20 agosto 2016

Rodrigo Santoro como Jesus e corrida de bigas fazem de "Ben-Hur" um filme imperdível

Remake de clássico ganhador de 11 Oscars retoma a luta e o desejo de vingança entre dois irmãos (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas

A nova versão de "Ben-Hur", épico de 1959 com Charlton Heston, pode até ficar atrás do famoso ganhador de 11 Oscars (incluindo Melhor Filme), mas  vale a pena ser visto. Inclusive por quem não teve a oportunidade de ver o primeiro, um clássico excepcional.  Os quase US$ 100 milhões foram bem gastos na produção atual, que se justifica só pelas cenas da corrida de bigas entre Judah Ben-Hur (interpretado por Jack Huston) e seu irmão de criação, Messala (Toby Kebbell). Dignas de serem vistas em 3D e Imax. 


Como no de 1959 (que custou US$ 15 milhões e com muito menos recursos tecnológicos), este filme também é baseado no romance clássico de Lew Wallace, "Ben-Hur: Uma história dos Tempos de Cristo". O estreante tem bons efeitos digitais e um enredo correto, mas poderia ser ainda melhor com todos os avanços na tecnologia nestes últimos 57 anos. Ajudou os produtores a economizarem em figurantes - 2 mil no total, contra os 50 mil do filme com Heston. 

Sobre o elenco, Rodrigo Santoro, que vem desempenhando bons papéis em outras produções hollywoodianas, se consagra ao interpretar Jesus Cristo. O agora astro internacional do cinema está ótimo, principalmente na cena de crucificação, mostrando um olhar profundo e feição que transmite compaixão que levam o público às lágrimas quando anuncia sua morte.

Já Morgan Freeman dispensa comentários. Ele é sempre excelente, não importa o papel. E não foi diferente como o Sheik Ilderim que acolhe Ben-Hur e o transforma num corredor de bigas. A presença do experiente ator é sempre sinônimo de ótimo filme.

Não estou esquecendo dos atores principais. Não dá para comparar o Ben-Hur de Jack Huston com o de Charlton Heston (que faturou o Oscar de Melhor Ator pelo filme de 1959). Seria covardia. Mas o primeiro dá conta do recado e atende às expectativas. Já Toby Kebbell como Messala não fica muito atrás de Stephen Boyd do clássico e entrega um personagem menos frio que convence.

A história é quase a mesma. A grande amizade do príncipe Judah Ben-Hur e seu irmão romano adotivo Messala acaba quando o primeiro é injustamente acusado de traição a Roma e condenado à escravidão nos navios da frota do império. Sua mulher Esther (Nazanin Boniadi) consegue escapar mas sua mãe e irmã são levadas para a execução. O desejo de vingança mantém Judah vivo durante o tempo de servidão, até que consegue escapar e inicia uma batalha contra o irmão, seu maior inimigo. Somente a redenção e o amor do filho de Deus poderão colocar fim a tanto ódio.

Imperdível, um remake muito bem feito e que vai agradar a muitos fãs do inesquecível clássico. Alguns, até deverão revê-lo (em versões dublada ou legendada) para matar saudades. "Ben-Hur" pode ser conferido nos formatos 2D, 3D e Imax, em 42 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem, também nas duas versões.



Ficha técnica:
Direção: Timur Bekmambetov
Produção: Metro-Goldwyn-Mayer Pictures / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h03
Gêneros: Épico / Ação / Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #ben-hur, #RodrigoSantoro, #JackHuston, #TobyKebbell, #MorganFreeman, #TimurBekmambetov, #epico, #ação, #drama, #Roma, #ParamountPictures, #Metro-Goldwyn-MayerPictures, #CinemanoEscurinho



18 agosto 2016

Nem a fama da dupla principal salva a comédia "Um Espião e Meio"

Dwayne Johnson aposta em comédia de ação ao lado de Kevin Hart (Fotos Universal Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas

Nada de novo, piadas bobas e preconceituosas sobre negros contadas por negros em um enredo fraco para aproveitar a fama de dois atores muito bem pagos de Hollywood - Kevin Hart e Dwayne "The Rock" Johnson. Assim se resume a comédia de ação "Um Espião e Meio" ("Central Intelligence"). Dá para rir, tem mais ação que comédia e o tom estridente da voz de Hart (uma de suas características) chega a irritar. Acho que ele pensa que está fazendo "Todo Mundo em Pânico 4", de 2006.

Johnson, que já havia mostrado sua veia cômica em "O Fada dos Dente" (2010), é mais engraçado como o estudante gordo que gostava de dançar no chuveiro da escola mas sofria bullying dos colegas, do que como o fortão agente da CIA foragido. Como o papel de policial é uma constante na sua carreira e já lhe garantiu gordas bilheterias, nada como tentar de novo, agora juntando os dois gêneros. Mas ficou bem forçado, chega a ser bobo e provoca poucas risadas. Melhor seria se tivesse ficado apenas como espião.

A história acompanha o nerd Bob Stone que sofreu muito bullying no passado, mas que ao crescer se tornou um agente letal da CIA (Johnson). Dizendo estar em um caso ultrassecreto, ele recruta a ajuda do antigo “bam bam bam da sala”, Calvin Joyner (Hart), agora um contador sem qualquer sinal de glória. 

Quando o desiludido contador percebe no que está se metendo, já é tarde demais para sair e acaba arrastado pelo alucinado novo amigo para um mundo de perigo, tiroteios, traição e espionagem. A dupla ainda precisa fugir de Pamela Harris (Amy Ryan), a chefe de Stone que o acusa de traição.

As cenas de ação são boas, principalmente a fuga do prédio onde Hart trabalha, mas o enredo é bem fraco. O filme também é recheado de mensagens politicamente corretas, criticando o bullying e o preconceito racial nas escolas e mostrando que a amizade supera tudo. Pena que os temas foram usados na dosagem errada - não faz pensar nem provocar gargalhadas. 

"Um Espião e Meio" vale como diversão para os fãs de Johnson, mas não vá esperando muita coisa. A produção pode ser conferida em formato 2D, nas versões dublada e legendada, em cinemas de BH, Betim e Contagem.



Ficha técnica:
Direção: Rawson Marshall Thurber
Produção: Warner Bros Pictures / New Line Cinema / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h47
Gêneros: Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5  (0 a 5)

Tags: #umespiaoemeio, #centralintelligence, #DwayneJohnson, #KevinHart, #comédia, #ação, #RawsonMarshallThunder, #UniversalPictures, #WarnerBrosPictures, #NewLineCinema, #CinemanoEscurinho

15 agosto 2016

"Cantando de Galo" é uma animação mexicana para fazer rir, sem maiores pretensões

Toto e seus amigos vivem uma aventura para tentar salvar a fazenda onde moram (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas 


Não espere uma superprodução como as da Pixar ou Dreamworks. Vá com espírito para dar boas risadas que a animação "Cantando de Galo" ("Un Gallo con Muchos Huevos") poderá ser uma boa surpresa. Entre os motivos que garantem diversão estão as referências a filmes de sucesso como "Hulk", "O Poderoso Chefão", "Transformers", "Karatê Kid", "Rocky, um Lutador", "Fuga das Galinhas" e até "Star Wars".

A produção mexicana, dos mesmos criadores de "Ovocartoon", tem como proposta fazer rir, sem grandes pretensões. Mas pecou na escolha do tema politicamente incorreto e nem um pouco indicado para crianças - rinha de galos. Mas nada que vá causar trauma nos pequenos. O filme é bem colorido, na medida que se espera de uma produção infantil.

Até porque, o personagem principal é Toto, um galinho franzino mas simpático. Apesar de sonhar em ser um lutador, ele vive numa fazenda e tem como amigos vários ovos de galinha 'mucho locos', um bacon sobrevivente da panela, uma franguinha cheia de charme e apaixonada e o pai dela, um robusto ex-galo de briga. Mas o destaque fica por conta dos ovos falantes, que garantem as melhores cenas e diálogos.

Todos vivem tranquilamente na fazenda até que um fazendeiro sem escrúpulo ameaça tomar o lugar caso a dona não pague a hipoteca atrasada. Toto e seus amigos decidem procurar os organizadores de lutas de galo e propõem um combate dando a fazenda como garantia.


Toto, no entanto, terá de enfrentar o grande campeão do ringue e para isso precisa encontrar um treinador que possa ajudá-lo a vencer. Só não esperava que fosse um histérico ovo de pato com uma incômoda voz estridente. Apesar deste detalhe, ele é bem engraçado ao usar os estilos de Karatê Kid e Rocky Balboa para ensinar seu pupilo galináceo.

"Cantando de Galo" tem luta, aventura, romance e final feliz, com direito a cena extra após os créditos. Ele está em exibição em 13 salas de cinema de shoppings de BH, Betim e Contagem, apenas no formato 2D em versão dublada.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Gabriel Riva Palacio
Produção: Videocine / Televisa
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h38
Gêneros: Animação / aventura
País: México
Classificação: Livre
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #cantandodegalo, #GabrielRivaPalacio, #comédia, #animação, #México, #ParisFilmes, #CinemanoEscurinho

12 agosto 2016

"Nahid - Amor e Liberdade" vale mais por mostrar as diferenças culturais do que pela história

Filme iraniano de amor sem beijo conta a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho (Fotos: Memento Films Distribution)


Mirtes Helena Scalioni

Filmes que se passam em países muito diferentes do nosso sempre atraem. A curiosidade, a busca do novo, do estranho e até do esquisito, movem, instigam. Pode ser esse o caso do iraniano "Nahid - Amor e Liberdade", que conta, de um jeito muito particular, a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho menor.

Explica-se: segundo as leis iranianas, no divórcio, os filhos ficam sob a responsabilidade do pai. Mas, ao se separar do viciado Ahmed (Navid Mohammadzadeh), Nahid (Sareh Bayat) se compromete a não mais se casar para merecer a guarda de Amir Reza (Milad Hasan Pour), seu filho de dez anos. Coisas da legislação do país. Só que, claro, a vida lhe apresenta um novo amor, Masoud (Pejman Bazeghi), e a jovem passa a viver meio nas sombras, na mentira. Sem dinheiro, se envolve em dívidas e aplica pequenos golpes. Se fosse no Brasil, podíamos repetir o jargão popular: "Vendia o almoço pra comprar a janta".

Mas Nahid não vive no Brasil e tem que lidar com suas culpas e dúvidas, além de enfrentar a adolescência difícil e revoltada de Amir Reza, a insistência do ex-marido em retomar o casamento e o amor quase sem limites do corretíssimo namorado Masoud. Para completar, enfrenta também a reprovação da família, para quem uma mulher nunca abre mão de um filho por causa de um segundo casamento, mesmo que seja um casamento temporário - sim, essa possibilidade existe juridicamente no Irã.

Houve quem encontrasse semelhanças entre "Nahid..." e "Separação", o iraniano que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2012. Só se for pelo fato de ambos tocarem nas particularidades comportamentais, religiosas e jurídicas, que castigam prioritariamente as mulheres naquele país.

De um modo geral, o longa dirigido pela jovem Ida Panahandeh é lento e deixa a desejar quando não define a personalidade dos personagens. Quase mal contado. O atrativo fica por conta da cultura e das "esquisitices" - para nós, ocidentais. Para se ter uma ideia, não há um beijo sequer numa história que, segundo eles, é de amor.

"Nahid - Amor e Liberdade", com duração de 1h44 e classificação para12 anos, está em exibição em versão legendada no Cine Belas Artes, sessões às 14 horas, 16 horas e 19h40.



Tags: #Nahidamoreliberdade, #Irã, #drama, # IdaPanahandeh, #CinemanoEscurinho

10 agosto 2016

"Perfeita é a Mãe!", uma comédia para quem tem filhos e quer fugir da rotina

Comédia dos mesmos roteiristas de "Se Beber Não Case!" é boa opção para dar uma parada na rotina estressante (Fotos: STX Entertainment /Divulgação)

Maristela Bretas

Imagine aquele dia quando tudo dá errado? O atraso para levar e buscar os filhos na escola, esquecer a reunião de trabalho e o lanche das crianças, cuidar do cachorro doente e de todas as obrigações de casa enquanto o marido está sempre ausente, a reunião com as chatas de plantão da associação de pais e mestres. De repente, a pessoa surta e percebe que precisa de um tempo para ela.

Pois essa é a história de "Perfeita é a Mãe!" ("Bad Moms"). Divertida, provocadora e muito perto da realidade de muitas mães, é uma comédia que deveria ser vista tanto por elas quanto pelos pais. Ambos possivelmente vão se identificar com muitas das situações mostradas.

O filme, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH, tem roteiro e direção da mesma dupla de "Se Beber, Não Case!". O longa-metragem é narrado por Amy Mitchell (Mila Kunis), a mãe que todos criticam por sempre se atrasar, apesar de dividir seu tempo entre o trabalho e a criação praticamente sozinha dos dois filhos adolescentes. E o que resta ainda tem de cumprir com as obrigações impostas pela Associação de Pais e Mestres, presidida pela milionária Gwendolyn James (Christina Applegate) que manda em tudo e em todos da comunidade.

Até que um dia Amy resolve jogar para o alto tudo o que lhe causa estresse e curtir a vida. Essa decisão atrai outras duas mães, também insatisfeitas com suas rotinas diárias. Kiki (Kristen Bell) tem três filhos pequenos e um marido que só sabe dar ordens. Já Carla Dunkler (ótima interpretação de Kathryn Hann) é divorciada, quase uma ninfomaníaca e mãe de um filho adolescente que só pensa em futebol.

O trio passa a fazer mil loucuras, o que chama a atenção das demais mães da escola de seus filhos e a incomodar Gwendolyn e suas "assessoras" Vicky (Annie Mumolo) e Stacy (Jada Pinkett Smith). Entre brigas de casais, crianças chorando ou reclamando, farra o supermercado, Amy acaba descobrindo que pode amar de novo e que ela e as amigas conseguem ter sua liberdade de volta sem serem mães ruins (como indica o título em inglês). Ao final, depoimentos muito interessantes.

Com diálogos engraçados, principalmente quando Kiki e Carla tentam ensinar Amy a se vestir para a balada, "Perfeita é a Mãe!" é uma boa opção para se assistir à tarde, com pipoca e refrigerante, sozinha ou com amigas que queiram "dar um perdido" nas obrigações diárias.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Jon Lucas e Scott Moore
Produção: Block Productions
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h38
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #perfeitaeamae, #MilaKunis, #KristenBell, #KathrynHahn, #ChristinaApplegate, #JadaPinkettSmith, #JonLucas, #ScottMoore, #comédia, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho

07 agosto 2016

Nem vilões, nem heróis, apenas um bando de loucos reunidos num "Esquadrão Suicida"

Supervilões salvam parcialmente a imagem da DC Comics e filme pode se tornar novo sucesso de bilheteria (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de "Batman X Superman - A Origem da Justiça" ter recebido duras críticas, mas conquistado uma ótima bilheteria, a aposta da Warner e da DC Comics está sendo em "Esquadrão Suicida" ("Suicide Squad") para apagar os arranhões deixados pela produção anterior. Contra o roteiro fraco, assim como os personagens principais do primeiro, nada como supervilões dos quadrinhos da DC Comics para dar uma virada no jogo na nova produção. 

A divulgação foi fortíssima e os trailers eletrizantes. Tinha tudo para dar certo, mas pisou na bola de novo no roteiro e na escolha e alguns atores para os papeis de maior destaque, como a modelo/atriz Cara Delevingne, que interpreta Magia. A grande vilã da história é entregue a uma atriz fraca, sem expressão, bonitinha e sem sal, quase matou até a personagem dos quadrinhos.

Em compensação, para salvar o filme, entra em cena Arlequina, interpretada brilhantemente pela bela atriz Margot Robbie, que domina as cenas em que aparece do início ao fim, com seus malabarismos, frases engraçadas e amor insano por Coringa. Ela é a dama da loucura, que um dia foi a cientista Harlenn Quinzel antes de cair de amores por Coringa e se tornar uma criminosa. Arlequina é a grande atração de "Esquadrão Suicida".

Por falar em Coringa, Jared Leto poderia estar melhor como o maior inimigo de Batman. Tem cara de louco, fez muitas loucuras durante as gravações com os demais atores, mas ficou atrás de Heath Ledger. Os cartazes e a divulgação tiveram mais impacto que a atuação. É sufocado, como outros vilões, por Arlequina.

Além de Margot Robbie outro que está muito bem no papel de Floyd Lawton, mais conhecido como Pistoleiro, é Will Smith, que ajuda a dar uma forcinha no roteiro fraco. O experiente ator garante boas cenas de ação. Os demais intérpretes de vilões são meros coadjuvantes para compor o grupo, inclusive Jai Courtney, o Capitão Bumerangue. Pistoleiro e Arlequina fazem com que os demais vilões sejam somente secundários. 


Joel Kinnaman também não decepciona como o mocinho que só quer salvar sua namorada, lutando ao lado dos perigosos supervilões. Cumpre o esperado. Já Viola Davis, chega a dar medo como a agente Amanda Waller. Mata sem pestanejar quem atravessa seu caminho e não tem escrúpulos para colocar seus planos em prática. Muito boa interpretação.

E se alguns dos vilões ajudam a salvar o filme, a trilha sonora também é outra é outra mão na roda, funcionando quase que como uma muleta em cenas fracas e que não se sustentariam sozinhas. A música tema “Sucked for Pain”, também chamada "Squad Anthem", conta com Lil Wayne, Wiz Khalifa, Imagine Dragons, Logic, Ty Dolla $ign e X Ambassadors. 



E uma gravação surpreendente de “Bohemian Rhapsody”, do Queen, feita pela banda "Panic! At The Disco". A trilha sonora de “Suicide Squad: The Album” tem ainda músicas inéditas e parcerias exclusivas de estrelas top do pop, rock, hip-hop, R&B e eletronic dance music e está disponível para venda no endereço http://smarturl.it/SuicideSquad.

Na verdade, o erro maior de "Esquadrão Suicida" é ser um filme com começo e fim. Faltou o meio para "dar liga" na história. Do início longo para explicar mais ou menos cada vilão já pulou para ação, deixando o expectador perdido. Tudo começa após a destruição causada pela luta entre Superman e Apocalypse. O governo americano decide colocar em prática um ambicioso plano da agente Amanda Waller (Viola Davis). Ela selecionou um time dos mais perigosos supervilões encarcerados para combater forças sobre-humanas. 

Os escolhidos são Pistoleiro (Will Smith), Arlequina (Margot Robbie), Bumerangue (Jai Courtney), Diablo (Jay Hernandez), Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje) e Magia (Cara Delevingne), que se juntam a duas peças das forças do governo, Rick Flag (Joel Kinnaman) e Katana (Karen Fukuhara). A eles é dado um arsenal de armas sofisticadas para quem enfrentem uma entidade enigmática. Mas quando descobrem que são dispensáveis se perderem, o temido grupo começa a avaliar até onde vale continuar lutando ao lado do governo. Isso sem contar que outro inimigo, o Coringa também vai ajudar a tornar a situação ainda pior para o esquadrão. 

Mesmo assim, o longa-metragem de mais de US$ 170 milhões deverá gerar um bom faturamento para os produtores. Talvez até mais que "Batman X Superman" porque, quer queira ou não, os bandidos sempre são mais interessantes que os mocinhos na maioria das histórias. Muitos fãs vão ficar decepcionados com a forma dada no cinema a seus vilões dos quadrinhos, mas quem não conhece suas histórias e está em busca de ação o filme pode agradar.

"Esquadrão Suicida" vale como uma boa distração e é uma das apostas de blockbusters do 2º semestre. O formato 3D é dispensável, o filme pode ser assistido em 2D sem grandes perdas. Ele está em exibição em 46 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem, em versões dublada e legendada.

Um detalhe - Não deixe de ver a cena adicional após os créditos.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: David Ayer
Produção: DC Entertainment // Atlas Entertainment
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h10
Gêneros: Ação / Fantasia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #esquadraosuicida, #suicidesquad,  #MargotRobbie, #WillSmith, #JaredLeto, #ViolaDavis, #JaiCourtney, #DavidAyer, #Arlequina, #Coringa, #Pistoleiro, #ação, #fantasia, #vilões, #DCComics, #WarnerBrosPictures, #blockbuster, #CinemanoEscurinho

03 agosto 2016

A força das mulheres conduz "Tallulah", filme original Netflix

Ellen Page interpreta a jovem Tallulah, personagem que dá nome ao longa-metragem que estreou no Sundance Festival (fotos: Route One Entertainment/Divulgação)

Patrícia Cassese


No extenso rol de lançamentos previstos para o Netflix neste mês de agosto, várias produções próprias chamam a atenção do espectador. Sim, o canal está investindo pesado na própria lavra, entre séries e filmes que disputam a audiência. No segundo escaninho citado, um dos destaques recentes é "Tallulah", com Ellen Page como a personagem que dá nome ao longa-metragem que estreou no Sundance Festival. Verdade, a jovem atriz canadense até dispensaria apresentações, mas vamos lá: estourou com "Juno" e atuou sob a batuta de Woody Allen em "Para Roma, com Amor", além de ter feito chorar plateias no impactante "Um Crime Americano", entre muitos outros títulos. Na vida pessoal, fez por merecer a nossa admiração ao abraçar a causa gay em 2014. 

Tallulah é uma garota que, abandonada pela mãe, acabou se lançando na vida na base do sem lenço sem documento. Zero vaidade, viaja pelos Estados Unidos a bordo de um furgão detonado e vivendo dos restos que cata daqui e dali - e de pequenos golpes aplicados em meio a muita adrenalina. Quando o filme começa, aliás, Tallulah - ou simplesmente Lu - está fugindo de mais um, ao lado de seu namorado, Nico (Evan Jonigkeit). Ocorre que o rapaz está, digamos assim, um pouco cansado da vida errante, na qual está mergulhado há dois anos. E quer voltar para a casa da mãe, em NY, para desgosto de Tallulah. 

Na verdade, quando o ragazzo parte sem se despedir, é Lu quem chega primeiro à Big Apple, batendo na casa da "sogra" (digamos assim). E eis que somos apresentados a uma atuação magnífica de Allison Janney, a atriz por trás da personagem Margo. Sim, você já conhece esta impactante atriz: na verdade, Allison contracenou com Ellen Page em "Juno" (era a madrasta da moça), mas brilhou mais ainda como Charlotte, a mãe da irrequieta Skeeter (Emma Stone) em "Histórias Cruzadas". 

"Amarga" poderia ser um adjetivo aplicado a Margo. Solteira desde que o marido se assumiu gay e foi morar com o namorado, ela passa os dias tendo conversas ríspidas com a tartaruga de estimação e se esquecendo de exercitar o movimento labial comumente conhecido como "sorriso" - o que até o porteiro do prédio no qual mora observa. Quando Lu bate à sua porta, o ímpeto inicial da Margo é expulsá-la, ainda que a garota possa fornecer pistas do paradeiro do filho "on the road". 

Sem ter para onde ir, Lu se embrenha num hotel onde é confundida por uma hóspede - Carolyn (Tammy Blanchard) - com uma camareira. Carolyn, vamos situar, está zero a fim de passar a noite cuidando de seu bebê - a garotinha Madison, de presumíveis um ano e alguns meses. Ela viajou sem avisar ao marido e vê em Lu a pessoa ideal para cuidar da menina enquanto parte para o encontro com um amante em potencial. A esta altura atônita e sem conseguir explicar a confusão que se instaura, Lu acaba assumindo o papel de baby-sitter, ao mesmo tempo em que vai percebendo que a bebê corre sérios riscos, inclusive de vida, dada a negligência da mãe, que termina por desmaiar após voltar do frustrado encontro com muitos mililitros de álcool na corrente sanguínea.

Num impulso, Lu foge com a criança, mas sem ter como se virar no furgão com um bebê, acaba batendo novamente à porta de Margo. - que, por seu turno, a acolhe (ainda que com certa desconfiança) após ser informada que o tal bebê seria sua neta. Sim, caro leitor. É óbvio que ninguém roubaria um bebê em NY e passaria impune. 

No dia seguinte, a mãe, ensandecida com o sumiço da filha (e a iminência de mais um conflito conjugal assim que o marido descobrir a fuga e o desaparecimento), aciona a polícia que, esperta que é, também constata a incrível inabilidade desta mãe para cuidar de uma criança. E começam as buscas, devidamente reportadas pelos periódicos, com direito a fotos feitas por câmaras de vigilância. 

Enquanto isso, Lu e Margo estreitam relações - e a última vai paulatinamente saindo da concha na qual se recolheu nos últimos anos. Não bastasse, Nico também reaparece. Mas, é preciso assinalar: os personagens masculinos, aqui, são meros coadjuvantes. Trata-se de um filme de e sobre mulheres. Não só. De mulheres que, em algum momento da vida, foram abandonadas - inclusive a bebê Madison, negligenciada pela mãe biológica. Já falamos de Lu ter sido abandonada pela mãe e pelo namorado, bem como de Margo, pelo marido e pelo filho. Mas Carolyn também se apresenta ao espectador como uma mulher de certa forma menosprezada pelo marido, que já não nutre qualquer interesse por ela. 

Há um diálogo emblemático no filme, quando, deitadas na grama, no parque, Lu diz a Margo que seu erro pode ter sido ter colocado a felicidade na mão de terceiros, de outras pessoas. "E pessoas são horríveis. Sempre te decepcionam", filosofa, enquanto toda a ação se encaminha irremediavelmente para um desenlace crível (mesmo que o filme se utilize de pitadas bem dosadas de fantasia). 




O cartaz da empreitada ratifica a primazia dada aos personagens femininos: nele aparecem Margo, Lu e Madison no centro, com a imagem de Carolyn ao fundo, como a ameaçar o núcleo familiar em estado embrionário. E se as atrizes cumprem com galhardia a tarefa que lhes foi delegada (em especial Allison, como já dissemos), ao espectador ainda resta o prazer de se deparar com um dos rostos mais queridos de "Orange is The New Black", Uzo Aduba (a Crazy Eyes da série) - aqui, ela é uma policial (grávida) que participa da incessante caça à raptora do bebê. Mas não é necessariamente uma surpresa: a diretora e roteirista Sian Heder é também uma das roteiristas e produtoras da cultuada "OITNB" - que, aliás, também integra o acervo Netflix.

Tags: #Tallulah, #Netflix, #EllenPage, #AlissonJanney, #TammyBlanchard, #Sian Heder, #drama, #CinemanoEscurinho

01 agosto 2016

Matt Damon revive Jason Bourne sem perder o jeito de bom moço com cara de mal

Matt Damon volta a ser o superagente Jason Bourne e traz grande elenco no quarto filme da franquia interpretado por ele (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Pela quinta vez o famoso agente foragido da CIA, Jason Bourne retorna às telas de cinema, agora de volta às mãos de Matt Damon e direção de Paul Greengrass, o mesmo de "A Supremacia Bourne" (2004) e "O Ultimato Bourne" (2007). Apesar do afastamento por nove anos do papel, Damon parece não ter perdido o pique e mostra o personagem ainda mais sisudo e de pouca fala, vivendo no isolamento. 

Se no primeiro filme - "A Identidade Bourne" (2002) ele se apresentou como um agente desmemoriado tentando desmascarar a direção da CIA, neste filme ele deixa claro que sua busca é pessoal - o ex-superagente quer apenas descobrir seu passado. Principalmente após uma ex-agente contar que tudo o que aconteceu com ele, incluindo o recrutamento como matador, está relacionado à morte de seu pai.

Matt Damon está á vontade com o personagem que conhece bem e que lhe garantiu boas bilheterias. "Jason Bourne" conta ainda com um elenco de peso - Alicia Vikander, como a agente da CIA Heather Lee, especializada em crimes cibernéticos; o grande Tommy Lee Jones, que interpreta o diretor da Agência Robert Dewey (inimigo de Bourne) e Vicent Cassel, como o mercenário Asset.

Apesar do diretor Paul Greengrass já ter dito que o futuro da franquia está em Alicia Vikander, falta vibração na atriz, até mesmo nas cenas de ação. Como se estivesse fazendo um romance e não um filme de espionagem. Talento ela tem de sobra, mas ficou a dever em "Jason Bourne".

Na quinta história da franquia (a quarta foi o fraco "O Legado Bourne", com Jeremy Rennes, em 2012), o agente precisa deixar seu exílio na Grécia como lutador de rua para ajudar a amiga e ex-agente Nicky Parsons (Julia Stiles) a divulgar os planos da CIA, que quer controlar todas as comunicações por meio da rede social Deep Dream, criada pelo empresário Aaron Kalloor (Riz Ahmed). Parsons também tem novas informações sobre a morte do pai de Jason e seu envolvimento com as ações da agência.

Ao ser descoberto, Jason volta a ser caçado, desta vez pelo diretor Dewey, que quer impedir que ele descubra o novo projeto. Dentro na CIA, no entanto, a novata Heather Lee acredita que tentar recrutar Bourne para a agência seja a melhor solução. Essa perseguição vai passar por vários países, como Grécia, Islândia, Inglaterra e terminar Las Vegas, nos Estados Unidos. E para fazer o "serviço sujo" em nome da segurança nacional, é convocado um antigo inimigo mortal de Bourne - o matador Asset, que vai persegui-lo por cada canto do planeta.

"Jason Bourne" mantém o estilo de seus antecessores, um pouco mais fraco talvez, mas com muita ação. E não vai decepcionar os fãs da franquia, principalmente nas cenas de perseguição na Grécia e em Las Vegas. E por onde o agente e Asset passam fica um rastro de destruição, com carros em pedaços por todos os lados.

Boa condução, como era esperado de Paul Greengrass, "Jason Bourne" é uma das opções recomendadas em cartaz nos cinema de BH. O filme pode ser conferido em 16 salas de 15 shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Paul Greengrass
Produção: Universal Pictures 
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 2h03
Gêneros: Ação / Espionagem / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags:#jasonbourne, #MattDamon, #AliciaVikander, #TommyLeeJones, #VicentCassel, #espionagem, #ação, #suspense, #PaulGreengrass, #UniversalPictures,  #CinemanoEscurinho

31 julho 2016

Sequestro, filme pornô, porrada e boas risadas em "Dois Caras Legais"

Ryan Gosling e Russell Crowe são dois investigadores particulares tentando desvendar o sequestro de uma atriz pornô (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Não poderia ser menos que um ótimo filme a união dos atores Russell Crowe e Ryan Gosling. "Dois Caras Legais" ("The Nice Guys") tem a boa música dos anos 70 (tempos da discoteca), grandes atuações, cenas e diálogos hilários e muita ação. A dupla mostra uma grande sintonia com seus personagens, que possuem estilos opostos, começam em lados também opostos e garantem boa diversão do início ao fim.


Ambos são investigadores particulares, cada um com uma "forma diferente" de trabalhar. Crowe é Jackson Healy, um homem violento, ex-alcoólatra, mas que ainda mantém alguns princípios éticos em sua profissão, apesar de ter como amigo inseparável um soco inglês, que é quase uma extensão de seu pulso.

Já Holland March, papel de Gosling, não tem o menor escrúpulo em tomar dinheiro de clientes velhinhas que o contratam para achar parentes desaparecidos. Vive em conflito com a filha Holly (Angourie Rice), que não concorda com os golpes do pai. A jovem, por sinal é um dos destaques do filme e forma um bom trio com os dois atores.


A história se passa em Los Angeles no ano de 1977, época da discoteca, sexo e muita droga. Healy é contratado por Amelia (Margareth Qualley) para protegê-la de alguns marginais que a estão perseguindo. Mas a jovem desaparece misteriosamente e ele acaba conhecendo de maneira não muito cordial o detetive March. Apesar da parceria pouco amistosa, os dois acabam contratados pela mãe de Amélia, Judith Kutner (a veterana Kim Basinger), sem saber que estão se envolvendo numa conspiração ligada à morte de uma atriz pornô.

Entre tapas, muita porrada (os mocinhos apanham "de com força"), ossos quebrados, tiros e perseguições, os dois investigadores protagonizam ótimas cenas de humor e ação para tentarem solucionar o desaparecimento de Amélia. Sempre contanto com a ajuda de Holly.

"Dois Caras Legais" é uma opção divertida em cartaz nos cinemas que merece ser conferida. Ele está em exibição, em versões dublada e legendada, nas salas 9 do BH Shopping (sessão 22h10), 3 do Cinesercla Big (20h40), 8 do Cineart Cidade (21h15), 7 do Cineart Contagem (20h40), 3 do Diamond (20h50), 1 do Cineart Paragem (20h40), 5 dos Partage Shopping Betim (12h) e 4 do Pátio Savassi (21h45).



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Shane Black
Produção: Silver Pictures / Waypoint Entertainment
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h56
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: #doiscaraslegais, #RussellCrowe, #RyanGosling, #KimBasinger, #AngourieRice, #ShaneBlack, #comédia, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho

27 julho 2016

A Incrível Jornada de uma vaca pelas mídias sociais

Fatah e sua vaca Jacqueline farão uma viagem que irá mudar suas vidas (Fotos: Jean-Claude Lother/Divulgação)

Maristela Bretas


Um filme sensível, com personagens simples para uma história com efeitos visuais dando lugar aos emocionais e cômicos sobre uma dupla diferente - um fazendeiro e sua vaca de estimação. Mas Jacqueline não é um animal. Para Fatah, seu dono, ela é mais que uma amiga e companheira. Ela é seu sonho. E apesar de ela ser o motivo do título em francês para o filme - "La Vache" - e de toda a jornada, a grande estrela é Fatah (interpretado pelo ator franco-argelino Fatsah Bouyahmed, da série de TV "Homeland").

Em busca de seu sonho de levar Jacqueline À Feira de Agropecuária de Paris, ele é capaz de suportar as críticas e chacotas de amigos, parentes e rivais, a ira da mulher e a desconfiança daqueles que o consideram um louco, que trata o animal como sua quase amante. No entanto, a história de "A Incrível Jornada de Jacqueline" o enredo vai mostrando o contrário durante o trajeto da dupla desde a viagem de navio da Argélia até Marselha, na França e de lá a pé até Paris.

O simplório fazendeiro argelino, com sua ingenuidade, vai se deparar com um mundo completamente diferente do seu -  da cidade grande, agitada e habitada por pessoas que só têm olhos para as telas de seus smartphones. Mas basta um estranho puxando uma vaca leiteira por uma corda aparecer pelas ruas para chamar a atenção destas mesmas pessoas, que passam a cumprimentá-lo e quererem saber mais de sua vida e de sua viagem. E Fatah não entende bem esse mundo das redes sociais que arrasta milhões de seguidores, apesar de sua vila já conviver com a telefonia celular e o Skype.

E compreende menos ainda como se tornou o centro das atenções das TVS, jornais e internet. Ele e Jacqueline se transformam no viral do momento e até uma simples frase dita numa situação delicada vira meme - " A culpa é da pera". É muita coisa para ele aprender e entender em tão pouco tempo de viagem. Mas também não importa para o simples fazendeiro. O que ele gosta é de uma boa conversa e ao longo da jornada vai fazendo novos amigos e ganhando admiradores com seu jeito simples e engraçado de ver a vida.

E são outros dois integrantes do elenco que irão ajuda Fatah e Jacqueline a chegarem a seu destino -  o conde Philippe (Lambert Wilson) e Hassan, cunhado de Fatah (interpretado por Jamel Debbouze, também um dos diretores da produção). Os diálogos brincam, sem ofender, com os costumes e situações dos dois mundos de Fatah. Como na cena da reunião dos líderes da vila, quase todos com o nome de Mohamed e ninguém se confunde.

A comédia "A Incrível Jornada de Jacqueline" vale a pena ser visto, descompromissado e que deixa a gente leve quando sai do cinema, graças à simplicidade da história e de seus personagens. Com distribuição da Paris Filmes, o filme estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Mohamed Hamidi
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h32
Gênero: Comédia
País: França
Classificação: 10 anos
Nota: 3 (0 a 5)



Tags: #aincriveljornadadejacqueline, #vaca, #Jacqueline, #FatsahBouyahmed, #LambertWilson, #JamelDebbouze,  #comédia, #França, #Argélia, #ParisFilmes, #CinemanoEscurinho

21 julho 2016

"A Lenda de Tarzan" - as estrelas são os efeitos digitais

Alexander Skarsgard é Tarzan, o homem macaco que volta à selva para salvar seus amigos (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Conhecido e reproduzido em revistas, livros, cinema e TV ao longo de mais de 80 anos, o famoso homem macaco criado pelo escritor Edgar Rice Burroughs ganha nova versão recheada de efeitos visuais. "A Lenda de Tarzan" ("The Legend of Tarzan") que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH é filme para agradar aos fãs do personagem e conquistar boa bilheteria pelo mundo. 


A nova superprodução da Warner Bros. Pictures traz Alexander Skarsgard no papel principal, ao lado de Margot Robbie como sua companheira Jane. No elenco, para quebrar o clima romântico, Samuel L. Jackson faz a parte engraçada, enquanto Christoph Waltz interpreta novamente o papel do vilão (pegou gosto pelo estilo, pelo visto).

Mas as grandes estrelas são os animais, mesmo que produzidos em computador. As cenas com os leões, gorilas e estouros de manadas são excelentes e já valem pelo filme. O grito do Tarzan pode ter ficado mais fraco (a gente sempre espera ouvir a voz de Johnny Weismüller), mas o rugido dos gorilas chega a dar medo. Palmas para a equipe de efeitos especiais que criou os gigantescos primatas.


O diretor David Yates não economizou ação, voos de cipó e lutas entre Tarzan e os gorilas (mesmo que digitalizados), assim como nas batalhas, que mais parecem filmes épicos. Se a história não foge muito da obra original, o avanço tecnológico em "A Lenda de Tarzan" fez toda a diferença. Tarzan divide seu tempo entre um passeio aéreo pela floresta e o amor por Jane, sua fiel companheira, papel que Margot Robbie soube garantir. Skarsgard e Robbie estão bem entrosados e mostram que Tarzan e Jane têm uma relação de cumplicidade muito forte. 

Alexander também está muito bem no papel (e põe bem nisso, com um físico invejável), passando simpatia ao público apesar do semblante sempre sério, até mesmo nas cenas românticas e no reencontro com velhos amigos. Ele vive um homem perdido entre mundos opostos - o lorde inglês Clayton Greystoke que não consegue esquecer o selvagem Tarzan das florestas, cujo passado é mostrado em flashbacks. Pena que no lugar de um dublê pulando de um lado para outro num cipó temos uma versão digitalizada do ator.

Christoph Waltz é o capitão Rom, um vilão irônico, sarcástico e almofadinha, que veste terno branco para andar na selva. Ele é o braço direito do rei da Bélgica, que domina boa parte da África, principalmente o Congo, cuja maior riqueza são os diamantes. Sem escrúpulos, Rom trama a captura de Tarzan, defensor dos nativos e da selva. Faltou mais maldade ao personagem, como o papel exigia, o que não aconteceu por causa da classificação do filme para 12 anos. Mas Waltz convence.

Já o soldado dos EUA, George Washington Williams, papel de Samuel L. Jackson e a garantia dos momentos divertidos do filme. Como sempre, o ator está impecável, tentando acompanhar Tarzan na aventura pela selva.

Reprodução
Muitas versões

Em todos estes anos foram feitas inúmeras versões de Tarzan, desde filmes a animações infantis. O intérprete mais famoso do personagem no cinema foi o ator Johnny Weismüller (foto ao lado), a partir de 1932. Muitos outros vieram depois, como Gordon Scott (um pouquinho mais cheinho, mas bom de serviço) e Christopher Lambert ("Greystoke - A Lenda de Tarzan, o Rei da Selva" - 1984). O meu preferido foi Ron Ely (o mais bonito e simpático de todos), que marcou a história do herói no seriado de TV que foi ao ar de 1966 a 1968.

Em todos esses anos, a trajetória de Tarzan foi ganhando mais e mais recursos, acompanhando os avanços tecnológicos até chegar a esta grande produção, sem nunca perder seus fãs. Até mesmo quem não conhece a história do homem macaco vai poder entender bem tudo o que aconteceu com ele, como se tornou o rei da selva, como conheceu Jane, seus inimigos e amigos.


"A Lenda de Tarzan" é um filme com meio, começo e fim, exatamente nesta ordem. Passado na década de 30, ele se inicia com o personagem agora lorde britânico, morando no castelo da família em Londres ao lado de Jane. Ele aceita o convite do parlamento britânico para uma missão no Congo junto com Jane e o soldado Williams onde estaria nativos estariam sendo capturados para trabalho escravo. Mas o que Tarzan não sabe é que o capitão Rom (Waltz) trama aprisioná-lo e entregá-lo a seu maior inimigo, chefe Mbonga (Djimon Hounsou) em troca dos diamantes da região.

O filme é muito bom, vale inclusive até mesmo o ingresso para as salas 3D por causa dos efeitos visuais. "A Lenda de Tarzan" está em cartaz também em formato 2D nas versões dublada e legendada, e pode ser visto em 35 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem.



Ficha técnica:
Direção e produção: David Yates
Produção: Village Roadshow Productions
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h50
Gêneros: Aventura / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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