22 agosto 2018

"Te Peguei" - uma comédia leve e boba com elenco desperdiçado

Grupo de quarentões que deixa suas vidas de lado para brincar de pega-pega uma vez por ano (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Pode até entrar no gênero comédia, mas "Te Peguei" ("Tag") é um filme bobo, que provoca poucos sorrisos e vontade de sair no meio. Risadas então, nem pensar. O elenco é bom e foi desperdiçado, talvez porque a história não justificasse um filme, menos ainda com 1h40 de duração. Nem mesmo a matéria especial do jornal The Washington Post, que acabou virando produção cinematográfica. 

"Te Peguei" é comédia com humor norte-americano, com muitos palavrões, que só interessa aos personagens interpretados no filme e suas famílias e amigos. Sim, é uma produção baseada em fatos reais e o grupo existe e é ainda maior que o mostrado. O diretor poderia ter passado uma boa mensagem de amizade e união, mas isso foi mal explorado. 

Os cinco integrantes do grupo vivem em estados diferentes, um não sabe o que o outro faz nem como estão suas vidas. Só se preocupam em brincar de pega-pega uma vez no ano, deixando empregos ou relacionamentos em segundo plano. E ainda se unem a mulheres tão sem noção quanto eles.


Isso acontece por 30 anos, sempre no mês de maio, até que o jogador mais invicto, Jerry (papel de Jeremy Renner, que não dá para entender porque embarcou nesta canoa furada) vai se casar e abandonar a brincadeira. Comandados por Hogan (Ed Helms, que já fez comédias melhores), Randy (Jake Johnson), Kevin (Hannibal Buress) e Bob (Jon Hamm) vão tentar quebrar a invencibilidade do amigo enquanto ele estiver ocupado com os preparativos.

Para piorar, ainda surge a repórter do The Washington Post, Rebecca (Annabelle Wallis), que descobre, durante a entrevista com um deles, a curiosa brincadeira anual do grupo e resolve transformar aquilo numa "grande matéria" a ser contada. É o jornalismo investigativo dando lugar ao jornalismo comédia, feito por um dos meios de comunicação mais influentes do mundo e que já foi capaz de derrubar um presidente. 

O ponto positivo de "Te Peguei" é a ótima trilha sonora, que inclui sucessos como "Can't touch this" (Mc Hammer), tema do filme, "Crazy train" (Ozzy Osbourne) e "With a little help from my friends" (Joe Cocker). 



Ficha técnica:
Direção: Jeff Tomsic
Produção: Broken Road Productions
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 1h41
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #TePeguei, #Tag, #JeremyRenner, #EdHelms, #comedia, #EspaçoZ, #WarnerBrosPictures, #cinemas.cineart, #CinemanoEscurinho

20 agosto 2018

Subjetivo, lento e poético, "Unicórnio" é quase uma fábula

Trama aborda a vida de mãe e filha num lugar distante de tudo, cercado por belas paisagens (Fotos: Vitrine Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Unicórnio é uma figura mitológica representada por um cavalo branco com apenas um chifre no meio da cabeça. Entre outros símbolos, pode significar pureza e castidade. Pode ser que seja essa a representação sugerida no filme do mesmo nome, em cartaz no Belas Artes 3 (sessão vitrine às 19h10). Ou não. Pode ser também que o diretor tenha buscado, na representação, algo como força e vida, outras interpretações possíveis para o animal.

Mas ninguém precisa saber disso para gostar - ou não - de "Unicórnio", filme mais recente de Eduardo Nunes com elenco encabeçado por Patrícia Pillar. Enigmático, subjetivo, lento e poético, o longa tem tudo para não agradar os espectadores mais acostumados a tramas bem amarradas e construídas.

Com poucas palavras - na verdade, pouquíssimas - e imagens lindíssimas de paisagens que parecem ter saído de um quadro impressionista, a história se arrasta por 120 longos minutos, criando, na primeira metade da exibição, a impressão de que nada acontece ou vai acontecer. Quase isso. É visível o incômodo que provoca nas pessoas, que se mexem nas poltronas e cochicham, como se cobrassem um andamento, uma ação. É como se o diretor Eduardo Nunes, que é também o roteirista, quisesse que o público sentisse na pele o marasmo, a sensação de "tempo que não passa" - como os personagens.

Baseado em dois contos de Hilda Hilst, "Unicórnio", contado assim de um jeito bem simples, é a história de duas mulheres - mãe e filha - que vivem no campo, de forma muito rústica, enquanto esperam a volta do homem da casa que, aos poucos, o público vai descobrindo, está internado. Não se sabe se em um hospital para tratamento de alguma doença do corpo, ou numa instituição de tratamento de saúde mental, para cuidar, digamos, da alma.

Enquanto esperam, descobrem a presença de um vizinho, um misterioso criador de cabras muito bem interpretado por Lee Taylor. Pelo jeito, ele é o queridinho da vez no cinema e na TV. Brilhou em "Paraíso Perdido", na telona, e em "Os dias eram assim" e "Onde nascem os fortes", na telinha. Patrícia Pillar faz a mãe, bonita e lacônica, expressiva como sempre. O pai hospitalizado é Zécarlos Machado, correto e comedido como convém ao seu personagem, meio lunático, meio filósofo.


Mas quem carrega o filme, também com poucas palavras e muitos olhares e expressões, é a novata Bárbara Luz. (Parênteses para informar, pra quem não sabe, que ela é filha de Inês Peixoto e Eduardo Moreira, artistas fundadores do Grupo Galpão, velhos conhecidos, principalmente dos mineiros).

Enfim, "Unicórnio" não é um filme para todos. Autoral, ousado e enigmático, vale a pena ser visto para quem busca subjetividade, reflexão e poesia. Sem pressa, sem ação, sem trama. Com direito apenas a vislumbrar, interpretar, adivinhar e construir junto com o diretor uma espécie de fábula.
Duração: 2h02
Classificação: 10 anos



Tags:#Unicornio, #drama, #PatriciaPillar, #LeeTaylor, #BarbaraLuz, #ZecarlosMachado, #EduardoNunes, #VitrineFilmes, #BelasArtes, #CinemanoEscurinho

18 agosto 2018

Denzel Washington reforça o lado humano e reduz a ação em "O Protetor 2"

Filme traz de volta o personagem Robert McCall preocupado em ajudar as pessoas sem que elas saibam (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Há quatro anos, quando apresentou o personagem Robert McCall em "O Protetor", Denzel Washington contou um pouco da história do ex-agente especial da CIA que deixou tudo para trás para viver um homem comum preocupado em ajudar as pessoas sem que elas soubessem usando seu treinamento militar. Pegou gosto pela dupla jornada e retorna agora, de novo com direção de Antoine Fuqua, em "O Protetor 2" ("The Equalizer 2"). 


A sequência estreou em 1º lugar no ranking e teve o maior dia de abertura de todos os tempos para um filme do Denzel Washington no Brasil, acumulando R$ 635 mil no 1º dia de exibição (16/08) e é a primeira sequência da carreira de Denzel Washington em 40 anos.

A produção tem menos cenas de ação (mas violentas como as do primeiro filme) e a preocupação com as pessoas ainda maior, o que deixa o longa mais arrastado em alguns momentos e um pouco menos interessante que seu antecessor, que soube equilibrar bem ação e drama.

Novamente como um dos produtores, Denzel faz um McCall mais cansado, solitário como antes e com a amargura de quem não consegue esquecer o passado e a morte da mulher. Em Boston, ele agora é motorista de aplicativo e passa o dia transportando pessoas e escutando suas histórias, tentando sempre ajudar ou fazer justiça pelos passageiros mais próximos e sua comunidade.

O excesso de histórias paralelas acaba fazendo o expectador perder um pouco do foco do filme na trama principal: o assassinato da melhor amiga de McCall, a agente Susan Plummer (Melissa Leo). A partir daí, ele retoma o papel de justiceiro e se une ao antigo parceiro Dave (Pedro Pascal). Com a experiência de ex-agente, ele mata com precisão, empregando os mais variados objetos como armas, especialmente seu TOC para planejar sua defesa ou ataque aos inimigos.


Outros pontos favoráveis são a fotografia, bem explorada tanto nas locações em Boston quanto na área litorânea e a trilha sonora de Harry Gregson-Williams, que cumpre bem o seu papel, com classe e estilos variados, em especial o Rap, bem a cara do ator. Destaque para "In The Name of Love" (Jacob Banks), "Trouble Man" (Marvin Gaye), "In a Sentimental Mood" (Duke Ellington e John Coltrane) e o tema principal "Never Stop ft Jung Youth" (Hidden Citizens).

McCall é frio, mas ainda dá chance a seus oponentes de se arrependerem dos erros. E Denzel Washington está ótimo como sempre, com uma atuação mais confortável de seu personagem, apesar de brigar e matar menos. Só a presença dele já é garantia de um bom filme que merece ser visto. Mas "O Protetor 2" fica atrás do primeiro (imperdível), que pode ser visto na Netflix como "The Equalizer". Recomendo uma maratona no final de semana.



Ficha técnica:
Direção: Antoine Fuqua
Produção: Columbia Pictures / Sony Pictures / Escape Artists
Distribuição: Sony Pictures do Brasil
Duração: 2h01
Gêneros: Ação / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #OProtetor2, #TheEqualizer2, #DenzelWashington, #AntoineFuqua, #MelissaLeo,  #acao, #Netflix, #drama, #SonyPictures, #EspacoZ, #cinemas.Cineart, #CinemanoEscurinho

15 agosto 2018

Sem nada de novo, "Mentes Sombrias" copia sucessos, tem pouca ação e nenhum clímax

Bolota, Zu, Ruby e Liam formam o quarteto que consegue escapar do campo de custódia de superpoderosos (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma mistura piorada de outras produções que conquistaram sucesso até pouco tempo atrás. Creio que seja a melhor definição para "Mentes Sombrias" ("The Darknest Minds"), filme que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas sem apresentar nada de novo. Ele entrega um roteiro fraco, com atores pouco conhecidos e diálogos que reúnem um amontoado de clichês, além de locações bem restritas e efeitos visuais medianos. Salvam algumas músicas da trilha sonora.

O espectador vai perceber logo no início que "Mentes Sombrias" copia ideias e situações de franquias anteriores do mesmo gênero, voltadas para adolescentes, como "Maze Runner" ("Correr ou Morrer"- 2014, "Prova de Fogo" - 2015 e "A Cura Mortal" - 2018), "Divergente" ("Divergente" -2014, Insurgente - 2015 e Convergente - 2016) e "Jogos Vorazes" (2012 a 2015). Mas está muito aquém desses, que conquistaram uma legião de fãs ávidos por cada sequência e que devoraram pelo mundo milhares de livros sobre as sagas.

"Mentes Sombrias" chegou com atraso (primeiro erro) e perdeu o boom do interesse juvenil por estes temas. Para piorar, é morno e sem ação, apesar de ser produzido pelos diretores Dan Levine ("A Chegada" - 2016) e Shawn Levy (série da Netflix, "Stranger Things" - 2017 - e trilogia  "Uma Noite no Museu", de 2006, 2009 e 2014). A diretora Jennifer Yuh Nelson (apesar de boas animações no currículo, como Kung Fu Panda 2 e 3) também não fez bem a lição de casa e entrega um filme que deixa o espectador esperando por uma grande ação, um clímax que vai mudar tudo. Só que isso não acontece.

A produção menospreza a inteligência até mesmo dos fãs deste gênero de filme de ficção ao mostrar um mundo apocalíptico, atingido por uma pandemia que mata a maioria das crianças e adolescentes da América. Alguns sobreviventes, como Ruby Daly, Liam, Bolota (Skylan Brooks) e a pequena e encantadora Zu (Myia Cech) desenvolvem superpoderes e são tirados de suas famílias e isolados pelo governo em verdadeiros campos de concentração para estudo e aproveitamento de seus dons. Lembra algo recente?

Claro, existem os rebeldes que vão combater o sistema, os grupos que exterminam aqueles que não acatam as ordens, o vilão psicopata com sede de poder e o casal romântico. Esta parte fica por conta de Ruby (interpretada por Amandla Stenberg , de "Tudo e Todas as Coisas" - 2017 e "Jogos Vorazes" - 2012) e Liam (o fofo, mas bem iniciante Harris Dickinson, fazendo o estilo "aquele que toda a sogra queria pra genro").

O longa acaba tão mal que praticamente exige uma continuação para explicar tudo. Não tem pontas soltas, é uma corda inteira desfiada. Inspirado no livro homônimo, "Mentes Sombrias" é o primeiro da trilogia escrita por Alexandra Bracken, que é composta ainda por "Never Fade" e "In The After Light" (ambos ainda sem tradução no Brasil). A versão para o cinema, que vale no máximo uma sessão da tarde na TV, pode desagradar os leitores da saga literária.



Ficha técnica:
Direção: Jennifer Yuh Nelson
Produção: 21 Laps Entertainment
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h44
Gênero: Ficção
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #MentesSombrias, #AmandlaStenberg, #ficcao, #FoxFilmdoBrasil, #espaçoZ, #cinemas.Cineart, #CinemanoEscurinho

13 agosto 2018

"O Quê do Queijo" feito no Serro é tema de belo documentário mineiro

Estocagem do queijo para o processo de maturação (Foto: Reprodução do documentário do IEPHA)

Maristela Bretas


Certos estão os mineiros que não dispensam "um queijim" no café. E essa tradição é ainda maior no interior. Afinal, "Roça sem queijo não dá". E foi esta tradição e a importância deste produto genuinamente mineiro (os demais estados que me perdoem, mas "queijim quinem o de Minas num tem não sinhô!"), que nasceu o belíssimo documentário "O Quê do Queijo - Um Segredo da Região do Serro", realizado para o IEPHA.

Uma viagem encantadora feita pela região do Serro, uma das maiores produtores do Estado de queijo artesanal, tombado como patrimônio imaterial. Como dizem alguns moradores entrevistados, "no Serro só não vende queijo em farmácia".



O registro sobre as diversidades deste patrimônio mineiro e suas peculiaridades ficou a cargo de dois ótimos profissionais, os jornalistas TV Paulo Henrique Rocha, responsável pela direção, roteiro e edição do material, e Leandro Borboleta, produtor do documentário. É deles também a fotografia do filme, que ainda conta com trilha sonora de Marcus Felipe Mota e som direto de Jorge Alvarenga.




O documentário mostra como o queijo artesanal da região do Serro é feito, o cuidado com as vacas, a ordenha, separação do leite, a modelagem do queijo nos recipientes para que tome a forma arredondada e todo o preparo. Uma tradição familiar mineira (assim como as receitas) passada de geração para geração, assim como as frases famosas:: "Mineiro que é mineiro não fica sem queijo" ou "Quer ver um mineiro correr? Solta um queijo ladeira abaixo".



Até mesmo o transporte no lombo de burro pelo cerrado mineiro, do campo para a cidade, ainda pode ser visto. O documentário traz ainda entrevistas com diversos produtores da região, moradores e explicações históricas e científicas de Célia Lúcia Ferreira, professora titular de Ciências Domésticas da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Tudo isso é a paixão pelo queijo do Serro.

O documentário completo pode ser conferido abaixo:



Tags: #OQueDoQueijo, #documentario, #QueijodoSerro, #queijoartesanal, #Serro, #LeandroBorboleta, #PauloHenriqueRocha, #IEPHA, #CinemanoEscurinho

"Megatubarão" - Um filme de ação para divertir e chinês nenhum botar defeito

Produção tem ação de sobra, bons efeitos e Jason Statham de mocinho (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Jason Statham está emplacando mais um sucesso sem precisar da ajuda de amigos "Mercenários" ou "Velozes e Furiosos". "Megatubarão" ("The Meg") abocanhou a liderança das bilheterias no seu primeiro final de semana de estreia, levando mais de 442 mil pessoas aos cinemas nacionais e somando uma arrecadação de R$ 7,9 milhões. O elenco principal conta ainda com a premiada atriz chinesa Bingbing Li, completando com Statham e o monstro gigante a receita certa para arrastar o lucrativo público chinês, que ainda aguarda o lançamento do filme nas salas do país.

O longa entrega o que propõe: ação, um pouco de suspense, muitos clichês, efeitos especiais que enchem a tela (literalmente), diálogos divertidos e o romance do par principal. Feito para agradar ao público que vai ao cinema para ver um filme sobre um tubarão gigantesco dado como extinto, situações previsíveis, cenas inacreditavelmente irreais mas muito bem feitas e, claro, Jason Statham.

O ator está bem no papel, nem precisou dar porrada em ninguém, só bancar o mocinho que defende a cientista Suyin (Bingbing Li) que não o tolera e a filhinha dela (interpretada pela fofa Sophia Cai). E ainda faz questão de mostrar o dorso "tanquinho" e totalmente em forma no auge de seus 51 anos.

O megalodon de mais de 20 metros de comprimento é um belo e gigantesco trabalho de computação gráfica. O animal surge do nada, é assustador e provoca até alguns sustos, principalmente quando vai abocanhar alguém ou alguma coisa, como um iate ou um minissubmarino. Cumpriu bem sua função de estrela principal.

Além de Jason Statham e o Megalodon, destaque também para Bingbing Li, que não ficou apenas como coadjuvante, mostrando seu talento (até desperdiçado), que já lhe garantiram bons prêmios. O elenco, apesar de ser composto por muitas caras pouco conhecidas, se mostra bem entrosado e ajuda a entregar uma produção que agrada como entretenimento. Clique aqui para assistir os depoimentos do diretor Jon Turteltaub e sua equipe com detalhes e curiosidades sobre a produção.

Na fossa mais profunda do Oceano Pacífico, a tripulação de um submarino fica presa dentro do local após ser atacada por uma criatura pré-histórica que se achava estar extinta, um tubarão de quase 30 metros de comprimento, o Megalodon. Para salvá-los, oceanógrafo chinês (Winston Chao) contrata Jonas Taylor (Jason Statham), um mergulhador especializado em resgates em água profundas que já encontrou com a criatura anteriormente.

Entre bocadas e ataques a barcos e banhistas, "Megatubarão" não chega aos pés de "Tubarão" (1975), de Steven Spielberg, mas é muito melhor em efeitos que os filmes da franquia "Sharknado" (que são tão surreais que provocam ótimas risadas). Harry Gregson-Williams é o responsável pela trilha sonora, segundo trabalho dele em cartaz nos cinemas desta semana - o primeiro é "O Protetor 2".

"Megatubarão" é para divertir, feito sem pretensão de discutir temas polêmicos ou passar mensagens patrióticas ou lições de moral. Apenas oferecer muita ação. Vale o ingresso e a pipoca com refrigerante.



Ficha técnica:
Direção: Jon Turteltaub
Produção: Warner Bros Pictures / 
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

09 agosto 2018

"Vidas à Deriva": romance, aventura e superação no balanço das ondas

O longa se passa quase que inteiramente numa embarcação - com direito a paisagens maravilhosas (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Filmes baseados em histórias reais costumam interessar e cativar o público pela possibilidade de verdade e realismo que possam oferecer. Mas esse não é o caso de "Vidas à Deriva" ("Adrift"), dirigido por Baltasar Kormákur, inspirado na saga vivida por um casal de velejadores, que depois foi transformada em livro homônimo. Como o longa se passa quase que inteiramente numa embarcação - com direito a paisagens maravilhosas - e o roteiro foi todo concebido em flashbacks, cria-se uma distância entre a tela e o espectador, dificultando o envolvimento e, de certa forma, travando a emoção.

Aos 24 anos, Tami Oldham, interpretada pela atriz e também produtora do filme Shailene Woodley, da série "Divergente" (2014) - Insurgente (2015), "Convergente" (2016) e "Ascendente" (em breve) vive uma vida errante, meio sem destino, aceitando pequenos trabalhos para custear suas próximas viagens. Voltar para casa em San Diego, na Califórnia, não faz parte dos seus planos.



De passagem pelo Taiti, ela conhece Richard Sharp (Sam Claflin, de "Como Eu era Antes de Você" - 2016 e a franquia "Jogos Vorazes"), jovem velejador tão aventureiro quanto ela e a paixão entre eles é imediata. Até que ambos aceitam o desafio feito por um casal maduro de viajantes: levar a embarcação deles até a Califórnia, com direito a retornar ao Taiti com passagens de primeira classe, além de um bom dinheiro. Era o ano de 1983.

Desafio aceito, os jovens saem velejando em alto mar a bordo do luxuoso Hazaña e, enquanto viajam, vão se conhecendo em longas e amorosas conversas, jantares românticos, juras de amor, tarefas e projetos. Até que são surpreendidos pelo furacão Raymond, que praticamente destrói o barco e fere gravemente Richard. Durante 41 dias, eles ficam em alto mar, literalmente à deriva, enquanto compartilham conhecimentos sobre navegação, suprimentos e amor.


Não dá para dizer que "Vidas à Deriva" é um filme ruim. Há suspense, aventura, romance. Mas, talvez para não cansar tanto o espectador com o balanço contínuo e o vai e vem das ondas do mar, o diretor tenha optado pelos flashbacks para contar como Tami e Richard se conheceram. E isso, de certa forma, atrapalha o ritmo do longa. Vale a pena ir ao cinema, nem que seja para conhecer a história de esforço, superação e amor de Tami Oldham e Richard Sharp.



Ficha técnica:
Direção e produção: Baltasar Kormákur
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h38
Gêneros: Drama / Romance / Aventura
País: EUA
Classificação: 12 anos

Tags: #VidasADeriva, #Adrift, #ShaileneWoodley, #SamClaflin, #historiareal, #superacao, #TamiOldham, #RichardSharp, #drama, #romance, #aventura, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho

03 agosto 2018

Série de Humor no Netflix? Grace & Frankie

Produção com grande elenco está na quarta temporada (Fotos: Reprodução Netflix)

Por Cristiane Mendonça - Blog Crônicas Irônicas


Quer uma dica de comédia no Netflix? Anote aí o seriado "Grace & Frankie"​. As personagens principais, vividas pelas atrizes veteranas, Jane Fonda e Lily Tomlin, estão na terceira idade, quando seus maridos, sócios em um escritório, revelam que estão apaixonados um pelo o outro e planejam se casar. Risada na certa!

Assim que seus parceiros, interpretados pelos atores, Martin Sheen e Sam Waterston, saem de casa para viverem juntos, após 20 anos se relacionando como amantes, Grace, uma perua antipática, se vê obrigada a morar na mesma casa com a eterna hippie Frankie.

A história do seriado é conduzida com muita leveza e humor! E aborda os problemas e preconceitos que pessoas da terceira idade vivem, deixando claro que faixa etária não é sinônimo de falta de desejos e novos objetivos de vida! 



A quarta temporada, que começou em janeiro último, tem como mote a linha de vibradores criados especialmente para mulheres acima de 60 anos, idealizado pelas personagens principais, que com suas personalidades tão diferentes, se envolvem nas situações mais inusitadas!

Detalhe: Grace & Frankie é da mesma criadora da premiadíssima série Friends, Marta Kaufman, além de Howard Morris. 

Fique por dentro:

Lily Tomlin foi indicada tanto ao Globo de Ouro quanto ao Emmy em 2017 por interpretar Frankie. 

Assista ao trailer oficial:


Tags: #GraceAndFrankie, #JaneFonda, #LilyTomlin, #MartinSheen, #SamWaterston, #Netflix, #humor, #blogCronicasIronicas

02 agosto 2018

Continuação de "Mamma Mia" é uma divertida e sonora volta ao passado

A juventude de Donna é a novidade deste filme, que repete grande elenco (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Carolina Cassese


Dez anos atrás, a adaptação cinematográfica da peça "Mamma Mia" entrava em cartaz. Contando com atuações de Meryl Streep, Amanda Seyfried, Colin Firth e Pierce Brosnan, o musical gerou ampla repercussão e foi bem sucedido comercialmente. A reação da crítica foi dividida. Em maio de 2017, foi anunciada a continuação do longa: "Mamma Mia 2! Lá Vamos Nós de Novo", que estreou nesta quinta-feira nos cinemas brasileiros.

Se no primeiro filme o espectador acompanha os preparativos para o casamento de Sophie, na continuação o evento da vez, também organizado por Sophie, é a reinauguração do hotel de Donna. As canções do grupo Abba estão de volta. Algumas músicas são as mesmas do primeiro filme (mas é difícil se cansar de "Dancing Queen" ou "Mamma Mia").


Nesta continuação, destaque para "Fernando", interpretada em cena memorável por Cher e Andy Garcia. O repertório conta ainda com "Waterloo" "Knowing Me, Knowing You" e "I Have a Dream", que ganharam novas versões (as originais são melhores) e algumas canções menos conhecidas. No Reino Unido, a trilha sonora lidera as listas de vendas, com alguns dos sucessos interpretados por Lily James, Amanda Seyfried e Meryl Streep.

Em "Mamma Mia 2" conhecemos o passado de Donna. A jovem é interpretada por Lily James, que teve atuação mais do que satisfatória. A atriz, que protagonizou "Cinderela" (2015), participou da série "Downton Abbey" e ainda neste ano irá estrelar o longa "A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata" ("The Guernsey Literary and Potato Peel Pie Society") afirmou ter chorado ao conhecer Meryl Streep. “Sou tão fã do musical, vi tantas vezes quando eu era mais nova... e amei o filme também. Acho que capturou o espírito da peça, o que é muito difícil de fazer — manter a essência e a atmosfera”, disse em entrevista.

A história se passa um ano após a morte de Donna (Meryl Streep), quando a filha Sophie (Amanda Seyfried) está prestes a reinaugurar o hotel da mãe que foi todo reformado. A jovem, que não casou com Sky (Dominic Cooper) no primeiro filme, convida seus três "pais" - Harry (Colin Firth), Sam (Pierce Brosnan) e Bill (Stellan Skarsgärd) para a festa, organizada com a ajuda das amigas da mãe, Rosie (Julie Walters) e Tanya (Christine Baranski). 


O reencontro da "família" se torna uma avalanche de boas memórias da juventude de Donna no final dos anos 70, quando conhece os pais de Sophie e resolve se estabelecer na Grécia.

Em relação ao primeiro, o filme pode não apresentar grandes novidades, mas conta com um roteiro melhor trabalhado. É um bom entretenimento, especialmente para os fãs do Abba e do musical. O espectador pode se preparar para matar a saudade dos personagens e se encantar com as paisagens estonteantes (dessa vez, o longa foi filmado em Vis, uma ilha da Croácia).
Duração: 1h54
Classificação: 10 anos
Distribuição: Universal Pictures



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29 julho 2018

"O Orgulho" vale pela abordagem de temas atuais como imigração, racismo e xenofobia

Filme do diretor francês Yvan Attal aborda a relação entre professores e alunos (Fotos: David Koskas/Pandora Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni

Filmes que tratam da relação entre professores e alunos quase nunca passam impunemente pelo espectador. A educação, a transmissão do conhecimento, são temas que costumam suscitar interesse, às vezes até levantar polêmicas. Ou, simplesmente, enternecer. Para ficar nos mais famosos, basta citar "Ao Mestre Com Carinho", quando o diretor James Clavell usa o charme irresistível de Sidney Poitier para falar de racismo, e "Sociedade dos Poetas Mortos", em que Peter Weir trata, entre outros temas, de poder, da humanização das relações nas escolas e, claro, da força das artes e da literatura. 

"O Orgulho" ("Le Brio"), mais um filme francês em cartaz, vai um pouco além, embora nem todos concordem com o caminho escolhido pelo diretor para falar de um assunto em alta no mundo todo hoje, principalmente na França: xenofobia.

No filme de Yvan Attal, diretor francês filho de argelinos, o professor universitário Pierre Mazard, interpretado na medida certa por Daniel Auteuil, é um francês tradicional típico, branco, de direita e racista. Ao abordar, de forma arrogante e preconceituosa, uma aluna que chega alguns minutos atrasada na sala de aula, ele se vê às voltas com uma ameaça de expulsão da universidade. 

Seu atrito com a jovem, que mora num subúrbio de Paris e é descendente de árabes, é filmado e, como tem acontecido muito nestes nossos tempos, cai nas redes sociais. Resultado: para salvar a própria pele, Pierre é levado a ser orientador da tal aluna, Neila Salah, preparando-a para um concurso de retórica entre as faculdades de Direito. 

Parênteses para dizer da atuação da atriz Camélia Jordana: filha de imigrantes árabes na vida real, ela é um dos grandes trunfos do filme. Bonita e um tanto desengonçada, faz com leveza a transformação pela qual a aluna passa na sua relação com o professor, enquanto aprende a argumentar em intermináveis aulas sobre Schopenhauer e Aristóteles, entre outros. Sua atuação lhe garantiu o Prêmio César de Melhor Atriz Revelação de 2017.

O que tem criado certa polêmica entre os que assistiram a "O Orgulho" é o uso de certos clichês para falar da transformação da relação entre professor e aluna, em que ambos aprendem. Há sim, certas obviedades e há quem não goste também do resultado dessa mudança, quase um aplauso ao modo de ser do europeu tradicional, branco e de direita. É como se o filme dissesse ao imigrante que, para que ele seja aceito, é preciso que se iguale aos franceses. Uma boa discussão para esses tempos de hoje. 

Enfim, o longa não chega a ser um "Sociedade dos Poetas Mortos". Mas vale pela atualidade dos temas e pela atuação do elenco. "O Orgulho" está em cartaz no Belas 2, com sessões às 14 horas e 21h20, e no Net Cineart Ponteio, salas 3 (18h40) e 4 (14h30).
Duração: 1h35
Classificação: 12 anos


Tags: #OOrgulho, #YvanAttal, #CameliaJordana, #DanielAuteuil, #comediadramatica, #PandoraFilmes, #CinemanoEscurinho

26 julho 2018

"Missão Impossível - Efeito Fallout", melhor filme da franquia é de tirar o fôlego

Tom Cruise se supera nas cenas de ação que predominam do início ao fim do filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Tom Cruise fecha um ciclo e mostra que tem muito fôlego para outras sequências. Mas os roteiristas vão precisar de uma criatividade gigantesca para superar "Missão Impossível - Efeito Fallout", o melhor de todos os filmes da franquia. Nesta sexta sequência, o ator (também produtor desde o primeiro) fecha um ciclo, reunindo personagens que marcaram a trajetória do agente Ethan Hunt e sua equipe da IMF ao longo desses 22 anos, quando foi lançado o primeiro "Missão Impossível" em junho de 1996.

O filme é arrasador, prende o espectador do início ao fim em suas quase 2h30 de duração que passam sem que a gente perceba. O roteiro é redondo, soube amarrar bem fatos e personagens das produções anteriores. Mas o principal é a ação contínua, extremamente ágil, com uma trilha sonora acelerada que não deixa cair o ritmo do agente Ethan Hunt. 

As perseguições se tornam ainda mais reais e atraentes graças aos cenários escolhidos para as locações. "Efeito Fallout" oferece um versátil roteiro turístico - foi gravado em Londres, Paris, Berlim, Abu Dhabi e Nova Zelândia. O público sai "pilhado" do cinema. Simplesmente imperdível.

Aos 56 anos, Cruise é incansável, continua correndo feito um louco com um fôlego invejável, saltando de aeronaves e de prédios, brigando demais, trocando tiros com o inimigo e, principalmente, fazendo as melhores cenas de perseguições de carro e moto dos últimos tempos. A cena de luta num banheiro, que contou com a participação de Henry Cavill, é espetacular. De deixar muitos "Velozes e Furiosos" no chinelo.


Toda essa energia e o fato de dispensar dublês em muitas cenas de ação custaram ao ator com o sorriso mais lindo e encantador de Hollywood um tornozelo quebrado durante a gravação. O acidente fez o custo da produção subir para US$ 250 milhões, tornando-a a mais caro de toda a franquia e atrasando a produção por oito semanas. Mas pelo excelente filme que a Paramount está entregando ao público, este valor em poucos dias terá sido pago.

Em "Efeito Fallout", o astro da franquia volta à cena acompanhado de sua fiel equipe - Ving Rhames (como Luther Stickell, que o acompanha desde o início), Simon Pegg (Benji Dunn), além de Rebecca Ferguson (agente Ilsa Faust, do MI6), Alec Baldwin (chefe do IMF Alan Hunley) e, claro, o grande amor de Ethan, a médica Julia (Michelle Monaghan), que conheceu o agente em "Missão Impossível 3 (2006) e se casou com ele em "Protocolo Fantasma "(2011).

O novo filme também recebeu novos rostos famosos que vieram para atrapalhar o trabalho da equipe de Hunt. Em especial Henry Cavill (o Superman de "Liga da Justiça"), como o agente da CIA August Walker, Angela Bassett (chefe dele, Erica Sloane) e Vanessa Kirby (a traficante de armas Viúva Branca). Até mesmo antigos inimigos retornam para assombrar Hunt, como Solomon Lane, vivido por Sean Harris, que apareceu pela primeira vez, junto com Rebecca Ferguson em "Missão Impossível - Nação Secreta" (2015).

Até as melhores intenções às vezes voltam para assombrar Ethan Hunt. "Em Missão: Impossível – Efeito Fallout", uma missão que deu errado obriga o agente a reunir sua equipe da IMF para tentar evitar ataques terroristas com bombas nucleares em vários pontos do mundo. Para chegar aos artefatos antes que sejam acionados, ele terá de trabalhar com a CIA e antigos aliados, numa corrida contra o relógio. Um filme para faturar alto nas bilheterias do mundo todo a partir deste final de semana.



Ficha técnica:
Direção: Christopher McQuarrie
Produção: Skydance / Bad Robot / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures Brasil
Duração: 2h30
Gêneros: Ação / Espionagem
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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23 julho 2018

Em “Morte e Donzela”, Egon Schiele vira um personagem quase do tamanho de sua obra

Filme aborda a vida de um dos nomes mais importantes do movimento expressionista (Fotos: Alamode Film/Divulgação)

Wallace Graciano


Início do Século XX e a Áustria era tida como o berço artístico do mundo. O pensamento elevado e a criatividade pairavam no ar de Viena, exalando conhecimento e criatividade. Não à toa, essa aura trouxe mentes brilhantes e controversas, como Egon Schiele, um dos mais exuberantes pintores de que se tem notícia, e que tem sua vida retratada em “Egon Schiele – Morte e Donzela”. O filme está em exibição no Net Cineart Ponteio Premier, em sessões às 16h30 e 21h10.

Ao contrário de “Egon Schiele – Excesso e Punição”, a primeira cinebiografia do autor, que foi lançada no Brasil em 1981, “Morte e Donzela” tem como tônica o impacto de sua controversa vida boêmia em suas obras. A película dirigida pelo austríaco Dieter Berner coloca o protagonista em uma corda bamba entre seus instintos e um período conservador, ditado pelo preconceito.


Na trama, Egon Schiele (Noah Saavedra) caminha sobre a linha tênue de ter relações pessoais intensas em meio ao seu potencial artístico, escancarando ao mundo sua visão de tudo que lhe estava envolto, sem o mínimo filtro que o período pedia. Parte disso deve-se à paixão doentia por Wally (Valerie Pachner) - que foi imortalizada em sua obra - e seus relacionamentos viscerais, inclusive o fraterno com a irmã, Gerti (Maresi Riegner).

Ao longo da película fica claro que sua personalidade foi a maior chaga, mas também o imortalizou. Esse, talvez, seja o maior pecado da trama, que não consegue dar o teor dramático que circunda Schiele, muito por Saavedra, que não consegue transmitir o lado sedutor do personagem.

Em “Morte e Donzela”, Dieter Berner conseguiu ambientar o roteiro (dividido com a escritora Hilde Berger, autora do livro homônimo) dentro do contexto histórico e explorando as nuances da época com vastos recursos visuais. Faltou, apenas, expor ao público toda a carga emocional que o personagem exige. Um artista que usava os desenhos como forma de fugir da realidade e, de alguma forma, lidar com ele.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Dieter Berner
Produção: Amour Fou Luxembourg
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h50
Gêneros: Drama / Biografia / Histórico
Países: Áustria / Luxemburgo
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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