07 outubro 2016

"O Bebê de Bridget Jones" segue o divertido estilo britânico de fazer comédia

Comédia romântica tem o trio amoroso formado por Renée Zellweger, Patrick Dempsey e Colin Firth (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


O que deveria ser o último filme da personagem Bridget Jones acabou se tornando uma chamada para uma provável quarta produção, que vai ter trabalho para superar "O Bebê de Bridget Jones" ("Bridget Jones's Baby"), tão bom ou até melhor que o primeiro, de 2001. A diretora Sharon Maguire acertou novamente a mão no humor e Renée Zellweger é a personificação de Bridget Jones. Impossível imaginar a personagem sendo interpretada por outra atriz. Diretora e atriz estão juntas, como no primeiro filme, e a química funcionou muito bem.

O que muda no novo filme é a saída do britânico Hugh Grant, que dá lugar ao charmoso americano Patrick Dempsey (o único no elenco principal), no papel de Jack Qwant. Ele irá disputar o amor de Bridget com o "ficante" que nunca assume nada Mark Darcy, interpretado por Colin Firth. Dempsey entra de sola na briga, bem ao estilo príncipe Charmain, com direito a flores, bota que serve no pé da não tão donzela, no lugar do sapatinho de cristal, e até carrega a moça no colo.

Jack é o oposto de Mark, advogado tipicamente britânico, de modos comedidos, que nunca fala sobre seu amor sempre enrustido por Bridget. E acaba sempre perdendo a amada para o primeiro boa pinta que aparece, como aconteceu nos filmes anteriores. Apesar de tudo indicar que ele iria ficar com Bridget, os dois acabam se separando, o que adia os planos da solteirona de realizar seu sonho de "felizes para sempre".

Agora, aos 40 anos, a personagem já atingiu sua independência profissional, tem novos e velhos amigos - o trio que a acompanha desde o primeiro filme. Mas estes seguiram suas vidas e conquistaram seus pares. Novamente solteirona, ela se vê comemorando sozinha o aniversário apenas com um bolo e ao som de "All By Myself". E resolve partir para o "vamo vê" e cai na farra, ficando com quem ama e com quem lhe interessa.

O que a solteirona não esperava era que o resultado de ficar com dois em um curto espaço de tempo iria acabar em gravidez. E o pior, sem saber quem é o pai - Jack ou Mark. A trama se passa toda em cima deste dilema, com os dois inicialmente sem saber um do outro e depois disputando o amor, a atenção e a paternidade da criança. As cenas mais engraçadas são as consultas com a ginecologista, a não menos divertida Emma Thompson, que também é uma das roteiristas do filme. Ela dá o toque especial ao "estado delicado" da situação.

Mas a grande estrela, como não poderia deixar de ser, é Renée Zellweger, que está ainda mais hilária e melhor neste terceiro filme. Após 15 anos, desde "O Diário de Bridget Jones", que abriu a série de filmes, ela só veio melhorando. O segundo, "Bridget Jones - No Limite da Razão" não obteve o sucesso esperado. Mais madura e quase como se ela e Bridget fosse a mesma pessoa, a atriz recupera o clássico humor britânico e garante bons momentos de diversão.

E, mesmo sem ter participado desta produção, Hugh Grant deixou sua marca e a hipótese de um quarto filme, que pode mexer novamente com a vida de todos. "O Bebê de Bridget Jones" é uma ótima comédia romântica, daquelas que você sai leve do cinema. Vale a pena conferir.




Ficha técnica:
Direção: Sharon Maguire
Produção: Miramax / Studio Canal / Universal Pictures / Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h03
Gêneros: Comédia / Romance
Países: Reino Unido / Irlanda / França / EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

Tags: #obebedebridgetjones, #RenneZellweger, #ColinFirth, #PatrickDempsey, #EmmaThompson, #SharonMaguire, #comedia, #romance, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho

04 outubro 2016

Argentino "No Fim do Túnel" é nitroglicerina pura

Joaquín é um cadeirante recluso que descobre o plano de um assalto ao banco ao lado de sua casa (Fotos: Alejandra Saurit/Divulgação)

Patrícia Cassese


É possível que, horas depois de sair do cinema, o espectador ainda se flagre tendo a sensação de estar vendo sangue respingado por toda parte. Foi dado o aviso, pois: os mais sensíveis a carnificina estão devidamente desaconselhados a assistir a "No Fim do Túnel" ("Al Final del Tunel"), produção argentina dirigida por Rodrigo Grande que entra em cartaz na cidade.

Antes de falar sobre o filme em si, vale um adendo sobre o protagonista, Leonardo Sbaraglia, ator que vem angariando familiaridade com o público brasileiro. Para quem ainda não ligou o nome às (belas) feições, trata-se do ator que interpretou o motorista endinheirado e "cool" em um dos episódios de "Relatos Selvagens", bem como o parceiro de Carolina Dieckmann na coprodução Brasil/Argentina "O Silêncio do Céu", em cartaz nos cinemas (também na capital mineira). Também deu o ar da graça em "Plata Quemada" e em "O Que os Homens Falam", para citar outros exemplos.

Aqui, Sbaraglia dá vida a Joaquín, um homem solitário (na verdade, divide o lar com um cão idoso) e cadeirante (embora tenha preservados os movimentos corporais da cintura para cima) - as explicações para essas duas características serão dadas ao espectador mais adiante, sem pormenorizações. 

Da mesma forma, o público descobre, depois, que o personagem encontra-se em dificuldades financeiras. Não bastasse, sua casa não vê sinais de arrumação há anos, e seus dias gris são preenchidos na lida com uma parafernália eletrônica, sobre a qual ele se debruça no sombrio porão - para se locomover, há um elevador.

Um dia, Joaquín é surpreendido com a chegada, de supetão, de Berta (Clara Lago, impressionantemente parecida com a cantora mineira Verônica Mendes e também com Céu) e sua filha, Betty (a menina Uma Salduende, uma graça). Ela - uma dançarina de strip-tease - foi atraída por um anúncio que oferecia uma sublocação, mas já adentra decidida a ficar, incondicionalmente, apesar do esboço de resistência de Joaquín, que estranha ver sua intimidade invadida assim, tão abruptamente.

O que acontece na sequência está na sinopse e, portanto, não seria dar spoiler falar que certo dia, em sua habitual peregrinação pelo porão, ele ausculta um movimento no entorno com a ajuda de um estetoscópio. Instigado, resolve ir além e cava um orifício, no qual introduz uma câmara que esclarece o que de fato se passa: um grupo prepara um ousado assalto ao banco que se situa próximo às duas construções até então focadas. Para tanto, constrói um túnel: o título do filme, portanto, não é só metafórico.

O ensaio de compartilhar prontamente a descoberta com sua nova inquilina é abortado no momento em que Joaquín descobre que ela não só é cúmplice , como mantém um romance com um dos líderes da operação escusa, Galereto (Pablo Echarri). Não bastasse, sublocou o quarto para dar calço à operação, que ainda conta com o apoio de um alto figurão. O assalto está devidamente cronometrado para que a explosão que vai permitir o acesso aos cofres seja efetuada junto à queima de fogos e o período festivo que pauta o fim de ano.

A reação mais esperada seria, claro, Joaquín acionar a polícia. Mas há outros tópicos em questão - inclusive, o mistério em torno de Betty, que há dois anos resolveu cerrar a boca, ao menos no que tange a seu contato com humanos, e o motivo será uma das chaves para a mudança de comportamento de um dos personagens.

No geral, trata-se de um filme perpassado todo o tempo por um alinhavo tensional que mantém o espectador em alerta, hirto na poltrona, a 220 volts. Somado ao carisma de Sbaraglia, poderíamos dizer que, dentro dessa chave, o filme funciona a contento, e valida a experiência de ir ao cinema para além do público afeito à produção argentina tradicionalmente mais relacionada a filmes com lastro histórico ou atrelados a questões mais subjetivas, comportamentais.

Há apenas dois "detalhes" que incomodam. Um deles está ligado ao excesso de violência citado no início. Ok, talvez seja um preciosismo, visto o derramamento de sangue visto atualmente em várias séries ("Narcos", "Game of Thrones" ou mesmo "Breaking Bad"), mas há uma cena particularmente arrepiante, tal qual a do extintor de incêndio em "irreversível".

O outro fica por conta do excesso de soluções pouco críveis que emergem no roteiro para dar um alinhamento lógico ao concatenamento de ideias visado, bem como para desaguar no fecho. Pelo lado do entretenimento entrelaçado ao ensejo da tensão em modo contínuo, funciona. E muito a contento. Classificação 16 anos



Tags: #nofimdotunel, #RodrigoGrande, #LeonardoSbaraglia, #ClaraLago, #PabloEcharri, #UmaSalduende, #policial, #suspense, #WarnerBrosPictures, #CinemanoEscurinho

02 outubro 2016

"O Lar das Crianças Peculiares" é a essência criativa de Tim Burton

Cenários sombrios ajudam a envolver o público nesta história de fantasia (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Não há como negar: "O Lar das Crianças Peculiares" ("Miss Peregrine's Home For Peculiar Children") é o melhor de Tim Burton nos últimos tempos, explorando bem a mistura de fantasia, aventura e família para conquistar tanto o público infanto-juvenil quanto o adulto. O diretor adaptou e melhorou para a versão no cinema o livro de Ransom Riggs. Encanta, assusta sem causar medo e prende o espectador do início ao fim. No filme, Burton usa e abusa de sua maior característica - o ambiente sombrio como cenário para suas histórias.

Aliado a isso, a atuação de uma grande atriz - Eva Green - orquestrando toda a ação envolvendo as crianças e as demais pessoas ligadas ao lar. Ela é Miss Peregrine, que vai fazer uma revolução na vida do jovem Jake (papel muito bem interpretado por Asa Butterfield) e também das crianças.


Bela fotografia, ótimos diálogos, uma ambientação totalmente adequada ao universo estranho (e ao mesmo tempo mágico) de Tim Burton. O longa-metragem explora bem as peculiaridades de cada uma das crianças do lar, que desempenham bem seus papéis: Emma (Ella Purnell), que precisa usar sapatos de chumbo para não voar; o garoto invisível; a adolescente que incendeia tudo o que toca; a menina de força descomunal; o menino que cultiva abelhas dentro do corpo; os gêmeos encapuzados (não vou contar seus poderes); a menina que controla a flora. Isso sem falar nas criaturas do Mal - os Etéreos.

Boas participações também do sempre genial Samuel L. Jackson como o vilão Barron, Terence Stamp como Abe, avô de Jake, e Judi Dench, como Miss Avocet, em rápida aparição, outra protetora de crianças peculiares.

Sempre deslocado, sofrendo bullying na escola e incompreendido pelos pais por não se adaptar ao mundo chamado normal, Jake só encontra consolo e carinho com o avô Abe. Desde criança ele lhe contava histórias sobre a infância em um orfanato de crianças e adolescentes com poderes especiais que eram rejeitadas por serem diferentes. Sob a proteção de Miss Peregrine, elas viviam em uma grande mansão, escondidas de seres do mal, os Etéreos, que queriam roubar seus olhos.

Após a estranha morte do avô, Jake parte com seu pai para o País de Gales, onde pretende encontrar Miss Peregrine, atendendo ao último pedido do avô, que disse que ela lhe contaria toda a história e quem ele era realmente. Ao chegar, Jake descobre que o local onde ela viveria é uma mansão em ruínas, que foi atingida por uma bomba durante a Segunda Guerra Mundial. 


Para sua surpresa, no entanto, Jake encontra as crianças peculiares que o levam por uma fenda temporal, onde Miss Peregrine vive e as protege das criaturas e da maldade do mundo exterior. 

"O Lar das Crianças Peculiares" é imperdível e leva o público a viajar na fantasia sombria e criativa de Burton. O filme está em formatos 2D e 3D, em sessões dubladas e legendadas.



Ficha técnica:
Direção: Tim Burton
Produção: 20th Century Fox / Chernin Entertainment / Scope Pictures / Tim Burton Productions
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h07 
Gêneros: Fantasia / Aventura / Família
Países: EUA / Reino Unido / Bélgica
Classificação: 12 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: #olardascrianlaspeculiares, #EvaGreen, #AsaButterfield, #SamuelLJackson, #TimBurton, #aventura, #família, #Fantasia, #FoxFilmdoBrasil, #CinemanoEscurinho

30 setembro 2016

"Lembrança de um Amor Eterno" tem química fraca do casal principal


Jeremy Irons é um professor que se envolve com a aluna Olga Kurylenko (Fotos: PlayArte Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Giuseppe Tornatore (de "Cinema Paradiso" - 1988) volta às telas como diretor e roteirista do romance "Lembrança de um Amor Eterno" (La Corrispondenza"), que conta ainda com uma bela trilha sonora de Ennio Morricone. O filme explora a relação entre duas pessoas com uma grande diferença de idade - a universitária e dublê de cinema Amy, papel de Olga Kurylenko, e Edward, seu orientador no curso de Astrofísica, interpretado por Jeremy Irons.

Nem o fato de morarem em países diferentes, cada um com seu estilo de vida, é capaz de diminuir a paixão de um pelo outro. Amy vive sua vida à espera dos poucos momentos que terá com Edward, das conversas pelo Skype, dos bilhetes, cartazes e presentes que chegam em momentos exatos. De poucos amigos, sua razão de viver está no amado, que a conhece melhor que ela mesma e corresponde à paixão.

A relação chega a ser obsessiva e nem mesmo a família poderia por fim a ela. O que a estudante não contava que, ao mesmo tempo em que continua recebendo mensagens gravadas do amado, recebe a notícia da morte dele durante uma conferência em que ele deveria ser o palestrante.

Começa aí um novo drama para Amy que não sabe como viver sem o amante, professor e companheiro de poucas, mas intensas, horas. Para surpresa da jovem, Edward, mesmo depois de morto, continua ditando sua vida, mantendo os antigos hábitos. Seguindo a linha romance-tragédia, "Lembrança de um Amor Eterno" se torna um pouco cansativo ao repetir situações do casal e a insistência da jovem em manter viva a imagem do amante morto.

A história fica centrada no romance pós-morte, com vai e vem de cartas, vídeos gravados em excesso e a garota fazendo cenas cada vez mais perigosas como dublê, como se não quisesse mais viver. Nem mesmo a entrada de outros atores - como a família de Edward e colegas de trabalho de Amy empolgam o enredo. Olga e Jeremy, apesar de ótimos atores, não criaram uma química muito boa como casal apaixonado, estão mais para professor e aluna.

A produção italiana é boa, mas o romance poderia ter sido mais bem explorado, assim como a fotografia, já que algumas cenas foram feitas numa região muito bonita da Itália. "Lembranças de Um Amor Eterno" deixou um pouco a desejar, não é dos melhores trabalhos de Tornatore, mas ainda assim merece ser conferido. O filme está em exibição na sala 4 do Cineart Ponteio, sessões às 16h30 e 21h15.




Ficha técnica:
Direção e roteiro: Giuseppe Tornatore
Distribuição: PlayArte Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Drama / Romance
País: Itália
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #lembrancasdeumamoreterno, #OlgaKurylenko, #JeremyIrons, #romance, #drama, #PlayArtePictures, #CinemanoEscurinho

25 setembro 2016

"Cegonhas" é engraçado como a ave e fofinho como um bebê

Animação é imperdível, traz uma mensagem sobre família e as coisas importantes da vida (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Sem vergonha de admitir, ri do início ao fim. E acredito que o mesmo vai acontecer com outras mães, tanto as de primeira viagem quanto aquelas com filhos maiores que assistirem "Cegonhas – A História Que Não Te Contaram" ("Storks"). A animação aborda os pontos mais comuns da maternidade, tanto para o pai quanto para a mãe, mas de forma extremamente divertida (e real). E, de quebra, mostra como as pessoas estão optando por ter poucos filhos e, mesmo assim, ainda passam pouco tempo com eles. A cegonha, esta famosa ave que sempre esteve associada a bebês, perde sua função e se torna uma transportadora rápida - quase um Sedex 10.

Os diálogos das aves e dos lobos são os mais engraçados e exploram situações que muitas mães e casais já passaram, principalmente com o primeiro filho, como a manha pedindo por colo, a mamadeira da madrugada, a briga para comer a papinha, as trocas de fraldas e as noites mal dormidas. Isso sem contar o comportamento das pessoas que muda da água para o vinho quando veem um bebê "fofiiiiiiinho". Todo mundo fica meio abobalhado.

Os bebês são o centro das atenções de toda a história, mas a cegonha Junior (dublado em português pelo ator Klebber Toledo), entregadora da companhia é muito divertido. Preso a regras e convenções que proíbem as cegonhas de voltarem às antigas entregas, ele se vê numa situação complicada quando um recém-nascido sai da máquina de fazer bebês. A culpa é da amiga Tulipa (voz de Tess Amorim), uma jovem muito doida que foi criada pelas cegonhas quando uma delas não achou o endereço onde ela deveria ser deixada.

Destaque também para a matilha de lobos, aqueles animais ferozes, cruéis e sanguinários, que se transformam por completo quando o bebê sorri. Tem também o pombo Luke (voz de Marco Luque), um dedo-duro que quer ser o novo chefe da empresa de qualquer forma. Já os pinguins perdem a graça, deixam de ser bichinhos carinhos e se tornam "do mal". Valem apenas pela luta com Junior e Tulipa.


"Cegonhas – A História Que Não Te Contaram" é uma animação de família para família, que diverte adultos e crianças, com uma linda mensagem sobre a importância dos pais passarem mais tempos com seus filhos. Reforça também o conceito de que é possível conviver com as diferenças, ao formar uma família muito improvável de uma ave, uma menina e uma bebê. E alfineta de leve as relações de trabalho que exigem medidas drásticas como a demissão daqueles considerados improdutivos ou que não seguem as regras.

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A animação começa com a troca de funções: cansadas de carregarem bebês por todos os cantos do mundo, as cegonhas agora transportam pacotes para a gigante global da internet - a Cornerstore. com (Lojadaesquina.com.). Junior é o melhor entregador da empresa e está prestes a ser promovido.

Mas acidentalmente a jovem Tulipa aciona a Máquina de Bebês em seu turno, produzindo uma adorável e totalmente não autorizada bebê. Enquanto isso, na terra dos humanos, um garotinho Nando pede um irmãozinho aos pais sempre ocupados, para que possa ter com quem brincar.


Desesperado para entregar aos pais esse "presentinho de grego", antes que o chefe Hunter descubra, Junior e Tulipa, único humano criado na Montanha das Cegonhas, partem para sua primeira entrega de bebês em uma jornada selvagem e reveladora, que poderá iniciar uma família e também restaurar a verdadeira missão das cegonhas no mundo.

"Cegonhas – A História que Não Te Contaram" apresenta as novas canções originais “Kiss the Sky”, interpretada por Jason Derulo,e “Holdin' Out”, da banda The Lumineers. A animação é imperdível e está em cartaz nos cinemas de BH, Betim e Contagem, nos formatos 2D e 3D, em versões dublada e legendada.



Ficha técnica:
Direção: Nicholas Stoller (também roteirista e produtor) e Doug Sweetland
Produção: Warner Bros. Animation / Stoller Global Solutions
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 1h29
Gêneros: Animação / Comédia / Família
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: #cegonhasahistoriaquenaotecontaram, #cegonhas, #storks, #bebês, #animação, #comedia, #família, WarnerBrosAnimation, #WarnerBrosPictures, #CinemanoEscurinho

23 setembro 2016

"Viva a França!" particulariza o desencontro de pai e filho e humaniza a guerra

Filme conta o êxodo de milhares de franceses durante a Segunda Guerra Mundial (Fotos: Jean-Claude Lother/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Difícil compreender por que traduziram "En mai, fais ce qu'il te plaît" - algo como "Em maio, faça o que quiser" - como "Viva a França!" Por mais licença poética que seja permitida nas versões de títulos de filmes, é preciso muita subjetividade para entender o ufanismo do nome. E muita força de vontade para justificar a sutileza e o motivo que levaram um filme de êxodo a se chamar assim.

Hans (August Diehl) é um alemão revolucionário e oposicionista a Hitler, que foge para a França com o filho Max (Joshio Marlon). Em Pas-de-Calais, ele se passa por belga e vai trabalhar de camponês com o prefeito Paul (Olivier Gourmet) que, diante da chegada iminente dos alemães, está liderando o êxodo dos moradores em direção ao sul, a exemplo de outras tantas vilas e povoados. Ao longo da trama, impulsionado por ataques dos alemães, Hans acaba formando um trio improvável com um soldado escocês e um cidadão francês que se recusa a abandonar sua casa com sua preciosa adega.

A história não é pura ficção e foi baseada em depoimentos de quem viveu a fuga. Em maio de 1940, cerca de 8.000 franceses deixaram suas cidades e vilas rurais tentando escapar da ocupação nazista e vagaram como andarilhos errantes pelas estradas e campos do país. Os horrores da guerra sempre foram um fértil pano de fundo para boas histórias. Em "Viva a França!" não é diferente. O drama particular de um pai que se perde do filho de oito anos num desses caminhos é o que comove e prende no filme. Embalada pela bela trilha do estrelíssimo Ennio Morricone, a história enternece, emociona e faz chorar.

Houve quem achasse "Viva a França!" repleto de clichês. Nem tanto. Por obra e graça do diretor (e roteirista) Christian Carion, há um equilíbrio convincente entre o universo macro da guerra - com seus bombardeios, aviões e batalhas - e o micro - a desesperança dos andarilhos, o desencontro de pai e filho. É nesse balanço que o longa se faz, senão imperdível, pelo menos necessário, correto. E muito, muito comovente!



Tags:#vivaafranca, #SegundaGuerra, #ChristianCarion, #AugustDiehl, #OlivierGourmet, #drama, #guerra, #histórico, #FênixFilmes, #CinemanoEscurinho

22 setembro 2016

"Sete Homens e um Destino" é faroeste politicamente correto

Com Denzel Washington no papel principal, filme é remake de um clássico do western (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Em 1960, o faroeste "Sete Homens e um Destino" ("The Magnificent Seven") marcou época por contar em seu elenco com nomes como o de Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, Eli Wallach, Robert Vaughn e James Coburn. Cinquenta e seis anos depois chega às telas de cinema um remake politicamente correto, com direito a mistura de raças. 

No time principal estão nomes bem conhecidos do público - Denzel Washington, Chris Pratt, Ethan Hawke e Vincent D'Onofrio como quatro dos sete pistoleiros. Para completar o grupo heterogênio, que vai sendo formado ao longo do filme participam o sul-coreano Byung-Hun Lee (como Billy Rocks), Martin Sensmeier (como o índio) e Manuel Garcia-Rulfo, o mexicano. Sem esquecer do vilão sem escrúpulos, interpretado por Peter Sarsgaard e a mocinha, papel de Haley Bennett (que parece a sósia da Jennifer Lawrence).

O filme é bem dirigido, tem princípio meio e fim, com ótimos tiroteios (para quem gosta do gênero western) e atuações convincentes, inclusive a de Pratt (como Josh Farraday) que insiste em ser o cara que não perde o hábito de fazer piada de tudo.

Denzel é sempre bom, mesmo quando faz cara de mau. Ele é Sam Chisolm, um caçador de recompensa negro, que se veste todo de preto, com direito a colete e arma invertida no coldre. E por um curto período vai virar o bom samaritano que aceita a proposta da viúva Emma Cullen (Bennett) para livrar a cidade dela do domínio do dono das minas de ouro Bartholomew Bogue (Sarsgaard).

D'Onofrio também está muito bem como o irlandês Jack Horne, que bebe todas e reza antes de cada desafio. Bem acima do peso, usando barba e mais rouco que nunca ele está quase irreconhecível.

A fotografia, graças aos recursos técnicos atuais, também é um ponto que favorece a produção, mas poderia ser mais bem explorada. Por se tratar de uma refilmagem, como aconteceu com o 1960, que por sua vez foi um remake do japonês "Os Sete Samurais", de Akira Kurosawa (1954), impossível não fazer comparações. Mesmo com o elenco do novo filme cumprindo bem seu papel, ainda perde para seu antecessor.


Para cumprir o trabalho de "limpeza" da cidade, Sam Chisolm vai recrutando ao longo do caminho os pistoleiros que irão ajudá-lo, alguns com a cabeça a prêmio. A variação étnica do grupo que vai se formando é o grande diferencial da nova produção e foi uma boa aposta do diretor Antoine Fuqua. Para completar, nada como o tema da trilha sonora original composta por Elmer Bernstein e adaptada por James Horner.

O "Sete Homens e um Destino" é um bom faroeste e vale ser visto (tanto este quanto o de 1960). O filme entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas de BH, Betim e Contagem, em versões dublada e legendada.



Ficha técnica:
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures / MGM / Escape Artists /
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 2h13
Gêneros: Faroeste / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #setehomenseumdestino, #DenzelWashington, #ChrisPratt, #VincentDonofrio, #EthanHawke, #PeterSarsgaard, #AntoineFuqua, #faroeste, #ação, ColumbiaPictures, #MGM, #SonyPictures, #CinemanoEscurinho

21 setembro 2016

"Bruxa de Blair" causa mais ansiedade que medo

"Bruxa de Blair" é quase uma refilmagem de produção de terror que fez sucesso em 1999 (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Sob a direção de Adam Wingard (“Você é o Próximo” e “O ABC da Morte”), “Bruxa de Blair” ("Blair Witch") traz às telas uma sequência do filme “A Bruxa de Blair” ("The Blair Witch Project"), de 1999. O longa retoma o formato found footage ("filmagem encontrada") em que são utilizados vídeos e filmes feitos pelos participantes da ação (no caso, o pessoal que estava caçando a bruxa). Isso inclui correria, cenas tremidas e desfocadas e o que foi recuperado das câmeras que estavam com os participantes durante o fato.

E é este estilo que foi retomado em "Bruxa de Blair", de forma a fazer o espectador vivenciar uma experiência de terror que funcionou no passado. O que não quer dizer que funcionaria tão bem no presente. Ao contrário do primeiro longa, este agora não faz a gente tomar susto ou pular na cadeira. Ele provoca uma ansiedade tremendamente grande, de fazer a gente sentir falta de ar em alguns momentos.

Mas não tem susto? Claro que tem. Mas se no primeiro longa a montagem de um filme em cima de imagens recuperadas das câmeras dos jovens desaparecidos fez um sucesso estrondoso e criou um divisor de águas nos filmes de terror, não posso dizer o mesmo da produção atual. Ela é boa, mas não me tirou da cadeira. Se antes os recursos técnicos eram escassos, neste sobra tecnologia, com uso de microcâmeras com GPS e até um drone.

A entidade continua assustadora, mesmo sem quase aparecer. Os atores são desconhecidos, apesar de convencerem nos momentos em que são atacados, sempre em um ambiente sombrio e escuro, sem mostrar sangue.  Durante todo o tempo, as cenas induzem ao medo, sem mostrar o que acontece com cada um do grupo. Apenas gritos e marcas em paredes e na mata. Isso pode funcionar com quem se assusta facilmente.

Inevitável não comparar as duas produções. "Bruxa de Blair" não é um filme ruim, mas cansa um pouco a constante troca de imagens entre as câmeras dos estudantes. Para mim, a cena mais angustiante foi a do buraco. Não vou falar mais para não dar spoiler. Saí do cinema com falta de ar. Se o objetivo do diretor era causar mal-estar ele conseguiu comigo. Mas não provocou medo.

No filme, quatro estudantes universitários se aventuram na floresta de Black Hills para desvendar os mistérios que cercam o desaparecimento de Heather, irmã de James (James Allen McCune), que muitos acreditam estar ligado à lenda da Bruxa de Blair. Ele está acompanhado da amiga Lisa (Callie Hernandez), que vai fazer um documentário para a escola, do amigo de infância Peter (Brandon Scott) e da namorada dele, Ashley (Corbin Reid). 

Eles conhecem uma dupla de moradores - Lane (Wes Robinson) e Taila (Valorie Curry) que se oferece para guia-los na floresta. Mas ao anoitecer, o grupo é surpreendido por uma presença ameaçadora e, lentamente, os jovens começam a perceber que a lenda é real e muito mais sinistra do que imaginaram. 

O filme está em cartaz em cinemas de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.



Ficha técnica:  
Direção: Adam Wingard
Produção: Lionsgate
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags:#bruxadeblair, #terror, #AdamWingard, ParisFilmes, CinemanoEscurinho

18 setembro 2016

BH fica de fora da estreia da produção independente "Os Senhores da Guerra"

Longa-metragem é sobre famílias gaúchas divididas pela política (Fotos: Walper Ruas Produções /Divulgação)

Baseado na obra homônima de José Antônio Severo com direção de Tabajara Ruas, o longa-metragem "Os Senhores da Guerra" entrou em cartaz na última quinta-feira (15) em 14 praças do circuito nacional, exceto Belo Horizonte, ainda sem data para receber a produção. Trata-se de um filme sobre famílias divididas pela política – um dos temas mais atuais do Brasil. 

O filme estreou em Juiz de Fora (única cidade mineira), Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Santa Maria, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Bagé, Pelotas, Caxias do Sul (RS) e Chapecó (SC).

"Os Senhores da Guerra" narra a história verídica dos irmãos Julio e Carlos Bozano, jovens da elite gaúcha no início do século XX, cultos, unidos por profunda amizade, que se enfrentam em lados opostos na guerra civil de 1923, no Rio Grande do Sul. Julio, chimango e legalista, é prefeito de Santa Maria e recebe a missão de impedir o avanço das tropas do líder da oposição, general Zeca Neto, de quem Carlos, maragato e revolucionário, é secretário particular.

Os amores dos guerreiros carregam sonhos e esperanças em meio ao turbilhão da guerra civil. O destino coloca o líder comunista Luiz Carlos Prestes entre os irmãos Bozano. O desfecho desta disputa será na grande batalha no Passo da Cruz.

Com produção executiva de Ligia Walper, o filme recebeu dois Kikitos no Festival de Gramado de 2014: Prêmio Especial do Júri e Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Andrea Buzato. O diretor e escritor Tabajara Ruas tem em seu currículo dez romances e está em seu quarto longa-metragem, entre eles "Netto Perde sua Alma" (2001), quatro Kikitos e 12 prêmios em festivais nacionais e internacionais.

O longa-metragem integra uma trilogia que busca reproduzir uma cultura pouco conhecida dos meios cinematográficos: a região do pampa, no sul do Brasil. A produção independente trabalha basicamente com material da região, tanto na formação da equipe quanto no conteúdo. Integram o elenco Rafael Cardoso, André Arteche, Marcos Breda, Andrea Buzato, Leonardo Machado, Marcos Verza, Elisa Brites, Miguel Ramos (que morreu em 2014) e vários outros nomes do cinema local.

O projeto, com realização da Walper Ruas Produções, teve 15 semanas de filmagem realizadas em três etapas (2011, 2012 e 2013), com uma equipe de mais de 200 profissionais, dois mil figurantes e elenco com 40 nomes conhecidos do cinema local.

Para as cenas de batalhas, mais de 500 armas foram usadas, entre elas 300 reais, fornecidas com apoio da Brigada Militar, e 200 cenográficas. As filmagens ocorreram em 11 municípios gaúchos e a equipe passou por Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Santa Maria, São Sepé, Gravataí, Viamão, Canela, São Francisco de Paula, Caçapava do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves.



Ficha técnica
Direção: Tabajara Ruas
Produção: Walper Ruas Produções
Distribuição: Accorde Filmes
Duração: 1h52
Gêneros: Drama / Guerra
País: Brasil
Classificação: 14 anos

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15 setembro 2016

"Cães de Guerra" trata com ironia o esquema mundial de venda de armas

Comédia é baseada em fatos reais e conta com a dupla Jonah Hill e Miles Teller no elenco principal (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

 Maristela Bretas


Há momentos em que você acredita que "Cães de Guerra" ("War Dogs") é uma comédia séria, com Jonah Hill cheirando todas e repetindo um estilo que há tempos adotou em seus filmes, do gordinho que quer ser "o cara" fazendo piadinhas para americano rir. Já Miles Teller está muito bem e segue de leve a linha cômica, mas garantindo melhor a parte dramática.


E é assim que a dupla consegue fazer um filme ágil que explora algumas mazelas do tráfico de armas internacional, em que os pequenos sem cacife entram para disputar com os graúdos, muitas vezes sem saber o risco que estão correndo. 

Hill é sarcástico e reforça com humor negro uma postura arrogante do americano. E não tem escrúpulos em envolver o amigo honesto, que se empolga com o dinheiro não tão fácil da indústria armamentista.


Baseado em fatos reais, o filme conta a história de dois amigos do tempo de escola - o massagista David Packouz (Teller) e o golpista comerciante de armas Efraim Diveroli (Hill) que se encontram 20 anos depois. Apertado com a contas e com a namorada grávida (Ana de Armas, em papel fraco), David se deixa levar pelos negócios ilegais de Efraim e se envolve com a venda de armas para o governo dos EUA e para os inimigos.


O que antes eram apenas migalhas deixadas para trás por outros comerciantes, para David e Efraim acaba se transformando numa grande jogada e a dupla conquista um contrato de US$ 300 milhões em armas a serem enviadas ao Afeganistão. Isso acaba atraindo o interesse de traficantes internacionais, entre eles, Henry Girard (com pouca mas ótima participação de Bradley Cooper).


O diretor Todd Phillips reúne vários de seus colaboradores da trilogia “Se Beber, Não Case!”, incluindo o diretor de fotografia Lawrence Sher, o designer de produção Bill Brzeski e o editor Jeff Groth. A trilha sonora é de Cliff Martinez (“Drive”, “Traffic: Ninguém Sai Limpo”) e conta com sucessos de Creedence, Aerosmith, Pitbull e 50 Cent.



Boa distração, "Cães de Guerra" é uma comédia dramática que vale a pipoca e o ingresso. O filme está em exibição nas salas 2 do Diamond Mall (sessões 15h40, 17h05 e 21h) e 8 do Pátio Savassi (19h e 21h30).



Ficha técnica:
Direção, produção e roteiro: Todd Phillips
Produção: Green Hat Films / The Mark Gordon Company
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h55
Gêneros: Comédia / Drama / Guerra
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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