21 novembro 2019

"A Grande Mentira" e os segredos que cada um de nós carrega

Trama reúne os premiados Helen Mirren e Ian McKellen num golpe que vai mudar suas vidas (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


 Helen Mirren e Ian McKellen formam o casal perfeito. De um encontro arranjado por meio de um aplicativo eles dão início ao que se tornará "A Grande Mentira" ("The Good Liar") na vida de ambos. O filme, que estreia nesta quinta-feira reúne dois atores mais que excelentes numa trama bem amarrada, usando flashbacks na medida certa, para envolver o público na trama. 


Apesar de ter menos de duas horas de duração, o longa, em alguns momentos fica arrastado, mas consegue fazer o público, durante todo roteiro, ficar imaginando diversas reviravoltas para o grande golpe que está prestes a ser aplicado. McKellen está ótimo como o trapaceiro Roy Courtnay, que vive de dar golpes em pessoas com dinheiro, auxiliado pelo velho amigo Vincent (Jim Carter), tão trambiqueiro quanto ele.


O roteiro foi pensado nos mínimos detalhes (às vezes até exagera, deixando a narrativa lenta). Mas são as interpretações do casal principal e a sintonia entre eles que merecem todo destaque do filme. Dois talentos premiados reunidos uma envolvente história de amor, trapaças e vingança. A todo o momento o público fica na expectativa de que um deles vai virar o jogo ou está tramando alguma coisa. Afinal, quem na verdade está mentindo e quem é o trapaceiro? Quais os segredos eles escondem de seu passado?



A experiência de Helen Mirren e Ian McKellen faz toda a diferença, especialmente nas cenas em que estão juntos. Também o ator Russell Tovey conduz muito bem no papel de Stephen, neto de Betty, que tenta impedir que a avó caia num golpe armado pelo misterioso Roy, que ela conheceu num site de encontros. Para se aproximar da viúva rica, ele até se muda para a casa dela. A partir daí, muita água passa por baixo da ponte, num verdadeiro jogo de gato e rato entre os protagonistas.

"A Grande Mentira" é um ótimo drama, especialmente pela dupla principal e pelo tom de suspense que cria. Vai agradar àqueles que desejam assistir uma produção com belos figurinos, bem dirigida e com boas locações em Londres e Berlim. 


Ficha técnica:
Direção: Bill Condon
Produção: New Line Cinema / Bron Studios
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h50
Gênero: Drama
Nacionalidades: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #AGrandeMentira, @Helen Mirren, #IanMcKellen, #drama, @agencia_espacoz, #WarnerBrosPictures, @wbpictures_br, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

17 novembro 2019

"O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio" - Saudosismo com ótimos efeitos especiais

Arnold Schwarzenegger e Linda Hamilton se reencontram 28 anos depois do segundo filme (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Arnold Schwarzenegger, Linda Hamilton e James Cameron se reencontram 28 anos depois para concluírem muito bem a franquia "O Exterminador do Futuro". Desde o segundo filme da saga - "O Julgamento Final" (1991), dirigido por Cameron (como no primeiro de 1984) e que contou com os dois atores, que as histórias foram ficando cada vez mais fracas e esquecíveis. Não fizeram jus ao original, um dos grandes sucessos do cinema de ficção científica dos anos de 1980 que mostrava um fim do mundo apocalíptico e dominado pelas máquinas. 


Foi preciso a produção deste sexto filme - "O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio" ("Terminator: Dark Fate") -, reunindo os icônicos personagens Sarah Connor e o robô T-800, além do diretor (que aqui é um dos produtores), para que a saga tivesse uma continuação merecida. E que pode ganhar mais uma sequência com "Terminator 7", sob a direção de James Cameron novamente, ainda sem data de lançamento.


O novo filme, dirigido por Tim Miller, dá uma sensação de saudosismo com o retorno dos dois atores, que não escondem as marcas do tempo em seus rostos. Linda, aos 63 anos, assim como Arnold, de 72, mostra que o talento amadureceu com ela. A atriz está ótima e é, como há 35 anos, o centro de toda a história, agora contando com duas novas atrizes ao seu lado para mostrar a força do elenco feminino. Mackenzie Davis ("Blade Runner 2049", de 2017) é Grave, uma humana aprimorada enviada à Terra para proteger Dani, operária de fábrica vivida por Natalia Reyes, que vai liderar a resistência às máquinas.


E o novo vilão, Rev-9 (Gabriel Luna) está atrás de Dani. Ele é como o T-1000, mas trocando o metal cromado, que encantou a todos, por uma gosma preta semelhante ao piche de "Venom" e um endoesqueleto que consegue se dividir em duas unidades quando a necessidade aparece. Rev-9 tem a capacidade de se moldar ao ambiente, diluir-se em substâncias sintéticas e apresentar sua constituição robótica original. Uma tecnologia diferente e bem mais avançada que a dos ¬ filmes anteriores.


"Destino Sombrio" é como uma volta às origens, com a luta entre velhos e novos inimigos, acertos do passado e avançados efeitos especiais para recontar uma história que muitos que assistiram ao primeiro filme já conhecem. Claro que, para retomar a saga era preciso que o primeiro vilão robótico fizesse parte. Como prometeu no passado - "I' ll be back" -, o Terminator Arnold Schwarzenegger voltou, para desespero de Sarah Connor e alegria dos fãs. Mais humano e charmoso de barba branca, o T-800 aposentou seu lado máquina, mas não esqueceu o quanto ainda pode ser letal. Assim como sua inimiga, a quem terá de se unir contra um inimigo maior para salvar uma jovem que é a chave da nova trama.


Alguns furos no roteiro não tiram o mérito de O Exterminador do Futuro - Destino Sombrio. Esqueça os filmes 3, 4 e 5, eles são dispensáveis. A Skynet foi derrotada por Sarah Connor e o filho John e deixa de existir no futuro. Mas uma nova ameaça surge no lugar dela, a Legião, que envia Rev-9 para matar Dani. Como a Skynet fez no primeiro filme, enviando o T-800 para acabar com Sarah. Se ainda não viu o primeiro e o segundo longas, assista antes para entender esta luta entre passado e futuro.

Mas uma coisa é fato: faltou uma boa trilha sonora, vigorosa como nas duas primeiras produções. Não tem o rock do Guns N’ Roses e nem a possante e estilosa Harley-Davidson guiada por T-800. Mas tem muitas cenas de ação, bem no estilo "Missão Impossível".


Ficha técnica:
Direção: Tim Miller
Produção: Skydance Productions / Paramount Pictures
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Ficção
Nacionalidade: EUA
Classificação:  14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #OExterminadorDoFuturoDestinoSombrio,  #exterminadordofuturo #JamesCameron, #ArnoldSchwarzenegger, #LindaHamilton, #ParamountPictures, #FoxFilmDoBrasil, #20thCenturyFox, #Skydance , #Productions, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

14 novembro 2019

"As Panteras" mostram as garras e a força da mulher na versão 2019

Kristen Stewart, Ella Balinska e Naomi Scott, sob o comando de Elizabeth Banks, entregam uma homenagem à série original (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma versão mais engajada na luta pela valorização da mulher, unindo força, inteligência e beleza. Assim é o terceiro filme de "As Panteras", dirigido, roteirizado, produzido e estrelado por Elizabeth Banks (de "Brightburn: Filho das Trevas" - 2019). Com boas cenas de lutas e de perseguições, a produção que entra em cartaz nesta quinta-feira nos cinemas é uma homenagem à série original de TV, trazendo boas lembranças e surpresas, mas abandonando o lado machista das Charlie's Angels.


A produção tem humor, muita ação, bons efeitos especiais e interpretações que não chegam a ser marcantes, mas surpreendem em alguns casos. Kristen Stewart está muito no papel da pantera Sabina Wilson, uma agente forte, decidida e segura. Ela também é ela a responsável pelos diálogos e situações cômicas. A estrela da franquia "Crepúsculo" perdeu a carinha da inocente Bela e vem se impondo a cada filme que protagoniza. Até os vilões de "As Panteras" reconhecem que ela é uma mulher independente e resolvida.


O mesmo acontece com Jane Kano, personagem da estreante Ella Balinska, parceira de Sabina como uma das agentes do misterioso Charlie. Com pose e estatura de modelo, a jovem se sai muito bem no papel, esbanjando sedução quando dança e mostrando ser a mais experiente agente, tanto como atiradora quanto em lutas. Melhor que muito homem. A mais fraquinha e sem sal do trio é Naomi Scott (a Jasmine, de "Aladdin" - 2018 e também intérprete de Kimberly, a ranger rosa de "Power Rangers" - 2017). No filme ela é Elena Houghlin, uma cientista especializada em tecnologia que precisa ser protegida pelas Panteras, integrantes da Agência Townsend de espionagem.


Da história nascida para a TV - três Panteras, o chefe Bosley e o chefão Charlie (daí o nome "Charlie's Angels") - sobraram a ideia original e, especialmente, a inesquecível e marcante música tema orquestrada. Dezesseis anos depois de "As Panteras Detonando" (2003), a agência cresceu, agora tem atuação internacional e reúne as mais bem treinadas agentes do mundo, que atuam onde são mandadas. Não existe mais um só Bosley, mas várias partes do planeta cada um com sua equipe.


Elizabeth Banks, que tem boa atuação como uma Bosley (ou Boz, numa associação a boss) não perde a cara de vilã e passa sempre a impressão de que vai puxar o tapete de alguém. Como diretora fez um bom trabalho, reforçando do início ao fim a importância das mulheres na trama e na vida real. O roteiro, também dela, tem alguns furos, mas parece ter sido feito por uma fã da antiga série, que resolveu recontar a história das "Anjos de Charlie" numa versão atualizada e "femininamente" correta.

A trilha sonora é um dos destaques do filme. Puxada pela música tema orquestrada - "Charlie's Angel" -, criada para a série de TV, ela marcou a geração entre os anos de 1976 e 1981. Para o filme atual foi chamado um trio da pesada para interpretar a canção "Don't Call Me Angel", - Ariana Grande, Miley Cyrus e Lana Del Rey


Os personagens masculinos são colocados em segundo plano, alguns em papéis dispensáveis e outros fragilizados (como Alexander Brok, papel de Sam Claflin) ou apenas para compor cenário, como o cientista Lasgston (papel de Noah Centineo). Djimon Hounsou ("Capitã Marvel" - 2019) tem participação rápida, mas importante na trama como um dos chefes da agência. Já Patrick Stewart, o Bosley principal, não perdeu o jeito de Professor Charles Xavier, da franquia "X-Men", só que sem a cadeira de rodas.

À esquerda, elenco da série de TV; à direita,as atrizes dos primeiros filmes para o cinema (Foto/Montagem)
Três gerações de Panteras

Para quem está conhecendo agora as poderosas espiãs, vale um pouco de recordação. As primeiras panteras, da clássica série de TV, foram as atrizes Jaclyn Smith, Kate Jackson e a inesquecível loura Farrat Fawcett-Majors. Ao longo das temporadas da série, elas foram sendo substituídas por Cheryl Ladd, Shelley Hack e Tanya Roberts, mas sem o mesmo carisma e glamour das primeiras..


No ano de 2000 o trio de espiãs ganhou a versão cinematográfica com um elenco atraente e de peso - Cameron Diaz, Drew Barrymore (uma das produtoras) e Lucy Liu, na divertida e explosiva produção "As Panteras". Já o segundo filme com elas e Demi Moore -  "As Panteras Detonando" (2003) - foi bem fraquinho. No reboot deste ano, a proposta é uma volta ao passado, com um trio que não é tão carismático como os anteriores, mas dá conta do recado. O blog @cinemanoescurinho recomenda para os saudosistas e quem gosta de um filme de ação com pitadas cômicas.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Elizabeth Banks
Produção: Brownstone Productions / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Ação / Comédia /Espionagem
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #CharliesAngels, #DontCallMeAngel, #ElizabethBanks, #Kristen Stewart, #NaomiScott,  @SonyPicturesBR, #ação, #comédia, espionagem, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho, @espacozmkt, @cineart_cinemas

12 novembro 2019

"A Odisseia dos Tontos": para rir, se emocionar, torcer, mas, principalmente, para ir à forra e lavar a alma

Um grupo de moradores argentinos começa a se organizar para criar uma cooperativa e sair do atoleiro (Foto: Alfa Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


É quase que imediata a identificação do público com os personagens de "A Odisseia dos Tontos", filme argentino em cartaz em Belo Horizonte e representante dos hermanos no Oscar de 2020. Algum traço dessa comédia dramática, dessa aventura maluca, faz com que, rapidinho, o espectador brasileiro se identifique e se coloque entre aqueles tontos, aquele bando de trabalhadores cumpridores dos seus deveres e pagadores de impostos, cuja honestidade e esforços nem sempre são reconhecidos pelos engravatados donos do poder.

A história se passa em 2001, numa pequena vila da Província de Buenos Aires. O momento é de crise econômica, mas um verdadeiro tonto sempre acredita que tudo pode melhorar. Capitaneados pelo casal Fermín Perlassi e Lídia Perlassi (Ricardo Darín e Veronica Llinás), um grupo de moradores começa a se organizar para criar uma cooperativa e sair do atoleiro. A ideia é reformar os velhos silos abandonados e, a partir daí, processar e armazenar grãos. De porta em porta, Fermin e Lídia vão angariando apoios e alguns trocados para dar vida ao sonho de melhorar a vida do lugar. Mais conhecido por ter sido um jogador de futebol com alguma importância, Fermin vai à frente, tornando-se uma espécie de líder.


Aos poucos, juntam-se a eles, sempre depois de muitas perguntas e explicações, outros tontos tão desiludidos e sem rumo como o casal: o velho Antonio Fontana (numa brilhante atuação de Luis Brandoni), Belaúnde (Daniel Aráoz), Rodrigo Perlassi (Chino Darín, filho de Ricardo Darín), e a empresária Carmem Largio (Rita Cortese) entre outros. Em comum, a esperança de dias melhores. Um parêntese para destacar a interpretação de Brandoni, que já havia mostrado seu talento como o artista plástico Renzo Nervi no excelente "Minha Obra-prima", de 2018, também argentino.


Fica claro, assim que o grupo consegue, a duras penas, reunir pouco mais de 150 mil dólares, que trata-sede gente, em sua maioria, com pouca ou nenhuma instrução. E é essa espécie de singeleza, de ingenuidade, que cativa o público que começa a torcer veementemente para os tontos assim que o dinheiro deles, depositado num banco, é roubado por Fortunato Manzi (Andrés Parra) um advogado inescrupuloso que agiu em parceria com o gerente da instituição. Lá, como cá, as tais informações privilegiadas funcionaram e enriqueceram pessoas próximas do poder. No Brasil, durante o confisco do governo Collor, no início de 1990. Na Argentina, no chamado "Corralito", em 2001.


Embora pareça comédia, embora pareça aventura, "A Odisseia dos Tontos" prende e emociona. Por mérito do diretor Sebastián Borensztein há um suspense de tirar o fôlego nas cenas de organização e execução do plano que pretende recuperar o dinheiro roubado do grupo. Há momentos também de muito riso e trapalhadas, claro, já que aqueles homens e mulheres não são exatamente especialistas nem experientes em nada. Por outro lado, Fortunato Manzi, o advogado vilão, carrega as tintas na caricatura e ajuda a aumentar as risadas.


Nesses tempos de vacas magras, crise, corrupção e injustiças, tanto no Brasil quanto na Argentina, não é difícil entender o sucesso do filme. Lá, ele já é o longa mais visto do ano. De certa forma, "A Odisseia dos Tontos" vai à revanche por todos os injustiçados e desprotegidos. Vinga. Lava a nossa alma. 

Confira também a crítica para o blog @cinemanoescurinho da nossa colaboradora Carol Cassese - "A Odisseia dos Tontos" - A 'tolice' como forma de resistênciaA produção pode e vale ser conferida nas salas 1 do Belas, sessões às 14 e 19 horas; 2 do Diamond, às 13 horas, e 2 do Net Cineart Ponteio, às 16h15 e 21 horas.
Duração: 1h56
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Classificação: 10 anos


Tags: #AOdisseiaDosTontos, #RicardoDarín, #Argentina, #Oscar2020, #SebastiánBorensztein, #AlfaPictures, #WarnerBrosPictures, #comedia, #drama, #aventura, @cinemanoescurinho, @cinemanoescurinho

08 novembro 2019

"Cadê Você, Bernadette?" expõe o incrível prazer de ligar o foda-se

Cate Blanchett interpreta a personagem principal, uma arquiteta que abandonou a profissão para se dedicar totalmente á família (Fotos: Universum Film /Divulgação)

Carol Cassese


Na Antártida, sozinha em um caiaque, em meio a blocos de gelos imponentes e à paisagem desértica, Bernadette Fox se depara com uma moça em outra embarcação individual, que lhe pergunta: "Ei, quem é você?". Ao que Bernardette responde algo do tipo: "É o que estava me perguntando... Quem sou eu". A questão em foco é, no fundo, a que muitos de nós, um dia, já nos colocamos - ou deveríamos nos colocar.  E é sobre ela que orbita "Cadê Você, Bernadette?" ("Where'd You Go, Bernadette?"), novo filme de Richard Linklater ("Boyhood") em cartaz nos cinemas. 

Na superfície, Bernadette, vivida por uma Cate Blanchett no auge de sua beleza, aos 50 anos, é uma arquiteta que abandonou oficialmente a profissão após um evento traumático, indo acompanhar o marido, que trabalha na Microsoft, em Seattle. Mas quem é ela de fato?



A parte em que aparece no continente gelado, na verdade, está na segunda hora do filme, já que a trama é contada de forma linear, tendo alguns recuos temporais. Eles são necessários à explicação de como Bernadette chegou a um nível tal de intolerância ao ser humano, ao convívio social, feitos por meio de um encontro com outro arquiteto, seu antigo colega (Laurence Fishburne, uma presença sempre marcante), que visita Seattle. E também de um documentário disponível no Youtube, cuja existência, na verdade, só é revelada à personagem central por obra do acaso, Uma jovem fã, para seu desgosto, aborda a personagem no único lugar em que ela se sente bem em Seattle fora de sua casa, um centro cultural. 


É por meio desse artifício que o espectador fica sabendo que, em Los Angeles, onde a família vivia antes, o nome de Bernadette estava numa espécie de tredding topics dos novos talentos da arquitetura, ofício no qual nunca se furtou a encarar desafios. Casada com Elgie (Billy Crudup), um homem pra lá de compreensivo e apaixonado, e mãe de Bee (Emma Nelson), ela, tal qual uma leoa, trata de defender sua cria, comportamento que também é explicado no curso da história.


Quando é acuada pelo marido, passa a se indagar quem é de fato aquela mulher que ele um dia pensou conhecer, e que, para sua surpresa, está sendo manipulada até pela máfia russa. Bernadette foge até de quem mais ama para, enfim, tentar se reencontrar, sem o suporte de medicamentos tarja preta ou uma assistente virtual, Manjula. A mulher notável e mãe excepcional, que deixou de lado seu trabalho como arquiteta para se dedicar à vida em família, decide que é hora de sair de sua zona de conforto e desaparece misteriosamente de uma hora para outra, para desespero da filha.


Baseado no premiado best-seller de Maria Semple, "Cadê Você, Bernadette?" é um filme que exige atuações na justa medida, um feito que o elenco talentoso consegue cumprir. Se Cate Blanchett encontrou o tom apropriado, há que não se deixar de lado a boa performance do carismático Crudup e o talento da estreante Emma Nelson, uma garota de extraordinária presença. 

Com "Time After Time", o hit de Cindy Lauper, pontuando a trilha de maneira marcante, o filme também vale a ida ao cinema pela oportunidade que dá ao espectador de conferir, na tela grande, as paisagens absurdamente arrebatadoras do continente Antártico, bem como sua particular fauna, que, num écran menor, certamente perderiam o impacto.


Ficha técnica:
Direção: Richard Linklater
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h51
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos

Tags: #CadeVoceBernadette, #CateBlanchett,  #LaurenceFishburne, @imagemfilmes, #Cinemark, @Cinemarkoficial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

07 novembro 2019

"Doutor Sono" é uma boa sequência de "O Iluminado", mas sem o mesmo impacto

Ewan McGregor interpreta Danny Torrance adulto, que vai fazer um ajuste de contas com seu passado. (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Um resgate do passado, sem medo de abusar das lembranças. Esta talvez seja a principal qualidade de "Doutor Sono", do diretor Mike Flanagan, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. A continuação de "O Iluminado" (1980) é também baseada na obra mestre do terror e suspense Stephen King, agrada ao relembrar cenários, como o Hotel Overlook, e situações semelhantes as do primeiro filme, dirigido por Stanley Kubrick. Mas fica difícil não comparar, especialmente porque a sequência não tem um Jack Nicholson para fazer as honras da casa.


O filme tem algumas cenas iniciais que insinuam algo mais tenebroso, mas só engrena mesmo após os primeiros 40 minutos. O diretor conduz a trama com uma preocupação bem didática, como se estivesse explicando para quem chegou agora, 39 anos depois, o que deu origem a toda essa loucura. Demora, mas funciona bem. Outro ponto favorável é a trilha sonora, com o tema original causando o impacto desejado e as locações, especialmente na região montanhosa coberta de neve. Sem falar nos efeitos visuais, que ajudam a dar mais vida à "Doutor Sono".


Ewan McGregor entrega uma boa interpretação de Danny Torrance, filho de Jack, papel de Nicholson, um adulto atormentado por visões, alcoólatra e sem perspectiva de vida Tinha tudo para seguir os passos do pai, seu maior tormento, e surtar. Ele vai bem a maior parte do filme, mas perde espaço para as interpretações da jovem atriz Kyliegh Curran (no papel de Abra Stone) e Rebecca Ferguson, que vive Rosie, a mágica má do chapéu.


É na dupla feminina que está a maior aposta, mas o roteiro não favoreceu o talento da bela Ferguson. Sua vilã é linda e sedutora, mas não convence não mete medo nem provoca o tradicional incômodo na cadeira no espectador que aguarda uma cena chocante. Os diálogos ficaram a desejar e enfraqueceram, em vários momentos, o roteiro e as atuações. 

Já Kyliegh Curran está ótima do início ao fim, convence e até faz a gente torcer por ela, especialmente quando começa a ter visões. É Abra Stone quem vai fazer tudo acontecer, juntamente com Danny. Ela passa uma imagem de poderosa, que consegue vencer seus piores inimigos, mas que ao mesmo tempo precisa de um amigo para dividir seu segredo.


Na história, Danny Torrance conseguiu sobreviver  ainda na infância a uma tentativa de homicídio por parte do pai, um escritor perturbado por espíritos malignos do Hotel Overlook. Danny cresceu e agora é um adulto traumatizado e alcoólatra. Sem residência fixa, ele se estabelece em uma pequena cidade, onde consegue um emprego no hospital local. Mas a paz de Danny está com os dias contados a partir do momento que cria um vínculo telepático com Abra Stone. A jovem tem poderes tão fortes ou mais  que aqueles que carrega.



O elenco conta ainda com alguns nomes conhecidos como Jacob Tremblay ("Extraordinário" - 2017); Henry Thomas (o inesquecível Elliot, de "ET - O Extraterrestre"), o substituto mais barato de Jack Nicholson; Cliff Curtis, Carl Lumbly e outros.

Para o escritor Stephen King, autor das duas obras de suspense homônimas, "Doutor Sono" agradou mais que o primeiro e foi considerado por ele, em recente entrevista para a Entertainment Weekly como uma redenção do que considerou ruim na versão cinematográfica de "O Iluminado" (1980). Resta agora ao nosso leitor conferir "Doutor Sono" nos cinemas e deixar seu comentário abaixo.


Ficha técnica:
Direção: Mike Flanagan
Produção: Warner Bros. Pictures / Vertigo Entertainment / Intrepid Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h32
Gêneros: Suspense / Fantasia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5  (0 a 5)

Tags: #DoutorSono, #StephenKing, #RebeccaFerguson, #MikeFlanagan, #suspense, #WarnerBrosPictures,  @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

06 novembro 2019

Programa Todas as Letras lança filme feito com crianças de Congonhas e Ouro Preto

Documentário, desenvolvido pelo Museu de Congonhas, tem direção de Papoula Bicalho (Fotos: Eliane Gouveia/Divulgação)

Da Redação


O projeto Museu de Congonhas - Programa Educativo Todas as Letras, finaliza as atividades de 2019 com o lançamento do filme “Difícil é não brincar” com direção de Papoula Bicalho. O documentário, produzido entre março e outubro deste ano, traz em 34 minutos, a alegria, os sonhos e as reflexões dos alunos das escolas municipais de Ouro Preto, Celina Cruz e Monsenhor Rafael, e da Escola Municipal Amynthas Jacques de Moraes, que fica no distrito de Lobo Leite, em Congonhas. 


As primeiras exibições serão nas instituições de ensino hoje, às 19 horas, no distrito de Lobo Leite, e  amanhã, às 10 e às 19 horas, nos distritos de Miguel Burnier e Mota, respectivamente. Os protagonistas, familiares, educadores e a comunidade local serão os primeiros a prestigiar o filme que também será exibido no Museu de Congonhas, dia 14 de novembro, (quinta-feira), às 9 horas, com entrada gratuita. O projeto tem o patrocínio da Gerdau e apoio Cultural do Museu de Congonhas, das secretarias de Educação de Congonhas e de Ouro Preto e realização da Luz Comunicação. .

"Difícil é não brincar" é uma viagem pelo universo das crianças por meio das brincadeiras que inventam, mostrando que é brincando que elas liberam seu imaginário e se reinventam continuamente. Então, conhecer essas crianças é também levantar a questão: por que o adulto para de brincar, se é tão mais difícil não brincar?", revela Papoula Bicalho. 



Tags: #DifícilÉNãoBrincar, #ProgramaEducativoTodasAsLetras, #MuseuDeCongonhas, #PapoulaBicalho, #LuzComunicacao, #Gerdau, #OuroPreto, @cinemaescurinho, @cinemanescurinho

03 novembro 2019

Sem versão legendada em cinemas de BH, "A Família Addams" vale pela música-tema

Gomez, Mortícia, Wandinha, Feioso, Mãozinha, Tropeço, tio Chico e Vovó Addams estão de volta, agora em animação (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Não tem como não negar: o estalar de dedos da música tema é o principal atrativo da animação "A Família Addams" ("The Addams Family"), ao contrário de outras versões sobre a mais famosa e simpática família de monstros do cinema. Gomez, Mortícia, Wandinha, Feioso, Mãozinha, o mordomo Tropeço (que mais parece Frankenstein), tio Chico e Vovó Addams são inesquecíveis.


E para aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecer, estes estranhos vizinhos surgiram com força na série de TV exibida entre os anos de 1964 e 1966, baseada em personagens criados pelo cartunista americano Charles Addams na década de 1930 E foi composta para a série a famosa música-tema, com o estalar de dedos que dá o compasso.


Como não foi possível assistir a versão legendada da animação, uma vez que os cinemas de BH exibiram apenas a dublada, fica difícil dizer se as dublagens de atores famosos ficaram boas. Charlize Theron emprestou a voz para Mortícia, Oscar Isaac fez Gomez, Chloë Grace Moretz dublou Wandinha e Fin Wolfhard deu vida a feioso. 

Na versão em português, os dubladores entregaram um trabalho bom, dentro do texto que receberam, com diálogos pouco criativos e engraçados. Wandinha está mais para uma jovem vivendo a fase adolescente que uma figura sombria, ao contrário do personagem da série, e quer apenas conhecer e conviver com gente de sua idade, mesmo que sejam humanos normais.


Mortícia está uma mãe comum, sem nada de especial, exceto as roupas e o sarcasmo. Gomez mantém a graça e o ar bonachão, sempre de bem com a vida. Feioso dá o tom "explosivo" à família, enquanto Tio Chico, Mãozinha e Tropeço são os personagens mais divertidos da animação. Isso sem contar a menção a filmes de terror famosos, como "It - A Coisa". A vilã, se é que se pode chamar assim, é Margaux Needler e recebeu a voz da atriz Allisson Janney. Ele á uma "perua" de voz estridente que ninguém, não só os Addams, gostaria de ter como vizinha. Até Snoop Dogg e Bette Midler entraram no elenco de dubladores.


Na história, novamente a Família Addams enfrenta problemas com vizinhos que não aceitam morar ao lado e monstros estranhos e sombrios. A narrativa conta como surgiu a família de Gomez, a escolha da mansão assombrada, a vida pouco comum da família, que apesar de tudo tenta conviver bem com todos a sua volta. Uma grande festa reunindo todos os parentes vai colocar a vizinhança em pânico, com a possibilidade de chegada de mais monstros.


Muitas versões

Desde a série dos anos de 1960 foram muitas as versões para as telas de cinema e TV. Algumas contaram com a presença de atores famosos como a de 1991 com Anjelica Huston (Mortícia), Raúl Julia (Gomez), Christopher Lloyd (tio Chico) e Christina Ricci (Wandinha). A Família Addams fez tanto sucesso que ganhou também desenhos animados e videogames. Como diversão para todas as idades e para matar a saudade da música, vale a pena assistir a nova animação, que está em cartaz nos cinemas.


Ficha técnica:
Direção: Conrad Vernon e Greg Tiernan
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h27
Gêneros: Animação / Família
Nacionalidade: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #AFamíliaAddams, #animação, #família, #Mortícia, #mãozinha, @UniversalPictures, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

31 outubro 2019

"A Odisseia dos Tontos" - A 'tolice' como forma de resistência"


Pacatos moradores de uma cidade argentina se unem para recuperar o dinheiro roubado de suas contas (Fotos: Alfa Pictures/Divulgação)

Carol Cassese


Fãs do cinema que vai além do entretenimento só têm a agradecer à parceria firmada entre Ricardo Darín e Sebastián Borensztein. Dela já resultaram filmes memoráveis, como "Um Conto Chinês" (2011) e "Kóblic" (2016). Um terceiro título ao qual vale muito assistir entra em cartaz nesta quinta-feira (31), na cidade: trata-se de "A Odisseia dos Tontos" ("La Odisea de los Giles"), na qual o hoje rosto mais conhecido do cinema argentino contracena com seu filho, Chino Darín ("Uma Noite de 12 Anos") - e, sim, repetindo o laço familiar da vida real.

Como em "Kóblic", "A Odisseia dos Tontos" parte de um episódio real e traumático da história argentina para, na sequência, alçar voo rumo a outras direções - ainda que essas não se descolem totalmente do substrato original. Se na produção de 2016 o ponto de partida eram os chamados "voos da morte", prática inominável registrada durante o regime militar naquele país, aqui, o start é dado por um evento menos. Digamos horrorizante, mas igualmente avassalador: o "corralito", ou o confisco da poupança ocorrido no dia 3 de dezembro de 2001, quando quase US$ 70 bilhões em depósitos de poupadores foram congelados nos bancos. Os brasileiros já tinham vivido pesadelo similar em 1990, quando o governo do então presidente Fernando Collor de Melo confiscou a poupança de milhões de pessoas. 


No caso, Darín é Fermín Perlassi, um ex-jogador e hoje pacato cidadão que resolve formar uma cooperativa de grãos em um lugar abandonado. Os moradores da região são tipos modestos, de poucos recursos, de modo que o arrecadado nem de longe chega ao valor pedido pelo proprietário - mesmo com o desconto que esse resolve dar diante do entusiasmo de estar negociando com um ex-jogador regional de relativo êxito. A eles, soma-se uma senhora de relativas posses, sempre em conflito com o filho. 

Com a evidência de que terão de pedir um empréstimo para chegar ao total, Fermín deposita o que arrebanhou no cofre de uma instituição. Certo dia, o gerente o aconselha a passar esse dinheiro para pesos e depositá-lo na conta particular de Fermín, para que, ao ter o pedido de empréstimo analisado, a central enxergue ali, no saldo do solicitante, uma espécie de lastro para a concessão. 


O ex-jogador titubeia, pois, dentro do espectro do homem de bem, de um ser honesto - o tolo do título -, o certo seria, claro, consultar previamente os outros. Mediante a pressão do gerente, porém, ele acaba cedendo e transfere a "plata" para a sua conta - afinal, ok, seria uma estratégia para o bem comum... Bem, no outro dia, a Argentina amanhece sob o impacto do corralito. O dinheiro do grupo foi confiscado, e não há maneira mais traumática de os demais cooperados saberem da decisão que Fermín havia tomado horas antes.

A coisa não termina aqui. O caixa do banco que acompanhou a operação de transferência do dinheiro dos cooperados para a conta corrente de Fermín acaba confessando que o gerente sabia de antemão do iminente confisco, e teria propositadamente saqueado o dinheiro dos poupadores antes do anúncio oficial do governo, investindo-o em dólares. 


E como tragédia pouca é bobagem, um acidente de carro aniquila ainda mais o personagem, que passa a viver recluso em casa, a qual agora abriga também o filho - esse, diante da crise econômica, abandona os estudos para ficar atuando nos sinais de trânsito, tentando angariar alguns pesos limpando para-brisas. Um belo dia, o grupo recebe uma informação preciosa. Um dos envolvidos no golpe contratou um morador local para abrir um grande buraco numa zona erma vizinha, escondida por árvores, e em meio a uma pastagem. 

Sabiamente, acabam deduzindo que ele, na verdade, escondeu, ali, um cofre, onde estaria a fortuna desonestamente amealhada. A explicação é por demais óbvia: deixar o dinheiro longe do alcance das autoridades. Para proteger o local de visitantes indesejados, o golpista arma-se de um quase intransponível esquema de alarmes. Bem, dissemos quase. 

Munidos de muita sagacidade, o grupo entra em campo na tal odisseia (mais uma vez, do título) que tenta provar que a união faz toda a diferença... Até entre os considerados tolos pela sociedade capitalista selvagem que só visa o lucro, obtido a qualquer preço. E aí, o filme deixa o viés político principal para incorrer no território do suspense e da aventura. Com boas pitadas de comédia. Conseguirão os componentes do grupo burlar todo o engenhoso esquema e recuperar o dinheiro? 

Mas, que fique claro, se o fato "corralito" deixa de ser o mote principal, o viés social (que, claro, nunca deixa de estar atrelado ao político) segue ali, onipresente. E acrescido de outras abordagens interessantes, como a da relação mãe e filho focada. Para dar ritmo à ação, o filme perpassa vários gêneros musicais - da ópera da cena de início ao rock, passando pela valsa, numa trilha interessantíssima e marcante. A câmera também se mostra ágil e com excelentes sacadas de efeitos e edição... Combinando tudo isso a boas atuações e diálogos inteligentes, o resultado não poderia ser outro senão um filme para enternecer, torcer, vibrar, remexer na cadeira. Um filme para todos os tolos (no excelente sentido) do mundo.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Sebastián Borensztein
Produção: Alfa Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Drama / Comédia / Aventura
Países: Argentina / Espanha
Classificação: 10 anos

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30 outubro 2019

"Re-costuras e Afetos" mostra a força do Cinema Negro no Galpão Cine Horto

Cena do filme “Pitanga”, de Camila Pitanga e Beto Brant (Fotos Divulgação)


Da Redação


De 4 a 25 de novembro, sempre às 19 horas, o Galpão Cine Horto irá homenagear o mês da Consciência Negra recebendo a Mostra de Cinema Negro: "Re-costuras e Afetos", organizada pelo Projeto Enquadro. Serão quatro sessões, duas com a exibição de longas e duas com curtas, totalizando dez filmes. A programação da mostra fará parte do Segunda tem Cinema, projeto do Cine Horto que oferece sessões gratuitas e comentadas por pesquisadores do cinema negro e por cineastas e atores dos próprios filmes em exibição. As exibições também entrarão como parte da edição de 2019 do Festival de Arte Negra – FAN. 


Programação

Dia: 4/11 - Filme
"Pitanga" (2016), de Camila Pitanga e Beto Brant
Duração: 1h53
*Com comentários de Amanda Lira e Gabriel Araújo, jornalista e fundadores do projeto Enquadro

Cena do filme "Café com Canela", de Glenda Nicácio e Ary Rosa
11/11 - Curtas-metragens
"Travessia" (2017), de Safira Moreira – 5’
"Favela em Diáspora" (2018), de Gabriela Matos – 22’
"Noir Blue" (2017), de Ana Pi – 27’
"Negrum3" (2019), de Diego Paulino – 22’
*Com comentários de Tatiana Carvalho Costa, professora do curso de cinema e audiovisual da UNA e Gabriela Matos, cineasta. Mediação: Gabriel Araújo

18/11 - Filme
"Café com Canela" (2017), de Glenda Nicácio e Ary Rosa
Duração; 1h42
*Com comentários de Fábio Rodrigues Filho, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFMG. Mediação : Amanda Lira e Gabriel Araújo

Cena do filme “Sem Asas”, de Renata Martins
25/11 - Curtas-metragens
"Sem asas" (2019), de Renata Martins – 19’
"Sophia" (2013), de Kennel Rógis – 14’
"Looping" (2019), de Maick Hannder – 11’
"Quintal" (2015), de André Novais Oliveira – 20’
*Com comentários de Norberto Novais Oliveira, ator, e Arthur Arantes, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFMG. Mediação : Amanda Lira

Serviço:
Mostra de Cinema Negro: "Re-costuras e Afetos"
Data: Todas as segundas-feiras, de 4 a 25 de novembro
Horário: 19 horas
Local: Galpão Cine Horto - Rua Pitangui, 3613 - Horto
Entrada: Gratuita
Mais informações: http://bit.ly/recosturaseafetos

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