gaga e Pink.


Se Meryl Streep se garante como a roqueira Ricki Rendazzo (e com sorte entra na disputa por mais um Oscar), ela também não deixa por menos quando precisa voltar para casa e encarar a responsabilidade de ser mãe e segurar a barra da filha recém-separada Julie Brummel, interpretada por Mamie Gummer, filha da atriz na vida real (qualquer grande semelhança não é mera coincidência). 


As duas voltam a trabalhar juntas no cinema pela quarta vez - as outras foram "A Difícil Arte de Amar", quando Mamie tinha três anos (1986), "A Casa dos Espíritos" (1993) e "Ao Entardecer" (2007).

A dupla divide as cenas com outro ótimo ator - Kevin Kline, que interpreta Pete Brummel, ex-marido de Rick e pai de Julie, Rick Springfield, que faz Greg, namorado de Rick, Audra McDonald (Maureen, atual mulher de Pete), Sebastian Stan (Joshua) e Nick Westrate (Adam), filhos de Ricki, além de Ben Platt (Daniel, barman do clube onde a banda The Flash toca).

Levando sua vida como vocalista da banda The Flash tão cinquentona como ela, Ricki divide seu tempo como caixa de uma mercearia, ganhando mal e namorando o guitarrista Greg. Mas uma ligação do ex-marido Pete faz com que ela retorne à cidade onde ele mora com os filhos, todos adultos agora, para tentar tirar da depressão a filha Julie, abandonada pelo marido. Mas a mágoa dela e dos dois irmãos com a mãe é muito grande pelo abandono no passado. Ricki terá de vencer esta barreira para fazer as pazes com Julie, Adam e Joshua sem deixar de lado o sonho de cantar.




Grande filme, vale cada centavo do ingresso. A história pode ser de final esperado, mas isso não importa. É sempre uma chance de ver Meryl Streep interpretando e isso não tem preço. Pena que esteja passando em apenas cinco salas de BH, todas com sessões legendadas, nos shoppings Paragem, Boulevard, Ponteio, Diamond Mall e Pátio Savassi.

Ficha técnica:
Direção: Jonathan Demme
Produção: TriStar Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h42
Gênero: Comédia romântica
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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06 setembro 2015

"A Esperança é a Última que Morre" é comédia sem graça com bons humoristas

Hortência, Eric e Ramon criam um serial killer para ajudar a repórter a se tornar âncora do jornal local (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


O elenco poderia garantir boas gargalhadas. Mas o que aconteceu foi exatamente o oposto em "A Esperança é a Última que Morre". A comédia é muito fraca e a história mais ainda, misturando jogos políticos e de poder, lição de moral e crimes bizarros com nomes de provérbios populares.

Os talentos da comediante Dani Calabresa e do ator Danton Mello poderiam ter sido mais bem aproveitados. Noventa minutos de filme é muito tempo, o final da história já estava contado desde o início, não há momentos de gargalhadas, no máximo um sorriso, O elenco de apoio - Katiuscia Canoro e Rodrigo Sant’anna ajudam a segurar a peteca, com atuações normais, sem muito destaque.

O filme foi feito em 2013, ou seja, levou dois anos para estrear. Danton Mello no ano seguinte participou de outra comédia - "Superpai" - , com a mesma Dani Calabresa, que por sinal estava bem melhor e mais a vontade como comediante. "Superpai" foi para as telas antes de "A Esperança é a Última que Morre", primeiro longa-metragem de ficção dirigido por Calvito Leal.

O filme conta a história de Hortência (Calabresa), uma repórter de TV dedicada, que sonha em ser âncora do telejornal local. Mas sua colega Vanessa (Katiuscia) fará de tudo para ocupar a vaga. Diante da concorrência, Hortência inventa um falso serial killer, o "Assassino dos Provérbios" que monta as cenas de seus crimes baseadas em ditados conhecidos. 

Ela conta com a ajuda de Eric (Danton) e Ramon (Sant’anna), que trabalham no IML. Mas os crimes de mentira começam a fugir do controle do grupo e desperta a curiosidade de Vanessa, que passa a investigar porque a polícia não se preocupa em solucioná-los.



A história é engraçada, mas foi mal explorada. Uma pena. Mesmo assim esta comédia nacional pode ser conferida em salas de dez shoppings de BH e Contagem.

Ficha técnica:
Direção: Calvito Leal
Produção: Downtown Filmes / Paris Filmes / Riofilme
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: "A Esperança é a Última que Morre"; Dani_Calabresa; Danton_Mello; Katiuscia_Canoro; Rodrigo_Sant’anna; Calvito_Leal; comédia; Downtown_Filmes; Paris_Filmes; Riofilmes; Cinema_no_Escurinho


04 setembro 2015

Em Expresso do Amanhã", Chris Evans mostra que é muito mais que um Capitão América

Filme levou dois anos para estrear no Brasil e surpreende com enredo bem engajado e ótimo elenco (Fotos: Playarte Pictures/Divulgação)
  

Maristela Bretas


"Expresso do Amanhã" é uma ótima produção, com bom enredo, que explora um futuro bem sombrio, nada agradável e congelado. E o destaque fica para a atuação surpreendente de Chris Evans (o "Capitão América") num papel sério, sem gracejos ou piadas de super-heróis. Ele interpreta o líder de um grupo de sobreviventes da Terra, após uma experiência mal sucedida de conter o aquecimento global provocado pelo próprio homem.

Após dois anos esperando para ser lançado no Brasil, este drama/ficção/ação dirigido pelo competente Joon-ho Bong (de "O Hospedeiro") é uma produção com participações sul-coreana, norte americana e tcheca, além de um cenário final na Áustria.

"Expresso do Amanhã" ("Snowpiercer") explora principalmente o que acontece com o planeta quando o homem usa uma saída drástica para tentar conter o aquecimento global - pulverizar no céu uma substância tóxica, o CW7, sobre que iria interromper o processo. Mas o que ocorreu foi um completo congelamento da superfície terrestre que quase exterminou a raça humana.

Os sobreviventes foram colocados na parte de um trem que nunca para - o Snowpiercer, vivendo em total miséria durante 17 anos, sem nunca verem a luz do dia. Enquanto isso, os poderosos habitavam a parte da frente da composição em total luxúria e desperdício.

Logicamente uma hora isso iria provocar revolta, mas todas as tentativas deram erradas, até que um desses habitantes - Curtis (Chris Evans) - se reúne com amigos de sofrimento e resolve se rebelar contra a situação e tomar o comando do trem.

O elenco contou também com ótimas interpretações de Tilda Swinton, Jamie Bell, John Hurt, Ed Harris e Kang-ho Song, o único sul-coreano do elenco e que já havia trabalhado com Joon-ho Bong em "O Hospedeiro", em 2006.

Com história envolvente, o filme apresenta cenas de lutas entre miseráveis e soldados, muita violência e degradação, ao mesmo tempo em que questiona a exploração do rico sobre o pobre e relações entre pais e filhos quando estes estão em perigo ou o assunto é sobrevivência.



Uma ótima opção no cinema, vale cada pipoca e refrigerante. Pena que demorou tanto para estrear por aqui (ele é e 2013). Ele pode ser visto em versões dubladas e legendadas em cinco salas de cinema nos shoppings Cidade, Del Rey, Diamond Mall, Pampulha Mall e Contagem. Infelizmente em horários que vão as 13h30 às 18h40.

Ficha técnica:
Direção: Joon-ho Bong
Distribuição: Playarte Pictures
Duração: 2h06
Gêneros: Drama/ Ação/ Ficção
País: EUA/ Coreia do Sul/ República Tcheca
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: "Expresso do Amanhã"; Chris_Evans; Jamie_Bell; Tilda _Swinton; Ed_Harris; John_Hurt; Song_Kang-Ho; Bong_Joon-Ho; drama; ação; ficção; Playarte; Cinema_no_Escurinho


02 setembro 2015

"Homem Irracional" é mais uma obra do sempre desconcertante Woody Allen

Joaquin Phoenix interpreta um professor com problemas emocionais que se envolve com duas mulheres de uma pequena cidade (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni 


Está no dicionário: irracional significa "oposto à razão" ou "que não raciocina". Pois é nisso que se transforma o professor de Filosofia Abe Lucas, vivido por Joaquin Phoenix em "Homem Irracional" ("Irrational Man"). Angustiado, deprimido, desanimado e com um passado até certo ponto misterioso e trágico, ele chega para lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. E só reacende seu desejo de viver quando encontra motivo na irracionalidade: decide cometer o crime perfeito para fazer justiça com as próprias mãos ao escutar a conversa de uma mesa vizinha numa lanchonete.

Repleto de citações de Kant, Simone de Beauvoir, Hannah Arendt e Dostoiévski, o filme,  dirigido pelo sempre surpreendente Woody Allen, tem um quê de policial na sua trama. Muito bem interpretado por um Joaquin Phoenix acima do peso - e portando uma barraguinha de homem maduro sem vaidade -, até encontrar um motivo para continuar vivendo, o professor Abe se reveza sem nenhum entusiasmo entre a cama de Rita, colega descolada vivida por Parker Posey, e a paixão de Jill, aluna inteligente feita por Emma Stone. Ambas caem de amores por aquele intelectual sombrio e decadente.

Houve quem encontrasse alguma semelhança entre  "Match-Point" e "Homem Irracional" , já que ambos tratam, em algum momento, do destino, da intuição, da sorte, do acaso, da força do imponderável na vida das pessoas. Pode ser. Até porque ambos, de alguma forma, também falam da possibilidade do crime perfeito, de ética, culpa e moral. Tanto um quanto o outro são impactantes. E fazem o espectador continuar acreditando no talento desconcertante de Woody Allen. 




"Homem Irracional" está em exibição em cinco salas nos shoppings Boulevard, Diamond Mall, Pátio Savassi e Ponteio Lar Shopping, em versões legendadas, com duração de 1h34. Classificação: 14 anos

Tags: "Homem Irracional"; Woody_Allen; Joaquin_Phoenix; Emma_Stone; Parker_Pousey; drama; Imagem_Filmes; Cinema_no_Escurinho

31 agosto 2015

"Hitman: Agente 47" ultrapassa a violência do game

Rupert Friend é o agente da vez e convence nas cenas de ação (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Baseado no jogo da franquia "Hitman", com lances que lembram os games "Codinome 47" (2000) e "Absolution" (2012), "Agente 47" segue a mesma linha, com muito sangue, tiro, pancadaria e violência em excesso, bem ao estilo do jogo. Para quem gosta do gênero, um motivo para ir ao cinema, apesar do filme ser fraco em história, mas rico em ação (chega a tirar o fôlego).

Como na outra versão exibida em 2007, o ator que interpreta o violento agente Hitman 47, faltou a cara de assassino cruel e sem emoção, como o personagem do game. Tanto Timothy Olyphant (de "Hitman - Assassino 47") quanto Rupert Friend, desta versão tem cara de bom moço. Diferente de Luke Goss, que fez "Entrevista com Hitman" (2012), um filme mais ou menos que poucos conhecem que contou, mas com um ator que tem a cara do agente.

Tudo bem, tirando este detalhe, "Hitman: Agente 47" abusa nos efeitos especiais usados principalmente nas cenas de lutas, com piruetas e desvios de balas em câmera lenta, semelhantes as de "Matriz". Para tudo acabar em tiros na cabeça e ossos quebrados.

A bela mocinha é interpretada por Hannah Ware, que começa como uma garota sem rumo, procurando um homem que ela não conhece. Passa a ser o alvo de duas organizações de espionagem e ao se encontrar com Hitman descobre que pode prever fatos, lutar e atirar tão bem quanto ele.

Zachary Quinto (o Spock, de "Star Trek") assumiu e corpo e alma seu famoso personagem de ficção, não altera um músculo da face, não importa se a situação é cômica ou dramática. Bom para seu papel de assassino, mas de atuação fraca, como o restante do elenco.

"Hitman: Agente 47" (Rupert) é um assassino de elite geneticamente modificado criado por um cientista para ser a máquina de matar perfeita. Agora, ele precisa impedir que uma agência de espionagem consiga usar o segredo de sua criação para a formação de um exército imbatível. Para isso precisará se unir a Katia van Dees (Hannah), filha do cientista, que poderá também lhe ajudar a descobrir segredos de sua origem e a enfrentar outro violento e cruel agente, John Smith (Quinto).



O filme pode ser conferido em 12 salas de 11 cinemas de BH, Contagem e Betim, em versões dubladas e legendadas. Discordo da classificação de 16 anos. Deveria ser 18, como o game, pela violência excessiva.

Ficha técnica:
Direção: Aleksander Bach
Produção: Fox International Pictures/ Infinite Frameworks
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h25
Gênero: Ação/ Espionagem
País: EUA / Alemanha
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: "Hitman: Agente 47"; Rupert_Friend; Hannah_Ware; Zachary_Quinto; Aleksander_Bach; ação; espionagem; Fox_Film; Cinema_no_Escurinho


29 agosto 2015

Muito humor e pouca alma em "Ted 2"

Ted e John retomam sua história anos depois para novas aprontações, mulheres, sexo, droga e bebida (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Wallace Graciano


O ano era 2012. Naquela época, o já consagrado Seth MacFarlane, famoso por dar os primeiros traços de “Uma Família da Pesada" (ou "Family Guy") e outras grandes séries animadas, trazia às telonas a história de um ursinho de pelúcia um tanto quanto controverso. Com um humor ácido, “Ted” não demorou a cair nas graças do público e provou que tinha fôlego para se transformar em um ícone pop sem precisar da ajuda da irretocável sitcom animada de seu criador.

O sucesso de bilheteria da película, que arrecadou US$ 550 milhões ao redor do planeta, deu carta branca para MacFarlane continuar a história do ursinho e sua promissora carreira como diretor de cinema. O problema é que ele não conseguiu repetir sua genialidade de outrora, fazendo com que ”Ted 2” se transformasse em um longa sem alma própria, um subproduto de seu antecessor.

Basicamente, o roteiro pouco se desenvolve e faz com que o forte e caro elenco não seja bem explorado, mesmo contando com a participação de Morgan Freeman e Tom Brady, um dos melhores jogadores da história a NFL, principal liga de futebol americano do planeta.

A história começa com o casamento de Ted (voz de Seth Mac Farlane) e Tami-Lynn (Jessica Barth). Como já era de se esperar, não demora muito para o ursinho ter problemas conjugais com sua esposa, o que faz com que o casal tente salvar o matrimônio com um bebê. Porém, a busca por um doador e posteriormente por uma criança para adoção fracassa. Para piorar o cenário, Ted perde seus direitos civis, pois o Governo de Massachusetts não o considera um ser humano.

A partir desse momento, o protagonista e seu melhor amigo, John (Mark Wahlberg), tentam processar o Estado. Sem verbas, contratam a inexperiente advogada Samantha L. Jackson (Amanda Seyfried). O trio inicia uma ilíada para recuperar os direitos civis do ursinho.

O grande problema é que nem Wahlberg, muito menos Seyfried conseguem convencer o público com suas atuações. Marcado pelas divertidas tiradas no original, John se transformou em um personagem apático, que é acompanhado da jovem advogada, que não consegue transmitir empatia a ninguém.

Apesar de deixar a desejar na construção da história, “Ted 2” não perdeu o humor ácido que marcou o primeiro filme, abusando das piadas de conotação sexual e polemizando nas tiradas, como a referência aos atentados de 11 de setembro de 2001.




Ou seja, “Ted 2” é uma comédia honesta se você deseja apenas soltar gargalhadas no cinema. Só que poderia ter sido bem mais, tal qual seu antecessor, o que pode dar ainda mais voz aos “chatinhos” que insistem que sequências estragam o original.

Obs.: A censura é 16 anos, caso algum deputado deseje levar seu filho pequeno ao cinema.

Ficha técnica:
Direção: Seth Mac Farlane
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Comédia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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27 agosto 2015

"Sobre Amigos, Amor e Vinho" - Um brinde ao bom da vida!

Produção tem a cara exata de filmes franceses, com aquele jeito incomum de contar uma história (Fotos: Studio Canal/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Embora não tenha nada a ver com o título original, "Barbecue" (que se justifica pelos muitos churrascos presentes na trama), o nome "Sobre Amigos, Amor e Vinho" instiga e inspira de forma inegável e inequívoca. Afinal, a princípio, parece irresistível uma história que fale de três coisas tão queridas pela maioria dos seres viventes neste mundo desumano e violento.

Produção francesa dirigida por Eric Lavaine, "Sobre Amigos, Amor e Vinho" tem a cara exata de filmes franceses, com aquele jeito incomum de contar uma história. Estão lá as iguarias que fazem salivar, as longas conversas sempre em volta de mesas fartas e, claro, as taças e os brindes. Ah, os brindes: sempre com vinhos - brancos ou tintos - sobre os quais todos comentam e pelos quais suspiram. De dar água na boca.

Antoine Chevalier (Lambert Wilson) acaba de fazer 50 anos, cuida do corpo, corre, come adequada e moderadamente. Mas isso não impede que tenha um infarto e é a partir daí que ele resolve mudar de vida. Decide virar a mesa e passa a viver desregradamente, comendo e bebendo o que tem vontade. 


Para inaugurar a nova vida, junta sua turma de velhos amigos (aqueles que sempre estão presentes nos churrascos) e vão todos passar uns dias num recanto paradisíaco nas montanhas. As paisagens, claro, são estonteantes, num certo desacordo com a lavação de roupa suja em que se transforma o encontro.

Se há algum pecado no filme, esse pecado são os pequenos clichês, sempre presentes em qualquer história de turma: o chato, o inconveniente, a maluca, o irresponsável, o sofrido... Mas nada disso tira o brilho do longa que, por tratar de pessoas maduras, entre os 50 e 60 anos, traz, nos diálogos, alguma reflexão sobre a vida e o passar do tempo. E, convenhamos: nada pode ser melhor do que mudar de vida entre os amigos, o amor e os vinhos.




Com duração de 1h38, a produção francesa em versão legendada está em exibição na sala 4 do Ponteio Lar Shopping Cineart, sessões de 17h35 e 21h35. Classificação: 14 anos

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23 agosto 2015

Glória Pires desperdiça talento na comédia "Linda de Morrer"


Filme reúne Glória Pires e elenco conhecido que deve virar mais um especial de fim de ano (Fotos: Páprica Fotografia/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de Cléo Pires, agora é a vez de Antonia Morais, segunda filha da atriz, se lançar no cinema. Se a primeira é a cara do pai, Fábio Jr. (do primeiro casamento de Glória Pires), Antonia, da união com o compositor Orlando Morais, é a cópia da mãe. Mas ambas ainda terão que enfrentar muitas horas de aprendizado para chegar ao talento de Glória.

E Antonia dá seu pontapé inicial justamente ao lado da mãe, no que deveria ser uma comédia. Só que não. "Linda de Morrer" provoca poucos risos e nem mesmo o talento de Glória Pires (e ela tem de sobra) consegue salvar. Um desperdício. A história é boba, sem graça e, por sorte, curta. Passa longe de outra produção cômica da atriz bem melhor - "Se Eu Fosse Você" (2006), em que ela contracena com Tony Ramos.

A impressão que passa é de que o filme foi feito para alavancar a carreira da jovem filha da atriz. Por sinal, elas tiraram o ano de 2015 para aparecerem com os pais - Cléo fez as pazes com Fábio Jr. em "Qualquer Gato Vira Lata 2" e agora Antonia interpreta a filha que precisa fazer as pazes com a mãe depois de morta.

A diretora do filme é Cris D´Amato, a mesma de "S.O.S.- Mulheres ao Mar", uma comédia muito melhor, e "Confissões de Adolescente" outra ótima produção. Uma pena ter apostado em um enredo tão fraco. Nem mesmo o fato de ela ter trabalhado em outras duas produções com Glória Pires - "Se Eu Fosse Você 1 e 2" ajudou a salvar o filme. Os efeitos especiais também não são dos mais sofisticados.

"Linda de Morrer" conta a história de Paula Lins, uma médica prepotente (Gloria Pires) que deixa a relação com a filha Alice (Antonia Morais) em segundo plano. Dona de uma clínica famosa tem um sócio ambicioso, Dr. Francis (Angelo Paes Leme). Ela desenvolve uma pílula que acaba com a celulite - o Milagra -, que leva as mulheres à loucura, literalmente. Porém, Paula toma o remédio e morre de um inesperado efeito colateral.

Agora, seu espírito preso à Terra precisa denunciar o próprio remédio e salvar as futuras vítimas de seu sócio sem escrúpulo. Para isso ela conta apenas com duas pessoas: o desajeitado psicólogo Daniel (Emilio Dantas), que acaba de herdar o dom de mediunidade da avó Mãe Lina (Susana Vieira), e a filha Alice, com quem tinha uma relação de brigas constantes.

No elenco estão também outros nomes conhecidos como Vivianne Pasmanter, Stella Miranda e Pablo Sanábio. Mas quem carrega o filme do início ao fim é mesmo Glória Pires. Emilio Dantas tem boa interpretação e já provou isso em "Cazuza" Além de Susana Vieira, nos poucos momentos em que aparece.




O que se pode esperar é que a comédia deverá virar especial até o final deste ano nas telas da TV. Com marketing forte de divulgação, o filme está sendo exibido em 23 salas de 19 shoppings de BH, Contagem em Betim.

Ficha técnica:
Direção: Cris D'Amato
Produção: Migdal Filmes, Fox International e Globo Filmes
Distribuição: 20th Century Fox
Duração: 1h15
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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20 agosto 2015

"O Pequeno Príncipe" - Para ver com o coração

Duas histórias correm paralelamente, ajudando a protagonista a descobrir a amizade e a liberdade do sonho, da imaginação e da aventura (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Pode até ser que um ou outro fique decepcionado: o filme "O Pequeno Príncipe" não é exatamente a reprodução do livro de Antoine de Saint-Exupéry  nas telas. O conto está presente, claro, mas entra quase que como coadjuvante na história da menininha que sofre com uma mãe obsessiva e superorganizada que, sob o pretexto de aprovar a filha numa escola rigorosa, traça para ela um plano de milhares de horas de estudos repletos de equações e horários rígidos.

É exatamente numa brecha dessa rigidez toda que a menina conhece seu vizinho, um velho aviador maluco que lhe fala sobre o principezinho sonhador que vivia num asteroide longínquo. A partir daí, as duas histórias - da menina e do príncipe - correm paralelamente, ajudando a protagonista a descobrir a amizade e a liberdade do sonho, da imaginação e da aventura.

Filmes e livros sobre a relação de velhos com crianças são fórmulas que quase sempre dão certo. Todo mundo fica enternecido e tocado com a reflexão sobre o encontro da sabedoria com a inocência, o alvorecer e o outono da vida. Em "O Pequeno Príncipe", o diretor Mark Osborne explora isso muito bem, o que acaba resultando em lágrimas, mas também em muito riso.

Entendidos em animação explicam que o filme utiliza duas técnicas distintas. Uma mais quadradrinha e em tons acinzentados, que o espectador vê nas cenas que mostram a vida da menininha - tudo muito certinho, limpo, simétrico e equilibrado. E outra, mais alegre, colorida, movimentada e lúdica, quando está em cena o mundo caótico do aviador e suas histórias e feitos mirabolantes. Uma ótima sacada, mesmo que isso não seja conscientemente visível ao espectador leigo. Certamente alguma coisa fica dessa diferença.

No Brasil, o tarimbado Marcos Caruso dá voz ao aviador, enquanto a garotinha é dublada pela atriz Larissa Manoela, que faz a personagem Maria Joaquina na novela "Carrossel". Algumas salas receberam a versão francesa legendada de "O Pequeno Príncipe", mas a versão em inglês que conta com a dublagem de estrelas como James Franco, Rachel McAdams, Marion Cotillard, Benicio Del Toro, Ricky Gervais e Jeff Bridges não será exibida nos cinemas brasileiros.

A trilha sonora, do premiado Hans Zimmer (Oscar por "O Rei Leão" em 1995), é praticamente um personagem do filme. Delicada e agradável, a música permeia o longa com nuances sonoras que não nos permitem esquecer nunca que estamos diante de uma deliciosa fantasia. É quase um convite a uma volta à infância.



A geração que cresceu sob a inspiração do belo conto de Saint-Exupéry pode até sentir falta de alguma coisa, como por exemplo das frases e verdades eternas que embalaram suas vidas adolescentes. Estão lá a rosa, o baobá, a raposa, o poço do deserto, mas parece que falta algo. Mas como o essencial é invisível aos olhos e só se vê bem com o coração, tudo se completa. Vale a pena. "O Pequeno Príncipe" tem duração de 1h46 e está em exibição em 23 salas de 18 shoppings de BH, Contagem e Betim, em versões dubladas e legendadas.. Classificação: Livre

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