29 outubro 2019

"Abominável", uma singela animação sobre amizade, descobertas e família

Everest e Yi se tornam grandes amigos e vão viver uma grande aventura que vai transformar suas vidas (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma animação onde tudo é lindo e emociona. Assim é "Abominável" ("Abominable"), mas uma bela produção da DreamWorks Animation, capaz de fazer escorrerem algumas lágrimas ao abordar os temas amizade e família. O filme é lindo, a história envolvente e trazendo uma bela mensagem de união e perseverança. Tudo isso numa jornada cheia de aventuras de quatro amigos - dois adolescentes, uma criança e filhote de yet. Isso mesmo, você não leu errado. O famoso Homem das Neves é nosso personagem principal e nada tem de abominável, só o título. Ele é fofinho, carinhoso, fiel, determinado, tem grandes olhos e uma enorme sensibilidade, capaz de transformar as pessoas e fazer com que elas encontrem seu lado bom.



"Abominável" parece uma versão chinesa de "ET - O Extraterrestre", com o mesmo tipo de narrativa - o "monstro" que é perseguido por malvados cientistas e acaba encontrando uma jovem que irá ajudá-lo, junto com dois amigos, a retornar à sua casa, no Monte Everest, no Himalaia. A abordagem e os diálogos têm a mesma pureza, assim como a ligação entre os personagens e os poderes mágicos de Everest (como foi batizado o yet), capazes de mudar a natureza. No lugar de uma fuga em bicicletas usaram baleias encantadas e um mar com ondas gigantescas de flores. Tudo muito colorido, com a uma escolha marcante das locações por onde passam nossos bravos heróis, cheias de encantos e magia.



O ponto principal é a amizade entre Yi (voz de Chloe Bennet), uma menina que não aceita a perda do pai e só pensa em fugir, e o yet Everest (grunhidos feitos pelo compositor Rupert Gregson-Williams). Enquanto a jovem tenta ajudar seu gigantesco e estabanado amigo, a relação entre eles vai ficando cada vez mais forte e ambos vão descobrindo os poderes que possuem a cada novo destino. Uma jornada recheada de amizade, lembranças, conquistas, descobertas e especialmente, a importância da família. 



Como em toda aventura, há momentos engraçados, mas também de muito perigo. O grupo de amigos terá de escapar de um vilão que quer recapturar Everest, foragido de seu laboratório. A parte divertida fica por conta de Peng (Albert Tsai), o pequeno vizinho de Yi, que logo se torna um grande amigo de Everest. Afinal, ambos são crianças. O mais ranzinza é Jin (Tenzing Norgay Trainor), o tio adolescente de Jin, que vê perigo em tudo e só se preocupa com a imagem nas redes sociais. Mas até ele também começa a ver um mundo além de seu celular.




A ação começa em Shanghai, na China quando Yi descobre um yet no telhado do prédio onde mora. A partir disso, ela e seus amigos decidem levar Everest até sua família, que está na montanha mais alta do planeta. Porém, os três amigos terão que conseguir despistar o ganancioso Burnish (Eddie Izzard) e a zoóloga Dra. Zara (Sarah Paulson), que querem pegar o yet a qualquer custo. O elenco conta ainda com as vozes de Sarah Paulson (a zoóloga Dra. Zara), Eddie Izzard (o empresário Burnish), Tsai Chines Hong (a vovó Nai Nai), Michelle Wong (a mãe de Yi) e James Hong.



Rupert Gregson-Williams também é o responsável pela trilha sonora, que conta com três lindas canções conhecidas do público - "Fix You", da banda Coldplay, "Dreams", de Phil Beaudreau, e "Beautiful Life", de Bebe Rexha. 


Este sim é um ótimo filme para levar os filhos a partir dos 5 anos. As crianças vibram com os personagens, torcem por Everest e comentam o tempo todo com os pais o que estão achando da história. É uma animação que conquista o público de todas as idades. "Abominável" está em cartaz em salas da rede @cineart _cinemas nos shoppings Boulevard, Cidade, Del Rey, Minas Shopping, Paragem e Via Shopping (Barreiro), somente em versões dubladas. Merece ser visto, especialmente em família.



Ficha técnica:
Direção: Jill Culton e Todd Wilderman
Produção: Dreamworks Animation / Pearl
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h37
Gêneros: Animação / Aventura / Comédia
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags:  #AbominavelFilme, @DreamWorks, @UniversalPicturesBR, @UniversalPictures, #animacao, #aventura, #comedia, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

24 outubro 2019

"Zumbilândia - Atire Duas Vezes" é comédia que faz até morto-vivo dar risada

Passados dez anos, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Abigail Breslin e Emma Ston ainda lutam para sobreviver aos zumbis (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Dez anos depois do lançamento da comédia de terror "Zumbilândia" (2009), entra em cartaz nos cinemas, nesta quinta-feira, "Zumbilândia- Atire Duas Vezes" ("Zombieland 2: Double Tap"). Com o mesmo elenco principal, agora com ganhadores e indicados ao Oscar, e um bom elenco coadjuvante, esta continuação está sendo considerada por muitos fãs como ainda melhor e mais divertida que o antecessor. O mesmo diretor Ruben Fleischer e os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick do primeiro filme retomam a história sobre uma epidemia zumbi que dizimou parte do mundo e proporcionam 100 minutos de boas gargalhadas, piadas picantes e sátiras a outros filmes, políticos e personalidades do mundo atual.



O quarteto principal continua sob o comando de Woody Harrelson (Tallahassee), que tem Jesse Eisenberg (Columbus) como seu braço direito. A dupla de indicados ao Oscar, que se reúne após "Truque de Mestre - O 2º Ato" (2016) está imbatível e mais entrosada que nunca. Eles garantem os melhores momentos desta produção, que tem mais de comédia e ação do que terror. Emma Stone (Wichita) parece um pouco deslocada do papel, que foi um dos maiores sucessos do seu início de carreira. 



A ganhadora da estatueta de 2017 por "La La Land", em alguns momentos, dá a impressão de estar apenas cumprindo contrato, mas não deixa a peteca cair e o talento fala mais alto. A atriz de "Pequena Miss Sunshine" (2006), Abigail Breslin, também indicada ao maior prêmio de Hollywood, deixou de ser a menina do primeiro filme e se tornou a adolescente Little Rock, que quer conhecer pessoas de sua idade e parar com tanta matança, como sua irmã Wichita e os amigos.



O elenco secundário não fica para trás: Luke Wilson (no papel do caubói Albuquerque) e seu parceiro Thomas Middleditch, como Flagstaff, um nerd matador de zumbi estão ótimos. Zoey Deutch brilha como Madison, uma típica "patricinha" burra que só veste cor de rosa e, sabe-se lá como, conseguiu sobreviver aos zumbis. Até Rosario Dawson entrou na trama como uma sedutora dona de um hotel que atira bem e dirige melhor ainda.

Além do elenco, "Zumbilândia - Atire Duas Vezes" apostou fundo no seu maior trunfo - as lutas sangrentas entre sobreviventes e zumbis. O diretor não economizou em tinta vermelha e jorra sangue por todos os lados, sem dó nem piedade. Para quem gosta do gênero, o que não falta neste filme é ação, acompanhada de muitos tiros, facadas, bombas, explosões, ataques zumbis e brigas (algumas em slow-motion para ficarem mais engraçadas).



Afinal, o que vale é sobreviver a estes monstros. Apesar de alguns furos no roteiro, o filme soube acompanhar o amadurecimento dos atores ao longo desses dez anos, mostrando que os personagens adquiriram experiência no combate ao inimigo. Mesmo quando o comportamento infantil da ala masculina mostra o contrário, exigindo a intervenção das mulheres para por ordem na casa.


E se o elenco humano é bom, melhor ainda é a turma zumbi. Grande trabalho de Tony Gardner na maquiagem e efeitos especiais. Ele é responsável por outras produções do gênero terror como "Parque do Inferno" (2018) e "A Morte Te Dá Parabéns" (2017). Também a trilha é um ponto forte e relembra sucessos como “Like a Rolling Stone”, de Bob Dylan, o reggae “Three Little Birds”, de Bob Marley and the Wailers, “Master of Puppets”, da banda Metallica e o rap "Click Clack - Get Back", de Ice Cube.

Anos depois de se unirem para atravessar o início da epidemia zumbi nos Estados Unidos, Columbus (que narra a história), Tallahassee, Wichita e Little Rock seguem buscando novos lugares para habitarem, garantindo sua sobrevivência. Quando decidem ir até a Casa Branca, acabam encontrando outros sobreviventes e percebem que precisam mudar suas vidas. Mas um novo inimigo, mais forte, pode tornar esta guerra ainda pior.



Atenção para os mais apressadinhos: como se trata de uma continuação, figuras carimbadas do humor também estão de volta e dão um show a parte, para alegria do espectador que não deve deixar a sala durante os créditos finais.  Quer ver um filme divertido e não se incomoda com sangue e cabeças cortadas? Então não perca "Zumbilândia - Atire Duas Vezes", a partir de hoje nos cinemas.


Ficha técnica:
Direção: Ruben Fleischer
Produção: Columbia Pictures / Pariah Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h40
Gêneros:  Comédia/ Terror/ Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ZumbilandiaAtireDuasVezes, @SonyPicturesBR, #zumbis, #comedia, #terror, #acao, @EmmaStone, @WoodyHarrelson, @JesseEisenberg, #EspaçoZ, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

22 outubro 2019

"Projeto Gemini" usa tecnologia 3D+ para criar clone jovem de Will Smith

Grandes perseguições e muita ação são os destaques do filme dirigido pelo premiado Ang Lee (Fotos: Ben Rosenstein/Paramount Pictures)

Maristela Bretas


Apesar de não ter atingido sucesso em bilheterias nas últimas produções das quais participou - exceto como o gênio da lâmpada de "Aladdin" (2019), Will Smith é sempre um chamariz. E foi apostando no carisma do ator e na tecnologia de ponta do 3D+ que a Paramount Pictures, Skydance e Alibaba Pictures produziram "Projeto Gemini" ("Gemini Man"), em cartaz nos cinemas. Mas até o momento, o super blockbuster não chegou nem perto do sucesso esperado para um investimento de US$ 138 milhões, que tem como diretor o premiado Ang Lee e os produtores Jerry Bruckheimer e David Ellison.


Will Smith fez bem a sua parte, divulgando o filme com muita simpatia e atuando em dose dupla, o real e mais velho e o clone digital mais jovem, resultado da utilização do formato 3D+ que tomou boa parte do orçamento. E é esta tecnologia de ponta que garante efeitos visuais espetaculares, com sequências e cenas de ação de tirar o fôlego, como a da perseguição de moto. Assim como boas lutas entre os dois Smith. Pena que o público ainda não tenha se interessado em assistir "Projeto Gemini".


O 3D+ é um novo formato digital de projeção de cinema em 60 quadros por segundo. Isso representa mais que o dobro do formato padrão, que é de 24 quadros. A experiência em 3D+ traz imagens com maior definição e profundidade, colocando o espectador no centro da ação e permitindo a percepção da cena de uma forma muito mais realista. Ang Lee e outras pessoas da produção falaram sobre o processo de captação e o formato em alta definição 3D+ em vídeo no Youtube. 


No filme, o ator interpreta Henry Brogan, um matador contratado de 51 anos que anuncia sua aposentadoria. A decisão faz dele um alvo da Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, para quem trabalhava anteriormente. Ele passa a ser perseguido por Júnior, um agente que é sua versão aos 23 anos e que consegue prever cada movimento seu. Brogan descobre que seus matadores do governo americano querem eliminá-lo para esconder um grande segredo, que ele pode desmascarar.


Na sessão que eu estava, um espectador comentou que o clone digital parecia Will Smith quando fazia a série "Um Maluco no Pedaço", sucesso exibido entre os anos de 1990 e 1996 na TV. Com a diferença que naquela época o ator fazia uma comédia e hoje, o Will digital é um rapaz sisudo, treinado para matar, mas que tem conflitos como qualquer jovem.


O elenco conta ainda com Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen e Benedict Wong. Além dos efeitos gráficos, "Projeto Gemini" conta também com uma boa trilha sonora, composta por Lorne Balfe, que trabalhou em "Missão Impossível - Efeito Fallout" (2018), "Tempestade - Planeta em Fúria" (2017), "LEGO Batman - O Filme" (2017) e "13 Horas - Os Soldados Secretos de Benghazi" (2016).

Sessões com a inovadora tecnologia 3D+, somente na versão legendada, podem ser conferidas nas salas da Rede Cinemark no BH Shopping, Pátio Savassi e Diamond Mall. Nas demais redes, "Projeto Gemini" está sendo exibido nos formatos 2D, em sessões dubladas e legendadas.


Ficha técnica:
Direção: Ang Lee
Produção: Jerry Bruckheimer Films / Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #ProjetoGemini, #WillSmith, #ação, #CliveOwen, #SkydanceProductions, #AngLee, #ParamountPictures, #ficção, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

21 outubro 2019

Well, well! "Malévola" volta a ser a Dona do Mal

Com Angelina Jolie novamente no papel da rainha das Trevas, história deixa de ser um simples conto de fadas e aborda família, poder e diversidade (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


Encantador, alegre, colorido (e também tenebroso), "Malévola - Dona do Mal" ("Maleficent - Mistress of Evil") é mais do que um conto de fadas. Ele é sobre e para a família, explorando as fraquezas e as virtudes de cada personagem. Especialmente as três principais - Malévola, rainha Ingrith e a princesa Aurora.

A fada do mal é novamente interpretada por Angelina Jolie, reinando poderosa e absoluta no papel, que parece ter sido feito sob encomenda pra ela. Sem perder o sarcasmo e o poder de sedução, a atriz ainda é uma das produtoras executivas do novo filme. Mas desta vez ela encontra a opositora perfeita para seu personagem - a espetacular Michelle Pfeiffer, que interpreta a rainha Ingrith. Ela faz toda a diferença no longa, que ainda tem a princesa Aurora, vivida por uma Elle Fanning mais madura e sempre linda, cinco anos depois de interpretar a personagem em "Malévola" (2014).


O embate entre as duas rainhas do mal é o diferencial deste roteiro, mudando a tradicional narrativa de um conto de fadas (que ficou excelente no primeiro filme) para uma trama que aborda disputa pelo poder, preconceito contra o que é diferente - os seres das trevas e os do reino dos Moors - e relações familiares conflituosas. Malévola tem um grande sentimento de posse pela afilhada, Aurora está crescida e quer escolher seu próprio destino e a rainha Ingrith passa por cima de quem quer que seja para conseguir o trono,com a desculpa que está garantindo o futuro do filho.


Do primeiro encontro até o final, as cenas com as duas grandes atrizes (juntas ou separadas) dão vida e energia à produção, uma verdadeira guerra de talento com muitas batalhas e explosões. Elle Fenning entra para fazer a ligação e tentar colocar panos quentes no conflito entre a madrinha e a sogra para viver feliz com seu amado Phillip. Sua personagem ganha destaque no final, mostrando que está pronta para deixar de ser a afilhada/filha de Malévola e provar que é a grande rainha do reino dos Moors e que pode ser mais que a futura mulher de um príncipe nada encantado.


Na ala masculina, esta sim, em segundo plano, os destaques ficam para Chiwetel Ejiofor (sempre atuando muito bem), no papel de Conall, Sam Riley (Diaval, o corvo), que ganha um espaço maior que no filme anterior, e Ed Skrein, como Borra. Harris Dickinson é o novo príncipe Phillip e em fevereiro de 2020 ele estreia "Kingsman: A Origem", terceiro filme da franquia - os dois primeiros filmes foram estrelados por Taron Egerton, o mesmo de "Rocketman".


No primeiro filme, Malévola passa da fada apaixonada que se torna do mal ao ser enganada pelo homem que amava e desconta na filha dele sua vingança. Mas o destino amolece seu coração e ela acaba se tornando protetora de sua vítima, a princesa Aurora. Em "Malévola - Dona do Mal", a relação das duas se tornou mais forte, mas um fator pode abalar tudo isso: o casamento de Aurora com o príncipe Phillip. 


É nesta hora que o conto de fadas ganha nova roupagem. Entra em cena a rainha Ingrith, que não tem chifres, mas desde o primeiro momento não esconde seu lado cruel. Michelle encarna bem esse papel de bonitinha, porém malvada. E será sua personagem que fará com que Malévola volte a ter um lado sombrio e "maleficent", com poderes ainda maiores, capazes de aniquilar todo um reino.


"Malévola - Dona do Mal" novamente altera fatos da história original - "A Bela Adormecida" -, explica situações do passado e reforça, em mais uma produção dos Estúdios Disney, o poder da mulher. Arrasou no conjunto da obra - elenco, figurinos perfeitos de Jolie e Pfeiffer, maquiagem, colorido acertado das cenas (inclusive nos ambientes escuros), fotografia, trilha sonora. As locações parecem uma extensão do reino de "Avatar", mas também ficaram muito boas, com o ótimo recurso de cenas aéreas. Mas o maior brilho da produção, depois do elenco feminino, fica para as batalhas. Um excelente trabalho, melhor ainda se assistido em 3D para não perder nenhum detalhe ou efeito especial. Imperdível e encerra com muito brilho a trajetória de Malévola.


Ficha técnica:
Direção: Joachim Rønning
Produção: Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 1h59
Gêneros: Fantasia / Aventura
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #Malevola, #AngelinaJolie, #MichellePfieffer, #ElleFanning, #contodefadas, #Maleficent, #fantasia, #aventura, #WaltDisneyPictures, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

15 outubro 2019

Em Janeiro, Robert Downey Jr. retorna às telas com novos poderes em "Dolittle"

Da Redação


A Universal Pictures acaba de lançar o primeiro trailer do filme “Dolittle” ("Dolittle"), que traz o ator Robert Downey Jr. no papel principal. Com previsão de estreia no Brasil em 16 de janeiro de 2020, o filme é baseado no clássico personagem da série de livros do britânico Hugh Lofting. O ator interpreta o Dr. Dolittle, o médico que consegue falar com os animais. 

Escrito e dirigido por Stephen Gaghan, além Robert Downey Jr., o longa conta também com Antonio Banderas e Michael Sheen. E as vozes originais dos personagens animais emprestadas por Emma Thompson (Papagaio), Rami Malek (Gorila), Octavia Spencer (Pata), Ralph Fiennes (Tigre), Selena Gomez (Girafa), Tom Holland (Cão), Marion Cotillard (Raposa) e John Cena (Urso Polar).


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13 outubro 2019

Na contramão dos filmes teen, "Luna" surpreende pela realidade

Longa dirigido pelo mineiro Cris Azzi foi escolhido o Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema (Fotos: Alexandre Mota)

Mirtes Helena Scalioni


Que ninguém espere de "Luna" o filme teen que o público está acostumando a ver, com garotas e garotos que só pensam em namoricos, disputas e brigas. O longa de Cris Azzi, distribuído pela Cineart Filmes, é bem mais do que isso. E vai fundo em questões como autoconhecimento, descobertas, sexualidade, experimentações. E se aprofunda ainda mais quando trata, como tema principal, do que se chama hoje de cyberbullying. Inspirado num fato acontecido em 2014, quando uma adolescente se matou depois que teve fotos íntimas viralizadas na internet, o diretor mineiro não pega leve. E talvez até exagere na realidade.


Luna é uma garota da periferia de Belo Horizonte que estuda numa escola onde, parece, há uma acentuada diversidade social. Tanto que ela vende brigadeiros para os colegas, uma forma de ajudar nas próprias despesas. E, como qualquer menina da sua idade, é ligadíssima nas redes sociais, onde costuma se comunicar, se expressar, brincar. O filme já começa com a angústia da personagem, numa boa atuação da atriz Eduarda Fernandes, quando ela descobre que um vídeo seu vazou na internet. Como consequência, amigos e desconhecidos não poupam, nas redes, julgamentos, xingamentos, agressões e até pichações nos muros da escola.


Mas é em flashback que o diretor mineiro conta um pouco da história de Luna até aquele momento, quando o público descobre a amizade dela com uma de suas colegas, a poderosa Emília, vivida por Ana Clara Ligeiro. É na mansão da amiga, entre drinques e mergulhos na piscina, que as duas decidem coisas, procuram, experimentam e tentam descobrir os meandros da própria sexualidade. Ofertas não faltam, parece enfatizar o filme, talvez até de forma exagerada. É mesmo fácil cair em armadilhas de baladas e drogas?


Nessa volta, o espectador conhece também como é a vida familiar de Luna, filha única de uma mãe que, parece, é solteira. De quebra, percebe também que Emília, embora rica, tem também suas carências, sua solidão. Um parênteses para contar que um dos momentos mais comoventes do longa é uma cena de cumplicidade entre a protagonista e sua mãe, brilhantemente interpretada pela atriz Lyra Ribeiro. Ela faz uma mulher tão afetuosa quanto ausente, mergulhada em seus próprios problemas. Momento de muita tensão, mas também de muita ternura e aconchego.

Diretor Cris Azzi 
"Luna" é, realmente, um filme atual. E exatamente por falar de contemporaneidades e tecnologias, talvez pudesse ter outro ritmo, um pouco mais acelerado. Há momentos em que o longa se perde em extensas tomadas de uma mata, uma estrada, aparentemente sem nenhuma razão de ser. Mas isso não reduz o mérito do trabalho da equipe mineira, que já colhe os primeiros frutos com participações em festivais importantes Brasil afora. E o melhor de tudo, a grande surpresa, o recado maior, está no final do filme: surpreendente, instigante, reconfortante, cheio de esperança.

Luna foi exibido nas mostras competitivas do 51º Festival de Cinema de Brasília e no Festival do Rio 2018, no qual levou Menção Honrosa pela interpretação da atriz Eduarda Fernandes. Também foi escolhido Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema na competitiva nacional de 2018.
Direção, roteiro e produção: Cris Azzi
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h29
Classificação: 16 anos


Tags: #Luna, @CrisAzzi, #drama, @cinemas_cineart, @EduardaFernandes, @AnaClaraLigeiro, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho, @cineartfilmes

10 outubro 2019

"O Pintassilgo" é o interminável fim de um trauma pessoal

Oakes Fegley está ótimo no papel do jovem Theo Decker que não se desliga da morte (Fotos Warnes Bros. Pictures)

Maristela Bretas


Duas horas e 30 minutos de duração que parecem 5 horas. Nem mesmo as cadeiras, consideradas confortáveis do cinema foram capazes de amenizar a monótona e arrastada narrativa de "O Pintassilgo" ("The Goldfinch"), que estreia nesta quinta-feira. Adaptado da obra literária da escritora norte-americana Donna Tartt, que conquistou o Pulitzer, a impressão que dá é que o diretor John Crowley quis copiar o livro. Mas esqueceu que passar para as telas as 784 páginas da obra é uma segunda arte e requer capacidade de síntese. O que não aconteceu.


A história é simples, mas foi conduzida de forma tão lenta que chega a dar sono em vários momentos, desde o início. Um filme inteiro para explicar o trauma de uma criança, carregado até a vida adulta, provocado pela morte da mãe após o atentado a bomba contra o Metropolitan Museum of Art, em Nova York. Esta morte se torna uma obsessão para Theodore Decker (papel vivido por Ansel Elgort, que não convenceu).


O ator interpreta um jovem que não se conforma com esta perda e passa a vida escondendo um quadro famoso - O Pintassilgo - que ele retirou após a destruição do museu no dia do atentado. A obra é a principal lembrança da mãe antes de sua morte. Decker é interpretado enquanto criança pelo ótimo Oakes Fegley, que tem como amigo o adolescente russo Boris, papel do conhecido Finn Wolfhard ( de "Stranger Things")  que entrega um ótimo trabalho.



Enquanto os jovens cumprem bem seus papéis, o mesmo não acontece com Alsel Elgort. Ao contrário de Aneurin Barnard, como Boris adulto. Outra presença marcante é a de Nicole Kidman, como mãe adotiva de Theo. Jeffrey Wright, como Hobie, um restaurador de obras de arte, também entrega uma boa interpretação.

Mesmo com boa fotografia e uma ótima trilha sonora de Trevo Gureckis, o filme se perde. Sucessos como "Baby Blue" e Your Silent Face Now" estão entre os destaques, como foram bem lembrados pela colega de cinema Selhe Moreira, integrante do @cinemadebuteco. Mas perdem o impacto e não foram suficientes para tornar "O Pintassilgo" uma produção atraente.



Ficha técnica:
Direção: John Crowley
Produção: Amazon Studios / Warner Bros. Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração:2h30
Gênero: Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #OPintassilgo, #WarnerBrosPictures, @EspacoZ, #NicoleKidman, #drama, #@cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

07 outubro 2019

"Predadores Assassinos" bons sustos e efeitos visuais que garantem toda a ação

Kaya Scodelario é a jovem que volta à sua cidade para salvar o pai durante um furacão e ataque de jacarés (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

Infelizmente pouco divulgado, "Predadores Assassinos" ("Crawl") é um bom filme, melhor que muitos em cartaz e cumpre o que promete - terror e tensão do início ao fim, com boa atuação de Kaya Scodelario. Ela volta a atuar ao lado de Barry Pepper depois da franquia "Maze Runner" - "Prova de Fogo" (2015) e "A Cura Mortal" (2016). Kaya também participou do primeiro filme da trilogia - "Correr ou Morrer" (2014), além de "Ted Bundy - A Irresistível Face do Mal" (2019).


Os efeitos visuais garantem as melhores cenas de ação, desde o furacão que se aproxima da cidade aos ataques dos gigantescos jacarés. Para quem não gosta de ver pessoas sendo devoradas por estes monstros, o conselho é passar longe das salas onde o filme está sendo exibido.

"Predadores Assassinos" não oferece diálogos cômicos em momento algum. É um filme feito para assustar e consegue isso muito bem, mesmo com o público sabendo que vai acontecer alguma coisa perigosa ou devastadora. Existem mocinhos no filme? Com certeza, mas não convencem muito. Os vilões, como sempre são bem mais interessantes. No caso, os jacarés, com sua boca enorme e um apetite voraz, capazes de devorar uma pessoa em poucos minutos.


Não espere um "Sharknado" ou um "Piranhas Assassinas". Esta produção, dirigida por Alexandre Aja, está mais para "Tubarão", com ótimos recursos durante a carnificina geral, porém sem o charme do clássico de 1975 de Steven Spielberg. Até pelo elenco, formado quase em sua totalidade por atores de segundo (ou terceiro) escalão. A impressão que dá é que eles só estão lá para encherem a barriga dos "bichinhos" que ocupam as ruas e prédios da cidade.


Na história, um enorme furacão atinge uma cidade na Flórida. Haley (Kaya Scodelario) ignora as ordens das autoridades para deixar o local e vai procurar seu pai desaparecido (Barry Pepper). Ao encontrá-lo gravemente ferido, os dois ficam presos na inundação. Enquanto o tempo passa, Haley e seu pai descobrem que o aumento do nível da água traz inimigos inesperados: gigantescos jacarés. 

"Predadores Assassinos" não escapa dos clichês, comuns nesse tipo de filme. E ainda oferece um final que só faltou mostrar uma bandeira dos EUA tremulando ao fundo, como em "O Ataque" (2013). Palmas para os crocodilos que conseguem diferenciar quem é importante e quem pode ser devorado e para as cenas de tensão que provocam bons sustos no público. Vale a pena conferir.


Ficha técnica:
Direção: Alexandre Aja
Produção: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h28
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags:#PredadoresAssassinos, #ParamountPictures, #KayaScodelario, #Alexandre Aja, #suspense, #terror, #crocodilos, #espacoZ, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

03 outubro 2019

"Coringa" de Joaquin Phoenix é digno de aplausos e Oscar

A maquiagem de palhaço esconde um homem frio e violento, que não se arrepende de seus atos (Fotos: Niko Tavernise/Warner Bros. Pictures)

Maristela Bretas


Falar de Coringa sem citar o Batman é possível? Joaquin Phoenix mostra que sim e está fantástico na pele do maior inimigo do homem morcego, mesmo sem este ainda existir. "Coringa" ("Joker"), que estreia nesta terça-feira, é a consagração do ator, que sofre uma transformação completa, especialmente física (ele está esquálido) e emocional. O personagem ganha um filme à sua altura, brilhando em quase todos os quesitos - fotografia, trilha sonora, figurino e efeitos visuais. Só faltou mais ação. Apesar de várias críticas de que se trata de um filme muito violento, a classificação é 16 anos e, as cenas mais chocantes ocorrem somente nos 15 minutos finais. E ainda ficam bem atrás da violência de "Rambo - Até o Fim" e do brasileiro "Bacurau", ambos em cartaz nos cinemas, com classificação 18 anos. Claro que cada um dentro de seu contexto.



O diretor Todd Phillips conta passo a passo a trajetória de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um homem com distúrbios mentais que trabalha como palhaço em eventos. A violência diária, a qual todos nós estamos sujeitos, vai transformando a personalidade do pacato cidadão que cuida da mãe e assiste programas de TV, especialmente o de Murray Franklin (vivido por Robert De Niro). E deixando surgir o Coringa - um psicopata frio, vingativo, explosivo e líder carismático. Mas que ao mesmo tempo gosta de crianças e reconhece aqueles que não o ridicularizaram.



Os momentos de violência contra Fleck chegam a fazer o público se identificar com ele e até justificar muitas das atrocidades que comete ao assumir aos poucos a personalidade do Coringa. O palhaço sem graça, como é chamado por alguns, tem uma raiva contida, sofre com o preconceito, é ridicularizado por seu corpo disforme e a risada insistente e incontrolável. A cada fato novo na vida do Coringa a origem de seu comportamento perturbado vai sendo revelada, aumentando o desprezo dele pelo mundo e pelas pessoas. 


Apesar de alongar demais algumas cenas, a trama envolve o espectador. Houve uma grande do diretor e também roteirista Todd Phillips em explicar detalhes mínimos mas importantes da personalidade e da vida do Coringa. Inclusive como surgiu sua ligação com a família Wayne. Em alguns momentos, o filme chega a ficar um pouco repetitivo, como observou um dos convidados da pré-estreia realizada na terça-feira em BH. O que não tira o brilho da atuação soberba de Joaquin Phoenix, que dá ao Coringa a melhor interpretação que ele poderia merecer. Assim como fez Heath Ledger, que conquistou merecidamente o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, vivendo o vilão em "Batman - O Cavaleiro das Trevas" (2008), de Christopher Nolan.



Na história atual,. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) trabalha como palhaço para uma agência de talentos e, toda semana, precisa se apresentar à agente social, por causa de seus conhecidos problemas mentais. Após ser demitido, Fleck reage mal à gozação de três homens em pleno metrô e os mata. Os assassinatos iniciam um movimento popular contra a elite de Gotham City, da qual Thomas Wayne (Brett Cullen) é seu maior representante. 


E foi o receito de um despertar da massa que deixou autoridades norte-americanas de sobreaviso para uma possível onda de violência pelo país, tomando o filme como modelo. O temor levou alguns donos de salas de cinema a se recusarem exibir o filme. "Coringa" é violento sim. Mas a abordagem psicológica e o que ela é capaz de provocar em pessoas insatisfeitas é muito mais perigosa. Como acontece com os moradores de Gotham City, deixados à própria sorte em uma cidade decadente e sem lei. E o diretor soube dar o peso certo ao assunto. "Coringa" é imperdível e o personagem merece conquistar seu segundo Oscar, desta vez de Melhor Ator para Joaquin Phoenix. Simplesmente perfeito.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Todd Phillips
Produção: DC Entertainment / Warner Bros Pictures / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Warner Bros Pictures
Duração: 2h02
Gênero: Drama
Países: EUA/Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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01 outubro 2019

Delicado e terno, "A Vida Invisível" é um filme triste porque fala de mulheres subjugadas

Filme é baseado na obra da escritora Martha Batalha e conta a história de duas irmãs separadas brutalmente pelo destino (Fotos Bruno Machado/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Quem leu o livro pode até se decepcionar ao ver "A Vida Invisível", nosso representante no Oscar no ano que vem. Vencedor do Prêmio Un Certain Regard na mostra paralela do Festival de Cannes desse ano, o longa teve o romance apenas como inspiração e eixo. Na verdade, os roteiristas Murilo Hauser, Inês Bortagaray e o próprio diretor Karim Aïnouz tiveram algum trabalho para transformar a história de Martha Batalha, como se quisessem, da obra, apenas o argumento inicial. 


Nas décadas de 1940 e 1950, no Rio de Janeiro, capital do país, duas irmãs, Eurídice e Guida, são brutalmente separadas por força de um destino que não poupa nem perdoa as rebeldias. Enquanto Eurídice se casa, mesmo sem amor, para cumprir o papel que lhe cabe na vida, Guida some no mundo atrás de uma paixão. 


No filme de Aïnouz, o que move a vida de Eurídice é a busca, quase obsessiva, da irmã sumida. No livro, embora essa procura exista, há outros desencantos da moça que enternecem o leitor e fazem refletir. Casada com um funcionário público burocrata e machista e mãe de dois filhos, essa dona de casa não consegue ser dona de si própria, por mais que invente atividades para preencher a vida. Se no livro, ela não passa de uma pretensa estudante de flauta, no filme, Eurídice vira uma pianista cheia de talentos e objetivos.


No romance de Martha Batalha, a vida verdadeiramente invisível parece ser mesmo a de Eurídice, onde a autora se debruça mais para deixar claras suas dificuldades, limitações e impotências. Guida é apenas um segundo personagem. No filme de Karim Aïnouz, invisível parece ser a trajetória das duas, já que uma está sempre buscando a outra, cada uma com a vida que conseguiu ter. Resultado, talvez, de suas escolhas. 


Embora o livro seja bem melhor do que o filme - sempre é - o longa, ainda assim, merece todas as honras com as quais vem sendo agraciado. Mesmo com as muitas modificações, o que ficou da história das duas irmãs oprimidas por pais, mães, marido e vida machistas resulta num longa terno e afetuoso, às vezes engraçado e - até - caricato, como nas cenas de sexo longas e atrapalhadas entre Eurídice e o marido. É mesmo pra rir? Nesse quesito, os elogios vão para o ator Gregório Duvivier, que interpreta Antenor, o tal marido careta e quase patético. 


As diferenças entre o filme e o livro continuam. Enquanto o primeiro se chama "A Vida Invisível", o segundo é mais completo: "A Vida Invisível de Eurídice Gusmão". O longa inventou uma Eurídice velha que não está no romance, talvez para justificar uma pequena, mas marcante participação da sempre irretocável Fernanda Montenegro. Capaz de preencher todos os espaços, ela brilha como sempre e ajuda a dar outro fechamento na história, talvez mais contundente, mais terno. 

Mas não é só ela. Todo o elenco brilha. Carol Duarte e Julia Stockler, como as irmãs Eurídice e Guida, deixam na tela, com muita naturalidade, um sentimento de laços fortes e indestrutíveis. Bárbara Santos, a ex-prostituta Filomena que socorre Guida em suas necessidades, transparece solidariedade e acolhimento. 



Há também Maria Manoella, como Zélia, a amiga da família que tem participação pequena e correta. Antonio Fonseca e Flávia Gusmão como Manuel e Ana, pais das duas, fazem bem seus papéis: ele, de patriarca impiedoso; ela, de esposa obediente. Como são portugueses, e como o filme é brasileiro - portanto, sem legendas - às vezes fica difícil entender o que falam. O sotaque original da terrinha nem sempre é compreensível.

Embora se passe em outros tempos, "A Vida Invisível" não deixa de ser um recado importante no Brasil e hoje, onde ainda há muitas mulheres que se subjugam - algumas são violentadas pelos maridos - se calam, se retraem, se anulam, morrem. Lamentavelmente, é um filme atual. O filme foi apresentado pela primeira vez no Brasil  na abertura do 13ª CineBH Mostra Internacional de Cinema, ocorrida no dia 17 de setembro, e depois no dia 19 em Fortaleza. A estreia oficial no circuito nacional está marcada para o dia 31 de outubro.


Ficha técnica
Direção: Karim Aïnouz
Distribuição: Sony Pictures e Vitrine Filmes
Duração: 2h20
Classificação: 16 anos

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