11 dezembro 2018

Apesar do ótimo elenco e história, "As Viúvas" é longo e com pouca ação

Suspense reúne Viola Davis comandando um grupo de mulheres desesperadas num grande assalto (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


Atores de primeira que entregam ótimas interpretações bem distribuídas ao longo da história, e a trilha sonora com a marca de Hans Zimmer, fazem de "As Viúvas" ("Widows") uma das boas opções em cartaz no cinema. Viola Davis ("Um Limite Entre Nós" - 2017), ótima como sempre, contracena com Liam Neeson ("O Passageiro" - 2018), e Colin Farrell ("O Estranho que Nós Amamos" - 2017). O filme peca, no entanto, na duração. Muito longo e com pouca ação, o roteiro esticou demais em alguns detalhes, deixando algumas cenas bem arrastadas.

Mas quando a ação acontece, elas são muito boas, principalmente pela atuação dos atores, sem desmerecer os efeitos especiais. Outro ponto positivo é a abordagem paralela da questão social, explorada por candidatos em campanha: o famoso esquema de tirar o máximo de proveito gastando o mínimo e explorando as necessidades das comunidades carentes. O diretor deixa bem claro que isso vale para os dois lados da disputa - para quem nasceu no bairro e quer unir o poder do tráfico de drogas ao do cargo político quanto para aqueles que sempre se alimentaram da política por gerações.

"As Viúvas" é dirigido pelo britânico Steve McQueen II (também um dos roteiristas e produtores), o mesmo de "12 Anos de Escravidão" (2014). Traz ainda um elenco de nomes famosos como Daniel Kaluuya ("Corra!" - 2017), Robert Duvall ("O Juiz" - 2014), Michelle Rodriguez (da franquia "Velozes e Furiosos"), Elizabeth Debicki ("Guardiões da Galáxia- Vol. II" - 2017) e Brian Tyree Henry ("Hotel Artemis" - 2018).

A partir de um assalto frustrado, quando Harry Rawlins (Liam Neeson) e sua gangue são mortos pela polícia e o dinheiro que roubaram destruído pelas chamas, as viúvas se tornam o alvo dos traficantes que perderam tudo. A viúva de Harry, Verônica (Viola Davis), passa a ser cobrada para que a quantia roubada pelo marido seja devolvida. 


Pressionada, ela encontra um caderno de anotações de Harry que prevê em detalhes aquele que seria seu próximo golpe. Verônica então decide realizar o roubo, tendo a ajuda das demais viúvas dos mortos no assalto frustrado - Linda (Michelle Rodriguez) e Alice (Elizabeth Debicki), além de Belle (Cynthia Erivo).

Elas se vêm envolvidas numa disputa política envolvendo Jack Mulligan (Colin Farrell) e o pai dele, Tom (Robert Duvall) contra Jamal (Brian Tyree Henry), chefe do tráfico na comunidade e forte candidato a acabar com a hegemonia na região família Mulligan. Para o "trabalho sujo", Jamal conta com Jatemme (Daniel Kaluuya), um homem violento, cruel, que sente prazer em matar. "As Viúvas" vale a pena assistir, em especial pelo elenco, mas o roteiro unindo suspense e drama errou ao deixar a ação em segundo plano.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Steve McQueen (II)
Produção: 20th Century Fox / New Regency Pictures / See-Saw Films
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Suspense / Drama
Países: EUA / Reino Unido
Classificação: 16 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

Tags:#AsViuvas, #Widows, @ViolaDavis, @LiamNeeson, @ColinFarrell, @MichelleRodriguez, @DanielKaluuya, #RobertDuvall, #drama, #suspense, #EspacoZ, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho

08 dezembro 2018

Musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte" se despede de BH no Cineart Cidade


Últimas chances, hoje e amanhã, de assistir o musical “Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte”, somente na sala 8 do Cineart Cidade, com sessões às 20h20. Sucesso de público e crítica em todo o Brasil, a produção de teatro foi adaptada para o cinema ao som de 25 canções de Marisa Monte, como “Amor I Love You” e “Um Só”.

Participam do elenco os atores Bárbara Sut, Thiago Machado e Ícaro Silva, sob a direção de Guilherme Leme Garcia. O filme é uma versão pop da famosa história de amor entre Romeu Montecchio e Julieta Capuleto, filhos de famílias rivais de Verona. A montagem reduziu o original de Shakespeare de cinco para dois atos e trouxe um linguajar mais popular e alegre. Os ingressos estão disponíveis no site e na bilheteria do cinema.



Serviço:
"Romeu e Julieta ao som de Marisa Monte"
Datas: 8 e 9 de dezembro
Horário: 20h20
Local: Sala 8 do Cineart no Shopping Cidade - Rua dos Tupis, 337, Centro
Duração: 2h15
Classificação: Livre
Ingressos: no site e na bilheteria do cinema

Tags: #RomeuEJulietaAoSomDeMarisaMonte, #musicalnacional, @MarisaMonte, #RomeuEJulieta, #WilliamShakespeare, @cinemas_cineart, @OragneGroup, @cinemanoescurinho

07 dezembro 2018

Marvel divulga primeiro trailer de "Vingadores: Ultimato", que estréia em 25 de abril


"Vingadores: Ultimato" ("Vingadores End Game") finalmente teve seu primeiro trailer oficial divulgado nesta sexta-feira pela @MarvelStudios. E já mostra como estão os heróis da após a derrota para Thanos e da perda de vários companheiros em #VingadoresGuerraInfinita.

"Vingadores: Ultimato" estreia em 25 de abril de 2019 nos cinemas, pouco mais de um mês da estreia do filme da "Capitã Marvel" (8 de março), a super-heroína que vai entrar para o grupo dos Avengers neste quarto filme da franquia.



Tags: #VingadoresUltimato, #AvengersEndgame, @MarvelStudios, #VingadoresGuerraInfinita, @cinemanoescurinho

06 dezembro 2018

"A Vida em Si" reúne lindas histórias de amor que o destino não perdoou

Oscar Isaac e Olivia Wilde formam o casal que dará início a trajetória de alegrias e tristezas de uma família (Fotos: Mars Films/Divulgação)

Maristela Bretas


O amor contado das mais diversas formas. Assim é a história de "A Vida em Si" ("Life Itself"), um romance dramático que atravessa o tempo, recheado de tragédias, decepções, reencontros e surpresas.  Poderia ser apenas mais um filme meloso. Mas o diretor e roteirista Dan Fogelman, criador da ótima série de TV "This Is Us", soube amarrar bem todas as pequenas histórias, interligando cada uma para que tivessem um motivo para terem existido, como faz com a série desde 2016.

É possível viver somente um único amor? Ou abrir mão dele pela felicidade do outro? Ou simplesmente suportar o abandono ou nunca ter amado? Pois é a paixão à primeira vista de Will Dempsey (ótima interpretação de Oscar Isaac) por Abby (Olivia Wilde, muito bem também), sua colega de faculdade, o ponto de partida de todas essas dúvidas que vão contar a história de "A Vida em Si".



O flerte da escola que se transforma numa linda relação a dois, com apoio da família e amigos, até o casal ser atingido por uma grande tragédia, que ira mudar a vida de todos. O filme passa a ser uma colcha de histórias paralelas que vão se conectando à medida que o tempo passa, todas elas atreladas ao romance inicial. "A Vida em Si" é emocionante e ao mesmo tempo triste ao mostrar como ficou a família de Will depois do marcante evento e como isso irá influenciar gerações futuras em outros lugares do mundo. 


No elenco estão ainda o sempre charmoso Antonio Banderas, Annette Bening, Mandy Patinkin, Jean Smart, Olivia Cooke, Sergio Peris-Mencheta. Laia Costa e Alex Monner. Samuel L. Jackson faz a narração inicial e uma rápida aparição.

Mesmo com final esperado a partir da terceira parte, o filme agrada ao ir oferecendo soluções, nem sempre boas, para os conflitos dos relacionamentos, tanto de casais quanto familiares. "A Vida em Si" é impactante, uma lição de amor maior, mas também resignado e descrente, feito para mostrar que a vida dá muitas voltas, mas o destino de cada um de nós já está traçado.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Dan Fogelman
Produção: FilmNation Entertainment / Temple Hill Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h58
Gêneros:  Drama / Romance
País: EUA
Classificação: 10 anos 
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AVidaEmSi, #Life Itself, #ThisIsUs, @DanFogelman, @OscarIsaac, #OliviaWilde, @AntonioBanderas, #drama, #romance, @ParisFilmes, @cineart_cinemas, #EspacoZ, @cinemanoescurinho, #CinemaEscurinho

Cineart e Minas Shopping promovem sessão solidária de "Bohemian Rhapsody"

Exibição será na sala 3 e contará ainda com show da banda Poison Gas; parte da venda dos ingressos será destinada à Casa Aura (Foto: Cineart/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma sessão solidária para encher o coração e fazer bem à alma. Nesta quinta-feira (6), a partir das 21 horas, o Cineart do Minas Shopping promove uma sessão solidária na sala 3 do filme "Bohemian Rhapsody". Metade do valor arrecadado com os ingressos será destinada a Casa Aura, instituição que apoia crianças e jovens com câncer.

(Foto: 20th Century Fox/Divulgação)
O filme, sucesso internacional de bilheteria que encantou fãs no mundo inteiro, conta a história do vocalista e compositor Freddie Mercury, desde a formação da banda Queen até seis anos antes da morte do cantor, com interpretação impecável na produção do ator Rami Malek. O filme está entre os possíveis indicados ao Oscar. Clique aqui e confira a crítica do filme no blog Cinema no Escurinho.

Antes da exibição, o público ainda vai conferir o show da banda mineira Poison Gas, formada por adolescentes de 13 e 14 anos, com apresentação de quatro clássicos do Queen. Além da apresentação exclusiva, quem assistir ao filme terá direito a sessão de autógrafos, fotos com integrantes da banda, pipoca média e refrigerante de 300 ml. 

(Foto: Divulgação)
Os interessados devem consultar os valores da sessão em www.minasshopping.com.br. "Estamos fazendo uma ação social em parceria com a banda e a Cineart. Juntos, vamos proporcionar momentos de alegria e solidariedade", afirma o gerente geral do Minas Shopping, Fábio Freitas.

Os pequenos “rock stars” integrantes da banda Poison Gas são Gabriel Colen (guitarra e vocais), Davi Leão (baixo, teclado e vocais), Pedro Henrique (guitarra) e Rafael Baino (bateria). Eles se conheceram na escola e, juntos, descobriram a paixão pela música e pelos instrumentos, fazendo, inicialmente, apresentações em pequenos eventos e festivais escolares. Em maio de 2016, decidiram unir os seus talentos e formaram o conjunto.



Serviço:
Sessão solidária no Cineart do Minas Shopping
Data: 06/12/2018
Horário: 21 horas
Local: Sala 3 do Cineart Minas Shopping - Avenida Cristiano Machado, 4000 – União
Valores da sessão: www.minasshopping.com.br
Informações: (31) 3429-3500

Tags: #CasaAura, #sessãosolidaria, @PoisonGas,  #MinasShopping, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho

04 dezembro 2018

Novo trailer eletrizante de "Capitã Marvel" mostra como surgiu a heroína

Segundo trailer de "Capitã Marvel", ainda sem legendas em português mostra como a piloto Carol Denvers (interpretada por Brie Larson) se transformou na heroína da @MarvelStudios, que também estará em "Vingadores 4". Filme estreia no Brasil em 14 de março de 2019.

01 dezembro 2018

"Encantado", uma animação feita para agradar apenas os pequeninos

Filme reúne romance, canções, aventura, sustos, princesas, bruxas e feitiços, elementos esperados para uma produção sobre um mundo de fantasia (Fotos: Big Picture Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Crianças menores até poderão gostar de "Encantado" ("Charming"), animação com roteiro e direção de Ross Venbokur que estreia nesta quinta-feira (29) nos cinemas de Belo Horizonte. Estão lá todos os elementos esperados para atrair os pequeninos, como um tipo de suspense até certo ponto ingênuo, romance, canções, aventura, sustos, princesas, bruxas, feitiços. Tudo na medida certa.

Meninos e meninas maiorzinhos, que já possuem um mínimo de senso crítico, também podem se encantar com um príncipe Felipe meio trapalhão, princesas patricinhas e fúteis e uma quase vilã que começa sem nenhum charme, como uma ladra e, aos poucos, se transforma na mocinha e personagem principal da história. Seria a vitória da antiprincesa, da plebeia, gente como a gente. São pequenos toques de modernidade e rebeldia.


Ao nascer, o príncipe Felipe é vítima de um feitiço da bruxa Morgana: todas as mulheres vão se apaixonar por ele assim que o avistarem. Ou seja, o rapaz se torna verdadeiramente encantado . Uma espécie de Dom Juan, que tem todas as mulheres mas não tem efetivamente nenhuma. Desta forma, ele acaba se metendo em enrascadas, como por exemplo, ficar noivo e de casamento marcado com nada menos que três princesas, todas salvas por ele: Cinderela, Branca de Neve e Bela Adormecida.

Mas, como toda maldição tem seu fim e todo conto de fadas que se preza caminha para um final feliz, Felipe só se livrará da tal praga quando encontrar, claro, o amor verdadeiro. Na versão original, a voz do personagem é do ator Wilmer Valderrama. No Brasil, a dublagem foi feita por Leonardo Cidade.


Leonora Quimonez é uma ladra que vive de pequenos golpes perambulando pela periferia do reino. Por algum motivo não explicado, ela não se encanta pelo príncipe ao vê-lo e, como só pensa em dinheiro, aceita o emprego de guia para ajudar Felipe a vencer três desafios quase impossíveis, principalmente para ele, um rapaz mimado beirando o covarde. Originalmente feita por Demi Lovato, a moça é dublada aqui pela atriz teen Larissa Manoela.

Os adultos vão encontrar algumas mensagens que, nesses tempos atuais do politicamente correto, podem ser analisadas como negativas. Exemplos não faltam: a bruxa que enfeitiça o príncipe assim que ele nasce faz isso por inveja da mulher que se casou com o rei (um sentimento baixo); para conseguir o trabalho de guia, Leonora precisa se travestir de menino (meninas são incapazes?); todas as mulheres do reino, mostradas quase sempre como subservientes, só pensam em se casar. Enfim, dá pra ir ao cinema com as crianças, mas sem levar nada muito a sério.
Duração: 1h25
Classificação: 6 anos
Distribuição: Imagem Filmes


Tags: #Encantado, #Charming, #PrincipeFelipe, #fantasia, #princesas, @larissamanoela, @leocidade, @ddlovato, @ImagemFilmes, @cineart_cinemas, @CinemaNoEscurinho

29 novembro 2018

Muita ação e efeitos especiais salvam "Robin Hood - A Origem" como diversão

Jamie Foxx e Taron Egerton formam uma dupla que faz muito barulho e dá trabalho para a realeza britânica (Fotos: Larry Horricks /Studiocanal)


Maristela Bretas


Taron Egerton e Jamie Fox se juntam para roubar dos ricos e dar aos pobres em "Robin Hood - A Origem",  aventura que conta como o nobre que lutou pela Inglaterra se transformou num dos maiores ladrões e ao mesmo tempo herói de seu povo. Como o próprio narrador conta no início do filme, esqueça a história tantas vezes contada em livros e produções cinematográficas.

A versão da vez, que conta com direção de Otto Bathurst, muda não só a origem do famoso Robin Hood, mas também de Lady Marian e Little John. Ao mesmo tempo, dá uma explicação para o ódio do xerife de Nottingham (Ben Mendelsohn) e como ele se tornou o maior inimigo de Robin e um dos mais temidos por seu povo. A ação é intensa e os efeitos visuais muito bons, especialmente nos ataques com flechas e nas lutas corpo a corpo. 

Para sorte de Taron Egerton, muito fraco para o papel de Robin Hood. Ele repete o estilo (com direito a caras e bocas) adotado em "Kingsman - Serviço Secreto" (2015) e "Kingsman - O Círculo Dourado" (2017) e seria um mero coadjuvante se não tivesse ficado com o papel principal. 
A limitação de Egerton fica ainda mais clara quando contracena com Jamie Foxx, que interpreta John, um guerreiro árabe, inimigo da coroa, e não um britânico do povo "parrudo" e gigantesco. A troca foi boa e Foxx dá um banho quando aparece, colocando Robin Hood em segundo plano. Como Egerton é baixinho, seu companheiro de lutas vai parecer alto perto dele, daí passar a ser chamado de Little John.

A bela Eve Hewson (de "Papillon" - 2018 e "Ponte dos Espiões" -2015) entrega uma Marian mais normal, de origem simples, quase uma versão feminina de Robin Hood, uma vez que também rouba para ajudar os necessitados. É uma mulher de fibra, longe da donzela indefesa de outros filmes do herói e luta contra a opressão a seu povo ao lado de frei Tuck (Tim Minchin), contra o xerife e os desmandos da igreja. Marian é disputada pelo lorde Robin de Locksley e o líder dos operários Will Scarlett (Jamie Dornan, que melhorou pouco sua interpretação desde a sofrida trilogia "50 Tons de Cinza" - 2015 a 2018). O elenco conta ainda com a boa participação de F. Murray Abraham, como o bispo britânico.

A história se passa no século XII quando Robin, então lorde inglês é convocado a lutar nas Cruzadas contra os inimigos árabes em nome do Rei e abandonar Marian. Ao voltar, encontra seu reino destruído, o povo extorquido pelo xerife de Nottingham e a amada comprometida com um líder trabalhista, além de ter todos os bens confiscados pelo xerife. Para combater o inimigo, ele se une a John para fazer justiça, roubando dos poderosos e devolvendo ao povo.

A produção não economizou em cenários, reconstituição de época (exceto pelas roupas das mulheres da realeza que parecem vestidos atuais de gala). A ação é contínua, com ótimas batalhas e fugas espetaculares de Robin e John, com muitos efeitos sonoros e visuais. Como entretenimento, "Robin Hood - A Origem" vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Otto Bathurst
Produção: Lionsgate / Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h56
Gêneros: Aventura / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #RobinHoodAOrigem, #RobinHood, @TaronEgerton, @JamieFoxx, #EspacoZ, @ParisFilmes, @cineart_cinemas, @cinemanoescurinho, #CinemaNoEscurinho

27 novembro 2018

"Luna", de Cris Azzi, vence o Panorama Internacional Coisa de Cinema

Distribuído pela Cineart Filmes, longa levou o prêmio de Melhor Filme na Competitiva Nacional (Fotos: Alexandre Mota e Cineart Filmes)

O longa-metragem “Luna”, dirigido pelo mineiro Cris Azzi, foi escolhido o Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema na competitiva nacional. Ainda sem data para estrear no Brasil, o filme tem distribuição da Cineart Filmes e aborda o encontro de duas jovens, a trajetória deste relacionamento e as consequências após uma delas ter sua vida sexual exposta nas redes sociais.

"Em 2014 me vi chorando diante de uma matéria jornalística que narrava a morte de uma jovem brasileira de 17 anos que tirou sua própria vida após ter um vídeo de sexo viralizado nas redes sociais. Quatro anos depois, com o filme já montado, ainda me pergunto em qual lugar íntimo essa história me moveu a ponto de fazer um filme com essa inquietude como ponto de partida", conta o diretor.

No filme, Luana (Eduarda Fernandes) é uma adolescente introvertida, criada por sua mãe solteira. No primeiro dia de aula do último ano escolar, ela conhece Emília (Ana Clara Ligeiro), também filha única, mas com pais ricos que vivem viajando. Sentindo a mesma solidão em contextos totalmente diferentes, as duas se tornam amigas. 


Mas a promessa dessa amizade intensa e explosiva é interrompida, quando Luana tem sua intimidade exposta nas redes sociais e terá que descobrir quem realmente é: a menina que se esconde ou a mulher que se revela. A história trata de temas como a descoberta da sexualidade feminina associada à auto-exposição na internet, a busca por novas experiências e autoafirmação, liberdade e preconceito, liberdade e abuso, liberdade e julgamento moral. Para o diretor, além de tudo, o filme se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições.


"Durante esses quatro anos de realização, as reivindicações femininas ganharam luz no Brasil e indicam um caminho espinhoso, mas sem volta, na direção da igualdade de direitos em relação aos homens. Nesse sentido, quando ainda me vejo tentando entender por qual motivo a história lida no jornal me tocou tanto, começo a perceber que falar desse universo é também uma busca pessoal por aprendizado e ressignificação nas minhas relações humanas. Ainda estou em busca de respostas", completa.

Sobre o diretor

Cris Azzi é um diretor, produtor e roteirista brasileiro. Tem 40 anos, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde reside atualmente. É graduado em Comunicação Social pela Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-MG. Trabalhou por mais de uma década como Assistente de Direção contribuindo para a realização de mais de 20 filmes de longa metragem e séries de TV. Karim Ainouz, Anna Muylaert e Paul Leduc são alguns dos diretores que Cris trabalhou.

Como diretor estreou em 2007 com o documentário "Sumidouro", exibido na Mostra Competitiva do Festival "É Tudo Verdade". Seu segundo documentário, "O Dia do Galo", codireção com Luiz Felipe Fernandes, foi o vencedor do júri popular da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2015. Foi exibido durante seis semanas nas salas de cinema em Minas Gerais alcançando mais de 30 mil espectadores.

Na ficção, seu primeiro trabalho em longa metragem foi o filme de episódios "5 Frações de Uma Quase História", dirigindo "Qualquer Voo". Lançado em 2007, o filme foi exibido no Festival do Rio, Na Mostra Internacional de SP, na Mostra de Cinema de Tiradentes, no Chicago Latino Film Festival no Cine PE (prêmio especial do júri e melhor direção de arte) e no Brazilian Film Festival (prêmio especial do júri e melhor roteiro). Nos cinemas, "Luna" será o primeiro filme de ficção solo de Cris Azzi.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Cris Azzi
Produção: Delícia Filmes /Urucu
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h29
Gênero: Drama
País: Brasil
Classificação: 16 anos

Tags: #Luna, @CrisAzzi, #drama, #cinemas_cineart, @EduardaFernandes, @AnaClaraLigeiro, #cinemas_cineart, @PanoramaInternacionalCoisadeCinema, #CinemaNoEscurinho

26 novembro 2018

Diretor usa experiência para falar de adoção em "De Repente Uma Família"

Da lua de mel dos primeiros dias aos tormentos de uma adaptação, filme é inspirado na história do diretor Sean Anders (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Mark Wahlberg adota a postura de paizão e se une à ótima Rose Byrne para formarem o simpático casal que não pode ter filhos (faltar explicar por que) e resolve adotar uma criança. E a nova empreitada resulta em "De Repente, Uma Família" ("Instant Family"), uma comédia leve, com muitas alegrias, raivas, decepções, recheada de bons e não tão bons momentos. E o melhor, a história é real, baseada na vida do diretor Sean Anders (também roteirista e produtor), que resolveu com sua mulher Beth adotar uma família.

Em vídeo inédito, diretor Sean Anders apresenta a inspiração para o filme. Ele conta que os momentos mais delicados serviram de inspiração para o longa. “Passamos por momentos muito difíceis com as crianças se adaptando a nós e vice-versa. Não só nos adaptando a eles, mas também a sermos pais porque fomos do zero para três crianças de um dia para o outro. Quando comecei a pensar sobre fazer o filme, eu queria que fosse o mais parecido possível com a nossa história, mas também que retratasse diversas outras famílias, principalmente as que adotaram meninas adolescentes”, revela. Confira.

Mark Wahlberg divide a produção com Andres e vem se saindo melhor nesta linha de comédia do que em alguns filmes de ação. Na trama ele é Pete, casado com Ellie (Rose Byrne), e após várias tentativas, eles decidem entrar para o grupo mais diferenciado de casais que estão tentando a adoção. Rose Byrne é o destaque e está muito engraçada, principalmente quando parece que vai surtar com as crianças, e ao mesmo tempo morre de ciúmes por Pete ser chamado primeiro de pai do que ela de mãe pelas crianças. 

O grupo é coordenado pela divertida dupla Octavia Spencer e Tig Notaro, que não entra num acordo sobre a forma como o assunto adoção deve ser explicado aos futuros pais e que nem tudo é um mar de rosas. Pete e Ellie estão decididos e numa "feira" de criança (parece com aquelas feiras de adoção de animais), eles vão tentar achar a filha ou o filho perfeito para eles.


Num encontro pouco amistoso o jovem casal conhece e se encanta por Lizzie (Isabela Moner), uma adolescente de temperamento e que traz com ela os dois irmãos mais novos. Pete e Ellie agora precisam decidir se abandonam a adoção de Lizzie ou ficam com toda a família, retirada da mãe usuária de drogas. A atriz/cantora Isabela Moner, que interpreta muito bem a rebelde Lizzie, gravou uma das músicas da trilha sonora, a bela "I'll Stay", que pode ser conferida clicando aqui.

E esses três estranhos vão virar a rotina do casal de cabeça para baixo e fazer inclusive que seus pais e irmãos revejam seus conceitos sobre adoção, especialmente de crianças estrangeiras. Sean Anders não escondeu as dificuldades da adoção, mas trata sua história de maneira divertida com momentos dramáticos, como uma grande lição de vida. Além da experiência dele, também mostrou as expectativas dos demais casais do grupo - a grande diferença entre o que idealizavam e como acabaram sendo conquistados por modelos completamente diferentes de suas expectativas. 


"De Repente Uma Família" é leve, gostoso de assistir e emocionante ao focar no drama das crianças e adolescentes órfãos ou retiradas de seus pais e colocadas em instituições à espera de um lar e amor. Da comida que brigam para não comer, o medo constante de ser rejeitado ou a espera de voltar um dia para a mãe, Pete, Ellie e as crianças vivem um dia após o outro. 

E mesmo quando o casal pensa em desistir de tudo, que não aguenta mais tantos problemas e acusações de descaso por mais que façam o melhor para os irmãos, percebe que não consegue mais ficar longe daquela família.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Sean Anders
Produção: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #DeRepenteUmaFamília, @MarkWahlberg, @RoseByrne, #SeanAnders, @comedia, @drama, @ParamountPictures, #cinemas_cineart, #espaçoz, #CinemaNoEscurinho

22 novembro 2018

"Infiltrado na Klan" escancara a hipocrisia do racismo norte-americano

John David Washington é o policial negro  que inicia uma investigação com o colega Adam Driver contra uma das maiores seitas racista dos EUA (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Três grandes nomes do cinema atual - Spike Lee, Jordan Peele e Jason Blum - se uniram para produzir e entregar um dos melhores policiais do ano - "Infiltrado na Klan" ("Blackklansman"), um filme que bate sem dó na questão do racismo, cada vez mais forte nos Estados Unidos. Baseado no livro escrito por Ron Stallworth, o policial que desmascarou um dos maiores grupos racistas norte-americanos, a Ku Klus Klan, o longa revela que de Norte a Sul do país, a perseguição racial vem se tornando mais séria a cada dia.

Assim como em "Rodney King" (produção para a Netflix de 2017), Spike Lee tem procurado mostrar em seus filmes esta questão racial, que fez despertar também os movimentos de oposição promovidos por aqueles que sofrem ao longo dos anos. Apesar de ser um assunto sério, o diretor consegue mesclar no filme bons momentos cômicos para mostrar que o preconceito além de hediondo é burro e comandado por pessoas cujo ego fala mais alto que a razão.

"Infiltrado na Klan" começa sua história em 1978, quando Ron Stallworth (John David Washington) resolve se tornar o primeiro policial negro de uma pequena cidade no Colorado, no Centro-Oeste dos EUA, onde a Ku Klus Klan exerce uma grande influência. Com direito a cabelo black power e um estilo cheio de ginga, ele ainda acredita que o racismo na corporação não existe, mas aos poucos vai descobrindo outra realidade. E decide lutar contra isso, expondo os maiores responsáveis - os seguidores da seita - e precisará contar com ajuda do colega policial e judeu Flip Zimmerman (Adam Driver) para desmarcar o grupo.

Por meio de ligações telefônicas e cartas, Ron consegue se infiltrar na KKK, mas é Flip quem aparece nas reuniões. Toda a investigação dura meses, até Ron ocupar uma das lideranças da seita e receber como missão sabotar movimentos negros que começavam a se impor contra o preconceito e promover linchamentos e outros crimes de ódio dos racistas.

O personagem de John David Washington (que está excelente) vai ganhando força ao longo do filme, articulando toda a trama e envolvendo facilmente os integrantes da Klan com sua conversa bem articulada e culta para conseguir chegar ao líder supremo do movimento. Afinal, para os racistas, "negro não sabe falar, só usa gíria", o que torna mais fácil para Ron enganar seus inimigos.

Já Adam Driver faz a parte dos judeus, também alvo dos racistas, e seu personagem Flip vai descobrindo aos poucos a importância de suas origens a partir do momento que começa a se envolver com a seita e perceber que por ser judeu é tão discriminado quanto pessoas de outras raças e etnias.

Todo o elenco está excelente e conta ainda com Topher Grace, como David Duke, líder supremo da KKK; Ryan Eggold, um dos seguidores; Laura Harrier, a militante negra Patrice Dumas; Jasper Pääkkonen, Ashilie Atkinson como o casal racista também integrante da seita.

"Infiltrado na Klan" também apresenta grandes figuras negras norte-americanas como Angela Davis (apenas citada), que foi fonte de inspiração para várias jovens, incluindo Patrice Dumas, na forma de pensar, de se vestir e no corte de cabelo. Corey Hawkins e Harry Belafonte interpretam os líderes negros Kwane Ture e Jerome Turner, respectivamente, que atraíram milhares de seguidores pelo país.

O filme revela ainda como é grande a hipocrisia do sistema na questão racial que, mesmo a seita tendo sido desmascarada, ela não perdeu força e ganhou novos seguidores ao longo dos anos, garantindo espaço inclusive em importantes cargos no governo. A forma como Spike Lee foi contando a trajetória do racismo norte-americano, usando até mesmo cenas de "E o vento levou" para ilustrar a Guerra de Secessão (Guerra Civil nos EUA entre os estados do Sul e do Norte, entre os anos de 1861 e 1865) até chegar às imagens dos conflitos raciais ocorridos neste ano, é um diferencial. 

Um soco no estômago e também uma aula de história sob o ponto de vista daqueles que têm sofrido ao longo dos anos com o preconceito, em especial os negros, mas que souberam impor sua força e sua voz. Roteiro, direção, figurinos, reconstituição de época e trilha sonora estão impecáveis, mas acima de tudo "Infiltrado na Klan" é um filme excelente, realista, atual, que questiona e critica duramente o atual governo norte-americano. Um dos melhores filmes de Spike Lee. Recomendadíssimo.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Spike Lee
Produção: Blumhouse Productions / Focus Feature
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 2h16
Gêneros: Policial / Biografia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 5 (0 a 5)

Tags: #InfiltradoNaKlan, #SpikeLee, #JohnDavidWashington, #AdamDriver, #racismo, #movimentonegro #espaçoz, @cineart_oficial, @cinemanoescurinho


21 novembro 2018

"PO" - uma abordagem sensível e emocionante do autismo que toca o coração

A relação entre um pai e seu filho autista, que sofrem com a perda da mãe e precisam reconstruir a família (Fotos: Cineart Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Para muitos pode parecer mais um filme piegas, que faz chorar, sobre um assunto diversas vezes abordado pelo cinema - o autismo. Mas "PO" ("A Boy Called Po"), que estreia nesta quinta-feira (22) nos cinemas, com distribuição da @CineartFilmes, é uma produção sensível, emocionante desde o início, com uma trilha sonora irrepreensível composta e interpretada por Burt Bacharach, que tem como música-tema a maravilhosa "Close To You".


"PO" apresenta uma nova abordagem sobre o autismo e é um filme para ser visto por pessoas com sensibilidade para entender e acompanhar o drama de um pai viúvo que terá de criar sozinho o filho autista e ainda conciliar seu trabalho e as despesas com a casa e a criança. Christopher Gorham (da série de TV "Covert Affairs"), no papel do pai David Wilson, e o estreante Julian Fader, que surpreende como PO, o filho autista, estão muito bem ao mostrarem uma relação que tinha uma mãe que os unia e agora precisará ser refeita para que os dois possam continuar como uma família.


Após a morte da esposa, vítima de câncer, David Wilson fica com a responsabilidade de cuidar sozinho do filho Patrick, que gosta de ser chamado de PO, um garoto autista extremamente inteligente, mas que enfrenta o preconceito e o bullying na escola e das pessoas à sua volta. Para fugir do mundo real, cria seu próprio universo, onde ele é perfeito e convive apenas com pessoas e personagens que o deixam mais confortável. 


Enquanto isso, a relação com o pai, que faz de tudo para compreendê-lo, ao mesmo tempo em que precisa equilibrar o sofrimento com a perda da esposa, o trabalho e as despesas, vai se tornando cada vez mais distante. Os dois terão de aprender a dividir seus sentimentos para superar o trauma e evitar que o autismo tome conta totalmente da mente de PO e o leve para sempre para o seu mundo imaginário.


A abordagem do longa “PO” já foi usada em outra produções, mas o diretor John Asher soube aproveitar bem o tema ao inserir a letra de "Close To You", composta por Burt Bacharach e lançada em maio de 1970 pela dupla The Carpenters (foi um de seus maiores sucessos) para ilustrar o drama de pai e filho. E fazer chorar, com certeza. Confira aqui.


Além dela, compõe a trilha sonora a bela "Dancing With Your Shadow", interpretada por Sheryl Crow, também composta por Bacharach em homenagem a sua única filha, Nikki, que se suicidou em 2007 aos 40 anos, e era portadora da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo. Clique aqui para curtir.


O longa ainda conta com belas locações, especialmente as imagens do universo imaginário de PO. Produzido em 2017, mas só agora estreando nos cinemas, "PO" já circulou por festivais mundo afora e ganhou prêmios de Melhor Filme no Albuquerque Film & Music Experience, Palm Beach International Film Festival, San Diego International Film Festival e WorldFest Houston. O ator-mirim Julian Feder também foi destaque nas premiações, levando troféus de Melhor Ator em Young Artist Awards, WorldFest Houston e Albuquerque Film & Music Experience. Um filme lindo, que merece ser conferido.


Ficha técnica:
Direção: John Asher
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h35
Gênero: Drama 
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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