13 janeiro 2017

"La La Land": Tente não se apaixonar pelo vencedor do Globo de Ouro

Química perfeita entre Ryan Gosling e Emma Stone embala o encantador romance musical escrito e dirigido por Damien Chazelle (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)


Jean Piter Miranda


Sebastian (Ryan Gosling) é um pianista de grande talento e pouca sorte. Em Los Angeles, ele planeja ganhar dinheiro para abrir um bar e então eternizar o jazz. Na cidade, ele conhece Mia (Emma Stone), uma balconista que trabalha em um café, perto de um grande estúdio de cinema. Ela sonha em ser atriz, leva jeito, mas nunca consegue uma oportunidade nos testes que faz. Juntos, com suas diferenças e afinidades, eles tentam se acertar na vida.

Esse é "La La Land – Cantando Estações", o musical do roteirista e diretor Damien Chazelle, de "Whiplash - Em Busca da Perfeição". O filme ganhou sete prêmios no 74º Globo de Ouro. E não foi por menos. Como era de se esperar, começa com música, dança e certo malabarismo, tudo muito bem sintonizado. Os cenários são cheios de luzes e cores, retratando décadas passadas do cinema, inclusive fazendo alusões a várias grandes obras da sétima arte. O figurino e os automóveis são uma mistura de atualidade com passado. Uma auto-homenagem à Hollywood.

Mas o ponto alto não é parte técnica, é a química entre o casal. Ryan Gosling consegue ser desastrado e engraçado com muita naturalidade, sem forçar nada. E ainda com muito charme. É impossível não se apaixonar quando ele dá um meio sorriso despretensioso. Emma Stone está fabulosa. Uma atriz interpretando, com maestria, uma atriz. Quando seus olhos estão rasos d’água, é difícil não chorar com ela, não querer abraçá-la. É amor à primeira cena. E juntos, não há casal melhor.

As cenas de dança são perfeitas, que mostram que os atores tiveram que se dedicar muito para chegar ao resultado. O envolvimento do casal ocorre de forma clichê, como manda a cartilha das comédias românticas, embalado pela bela canção "City of stars", de Justin Hurwitz. Primeiro não se querem, não se batem. Depois se apaixonam e não querem mais viver separados. Mas, é preciso um conflito. E ele chega de forma que foge do óbvio, assim como o desfecho.


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No desenrolar do romance é colocado em debate o quanto vale a pena lutar por um sonho, quando é hora de parar ou de mudar de caminho. Como é o início da vida de quem quer viver de arte (cinema, música e teatro), em meio às cobranças sociais, inclusive de amigos e parentes. E como é lidar com tudo isso, dividindo a vida com outra pessoa. É também sobre desapego, sobre querer o bem de quem se ama, acima de qualquer coisa.

É um filme nostálgico. Não só pelas referências e homenagens ao passado, mas pela saudade do que não foi, do que poderia ter sido, da ingenuidade, das brigas, dos desencontros, do medo de tentar e também de não tentar. É sobre aquele encontro que muda a vida, a escolha que não é certa nem errada, e o vislumbre do que será o futuro. Tudo sempre cheio de muita ternura e poesia na maravilhosa cidade dos Anjos.

"La La Land" é uma obra prima pra ser vista e revista várias vezes. É o tipo de filme a ser lembrado e cultuado nas próximas décadas. É o melhor trabalho da carreira de Ryan Gosling e de Emma Stone também. É sem dúvida o favorito ao Oscar 2017 e merece todos os prêmios e elogios.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Damien Chazelle
Produção: Summit Entertainment/ Lionsgate 
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h08
Gêneros: Comédia / Drama / Musical / Romance
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: #lalaland, #RyanGosling, #Emma Stone, #DamienChazelle, #comedia, #drama, #romance, #musical, ParisFilmes, #CinemanoEscurinho

12 janeiro 2017

Divulgado o primeiro trailer de "O Zoológico de Varsóvia", com Jessica Chastain e Daniel Brühl

Jessica Chastain é a esposa do dono de um zoológico na Polônia ocupada por nazistas 
(Fotos: Focus Features/Divulgação)

A história real de Antonina Żabińska, esposa e mãe que se tornou uma heroína para centenas de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial, é o tema do drama “O Zoológico de Varsóvia” ("The Zookeepers’s Wife"), que acaba de ganhar seu primeiro trailer oficial.


Em 1939, na Polônia, Antonina (Jessica Chastain) e seu marido, Dr. Jan Żabiński (Johan Heldenbergh, de “Alabama Monroe”) observam o zoológico de Varsóvia florescer sob seus cuidados. Quando o país é invadido pelos nazistas, o casal é forçado a reportar o recém-nomeado chefe do zoológico (Daniel Brühl) ao Reich. 

Mas eles começam trabalhar secretamente ao lado da resistência com o intuito de salvar vidas no que se tornou o Gueto de Varsóvia, mesmo que para isso Antonina coloque sua própria vida e a de seus filhos em grande risco.

Com direção da Neozelandesa Niki Caro, de “Terra Fria” e “Encantadora de Baleias”, o drama tem roteiro assinado por Angela Workman e estreia prevista para abril, pela Universal Pictures.




Tags:#ozoologicodevarsovia, #guetodevarsovia, #JessicaChastain, #JohanHeldenbergh, #DanielBrühl, #poloniaocupada, #SegundaGuerraMundial, #nazistas, #Varsovia, #UniversalPictures, #FocusFeatures, #CinemanoEscurinho

"Assassin's Creed" tenta emplacar adaptação de game para os cinemas

Michael Fassbender incorpora bem o personagem da série, mas efeitos visuais são o destaque (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)


Jean Piter Miranda


'Assassin's Creed" é um dos grandes lançamentos do cinema em 2017. O filme é baseado no jogo de mesmo nome. Na adaptação, Callum Lynch (Michael Fassbender) é condenado à morte, mas seu corpo é levado para uma experiência científica. Conectado a uma máquina, ele é submetido a uma espécie de regressão, e vivencia as aventuras de seu ancestral espanhol do século 15, o guerreiro Aguilar. Aos poucos, ele começa a absorver, na vida real, incríveis habilidades de luta.

O filme parece complexo, mas, como todo blockbuster, é bem simples. A máquina a qual Callum se conecta para fazer a regressão é como as experiências de realidade ampliada que existem hoje. Como os óculos da Google ou da Samsung, e dezenas de jogos por ai. Com o acrescento de se conectar a vidas passadas, que aí vai para o campo do misticismo e da religião. E para que o enredo fique mais realista, há muitas referências da história.


O longa é em grande parte de ação, até para não ficar muito longe do game. E são muitas as cenas de combates e perseguições, onde os personagens demonstram grandes habilidades de Parkour, o esporte de pular de prédio para prédio, muros, escadas. Algo que já foi utilizado em filmes como "007", "Jason Bourne", "13º Distrito" e muitos outros. O inimigo é uma organização quase secreta, que, de certa forma, pretende dominar o mundo, o que também não é novo.

Para que a guerra não seja apenas entre o bem o mal, são acrescentados elementos históricos, religiosos, filosóficos, e científicos, como o quanto o DNA do ser humano define o seu modo de vida, o comportamento e seus instintos. Não é preciso ser um gênio para fazer as devidas associações e entender tudo. O único problema está na ambientação das cenas de ação, onde sempre há muita neblina ou fumaça, o que impede ver claramente o movimento dos personagens.

No fim, o filme da conta do recado. Fassbender emplaca mais uma boa atuação em seu currículo. Marion Cotillard e Jeremy Irons também. Os desfechos acontecem sem pressa. No conjunto da obra, é bem provável que não agrade aos cinéfilos mais exigentes, e principalmente aos fãs do game. Mas é uma produção muito boa, que talvez até mereça uma continuação.



Ficha técnica:
Direção: Justin Kurzel
Produção: Regency Enterprises/ Ubisoft Motion Pictures / RatPac Entertainment / 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h56
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia / Ficção científica
Países: EUA, França, Reino Unido, Espanha
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #assassinscreed, #game, #MichaelFassbender, #MarionCotillard, #JeremyIrons, #JustinKurzel, #acao, #ficção, #Ubisoft, #FoxFilmdoBrasil, #CinemanoEscurinho


11 janeiro 2017

"Eu, Daniel Blake" deixa o espectador paralisado ao mostrar como a burocracia pode ser destrutiva

A história é universal e pode acontecer em qualquer lugar do mundo (Fotos:  Imovision/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Com raras exceções. filmes que tratam de pessoas maduras costumam ser tristes.  "Eu, Daniel Blake", produção britânica em parceria com a França e a Bélgica, é mais do que triste. É contundente, cortante. Ao final da sessão, muitos permanecem sentados nas poltronas, como se tentassem digerir o que acabaram de ver. A história do cidadão comum que, após um ataque cardíaco, se envolve na teia surreal da burocracia em busca de seus direitos como auxílio doença ou seguro desemprego assusta, choca, oprime. E olha que tudo se passa na Inglaterra, para muitos, o exemplo de civilidade.

Não foi por acaso que o filme, dirigido por Ken Loach - ele próprio um ancião de 80 anos - ganhou a Palma de Ouro 2016 em Cannes. A batalha de Daniel Blake, interpretado com naturalidade impressionante por Dave Johns, coloca o espectador no cerne de um labirinto. Atire a primeira pedra quem nunca precisou do Estado e se viu emaranhado em exigências absurdas e irracionais, ouvindo explicações e respostas vazias de atendentes que só fazem repetir regras e orientações decoradas. Quem nunca teve ímpetos de quebrar o telefone depois de ouvir infinitamente a mesma musiquinha intercalada de gravações que prometem um atendimento daqui a pouco?

No caso do sessentão do filme, há um agravante: a informática para ele é um mistério. Para Dan, ouvir de um atendente a simples ordem "entre no site, preencha o formulário e envie" significa problemas, dificuldades e mais atrasos. Em certo momento ele, que trabalhou a vida toda como carpinteiro, diz: "Me apresente um terreno que construo sozinho uma casa. Mas, por favor, não me mande sentar diante de um computador". Nesse sentido, "Eu, Daniel Blake" ajuda a refletir e chamar atenção para o fato de que nem todos nasceram íntimos do mouse e da internet. E que isso não significa necessariamente incompetência.

Mas o que fica mais claro no longa de Ken Loach é mesmo a maneira como a maldita burocracia e seus servidores inúteis podem mudar a vida e o destino dos cidadãos. A desumanidade, a forma impessoal de tratamento, a rigidez das regras parecem ter sido criadas exatamente para isto: para justificar a demora, para adiar a solução, para fazer com que o cidadão perca sua dignidade. E é com maestria e muita naturalidade que o diretor conduz a trama emocionando e envolvendo o público.

Os mais otimistas vão encontrar um fio de esperança no longa: numa das muitas visitas do carpinteiro a uma das repartições públicas, ele se sensibiliza com o drama de Katie (Harley Squires), jovem mãe solteira de duas crianças que veio de Londres para o interior em busca de oportunidades de trabalho. A amizade verdadeira que brota entre Daniel e aquela família desamparada comove e alimenta até os corações mais descrentes. O drama, com 1h41 de duração, ganhou a Palma de Outro em Cannes e está em cartaz no Belas Artes (14h20, 18h50, 21h10) e no Ponteio (18h50 e 21h). Classificação: 12 anos



Tags: #eudanielblake, #burocracia, #palmadeouro, #DaveJohns, # HarleySquires, #KenLoach,  #drama, #Imovision, #CinemanoEscurinho

09 janeiro 2017

"La La Land" é o grande vencedor do Golden Globe Awards 2017

"La La Land" conquistou sete estatuetas do Golden Globe Awards 2017" (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas

Com uma cerimônia de mais de três horas de duração, "La La Land - Cantando Estações" foi o grande vencedor da noite do Golden Globe Awards 2017, da TNT, levando os principais prêmios. O filme, dirigido por Damien Chazelle e estrelado por Ryan Gosling e Emma Stone, conquistou sete estatuetas, entre elas a principal, Melhor Filme Musical ou Comédia, confirmando as indicações.

Sylvester Stalonne anunciou "Moonlight", dirigido por Barry Jenkins e produzido por Brad Pitt, como Melhor Filme de Drama. O suspense franco-alemão "Elle" conquistou dois importantes prêmios - Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz em Filme de Drama, para Isabelle Huppert.

Em séries, minisséries e filmes de TV, a vencedora foi "The Night Manager", com três estatuetas. "The Crown", "Atlanta" e "The People Vs O.J.Simpson American Crime Story"levaram duas cada.

Novamente o comediante Jimmy Fallon, do programa "The Tonight Show Starring Jimmy Fallon" foi o mestre de cerimônias, com o apoio de alguns dos candidatos aos prêmios e outras estrelas de Hollywood. 

Duas grandes atrizes que partiram na última semana, Carrie Fisher (a princesa Leia, da saga "Star Wars") e a mãe dela, Debbie Reynolds ("Cantando na Chuva") foram lembradas numa rápida e singela homenagem.

Viola Davis narrando um texto excelente afirmou que Meryl Streep, vencedora de três Oscar, foi sua inspiração. "Você me deixa orgulhosa de ser artista", foi uma das frases de homenagem à formidável e sensacional atriz. 

Em seguida foram exibidos alguns dos maiores sucessos de Meryl Streep, de 67 anos, que recebeu o prêmio "Cecil B. De Mille. Rouca, ela agradeceu à imprensa estrangeira, contou um pouco de seu passado e da origem de algumas das atrizes e atores estrangeiros presentes. E elogiou a presença e a importância deles no cinema. Falou de liberdade de imprensa, do privilégio de ser atriz e encerrou afirmando: "Pegue o seu coração partido e transforme em arte".

Os vencedores:

Melhor Filme de Drama - "Moonlight"
Melhor Atriz em Filme de Drama - Isabelle Huppert - "Elle"
Melhor Ator em Filme de Drama - Casey Affleck - "Manchester By The Sea"
Melhor Filme Musical ou Comédia - "La La Land"
Melhor Atriz em Filme Musical ou Comédia - Emma Stone - "La La Land"
Melhor Ator em Filme Musical ou Comédia - Ryan Gosling - "La La Land"
Melhor Longa de Animação - "Zootopia"
Melhor Filme Estrangeiro - "Elle" (França)


Melhor Atriz Coadjuvante = Viola Davis - "Fences"
Melhor Ator Coadjuvante - Aaron Taylor Johnson - "Animais Noturnos"
Melhor Diretor - Damien Chazelle - "La La Land"
Melhor Roteiro - Damien Chazelle - "La La Land"
Melhor Trilha Sonora Original - Justin Hurwits - "La La Land"
Melhor Canção Original - "City of Stars" - "La La Land"

Melhor Série de Drama - "The Crown"
Melhor Atriz em Série de Drama - Claire Foy - "The Crown"
Melhor Ator em Série de Drama - Billy Bob Thorton - "Goliath"
Melhor Série de Comédia ou Musical - "Atlanta"
Melhor Atriz em Série de Comédia ou musical - Tracee Ellis Ross - "Black-Ish"
Melhor Ator em Série de Comédia ou Musical - Donald Glover - "Atlanta"


Melhor Minissérie ou Filme para TV - "The People Vs O.J.Simpson American Crime Story"
Melhor Atriz em Minissérie ou Filme para TV - Sarah Paulson "The People Vs O.J.Simpson American Crime Story"
Melhor Ator em Minissérie ou Filme para TV - Tom Hiddleston  "The Night Manager"
Melhor Atriz Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV - Olivia Colmann  "The Night Manager"
Melhor Ator Coadjuvante em Série, Minissérie ou Filme para TV - Hugh Laurie - "The Night Manager"

08 janeiro 2017

Jennifer Lawrence e Chris Pratt não conseguem salvar roteiro de "Passageiros"

Filme mistura romance, ficção científica e efeitos visuais que poderiam ter sido melhor explorados (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


"Passageiros" ("Passengers") tem a seu favor um elenco milionário e carismático - o casal romântico Jennifer Lawrence e Chris Pratt (que não perde o jeitão de "Jurassic World"), uma ficção com cenas que lembram "Gravidade" sem o mesmo impacto do visual espacial e... só. O filme se perde e até os efeitos ficaram aquém do esperado, por mais que seus protagonistas tenham se esforçado em tentar segurar por quase duas horas a história de um romance intergaláctico de 90 anos.

A participação de Michael Sheen, como Arthur, o barman robótico é uma das melhores partes do filme. Laurence Fishburne (tripulante Gus Macuso) faz uma participação relativamente rápida e ajuda a dar uma alavancada na monótona vidinha do personagem de Chris, definindo inclusive o final. A presença de Andy Garcia (capitão Norris) é caça-níquel, do tipo vapt-vupt, mas é sempre bem vinda, mesmo como um coadjuvante quase dispensável.

Faltam explicações para várias dúvidas que surgem ao longo da narrativa - o que aconteceu na Terra para as pessoas deixarem suas famílias? Por que o mecânico Jim Preston (Pratt) consegue desarmar um dos dispositivos de vida e não consegue consertá-lo depois? Por que uma mensagem leva dezenas de anos para chegar à Terra enquanto tudo dentro da nave "brota" em pouco tempo, em condições muito menos favoráveis, como uma floresta? 

O filme narra a viagem de uma equipe de quase cinco mil pessoas, entre trabalhadores e milionários que pagaram pela experiência de conhecer um novo sistema que está sendo povoado com pessoas da Terra. A viagem terá duração de 120 anos, mas o mal funcionamento do sistema desperta dois passageiros 90 anos antes do tempo programado. Sozinhos, Jim Preston (Chris Pratt) e Aurora Lane (Jennifer Lawrence) começam um relacionamento, que tem como testemunha o barman Arthur (Sheen). Mas um grande segredo de Jim e novas falhas no sistema da nave ameaçam o projeto e colocam em risco as vidas de todos os ocupantes. 

Desde o início percebe-se qual o rumo do filme, sem grandes surpresas. Apesar de ter menos cenas de ação do que o esperado, elas são muito boas, proporcionadas por falhas técnicas da grandiosa nave Avalon, que não consegue ser a vilã da história, como aconteceu de forma extraordinária com o computador Hall 9000, de "2001 - Uma Odisséia no Espaço". Na espaçonave as diferenças sociais são claras, desde os quartos à alimentação - um hotel de luxo para uns, como Aurora (Lawrence) e um alojamento de quinta para outros, como Jim. Mas tem um visual bem futurístico e bacana, além de contar com o computador principal com a voz de Emma Clarke. 


"Passageiros" tem uma boa trilha sonora, que agrada e dá uma revigorada nos momentos monótonos do filme. O que era de se esperar, a partir do momento que o belo casal terá de passar isolado numa nave por 90 anos, sem muita opção de lazer - uma academia, piscina com visão para as estrelas e um robô gentleman, fora o romance o sexo, que deveria render alguma coisa. 

Deixarei para quem assistir dar sua opinião depois se faltou algum detalhe. Esqueça a parte técnica e assista ao filme como distração e pelos atores principais, sem esperar grandes emoções.



Ficha técnica:
Direção: Morten Tyldum
Produção: Columbia Pictures / Lstar Capital / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Ficção Científica / Ação / Romance 
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #passageiros, #passengers, #JenniferLawrence, #ChrisPratt, #LaurenceFishburne, #MichaelSheen, #AndyGarcia, #ação, #ficcaocientifica, #SonyPictures, #ColumbiaPictures, #CinemanoEscurinho

04 janeiro 2017

"Animais Noturnos" é cruel, violento, vingativo e excelente

Suspense surpreende na narração, direção e atuações de Jake Gyllenhaal  Amy Adams, Michael Shannon e Aaron Taylor-Johnson (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


O diretor, roteirista e produtor Tom Ford conseguiu transformar uma história que poderia ser apenas mais um drama com três histórias entrelaçadas em uma grande obra, envolvente e surpreendente - "Animais Noturnos" ("Nocturnal Animals"). E ainda contou com dois excelentes atores como protagonistas - os premiados Amy Adams e Jake Gyllenhaal.

O suspense retrata a história de um casal separado há 20 anos. Susan Morrow (Adams) é uma negociante de arte de Los Angeles que vive uma vida privilegiada, mas incompleta, ao lado de seu marido Hutton Morrow (Armie Hammer). Em um final de semana em que ele deve partir para uma de suas frequentes viagens de negócios, ela recebe um pacote inesperado: um livro escrito por seu ex-marido, Edward Sheffield (Gyllenhaal), e dedicado a ela - "Nocturnal Animals".

A medida que avança na leitura da obra, Susan vai se envolvendo cada vez mais com o suspense e passa a questionar as escolhas que fez na vida. A publicação, violenta e desoladora, conta a história de Tony (também interpretado por Gyllenhaal) que sai em viagem com a mulher e a filha. Eles são atacados na estrada por uma gangue, chefiada pelo psicopata Ray Marcus (ótima atuação de Aaron Taylor-Johnson). Tony conta apenas com a ajuda de um detetive doente (Michael Shannon, também muito bem no papel) para desvendar o paradeiro de sua família.

Com um desfecho surpreendente, imagens e figurino esteticamente bem trabalhado e trilha sonora impecável, "Animais Noturnos" é uma das boas produções deste ano, principalmente pela atuação de Jake Gyllenhaal, digna de uma indicação ao Oscar. Premiado com o Grande Prêmio do Júri durante o Festival de Veneza, o filme é baseado no livro “Tony & Susan”, de Austin Wright.

Uma pena que esteja com exibição restrita a apenas três, podendo sair de cartaz ainda nesta semana: Belas 2 (14h, 16h30, 18h50 e 21h20), Pátio Savassi 8 (13h30, 16h10, 18h50 e 21h30) e Net Cineart Ponteio 2 (14h10, 16h30, 18h50 e 21h10). Merece ser conferido.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Tom Ford
Produção: Universal Pictures / Focus Features
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Drama / Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: #animaisnoturnos, #nocturnalanimals, #AmyAdams, #JakeGyllenhaal, #AaronTaylorJohnson, #MichaelShannon, #TomFord, #suspense, #drama, #livro, #Tony&Susan, #AustinWright, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho

31 dezembro 2016

Dona Hermínia lidera bilheterias e consagra Paulo Gustavo

"Minha Mãe é Uma Peça 2" é uma das boas comédias nacionais de 2016 (Fotos: Divulgação)


Maristela Bretas


Quem ainda não assistiu deve conferir. E se não viu o primeiro, mais um motivo para ver os dois. "Minha Mãe é Uma Peça" é uma comédia muito divertida (com toques de drama), que tem no ator Paulo Gustavo seu maior trunfo. Na verdade, ele é tudo (além de um dos roteiristas) e dá conta do recado como Dona Hermínia, a mãe neurótica, escandalosa, que enlouquece filhos, vizinhos e ex-marido.

O personagem domina todas as cenas, mas conta com um bom elenco de apoio - Rodrigo Pandolfo (o filho gay Juliano), Mariana Xavier (a filha Marcelina que tem uns quilinhos a mais), Alexandra Richter (a irmã Iesa, com quem que vive às turras), Samantha Schmütz (a faxineira Waldéia) e Herson Capri (o ex-marido Carlos Alberto). A parte tranquila da família fica por conta de Suely Franco, que interpreta tia Zélia. De novidade, a presença da irmã louca Lúcia Helena que chega de Nova York, papel de Patricya Travassos, sem muita importância. 

Se no primeiro filme Dona Hermínia fazia seus filhos morrerem de vergonha com seus escândalos, não seria diferente na sequência. Só que antes ela era uma suburbana pobre. Agora é uma apresentadora de um programa de sucesso na TV que fala de filhos, maridos, raivas e alegrias do cotidiano de toda mãe. 

Se pensa que isso acalmou a fera de coração mole, engana-se. Está mais histérica do que nunca. O que ela não esperava era que iria viver tão rápido a "síndrome do ninho vazio". Os filhos cresceram e agora querem ganhar o mundo, mas para Dona Hermínia é como se nunca mais fosse vê-los. Enquanto o mais velho, Garib (Bruno Bebiano), é pai de um lindo garoto, Juliano e Marcelina se mudam para São Paulo com o apoio do pai, para desespero da mãe.

Paulo Gustavo esbanja talento, impossível desvincular o personagem do ator. Principalmente porque sua inspiração vem de uma pessoa que conhece bem, sua mãe Déa Lúcia, que aparece nas cenas finais das duas produções, inclusive cantando. Esta é uma das razões do sucesso de "Minha Mãe é Uma Peça", que tem levado milhares de pessoas ao cinema. No primeiro, de 2013, foram mais de 4,6 milhões de espectadores. Este agora ultrapassou 2 milhões de ingressos vendidos em uma semana desde o seu lançamento em cerca de mil salas pelo país.

"Minha Mãe é Uma Peça 2" foi a segunda melhor estréia nacional do ano, ficando atrás apenas de “Os Dez Mandamentos – O Filme”. O filme chegou a desbancar "Rogue One: Uma História Star Wars", liderando as bilheterias. E pode continuar dando trabalho, ameaçando inclusive seu antecessor. 

A culpa disso tudo tem um nome: Paulo Gustavo, que deixou o humor ácido da série de TV "Vai que Cola" para incorporar um personagem que tem um pouco da mãe de cada um de nós - amorosa, superprotetora e louca destemperada. Essa é a identificação que tanto tem atraído as pessoas para o filme.



Ficha técnica:
Direção: César Rodrigues
Produção: Globo Filmes / Universal Pictures / Migdal Filmes
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h36
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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29 dezembro 2016

"Rogue One" e uma certa princesa Leia

Aventura faz a ligação entre os episódios 3 e 4 da saga "Star Wars", com grandes batalhas e ótimos personagens (Fotos: The Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Darth Vader sempre foi meu ídolo - sua roupa preta e o capacete assustador e emblemáticos - fez muito adolescente tremer quando surgiu pela primeira vez em 1977. E apesar da excelente continuação e seus herdeiros, ele ainda continua imbatível, único e absoluto. Se Vader foi uma das razões de "Star Wars" ter atingido tanto sucesso, não menos foram seus companheiros de elenco.

Cada um dos personagens deixou sua marca, uns mais outros menos, mas todos tiveram papel importante para todas as gerações que vieram após. Han Solo, Chewbacca, Luke Skywalker, os androides R2D2 e C3PO e a aquela que até então se tornou primeira mulher da saga - princesa Leia. Interpretada pela atriz Carrie Fisher, a personagem se destacou nos três episódios da franquia (contando pela ordem de George Lucas) e retornou, sob aplausos, junto com Harrison Ford e Mark Hamill, em "Star Wars VII - O Despertar da Força".

E os fãs de Star Wars gostaram, mesmo com a morte de seu par romântico Han Solo na trama e o filho se tornando o novo vilão. Leia deixou o ar de princesa para se tornar a general Organa e lutar pelos rebeldes, como há quase 40 anos e já havia gravado toda a sua participação no episódio VIII. 

Mas não sem antes relembrar seu papel "daqueeeeeela" época e fazer a ligação entre "Star Wars - Uma Nova Esperança" e "O Império Contra-Ataca", com uma aparição relâmpago em "Rogue One - Uma História Star Wars", que está arrasando nos cinemas do mundo inteiro.

Quis o destino que o coração da princesa Leia, que atirava com armas laser, foi escrava de Jabba The Hutt e se apaixonou pelo galã aventureiro do espaço Han Solo parasse de bater aos 60 anos. "Star Wars" perdeu uma de suas importantes estrelas, que agora brilha "in a galaxy far, far, away".

Uma boa oportunidade para quem quer rever um dos últimos trabalhos da atriz na saga, antes do oitavo episódio, é assistir nos cinemas "Rogue One". Assim como "O Despertar da Força", o filme é uma aventura imperdível para todos aqueles que acompanham Star Wars durante estas quatro décadas.

Gareth Edwards deu uma ótima direção e todo o conjunto da obra ficou excelente, reunindo personagens cômicos e marcantes, com destaque novamente para a uma mulher - Jyn Erso, interpretada por Felicity Jones. Diego Luna, como o capitão rebelde Cassian Andor, também não deixou por menos, assim como o restante do elenco, que conta com Forest Whitaker, Mads Mikkelsen, Alan Tudyk, Ben Mendelsohn e James Earl Jones, a inconfundível voz de Darth Vader.

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"Rogue One" é imperdível, tão bom quanto "O Império Contra-Ataca". Enredo, atores, efeitos visuais, comicidade na medida certa e muita ação, garantindo a marca registrada da franquia - grandes batalhas estelares e em solo. Mais uma prova de que o filão "Guerra nas Estrelas" ainda tem muito fôlego a ser explorado.



Ficha técnica:
Direção: Gareth Edwards 
Produção:  Lucas Filme / Walt Disney Company
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 2h14
Gêneros: Aventura / Ação / Ficção Científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: #starwars, #rogueone, #princesaleia, #CarrieFisher, #DarthVader, #FelicityJones, #odespertardaforca, #HanSolo, #guerranasestrelas, #aventura, #ação, #ficção, #Disney, #CinemanoEscurinho

28 dezembro 2016

"Neruda" é deliciosamente delirante e sem nenhum compromisso com o real

O filme é pura ficção ao narrar a perseguição ao poeta sob o ângulo de um policial que tem certa obsessão pelo escritor (Fotos: Fabula - AZ Films - Funny Balloons - Setembro Cine)


Mirtes Helena Scalioni


Ao comentar sobre a possibilidade de o filme "Neruda" representar o Chile no próximo Oscar, o pouco simpático jornalista Diogo Mainardi disse, no programa Manhattan Connection, da GloboNews: "Ninguém se interessa por ele, que não passa de um poeta de ginasianos". Não é verdade. Pablo Neruda encantou mais de uma geração e não fez isso apenas por ser de esquerda. 

Poeta inspirado, foi um homem excêntrico e único, sedutor e encantador, ganhador do Nobel  de Literatura de 1971. Enfim, um grande personagem. Tão grande que, além de alguns documentários, já mereceu pelo menos três filmes: "O carteiro e o poeta", "Neruda - fugitivo" e 'Neruda", esse último lançado recentemente.

Diferentemente dos anteriores, "Neruda" não se prende à verdade. E isso talvez cause algum estranhamento em quem vai ao cinema em busca da história do senador e poeta chileno perseguido pela polícia política do então presidente González Videla na década de 1940. Há verdades no filme, claro, mas o roteirista Guillermo Calderón e o jovem diretor Pablo Larrain optaram pelo devaneio, pela ficção. Se já não eram claros, nem mesmo nas biografias, os detalhes da verdadeira fuga do escritor pelos Andes, as dúvidas podem agora se multiplicar.

No filme do chileno Pablo Larrain, que em 2012 dirigiu também o excelente "No", sobre o plebiscito que mudou a história do Chile em 1988, Neruda aparece às vezes como um homem vaidoso, quase arrogante, desafiando irresponsavelmente seus opositores. Detalhe: o filme é narrado sob a perspectiva de um policial, Oscar Peluchonneau, vivido pelo sempre correto Gael Garcia Bernal. E reside aí a graça do filme, que esbarra no gênero policial. O inspetor nutre certa obsessão pelo poeta e assim, ambos vão compondo uma nova história como se fossem personagens de uma ficção. A esposa de Neruda, Delia, interpretada por Mercedes Morán, também entra nessa espécie de jogo.

Embora o ator Luis Gnecco, que faz o papel de Neruda, tenha uma intrigante semelhança com o poeta, em momento algum o espectador se sente assistindo a uma cinebiografia real. Os personagens mudam de cenário num piscar de olhos como a nos lembrar que estamos diante de uma fantasia. O melhor é entrar na brincadeira e deixar-se levar pelo delírio do diretor. O filme está em cartaz no Belas Artes (13h50, 15h50 e 19h30) e no Ponteio (14h15). Classificação: 12 anos


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26 dezembro 2016

Atriz disputa concurso milionário de música com cantores pop

"Sing" explora o mundo da música com grandes sucessos nas vozes originais como parte da trilha sonora (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Os animais definitivamente garantiram seu espaço na animação dos estúdios Illumination e agora tomam o lugar dos humanos até mesmo na música. Depois de "Pets", com seus cães, gatos, coelhos e passarinhos cheios de manias e neurados, a aposta da vez é o mundo do realitty show musical, do tipo "The Voice".


Com uma trilha sonora de fazer inveja, mais de 80 sucessos, nas vozes originais, de diversas épocas e estilos e uma boa dose de comicidade, sem apelação, "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta" ("Sing") mostra que tudo é possível quando se tem criatividade. De um rato com voz de Frank Sinatra a uma tímida porquinha que quando solta a garganta faz corações tremerem.

Mas o interessante desta animação é que, como nos programas de TV, os personagens são pessoas desconhecidas, saídas de locais comuns e que vêm num concurso de talentos a grande chance de realizarem seu sonho - cantar para um público.

Apesar de dubladores famosos fazendo suas vozes, os personagens são animais comuns - porcos, gorila, coala, porco-espinho, elefante, com comportamento e emoções e totalmente humanos, vivendo situações diárias.

Enquanto nos EUA, as vozes são de atores famosos - Matthew McConaughey, Reese Witherspoon, Scarlett Johansson - que não são cantores, na versão brasileira a dublagem também foi bem conduzida por cantores que não são atores e dois conhecidos globais Mariana Ximenes e Marcelo Serrado (interpretando a dupla Rosita e Gunter). Wanessa Camargo é a porco-espinho Ash, Fiuk o gorila Johnny e Sandy e a elefantinha tímida Meena (com uma voz de fazer inveja).

Ameaçado de perder seu teatro por causa das dívidas, o coala empresário Buster Moon resolve dar sua última cartada e anuncia um grande concurso musical para novos talentos. Um "pequeno" erro atrai uma multidão para os testes, mas apenas um grupo será selecionado.

Moon, com sua experiência no show business terá de aproveitar ao máximo o potencial de seus participantes, unindo-os ou separando cada um em seu estilo e forçando-os a se descobrirem e apostarem na garganta. Ao mesmo tempo que "Sing" é uma competição pelo grande prêmio, aos poucos os concorrentes vão formando uma grande família, exceto o arrogante e trambiqueiro rato, que já se considera o vencedor.

Moon, com todo o seu otimismo e perseverança, terá de administrar as dificuldades e fraquezas de cada um para conseguir realizar um grande espetáculo. Do drama do gorila cantor Johnny, que pertence a uma família de assaltantes, a Meena que, apesar da voz melodiosa e encantadora, não consegue se apresentar em público. Ou Rosita, uma porca casada que quando solteira era cantora, mas agora tem sua vida reduzida a dezenas de filhotes e um marido que não lhe dá valor.

Todo esse sonho e dramas animais de "Sing" vêm acompanhados de grandes sucessos, um enredo agradável e fácil de ser acompanhado por crianças e adultos, bons momentos cômicos e personagens simpáticos com uma boa mensagem. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e dublagem: Garth Jennings
Produção: Universal Pictures / Illumination Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h48
Gêneros: Animação / Comédia/ Família / Musical
País: EUA
Classificação: Livre
Nota:  3,5 (0 a 5)

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