08 dezembro 2015

"Chatô, o Rei do Brasil", uma biografia polêmica como seu personagem

Após 20 anos, filme dirigido por Guilherme Fontes entra em cartaz e agrada (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, o ator, produtor e diretor Guilherme Fontes despistou, escorregou, mas não explicou por que o filme que dirigiu, "Chatô, o Rei do Brasil", levou 20 anos para ficar pronto, em meio a uma série de polêmicas, acusações e debates sobre leis de incentivo cultural e desvio de dinheiro. Mas num ponto, ele foi categórico: trata-se de uma comédia dramática.

Faz sentido. Em vez de optar pelo caminho óbvio, mostrando nascimento, crescimento, ascensão e queda do jornalista Assis Chateaubriand, magnata das comunicações que criou os Diários Associados e chegou a comandar mais de 100 veículos entre jornais, rádios e TVs, Fontes escolheu um caminho mais difícil: criou um dia do juízo final, no qual o protagonista é julgado enquanto relembra passagens da sua vida louca.

Como sempre, o livro é melhor do que o filme. A obra de Fernando Morais, até pelo tom mais sério e ordenado, resulta numa compreensão mais completa por parte do leitor, que consegue contextualizar as extravagâncias e aventuras de Chatô, homem que parece já ter nascido personagem. Afinal, não é todo dia que se vê alguém que, nascido pobre na Paraíba, se torne um poderoso e excêntrico empresário, amigo - e inimigo - de presidentes da República.

De caráter duvidoso e capaz de tramoias inacreditáveis, ele se envolve com muitas mulheres e promove negociatas inacreditáveis e inconcebíveis. Visionário, foi o pioneiro da TV no Brasil criando a TV Tupi de São Paulo nos anos de 1950.

O elenco, encabeçado por Marco Ricca como Chateaubriand, é um dos responsáveis pelo brilho do filme, que conta ainda com Letícia Sabatella como sua primeira mulher, Maria Eudóxia; Leandra Leal como Lola, outra de suas mulheres; Andréa Beltrão como a eterna amante Vivi Sampaio; e Paulo Betti como Getúlio Vargas.

Houve quem não gostasse do ritmo frenético e fragmentado do longa, repleto de cores, fantasias, idas e vindas. Na verdade, em se tratando de um filme cuja produção e realização foram confusas e nebulosas, foi uma boa sacada. Chatô resultou num bom filme, mesmo que anárquico e alegórico - aliás, bem parecido com o Brasil.

O filme, com duração de 1h42, está em cartaz nas salas 4 do Ponteio Lar Shopping (sessões às 17 horas e 19h15) e 8 do Pátio Savassi (sessões às 13 horas e 15h15). Classificação 14 anos





Tags: #ChatôoReidoBrasil, #GuilhermeFontes, #AssisChateaubriand, #Chatô, MarcoRicca, #LetíciaSabatella, #LeandraLeal, #AndreaBeltrão, #PauloBetti, #drama, #comédia, #biografia, #GFF Filmes, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

07 dezembro 2015

"À Beira Mar" é arrastado, apesar da boa interpretação do casal Angelina e Brad Pitt


Cansativo em boa parte, o filme trata de crise conjugal e voyeurismo (Fotos Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Solidão, vícios e uma crise conjugal que se arrasta há anos. A ideia da trama é interessante, com Angelina Jolie Pitt acertando a mão e se destacando neste que é seu terceiro filme como diretora, além de roteirista e produtora junto com o marido Brad Pitt. Mas "À Beira Mar" ("By The Sea") é arrastado, levando mais de duas horas para contar o drama do casal. Cansativo em vários momentos, o destaque fica para as cenas de voyeurismo e as brigas no quarto de hotel.

Mesmo com Angelina Jolie e Brad Pitt fazendo uma boa dupla em cena (como aconteceu em "Sr. e Sra. Smith", de 2005) a história acaba se tornando cansativa. O casal, que praticamente não conversa, vai para uma cidade na costa francesa em busca de inspiração para um novo livro dele e uma possível reconciliação.

Entre um copo e outro, o escritor Roland Bertrand (Pitt), passa seu tempo no bar da vila, conversando com o calejado proprietário Michel (interpretado por Niels Arestrup) e o morador Patrice (Richard Bohringer).

Já a mulher, a ex-bailarina Vanessa (Jolie), quando não está no quarto, passando seu tempo tomando sol na varanda ou antidepressivos, se aventura pelas encostas e faz compras nas quitandas da cidade, em busca de algo nem ela mesmo sabe o que.

A sintonia do casal Pitt é tanta que há momentos que parece que a trama é uma reprodução de uma crise real no matrimônio deles. Isso ajudou muito para que o filme não se tornasse muito chato. E depois de muita embromação, finalmente a interessante: a chegada de um casal em lua de mel, Léa (Mélanie Laurent) e François (Melvil Poupaud), que se hospeda no quarto ao lado. Um buraco na parede se torna a diversão e o novo vício de Vanessa e Roland que pode despertar antigos desejos e frustrações e mudar a vida de todos.

Um ponto se destaca em "à Beira Mar" - a ótima fotografia, que explorou a beleza da região, assim como as imagens internas, com muito jogo de espelho e closes no Sr. e Sra. Pitt. A trilha sonora é suave, sem exageros e na hora certa. Tinha tudo para ser ótimo, não fosse a duração excessiva. Mas vale a pena conferir.

"À Beira Mar" está em cartaz nas salas 2 do Diamond Mall (sessões às 15h50 e 21h40), 4 do Shopping Paragem (18h50 e 21h10) e Ponteio Lar Shopping, nas salas 2 (14h20, 16h45 e 21h10) e Premier (18h25), todas em versão legendada.





Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Angelina Jolie Pitt
Produção: Plan B Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h12
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ABeiraMar, #AngelinaJoliePitt, #Brad Pitt, #drama, #romance, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

06 dezembro 2015

"A Visita" tem bons sustos, ótima interpretação e direção M. Night Shyamalan

Uma vista aos avós pode mudar a vida de dois jovens netos para sempre (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Um ótimo filme de terror, sob a direção de M. Night Shyamalan, o mesmo de "Sexto Sentido" (1999) e "Sinais" (2002). Suspense na medida certa, traumas que vão surgindo ao longo da história e apesar da categoria, traz uma boa mensagem no final. Assim é "A Visita" ("The Visit"), em cartaz nos cinemas. O filme coloca dois adolescentes - Olivia De Jonge e Ed Oxenbould - contracenando com três atores experientes do cinema e de séries - Kathryn Hahn, Peter McRobbie e Deanna Dunagan.

O diretor escolheu contar a história sob o ponto de vista da neta (Olivia), que carrega uma filmadora todo o tempo e quer fazer um filme sobre os avós para dar de presente à mãe (Kathryn Hahn) que se separou deles quando era adolescente. E durante todo o tempo a jovem registra a família, em diversas situações, principalmente os avós.

A adolescente, que tem medo de se olhar no espelho, e o irmão (Oxenbould), com fobia por germes, são enviados pela mãe para visitar os avós que moram em uma remota fazenda na Pensilvânia. Não demora muito até que os irmãos descubram que os idosos têm comportamento estranho e passam a agir de maneira assustadora, o que pode colocar suas vidas em perigo e reforçar velhos traumas de infância.

Os cenários são limitados aos arredores da casa dos avós, numa época de neve. Então não espere uma fotografia de arrasar. Dentro de casa, o que é proibido desperta a curiosidade dos netos, apesar dos avisos dos avós sobre perigos e horários. Bons sustos, momentos tensos e boas interpretações, principalmente de Deanna Dunagan, que faz o papel da avó boazinha que adora cozinhar para os netos e muda completamente quando a noite chega.

Um dos bons filmes de terror deste ano e vale a pena ser visto. M. Night Shyamalan prova que, apesar de não ter tido muito sucesso com produções recentes, ainda sabe como conduzir bem o gênero.



"A Visita" está em exibição em nove salas de cinema de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: M. Night Shyamalan
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h34
Gêneros: Terror
Países: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #AVisita, #MNightShyamalan, terror, #UniversalPictures, #Cinema no Escurinho, #Tudo BH

02 dezembro 2015

Chico, um simples artista brasileiro de bem com a vida

Documentário mostra um Chico Buarque falante e bem humorado (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Se tivesse de resumir, com uma única palavra, o filme "Chico - Artista Brasileiro" usaria, sem dúvida, a expressão "honestidade". Sem rodeios, sem salamaleques, sem maiores invenções, o documentário de Miguel Faria Jr. é absolutamente honesto ao contar - e deixar contar - a trajetória do nosso maior artista. E o que é melhor: o próprio Chico fala de si mesmo e de sua carreira com simplicidade e fluência, que resulta no final num sentimento de "quero mais".

Diretor de "Vinícius", de 2005, documentário que é recorde brasileiro de público no gênero, Miguel Faria Jr. optou por uma fórmula parecida. Se, no primeiro filme, os depoimentos de parceiros e amigos de Vinícius de Moraes eram intercalados com canções e poemas de sua lavra, no segundo é o próprio Chico, na maioria das vezes, que conta as histórias sentado no escritório de sua casa no Leblon. De novo, os números musicais - especialmente gravados para o filme - intercalam as falas, tudo na medida certa.

Um detalhe que chama a atenção no documentário é o humor do artista, o que imprime leveza ao filme. Mesmo quando fala de passagens e percalços terríveis da sua trajetória como a censura implacável da ditadura e os anos de exílio na Itália, Chico ri, faz graça, em paz com a sua maturidade. Seu livro mais recente, "O irmão alemão", no qual ele conta a descoberta e a dolorosa busca de um irmão desconhecido, permeia todo o filme e é também com naturalidade e honestidade que o artista fala do processo.

Procurando sair do óbvio, as canções do filme surpreendem: da brejeira "Biscate", num delicioso dueto de Mart'Nália e Adriana Calcanhoto, passando por "Mar e Lua", com Mônica Salmaso, e "Uma canção desnaturada", aquela do curuminha, em comovente interpretação de Laila Garin, a cantora/atriz que fez o musical de Elis Regina. E mesmo diante de tantas feras, vale um destaque: a cantora portuguesa Carminho reinventando "Sabiá" é de cortar os pulsos.



Para os fãs do grande compositor, "Chico - Artista Brasileiro" é imperdível. O filme está em exibição nas salas 2 do Ponteio Lar Shopping (sessões de 16h40, 19 horas e 21h20) e 2 do Diamond Mall (sessões de 12h50, 15h40, 18h40 e 21h30). Classificação: 12 anos

Tags: #ChicoArtistaBrasileiro, #Miguel Faria Jr, #biografia, #Sony Pictures, #Cinemano Escurinho, #TudoBH

30 novembro 2015

"American Ultra" recebe título em português que distorce a história

Jesse Eisenberg e Kristen Stewart formam um bom casal em "American Ultra - Armados e Alucinados" (Fotos Paris Filmes/Divulgação)


Maristela Bretas


Ainda sem perder a cara de Bela, que a lançou ao estrelato na franquia "Crepúsculo". Kristen Stewart consegue fazer uma boa parceria com Jesse Eisenberg (esse sim, um jovem ator versátil, que já mostrou seu talento em outras produções, como em "Truque de Mestre") no filme de ação "American Ultra - Armados e Alucinados", em cartaz nos cinemas.

Por sinal, a complementação do título em português não tem nada a ver com o enredo, que trata de espionagem, um pouco de romance e muita ação, sem o "alucinados". Pelo contrário, quando o casal principal está quieto no canto deles, nada acontece - não há perseguições armadas, o romance é água com açúcar (bem no estilo "Crepúsculo") e a vidinha é bem comum de uma cidade do interior dos Estados Unidos.

Tudo começa a ficar elétrico quando a CIA resolve ir atrás do jovem Mike Howell (Eisenberg), um pacato funcionário de mercearia que vive com sua namorada Phoebe Larson nesta pacata cidade, fuma maconha o tempo todo, já teve várias passagens pela polícia por causa do vício, mas não oferece risco a ninguém. 

Na verdade, Mike faz parte de um projeto ultrassecreto da CIA que lhe deu habilidades para o combate que foram apagadas de sua memória. Ao ser reativado, ele se torna uma máquina de matar e vai usar seu conhecimento para escapar dos agentes que tentam matar o casal.

Eisenberg e Stewart formam até um casal entrosado e convence mais do que o papel que a jovem fez com o vampiro Robert Pattinson. Nesta produção, mocinhas e bandidos se confundem e o que importa é a ação, esta sim, do início ao fim. Tiros, explosões, facadas, paneladas, e um agente da CIA diferente que usa o cérebro no lugar de armas convencionais.



No elenco estão ainda Topher Grace ("Interestelar") e Connie Britton ("Nashville"). Como distração, vale a pena assistir, mas fica um alerta: "American Ultra - Armados e Alucinados" é um filme que, além de ação, tem muito sangue e cenas violentas.

Ficha técnica:
Direção: Nima Nourizadeh
Distribuição: Paris Filmes 
Duração: 1h36
Gêneros: Ação / Comédia
Países: EUA e Suíça
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AmericanUltraArmadoseAlucinados, #JesseEisenberg, #KristenStewart, #NimaNourizadeth, #ParisFilmes, #ação, #espionagem, CinemanoEscurinho, #TudoBH

26 novembro 2015

"Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" está mais para "Zumbilândia" do que para "The Walking Dead"

Escoteiros vão tentar salvar a cidade e as mocinhas de um ataque zumbi hilário (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


A história é tão comum e manjada que chega a fazer a gente querer sair no início. Mas pouco depois começa a agradar pelas situações bizarras e até engraçadas. Tem zumbi (claro!), mocinhas gostosas, nerds escoteiros tentando se enturmar entre os "fodões" da escola que pegam todas, o ator principal e mais nerd de todos apaixonado pela mais bela, o gordinho simpático e atrapalhado, e um ataque instantâneo de zumbis a uma pacata cidade do interior dos EUA (não poderia ser em outro país). Surpreende uma cidade inteira é infestada por mortos vivos num dia.

Este é o enredo de "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" ("Scout's Guide To The Zombie Apocalypse"), em cartaz em 11 cinemas de BH, Betim e Contagem, e que, com certeza vai agradar adolescentes que adoram o estilo "Todo Mundo em Pânico", com cabeça e membros cortados, policial com peito de silicone à mostra, zumbis sedentos de carne humana, tiros na cabeça para matar os mordedores de gente, tem até gato zumbi. E não poderia faltar os três estudantes bobões bancando os heróis. 

Várias situações engraçadas (ainda bem) que contam com a ajuda dos efeitos especiais para manter o público no cinema e ajudam a salvar o filme, que nada tem de especial e conta com um elenco jovem, mas conhecido da geração "zumbilândia".

Na história, Ben (Tye Sheridan, de "O Impostor"), Carter (Logan Miller, de "Bling Ring") e Augie (o estreante Joey Morgan) são grandes amigos que se conheceram ainda crianças, no grupo de escoteiros. Agora adolescentes Ben e Carter não querem mais ser motivo de piada na cidade. Augie, por sua vez, continua empolgado com a ideia de ser um escoteiro. Um dia, quando o trio está acampando, Ben e Carter deixam o local para ir a uma badalada festa secreta. Só que, quando chegam à cidade, percebem que ela está tomada por zumbis, dispostos a matar qualquer um que surgir pela frente.

Como todo herói precisa de uma mocinha para salvar (apesar de neste filme a situação ser inversa), "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" tem duas louras que arrasam os corações dos "aborrecentes" nerds: a moça da boate Denise (Sarah Dumont, de "Deixa Rolar") e a estudante Kendall (Halston Sage, de "Goosebumps: Monstros e Arrepios"). Para quebrar tanta juventude, o elenco conta com a experiente Cloris Leachman (de "Bastardos Inglórios") aos 89 anos interpretando uma vizinha chata que vigia tudo o que os outros fazem.


O filme está em exibição nas versões dubladas e legendadas, somente em 2D. Dá para divertir, apesar de o final ser do tipo High School Musical.

Ficha técnica:
Direção: Christopher Landon
Produção: Paramount Pictures e Broken Road Productions
Distribuição: Paramount Pictures 
Duração: 1h33
Gênero: Comédia/ terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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23 novembro 2015

"Hipócrates" aborda temas como ética, corporativismo e mercantilismo


Mirtes Helena Scalioni

O diretor Thomas Lilti foi feliz na escolha do nome do filme. Afinal, Hipócrates é considerado o pai da medicina e é baseado no pensamento dele o juramento que os estudantes fazem ao receber o diploma de médico. Além disso, Lilti fala de algo que conhece, pois ele próprio é médico e sabe dos meandros e particularidades do cotidiano de um hospital. É disso que trata, com muita realidade, a produção francesa "Hipócrates", em cartaz na cidade.

Vincent Lacoste vive o recém-formado Benjamin, filho de um dos diretores do hospital onde ele vai estagiar. Inexperiente, o jovem acaba agindo com negligência, o que resulta na morte de um paciente. Mas o fato, claro, é acobertado pelo pai. A partir daí, é como se a realidade se descortinasse para o rapaz, até então medroso e romântico. 

Do outro lado, fazendo o contraponto, está Abdel, estagiário argelino que quer fazer carreira na França e procura atuar sempre dentro da ética.

Classificado como comédia dramática, "Hipócrates" não tem nada de engraçado ou de leve, embora, no início, possa parecer que sim. Pelo contrário, o filme trata de temas tão polêmicos quanto delicados como eutanásia, corporativismo, competições, mercantilismo e outros dramas éticos da medicina. Em certo momento, um dos personagens decreta: "Médico não é profissão. É maldição".

A história, muito bem contada, se passa num hospital de Paris, mas bem que poderia ser em uma cidade do Brasil ou de qualquer outro país cuja saúde pública é deficiente e a medicina privada um negócio como qualquer outro.

"Hipócrates", uma produção de 2014, com duração de 1h42, foi vencedor do prêmio César 2015 - Melhor ator coadjuvante para Reda Kateb. Está em exibição no Cine Belas Artes com sessão única legendada às 17h30. Classificação: 12 anos




Tags: #Hipocrates, #Medicina, #ThomasLilti, #VincentLacoste, #CineBelasArtes, #drama, #comedia, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

22 novembro 2015

Johnny Depp digno de um Oscar em "Aliança do Crime"


"Aliança do Crime" é mais uma demonstração da competência
de  Johnny Depp (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele se transformou por completo, do rosto ao comportamento, incorporou, como sempre, seu personagem e dá um show de interpretação digna de um Oscar. Esse é Johnny Depp, que já foi até o mais carismático dos piratas (Jack Sparrow, da franquia "Piratas do Caribe") e volta agora como um dos mais cruéis criminosos da história dos Estados Unidos que atuou entre as décadas e 70 e 80. E não deixa por menos ao interpretar James "Whitey" Bulger em "Aliança do Crime" ("Black Mass"). 

O ator mudou o cabelo (ficou careca), os dentes e até colocou lentes de contato para aumentar a semelhança com o gângster original. Baseado em fatos reais, o filme é mais uma demonstração do que este grande ator é capaz. Ao mesmo tempo, reúne um elenco de primeira que dá o suporte necessário para narrar a história deste assassino frio, vingativo e psicótico, que não tinha piedade nem mesmo com seus aliados.

Benedict Cumberbatch (com participação pouco expressiva) é Bill Bulger, senador e irmão caçula de Whitey que faz "vista grossa" para os crimes do mais velho; Joel Edgerton interpreta o agente John Connelly, amigo de infância de Whitey e Bill e agora agente do FBI; Kevin Bacon é o também agente do FBI Charles McGuire, que não aceita a aliança da agência com o criminoso e tenta de todas as formas pegá-lo; Dakota Johnson (também sem muito destaque) faz Lindsey Cyr, mulher de Whitey e mãe de seu único filho.

Poderia ser apenas mais um filme de guerra entre mafiosos, com tiros e mortes violentas, como foi a vida de Bulger, mas as cenas interpretadas por Depp e Edgerton acabam sendo o destaque de "Aliança do Crime" e seguram o público até o final, podendo garantir indicações a prêmios para ambos.

Na história, Whitey Bulger (Depp), de origem irlandesa, é um dos criminosos mais famosos da história do sul de Boston. Incomodado com o crescimento da máfia italiana em sua área, ele começa a trabalhar como informante do FBI para derrubar seus inimigos e se apossar dos pontos de tráfico.

Esta aliança é "arranjada" pelo amigo de infância John Connelly (Edgerton). Mas a violência excessiva e o crescimento da atuação e do poder de Bulger se transformam num incômodo para a direção da agência que agora quer por um fim a esta aliança e acabar com os negócios do criminoso, transformando-o em um dos homens mais procurados do país. 

Um grande filme, que merece ser visto e deveria estar sendo exibido em mais salas de cinema. Ele pode ser conferido apenas duas salas de shoppings - a 4 do Del Rey (sessão de 18h40) e 4 do Diamond Mall (sessões de 14 horas e 20h10), na versão legendada.




Ficha técnica:
Direção: Scott Cooper
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h03
Gênero: Policial / Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: #AliancadoCrime, #JohnnyDepp, #JoelEdgerton, #BenedictCumberbatch, #DakotaJohnson, #KevinBacon, #mafia, #mafiosos, #gangster, #WhiteyBulger, #ação, #violência, #policial, #suspense, #WarnerBrosPictures, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

18 novembro 2015

Baseado na obra de Shakespeare, "A Floresta Que Se Move" envolve o espectador do começo ao fim

Suspense à brasileira com boas atuações da bela Ana Paula Arósio e Gabriel Braga Nunes e Nelson Xavier  (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


No início, "A Floresta Que Se Move" causa estranheza. A começar pela forma como agem os personagens, às vezes informais e outras vezes extremamente cerimoniosos. Afinal, trata-se de uma livre adaptação de "Macbeth", tragédia bastante conhecida de Shakespeare. E Shakespeare, como todo mundo sabe, é teatro puro, que pede uma certa impostação.

Mas é tão bem montado o suspense do filme, que, aos poucos, o espectador se acostuma com as falas graves, as sombras, a música que angustia, os símbolos que podem parecer exagerados. É que foi tudo muito bem colocado a serviço da história em torno da ambição desmedida de Elias (Gabriel Braga Nunes) e sua mulher Clara (Ana Paula Arósio), capazes de chegar a extremos quando o assunto é poder e dinheiro.

A história: Elias é vice-presidente de um grande banco e, como é uma espécie de pupilo do presidente Heitor (Nelson Xavier), ninguém duvida que, no futuro, será ele o grande substituto. Questão de tempo. Ângelo Antônio é César, amigo e colega subalterno de Elias, que funciona como a sua consciência ética na trama. Clara, lógico, é a serpente, a Eva que o instiga a comer o fruto proibido e incentiva o mal. Está presente também a figura da vidente que, desde o início, profetiza o sucesso de Elias.

Houve quem não gostasse da adaptação, talvez por purismos. Escrita por volta de 1.600, "Macbeth" se mantém atual sim sob a direção do brasileiro Vinícius Coimbra, principalmente por ter sido transferida para o mundo dos negócios. Os noticiários estão cheios de histórias de pessoas que são capazes de tudo por um monte de dinheiro.

Com duração de 1h39, o drama "A Floresta Que Se Move" está em exibição nas salas 5 do Shopping Paragem (sessões as 14 e 16 horas), e 2 do Ponteio Lar Shopping (sessões as 17h20 e 19h20), com classificação de 16 anos.



Tags: #AFlorestaQueSeMove, #GabrielBragaNunes, #AnaPaulaArósio, #NelsonXavier, #AngeloAntonio, ViniciusCoimbra, #Macbeth, #Shakespeare, #VinnyFilmes, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

13 novembro 2015

"007 Contra Spectre" explora os fantasmas do passado de James Bond e perde em ação

Daniel Craig se despede de James Bond com inimigos fracos e, como sempre, belas Bond Girls (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Superar "Skyfall" seria muito difícil, a começar pelo excelente tema de abertura interpretado por Adele. Já "Quantum of Solace" não seria problema. Mas "007 Contra Spectre" não fica entre os melhores filmes da franquia, que completa 24 produções, a maioria de grande sucesso. Não digo em arrecadação de bilheteria, mas em história, naquele que ficará marcado como o filme da despedida do sisudo Daniel Craig.


 E  mais ainda, uma produção dirigida por Sam Mendes, que amarra os quatro filmes de 007 interpretados por Craig, formando uma grande teia de velhos inimigos, amores perdidos e um único vilão por trás de toda a trama. Bond vai passar todo o tempo brigando com os fantasmas de seu passado. 

Com isso, as cenas de ação podem ser contadas nos dedos de uma mão, o que é uma pena por ser esta uma das marcas dos filmes do famoso agente com licença para matar, que teve o inesquecível Sean Connery como um de seus mais charmosos intérpretes. Confesso que, inicialmente, não me agradou a escolha de Daniel Craig para o papel. 


Mas a mudança da linha de ação, tornando o personagem mais de acordo com as novas produções - pouco charme, mais humano e apanhando que nem gente grande - acabou caindo bem para ele. O gigante Dave Bautista, lutador de WWE, é uma verdadeira muralha e garante boas surras no heroi.

Craig seguiu direitinho a cartilha que os novos fãs de James Bond esperavam em seu quarto filme, mas a produção pecou pela pouca ação. O enredo se preocupa em explicar o passado de Bond, os amores perdidos e seus maiores vilões, conectando as histórias vividas nas três últimas películas até chegar à Organização SPECTRE, comandada por Franz Oberhauser, interpretado por Christophe Waltz, que fez para o gasto, sem caras e bocas ou acessos megalomaníacos. 

Já que o objetivo era fechar a era Craig bombando como o filme anterior, o vilão da caveira deveria ter sido algum ator do calibre de Javier Bardem. Este sim soube como fazer um excelente Silva, que simplesmente "apagou" a presença de Craig cada vez que entrava em cena em "Skyfall". 

Desde o filme anterior, Bond vem ganhando mulheres mais maduras para o papel de "Bond Girl",  a começar pela experiente Judi Dench (a chefe sexagenária "M"). A escolhida da vez foi a cinquentona Monica Bellucci, numa participação rápida como Lucia Sciarra, a bela e proibida viúva de um criminoso. 


Mas quem conquista o coração do agente durão é Léa Seydoux (de "Azul é a Cor mais Quente"), como Madeleine Swann, filha de seu antigo inimigo de Bond. Ela se garante no papel da jovem indefesa protegida por 007 que sabe usar a sedução a seu favor.

"007 Contra Spectre" até começa com uma sequência de tirar o fôlego, com prédios desabando e Bond brigando com um de seus inimigos dentro de um helicóptero descontrolado sobre a Cidade do México. Mas à medida que a história vai se desenrolando, os momentos de ação vão ficando mais escassos. Quando acontecem, não ficam atrás de outros filmes da série, com perseguições usando maravilhosos e possantes carros que agradam bastante. Principalmente o novo brinquedinho sobre quatro rodas de Bond - um espetacular Aston Martin DB 10 prata.

No filme, James Bond vai à Cidade do México com a tarefa de eliminar um criminoso, sem que seu chefe, M (Ralph Fiennes, que assumiu o cargo após a morte da "M"anterior), tenha conhecimento. Isto faz com que o agente seja suspenso temporariamente de suas atividades e que Q (Ben Whishaw) instale em seu sangue um localizador, que permite que o governo britânico saiba sempre onde ele está.

Enquanto isso, em Londres, o novo chefe do Centro para a Segurança Nacional, questiona as ações de Bond e desafia a relevância do MI6, liderado por M Bond secretamente recruta Moneypenny (Naomie Harris) e Q para ajudá-lo a contatar Madeleine Swann (Léa Seydoux). A jovem pode ter uma pista para chegar a Franz Oberhauser (Christoph Waltz), chefe da organização criminosa SPECTRE e maior inimigo do agente.



Os fãs de James Bond deverão gostar, pois o filme tem quase todos os ingredientes de uma franquia 007. "Spectre" está sendo exibido em 21 salas de 11 shoppings de Belo Horizonte e Betim, nas versões dublada e legendada, somente em 2D.

Ficha técnica:
Direção: Sam Mendes
Distribuição: Sony Pictures
Produção: Metro Goldwyn Mayer (MGM) / Eon Productions Ltd / Columbia Pictures / Danjaq Productions / Sony Pictures Entertainment
Duração: 2h30
Gêneros: Ação / Espionagem
Países: Reino Unido / EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #007ContraSpectre, #JamesBond, #DanielCraig, #LéaSeydoux, #ChristopheWaltz, #SamMendes, #RalphFiennes, #espionagem, #ação, #Spectre, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

08 novembro 2015

"Olmo e a Gaivota" vale a reflexão sobre o tabu da maternidade

Documentário acompanha a tragetória da gravidez do casal de atores Olivia Corsini e Serge Nicolai (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Há uma certa complexidade em "Olmo e a Gaivota", filme em cartaz no Cine Belas Artes (16h10 e 20h), que mostra os dilemas e descobertas de um casal de atores que é pego de surpresa com a gravidez dela em pleno processo de ensaio de "A Gaivota", de Tchekov. Advinha quem interrompe o trabalho? A atriz, claro. Proibida de atuar e obrigada a um repouso forçado sob pena de perder o bebê, ela também se vê impossibilitada de viajar com a trupe para se apresentar em uma sonhada turnê em Nova Iorque, enquanto ele segue sua vida e sua carreira. Afinal, a gravidez é da mulher.

Primeiro é preciso dizer que trata-se de um documentário. Aliás, um documentário construído, como gosta de dizer a diretora Petra Costa, belo-horizontina que dividiu o comando das câmeras com a dinamarquesa Lea Glob. A gravidez real do casal de atores do Théâtre du Soleil, Olivia Corsini e Serge Nicolai, é acompanhada durante todo o processo, nos seus nove meses de limitações, direitos e deveres. Em certo momento, aborrecida por ter que passar um longo período em casa, Olivia diz ao parceiro algo como: "O bebê é nosso. Só que, neste momento, é em mim que ele está".

"Olmo e a Gaivota", embora questionador, é delicado. E as duas diretoras participam, em off, fazendo perguntas e questionando a atriz durante todo o filme. Quase uma análise. E caiu muito bem a forma como foi tratado o tema da maternidade, um tabu na nossa sociedade: na fronteira entre ficção e realidade. 

A dubiedade, aliás, está presente em todo o filme. A maternidade seria algo entre o olmo e a gaivota. O primeiro, uma árvore querendo fincar raízes. A segunda querendo voar.




Em tempos de Cunhas e Felicianos, que insistem em politicar, legislar e dar ordens sobre o corpo feminino, vale a reflexão de "Olmo e a Gaivota", que trata do tabu da maternidade, 

O drama documentário foi vencedor dos prêmios Dordic:Dox do Festival de Copenhagen, de Melhor Documentário pelo júri oficial do Festival do Rio e do Júri Jovem Seleção Oficial do 68º Festival del Film Locarno.Em versão legendada, o filme tem duração de 1h27 e classificação de 12 anos.

Tags: #OlmoeaGaivota, #PetraCosta, #LeaGlob #OliviaCorsini,#SegeNicolai, #TimRobbins, #drama, #ZentropaEntertaiments, #BuscaVidaFilmes, #OSomeaFuria, #PandoraFilmes, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

06 novembro 2015

"O Último Caçador de Bruxas" é filme para atrair fãs de Vin Diesel


Maristela Bretas


Sem fugir da linha da pancadaria, Vin Diesel se arrisca interpretando um herói imortal surgido na Idade Média em "O Último Caçador de Bruxas" ("The Last Witch Hunter"). Mas o filme é bem fraco de enredo e pega carona no sucesso conquistado pelo ator como Dominic Toretto, da franquia "Velozes e Furiosos", para atrair os fãs ao cinema.

Se aprofundar um pouco, vai ver que a produção deixa muito a desejar e desperdiça o talento de Michael Caine e Elijah Wood, coadjuvantes que dão sustentação a Diesel, um ator que demonstra mais facilidade para cenas de porrada e tiro do que para as que exigem mais falas. Até porque, os fãs que assistem a seus filmes não estão atrás de um ator shakespeariano.

E olha que Elijah Wood (que marcou sua carreira com a franquia "O Senhor dos Anéis") fez um papel tão apagado que só justifica sua presença nas cenas finais. Michael Caine, como sempre, por onde passa, deixa seu toque e se destaca como o padre que sabe dos segredos do personagem de Diesel.

O certo é que "O Último Caçador de Bruxas" está funcionando para o que veio, atraindo milhares de fãs no mundo inteiro que querem ver Vin Diesel de novo na telona. E já que é assim, então o ideal seria explorar os efeitos especiais. Mas não foi o que aconteceu. Um filme com bruxas, caçadores medievais e monstros tem ingredientes suficientes para fazer uma poção de sucesso. Mas até aí faltou mais criatividade do diretor e da equipe responsável. Bola fora.

Mas nem tudo está perdido: tem porrada, sim, tem tiro, sim, tem mulher bonita e o Vin Diesel pega, sim. Falta o que para deixar os fãs satisfeitos e correrem para garantir seus lugares nos cinemas? Uma boa trilha sonora. E Ciara, interpretando “Paint It Black”, dos Rolling Stones, nos créditos finais, ajuda a salvar parcialmente a produção de quase US$ 100 milhões.

Na produção, Vin Diesel é Kaulder, um guerreiro medieval que conseguiu derrotar a poderosa Rainha Bruxa (Julie Engelbrecht). Mas pouco antes de morrer, a Rainha amaldiçoa Kaulder com sua própria imortalidade, separando-o para sempre de sua mulher e filha. Nos dias de hoje, Kaulder é o único caçador de bruxas vivo, tendo passado os últimos séculos caçando seus seguidores. Entretanto, ele terá de enfrentar novamente sua inimiga, que está prestes a voltar do mundo dos mortos e ameaça a raça humana. Para vencer esta batalha, Kaulder terá de contar com o Padre (Caine), a jovem Chloe (Rose Leslie) e o aprendiz de padre Dolan (Wood).




Confira "O Último Caçador de Bruxas" em 20 salas de cinemas de 14 shoppings de BH, Betim e Contagem, em versões legendadas e dubladas.

Ficha técnica
Direção: Breck Eisner
Produção: Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h46
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #OÚltimoCaçadorDeBruxas, #MachadoECruz, #VinDiesel, #ElijahWood, #RoseLeslie, #MichaelCaine, #BreckEisner, #PaintItBlack, #RollingStones, #Ciara, #ParisFilmes, #Aventura, #ação, #fantasia, #bruxa, #magia, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

"13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi” ganha versão dublada

A Paramount divulga as versões nacionais do trailer e do cartaz de “13 Horas: Os Soldados Secretos de Benghazi”, dirigido por Michael Bay, que tem estreia prevista para 18 de fevereiro de 2016 nos cinemas brasileiro.

Baseado no livro de não ficção "13 Hours: The Inside Account of What Really Happened In Benghazi", de Mitchell Zuckoff, o filme destaca o ataque terrorista a uma base americana em Benghazi, na Líbia, no dia 11 de setembro de 2012, que resultou na morte do embaixador J. Christopher Stevens.

O longa é estrelado por John Krasinski, Dominic Fumusa, James Badge Dale, Max Martini e Pablo Schreiber.




02 novembro 2015

"Os 33" é emoção na medida certa mas peca com narração em inglês

Drama de mineiros soterrados em mina no Chile durou 69 dias e foi acompanhado pelo mundo inteiro (Fotos: Fox Films / Divulgação)


Maristela Bretas


Sem ter como contar a história dos mineiros soterrados, a diretora mexicana Patrícia Riggen começa o filme "Os 33" com alguns poucos dramas que serão retomados ao longo da produção. Ela soube explorar bem a quase tragédia ocorrida em Capiapó, no Chile, em 5 de agosto de 2010, quando 33 mineiros foram soterrados após o desmoronamento da mina San Jose. Eles 
conseguiram sobreviver até o resgate que aconteceu após 69 dias de muitos problemas, falta de alimento, desespero das famílias e descrença das autoridades de que ainda poderia haver alguém lá embaixo com vida.

A emoção (com algumas pitadas de humor) domina o filme, chega a ser angustiante a espera por socorro. Mas um ponto importante incomoda desde o primeiro diálogo - a narração em inglês e a escolha de apenas atores estrangeiros para contar o drama chileno. Hollywood impõe seu ritmo do início ao fim para ganhar público em vários países fora da América Latina.

O elenco, sem dúvida, é muito bom, com destaque para Antonio Banderas, como Mario Sepulveda, que acaba se tornando o líder dos 33 mineiros soterrados e que consegue, mesmo nos momentos mais tensos, de falta de comida e calor escaldante, manter todos unidos a 700 metros de profundidade. Grande atuação, como sempre.

Mas faltou o idioma local, que daria uma carga maior de emoção às cenas e aproximaria mais das tradições latino-americanas. Uma das poucas vezes em que foi lembrado e também uma das cenas mais emocionantes do filme foi em "Gracias a la Vida", interpretada por Cote De Pablo, que faz o papel da mulher de um dos mineiros. De fazer o coração chorar.

Tomando a emoção como o ponto chave da história (e não era para menos), "Os 33" dá suas agulhadas no jogo de interesses políticos que o fato desencadeou, com a mineradora se esquivando de qualquer responsabilidade pelo desmoronamento e o presidente do Chile tentando ganhar votos com o resgate. Rodrigo Santoro (melhor a cada produção) ganha força como o ministro da Energia, Laurence Golborne, o lado menos podre da maçã do governo, que faz de tudo para que os 33 homens sejam resgatados.

Como se já não bastasse a exploração política, o fato ganha repercussão mundial com a mídia noticiando diariamente cada passo da operação de salvamento e as "estrelas" do jornalismo sensacionalista tirando proveito da audiência.

Não poderia ficar de fora a batalha dos familiares das vítimas em busca de informações e de solução para o problema. Nesta parte, a francesa Julliette Binoche demonstrou mais uma vez seu talento fazendo Maria Segovia, irmã de Dario, o mais problemático dos mineiros soterrados.

GALERIA DE FOTOS

Os efeitos especiais, principalmente o momento do desmoronamento da mina seguem bem o estilo filme catástrofe que Hollywood sabe fazer bem. No conjunto da obra, "Os 33" é um filme bom, que emociona bastante (há momentos que faz a gente chorar) e merece ser visto, principalmente porque conta com um grande elenco. Fazem parte também Gabriel Byrne, Lou Diamond Phillips, Juan Pablo Raba, Kate del Castillo, dentre outros. Ao final, uma bela homenagem aos verdadeiros sobreviventes.




"Os 33" pode ser visto nas salas 8 do Shopping Cidade, 5 do Boulevard Shopping , 1 e 3 do Ponteio Lar Shopping, 1 do Diamond Mall e 4 do Pátio Savassi.

Ficha técnica:
Direção: Patrícia Riggen
Distribuição: Fox Films
Duração: 2 horas
Gênero: Drama
Países: EUA / Chile
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #Os33, #AntonioBanderas, #JulietteBinoche, #Rodrigo Santoro, #PatríciaRiggen, #desmoronamento, #minaSanJose, #Chile, #Capiapó, #drama, #FoxFilms, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

30 outubro 2015

"Goosebumps - Monstros e Arrepios" não se compara à série literária

Turma vai tentar recapturar os monstros que ganharam vida ao escaparem dos livros de terror (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Jack Black não convenceu e não consegue salvar "Goosebumps - Monstros e Arrepios" ("Goosebumps") de ser um filme de médio para fraco, que não dá para saber se era para ser comédia, aventura ou terror. Nem os demais integrantes do elenco principal e alguns dos terríveis monstros que fizeram muitos jovens perderem o sono na década de 90 conseguem segurar a produção. Salvo alguns efeitos especiais, melhor pensar duas vezes antes de comprar o ingresso. 

Black, que também é um dos produtores não ficou bem no papel de um escritor famoso que cria monstros como personagens de seus livros para se divertir com eles como melhores amigos e depois tranca todos com medo das maldades que possam fazer com os leitores. 

Se o diretor Rob Letterman quis fazer uma produção como as que o verdadeiro R. L. Stine participou na época quando as histórias foram transformadas na série de TV "Goosebumps", ele passou longe. O filme até começa bem, voltado para o público infanto-juvenil. Mas depois a história se perde, fica boba e chega a dar sono. Pode até acontecer de alguma criança menor de 10 anos se assustar com algum monstro, mas nada que provoque pesadelos. Medo nem em sonho. 

Para uma sessão da tarde na TV o filme pode compensar, mas Jack Black e seus parceiros de telona estão bem aquém do esperado. Uma curiosidade: quem prestar um pouco mais de atenção poderá conhecer o verdadeiro R.L.Stine numa aparição rápida na escola, cumprimentando Jack Black. Como costuma fazer Stan Lee nos filmes da Marvel.

No filme, o adolescente Zach Cooper (Dylan Minnette) se muda de Nova York com a mãe para uma cidade pequena. Mas logo se anima quando descobre que tem uma linda vizinha, Hannah (Odeya Rush), que mora na casa ao lado. O jovem só não contava que Hannah fosse filha do misterioso escritor R. L. Stine (Jack Black), autor da aclamada série de livros “Goosebumps”. O ranzinza Stine esconde um grande segredo e tenta impedir de todas as formas que o casal fique junto.

Até que um dia Zach abre acidentalmente um dos livros do escritor e liberta os monstros criados e presos por ele e que agora, sob o comando do cruel Slappy, um boneco de ventríloquo (cuja voz original é e Black), vão assombrar e causar pânico na cidade. Stine, Zach, o amigo dele Champ e Hannah terão de se unir para levar os personagens de volta às páginas dos livros, incluindo Slappy. 

E a batalha não vai ser fácil, o quarteto terá de enfrentar o lobisomem do pântano da febre, a garota com a máscara assombrada, dezenas de gnomos, o abominável homem das neves de Pasadena, o garoto invisível, e muitos outros.

"Goosebumps - Monstros e Arrepios" não faz jus à série que desde o lançamento em 1992 vendeu mais de 400 milhões de livros Goosebumps mundialmente, em 32 idiomas, dominando as listas de livros mais vendidos. R. L. Stine foi reconhecido como um dos autores infantis mais vendidos da história.



Para os interessados, "Goosebumps - Monstros e Arrepios" pode ser conferido em 12 salas de cinema de shoppings de BH, Betim e Contagem, somente na versão dublada, em 2D e 3D.

Ficha técnica:
Direção: Rob Letterman
Produção: Sony Pictures Animation / Columbia Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h43
Gêneros: Comédia / terror / aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #GoosebumpsMonstroseArrepios, #JackBlack, #RobLetterman. #DylamMinnette, #OdeyaRush, #SonyPictures, #comedia, #terror, #aventura, #CinemanoEscurinho, #TudoBH