11 outubro 2020

"Bacurau" confirma favoritismo e conquista Melhor Longa de Ficção do GP do Cinema Brasileiro 2020

Montagem sobre fotos de divulgação


Maristela Bretas



"Bacurau", dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, foi o grande vencedor do 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020, conquistando os troféus Grande Otelo de Melhor Longa-Metragem de Ficção e outros cinco premiações. A produção estava com 15 indicações, o maior número da premiação. 

O segundo lugar foi para "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz, com cinco estatuetas, seguido por "Simonal", de Leonardo Domingues, em terceiro, que levou quatro. "Hebe - A Estrela do Brasil" e "Cine Holliúdy - A Chibata Sideral", conquistaram dois prêmios.

O anúncio dos vencedores foi feito pela Academia Brasileira de Cinema na noite desse domingo. Por questões de segurança devido à pandemia de covid-19, a transmissão foi online, feita pela primeira vez pela TV Cultura. 

O troféu de Melhor Filme Brasileiro escolhido por Voto Popular foi entregue a "Eu Sou Mais Eu", de Pedro Amorim. O sul-coreano "Parasita", dirigido por Bong-Joon-ho, juntou à sua coleção de prêmios (entre eles o Oscar de 2020), a estatueta de Melhor Longa Metragem Internacional.

"Eu Sou Mais Eu" (Foto Catarina Souza)

A jornalista Adriana Couto, apresentadora do programa Metrópolis da TV Cultura, e a diretora, atriz e apresentadora Marina Person, anunciaram os vencedores e homenageados da noite. Elas lembraram as perdas deste ano na Cultura brasileira, entre eles, os compositores Aldir Blanc e Moraes Moreira, a roteirista Fernanda Young, os atores e atrizes Flávio Migliaccio, Cecil Thiré e Hilda Rabelo, o cineasta José Mojica Marins (o Zé do Caixão), os diretores Jorge Fernando e Maurício Sherman, o escritor Rubem Fonseca e muitos outros.


Quinze longas brasileiros foram indicados a finalistas de ficção (drama e comédia) e documentário. Longas e curtas metragens, além de produções internacionais premiadas em 2019 participaram da disputa em 32 categorias, com um grande destaque: a de Melhor Curta-Metragem Ficção, que contou somente com a participação de mulheres diretoras.


Francis Hime e Joyce Moreno, também online, fizeram uma homenagem com a canção "Cinema Brasil", composta por Hime em 2007, que foi ilustrada com a exibição de grandes produções nacionais. O encerramento do GP do Cinema Brasileiro 2020 foi dos músicos Pedro Luís e Teresa Cristina, apresentando um medley das canções “Quando o Carnaval Chegar”, “Vai Trabalhar, Vagabundo” e “Bye Bye Brasil”, todas de Chico Buarque.

 

Veja a lista dos vencedores:

 

Melhor Longa-Metragem Ficção: "Bacurau", de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Produção: Emilie Natacha Lesclaux por Cinemascópio Produções Cinematográficas e Artísticas. A produtora afirmou que ficou muito feliz com o trabalho e que o filme representa o Brasil na sua força e na sua diversidade.

"Bacurau" (Crédito: Vitrine Filmes)

Melhor Direção - Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por "Bacurau". Para o diretor Kleber Mendonça Filho trata-se de um filme sobre histórias, cultura e Brasil e que espera ver o cinema nacional sendo respeitado como cultura do país.


Melhor Ator: houve empate 

Silvero Pereira, como Lunga, por "Bacurau" - “Foi uma transformação gigantesca na minha vida como artista e pessoal. Tenho origem pobre estudei em escola pública e hoje vejo meu nome ao lado de artistas que admiro. Me sinto muito honrado de ser artista”.

Fabrício Boliveira, como Simonal, por "Simonal" -“Só tenho a agradecer pela aposta, de veteranos que estiveram de mãos dadas comigo”.

 
Silvero Pereira, em "Bacurau" (Vitrine Filmes)

Melhor Atriz: Andrea Beltrão como Hebe Camargo, por "Hebe – A Estrela doBrasil". Andrea Beltrão - "Nós estamos aqui falando da nossa cultura, da nossa alma, com a nossa língua. Agradeço a todas as indicações que Hebe recebeu".


Melhor Longa-Metragem Comédia: "Cine Holliúdy – A Chibata Sideral", de Halder Gomes. Produção: Mayra Lucas por Glaz Entretenimento e Halder Gomes ATC Entretenimento

Melhor atriz Coadjuvante: Fernanda Montenegro, como Eurídice, por "A Vida Invisível"

Melhor Ator Coadjuvante: Chico Diaz, como Véi Gois, por "Cine Holliúdy – AChibata Sideral"


Chico Diaz, em "Cine Holliúdy - A Chibata Sideral" (Divulgação)

Melhor Série Ficção TV Paga/ OTT: "Sintonia "– 1ª Temporada (Netflix). Direção Geral: Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Diretores: Kondzilla e Johnny Araújo. Produtora Brasileira Independente: Los Bragas

Melhor Série de TV Aberta: "Cine Holliúdy" – 1ª Temporada (Globo). Direção Geral: Patrícia Pedrosa. Diretores: Halder Gomes e Renata Porto D’ave. Produtora Brasileira Independente: Glaz Entretenimento. Patrícia Pedrosa contou que foi muito importante falar sobre as raízes, a cultura e o povo de forma tão divertida.

Melhor Série Animação TV Paga/ OTT: "Turma Da Mônica Jovem" – 1ª Temporada (Cartoon Network). Direção Geral: Mauricio de Sousa e Roger Keesse. Diretor: Marcelo de Moura. Produtora Brasileira Independente: Mauricio de Sousa Produções.

Melhor Longa-Metragem Infantil: "Turma Da Mônica – Laços", de Daniel Rezende. Produção: Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho por Biônica Filmes, Charles Miranda, Cassio Pardini por Quintal Digital, Cao Quintas por Latina Estudio, Marcio Fraccaroli por Paris Entretenimento e Daniel Rezende, que agradeceu, dizendo que viu crianças saindo felizes do cinema após verem uma grande produção nacional.


"Turma da Mônica - Laços" (Biônica Filmes)

Melhor Série Documentário Tv Paga/OTT: "Quebrando O Tabu" – 2ª Temporada (GNT). Direção Geral: Katia Lund e Guilherme Melles. Diretor: Pio Figueiroa. Produtora Brasileira Independente: Spray Filmes.


Melhor Direção de Arte: Rodrigo Martirena, por "A Vida Invisível

Melhor Efeito Visual: Mikaël Tanguy e Thierry Delobel, por "Bacurau"


Melhor Figurino: Marina Franco, por "A Vida Invisível". Para a figurinista, ter colaborado no filme foi um grande desafio e a realização de um sonho profissional.


"A Vida Invisível" (Crédito: Bruno Machado)

Melhor Direção de Fotografia: Hélène Louvart, por ''A Vida Invisível"


Melhor Curta-Metragem Animação: "Ressurreição", de Otto Guerra

Melhor Curta-Metragem Documentário: "Viva Alfredinho!", de Roberto Berliner


"Viva Alfredinho!" (Crédito: TV Zero)

Melhor Curta-Metragem Ficção: "Sem Asas", de Renata Martins


Melhor Roteiro Adaptado: Murilo Hauser, Karen Aïnouz e Inés Bortagaray – baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha – por "A Vida Invisível". Murilo Hauser: “Foi um processo incrível e uma honra fazer parte desta turma incrível que dedica a vida pela luta de nossa arte”.

Melhor Roteiro Original: Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por "Bacurau". O corroteirista Juliano Dornelles afirmou que "o cinema brasileiro está num momento incrível, porque está sendo feito cada vez melhor".


Melhor Maquiagem: Simone Batata, por "Hebe – A Estrela do Brasil"

"Hebe - A Estrela do Brasil" (Divulgação)

Melhor Montagem Documentário: Karen Harley, por "Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar"

Melhor Montagem Ficção: Eduardo Serrano, por "Bacurau"

Melhor Som: Marcel Costa, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond, Armando Torres Jr., Abc e Renan Deodato, por "Simonal". Para o técnico de som Marcel Costa foi um prazer fazer o som desta produção por ser um universo muito rico e também de grande responsabilidade para entregar um trabalho à altura de um nome como Wilson Simonal.


Melhor Trilha Sonora: Wilson Simoninha e Max De Castro, por "Simonal"

"Simonal" (Crédito: Globo Filmes)


Melhor Primeira Direção de Longa-Metragem: Leonardo Domingues, por "Simonal" - "Foi incrível contar a história de Wilson Simonal. Fazer filme com liberdade é poder contar histórias como esta. Viva o Cinema Brasileiro!"


Melhor Longa-Metragem Animação: "Tito E Os Pássaros", de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Produção: Gustavo Steinberg por Bits Filmes. Segundo ele, a animação já circulou por mais de 80 festivais, ganhou grandes prêmios e agora este é quase o fechamento de um ciclo.

Melhor Longa-Metragem Documentário: "Estou Me Guardando Para Quando O Carnaval Chegar", de Marcelo Gomes. Produção: João Vieira Jr. e Nara Aragão por Carnaval Filmes e Marcelo Gomes e Ernesto Soto por Misti Filmes. Marcelo Gomes: "Tivemos muitas alegrais e muitas tristezas. alegrias porque aprendemos muito com o poder de resistência dessas pessoas e tristeza com a política trabalhista do atual governo. A pergunta que fica é: trabalhamos para viver ou vivemos para trabalhar?”

Melhor Longa-Metragem Ibero-Americano: "A Odisseia dos Tontos" (La Odisea de lós Giles) - Argentina e Espanha) / Ficção / Direção: Sebastián Borensztein. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros. Pictures


"A Odisseia dos Tontos" (Crédito: Alfa Filmes)

Melhor Longa-Metragem Internacional: "Parasita" (Parasite) - Coreia do Sul / Ficção / Direção: Bong-Joon-ho. Distribuidor Brasileiro: Pandora Filmes


Melhor Filme Brasileiro escolhido por Voto Popular: "Eu Sou mais Eu", de Pedro Amorim. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini e Gustavo Munhoz por Damasco Filmes


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07 outubro 2020

"Enola Holmes" - um grande jogo de enigmas recheado de aventura e suspense policial

Millie Bobby Brown é a protagonista com sangue investigativo e capacidade de decifrar enigmas (Fotos: Alex Bailey / Legendary Pictures)


 Maristela Bretas

 

Poderia ser apenas um filme sobre a irmã caçula do mais famoso detetive britânico, mas "Enola Holmes", uma das estreias da Netflix, entrega uma aventura que prende do início ao fim. Graças, especialmente, à interpretação da talentosa Millie Bobby Brown como a protagonista capaz de driblar ate mesmo a astúcia de Sherlock.

 

Millie também é uma das produtoras do filme. Mas se tornou conhecida do público por seu papel como Eleven, a jovem misteriosa com poderes especiais da série de sucesso "Stranger Things" (2016 a 2019), da mesma plataforma de streaming. Ela mostra que foi amadurecendo a cada temporada da série até ganhar sua própria produção, fazendo inclusive a narração da trama. E se saiu muito bem.

 


O filme é baseado no livro "Enola Holmes: O caso do marquês desaparecido", o primeiro da coleção infantojuvenil de Nancy Springer. A autora escreveu mais cinco obras com histórias da jovem investigadora (de 2006 a 2010). E se depender do interesse do público, "Enola Holmes" pode também se transformar numa série.

 

Enola ("Alone" ao contrário) é uma jovem de 16 anos (na obra ela tem 14) educada sozinha pela mãe (vivida por Helena Bonham Carter), uma mulher libertária, culta, muito além de seu tempo, que ensina à filha artes, ciência, lutas, esportes e, especialmente, como decifrar enigmas. A história se passa na Inglaterra em pleno século XVIII, quando as mulheres queriam o direito de votar.



Sem explicações, a mãe desaparece e deixa Enola sob a responsabilidade dos irmãos mais velhos - Sherlock (papel do belo Superman, Henry Cavill) e Mycroft (interpretado por Sam Claflin, de "Como Eu Era Antes de Você" - 2016). Este último, nomeado tutor da jovem, não quer a responsabilidade e pretende colocá-la num internato para formação de moças da sociedade. Apesar de sua astúcia e experiência, Sherlock não consegue acompanhar o raciocínio e a destreza da irmã caçula para desvendar enigmas e se orgulha da inteligência dela.


Cavill, mais lindo do que nunca, entrega boa atuação como o famoso investigador e é o irmão compreensivo, mas distante. Seu personagem fica apagado perto do de Millie Bobby, que domina as cenas. Ele também está aquém do Sherlock vivido por Benedict Cumberbatch na série de TV (2010) e das versões para o cinema de Robert Downey Jr. (2009, 2011 e um terceiro filme previsto para o final de 2021). Ironicamente, os "Vingadores" venceram novamente a "Liga da Justiça".



É o sangue investigativo dos Holmes que vai fazer Enola buscar respostas para o sumiço da mãe e tentar encontrá-la. Pelo caminho, muitas aventuras e um adolescente que praticamente cai sobre ela - lorde Tewkesbury, marquês de Basilwether (papel de Louis Partridge). Ele está fugindo de sua família, mas passa a ser perseguido por um assassino. 

 

O casal que se forma é simpático, tem uma boa química e agrada ao público, mas é Millie quem comanda toda a ação e aventura ao tentar ajudar o novo amigo a se esconder. Este se torna o primeiro caso de investigação de Enola, que precisa descobrir por que estão tentando matá-lo. 

 

 

"Enola Holmes" oferece belas locações e figurinos fiéis à Inglaterra da era vitoriana, no Reino Unido. Para completar, uma ótima trilha sonora, sob a batuta de Daniel Pemberton. Entre os sucessos estão "Celebrity Skin", da banda Hole, formada somente por mulheres, que também foi tocada em "Capitã Marvel". E a música-tema "Enola Holmes (Wild Child)".

 

Nessas idas e vindas, muita aventura, romance no ar, charadas e jogo de palavras que definem toda a trama, bem no estilo de Sherlock Holmes. Só que agora, comandada por uma jovem muito astuta que pode ser uma concorrente à altura. Millie Bobby Brown é a grande estrela do filme, mostra poder, segurança e representa bem uma jovem mulher independente, que sabe o rumo que dará a sua vida. Vale muito a pena conferir seu novo sucesso.

 


Ficha técnica:
Direção:
Harry Bradbeer
Exibição: Netflix
Duração: 2h03
Produção: Legendary Pictures /`PCMA Productions
Classificação: 12 anos
País: EUA
Gêneros: Policial / Aventura/ Suspense

 

Tags: #EnolaHolmes, #MillieBobbyBrown, #HenryCavill, #SamClaflin, #HelenaBonhamCarter, #SherlockHolmes, #Netflix, #LegendaryPictures, #aventura, #investigação, #ação, #cinemanoescurinho

05 outubro 2020

Voto popular de Melhor Filme Nacional do GP do Cinema Brasileiro 2020 termina dia 9 de outubro


 

Da Redação

 

O público poderá escolher, até o dia 9 de outubro, por meio de voto popular, seu filme favorito entre os 15 longas brasileiros finalistas de ficção (drama e comédia) e documentário do 19º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020. O anúncio dos vencedores pela Academia Brasileira de Cinema será no próximo dia 11 de outubro (domingo), com transmissão a partir das 22h15, pela TV Cultura.

 

Longas e curtas metragens, além de produções internacionais premiadas em 2019 estarão na disputa em 32 categorias. O voto popular pode ser dado pelo site www.academiabrasileiradecinema.com.br. "Bacurau", dirigido por Kléber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é o longa com maior número de indicações (15 categorias), seguido por "A Vida Invisível", de Karim Aïnouz (14) e "Simonal", de Leonardo Domingues (10).

 

A lista de finalistas reúne mais de 200 profissionais indicados, 35 longas-metragens brasileiros e 10 estrangeiros (21 de ficção, oito documentários, três infantis, três de animação, cinco internacionais e cinco ibero-americanos). Ao todo, neste ano também estão na disputa 15 curtas brasileiros (cinco de ficção, cinco documentários e cinco de animação); e 20 séries (cinco de animação para TV paga/OTT, cinco documentários para TV paga/OTT, cinco ficção TV paga/OTT, cinco ficção TV aberta).

 

Confira os finalistas deste ano por categoria:

 

Bacurau (Cinemascópio Produções)

MELHOR LONGA-METRAGEM FICÇÃO

A Vida Invisível, de Karen Aïnouz. Produção: Rodrigo Teixeira por RT Features

Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles. Produção: Emilie Natacha Lesclaux por Cinemascópio Produções Cinematográficas e Artísticas

● Divino Amor, de Gabriel Mascaro. Produção: Rachel Ellis por Desvia, Sandino Saravia Vinay por Malbicho Cine, Katrin Pors por Snowglobe, Maria Ekerhovd por MerFilm

Hebe – A Estrela Do Brasil, de Maurício Farias. Produção: Carolina Kotscho, Clara Ramos, Fernando Nogueira, Heloisa Jinzenji e Renato Klarnet por Loma Filmes, Lucas Pacheco por Labrador Filmes e Claudio Pessutti por Hebe Forever.

Simonal, de Leonardo Domingues. Produção: Nathalie Felippe por Pontos de Fuga Produções Artísticas

 

MELHOR LONGA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

● Alma Imoral, de Silvio Tendler. Produção: Silvio Tendler e Ana Rosa Tendler por Caliban Produções Cinematográficas

● Amazônia Groove, de Bruno Murtinho. Produção: Leonardo Edde por Urca Filmes, Bruno Murtinho por Bambu Filmes, Marco André por Parioca Filmes, Fernando Segtowick e Thiago Pelaes por Marahu Filmes

● Bixa Travesty, de Claudia Priscilla e Kiko Goifman. Produção: Claudia Priscilla e Kiko Goifman por Válvula Produções

● Estou Me Guardando Para Quando O Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes. Produção: João Vieira Jr. e Nara Aragão por Carnaval Filmes e Marcelo Gomes e Ernesto Soto por Misti Filmes

● O Barato De Iacanga, de Thiago Mattar. Produção: Deborah Osborn, Felipe Briso e Gilberto Topczewski por bigBonsai


Minha Mãe é Uma Peça 3 (Migdal Filmes)

MELHOR LONGA-METRAGEM COMÉDIA

● Cine Holliúdy – A Chibata Sideral, de Halder Gomes. Produção: Mayra Lucas por Glaz Entretenimento e Halder Gomes ATC Entretenimento

De Pernas Pro Ar 3, de Julia Rezende. Produção: Mariza Leão por Morena Filmes

● Eu Sou Mais Eu, de Pedro Amorim. Produção: Lara Guaranys, Marcus Baldini e Gustavo Munhoz por Damasco Filmes

● Maria Do Caritó, de João Paulo Jabur. Produção: Elisa Tolomeli por E.H. Filmes

Minha Mãe É Uma Peça 3, de Susana Garcia. Produção: IafaBritz por Migdal Filmes

Socorro, Virei Uma Garota, de Leandro Neri. Produção: André Carreira por Camisa Listrada e Roberto Santucci por Panorama Filmes

 

MELHOR LONGA-METRAGEM ANIMAÇÃO

● A Cidade Dos Piratas, de Otto Guerra. Produção: Érica Maradona e Otto Guerra por Otto Desenhos Animados

● A Princesa De Elymia, de Silvio Toledo. Produção: Silvio Toledo por Stairs Filmes

● Tito E Os Pássaros, de Gustavo Steinberg, Gabriel Bitar e André Catoto. Produção: Gustavo Steinberg por Bits Filmes

 

MELHOR LONGA-METRAGEM INFANTIL

● Cinderela Pop, de Bruno Garotti. Produção: Rodrigo Montenegro, Mara Lobão e Rodrigo Guimarães por Panorâmica Filmes

● Sobre Rodas, de Mauro D’Addio. Produção: Beatriz Carvalho, Rafael Sampaio por Klaxon Cultura Audiovisual e Mauro D’Addio por Hora Mágica Filmes

Turma Da Mônica – Laços, de Daniel Rezende. Produção: Bianca Villar, Fernando Fraiha, Karen Castanho por Biônica Filmes, Charles Miranda, Cassio Pardini por Quintal Digital, Cao Quintas por Latina Estudio, Marcio Fraccaroli por Paris Entretenimento e Daniel Rezende


Turma da Mônica- Laços (Biônica Filmes)

MELHOR DIREÇÃO

● Daniel Rezende, por Turma da Mônica – Laços

● Flavia Castro, por Deslembro

● Gabriel Mascaro, por Divino Amor

● Karen Aïnouz, por A Vida Invisível

● Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por Bacurau

 

MELHOR PRIMEIRA DIREÇÃO DE LONGA-METRAGEM

● Alexandre Moratto, por Sócrates

● Armando Praça, por Greta

● Claudia Castro, por Ela Disse, Ele Disse

● Dennison Ramalho, por Morto Não Fala

● Leonardo Domingues, por Simonal

 

MELHOR ATRIZ

● Andrea Beltrão como Hebe Camargo, por Hebe – A Estrela do Brasil

● Bárbara Colen como Tereza, por Bacurau

● Carol Duarte como Eurídice, por A Vida Invisível

● Dira Paes como Joana, por Divino Amor

● Julia Stockler como Guida, por A Vida Invisível

 

MELHOR ATOR

● Daniel De Oliveira como Stênio, por Morto Não Fala

● Fabrício Boliveira como Simonal, por Simonal

● Gregório Duvivier como Antenor, por A Vida Invisível

● Marco Nanini como Pedro, por Greta

● Silvero Pereira como Lunga, por Bacurau

 

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

● Alli Willow como Kate, por Bacurau.

● Bárbara Santos como Filomena, por A Vida Invisível

● Fernanda Montenegro como Eurídice, por A Vida Invisível

● Karine Teles como Forasteira, por Bacurau

● Sônia Braga como Domingas, por Bacurau

 

MELHOR ATOR COADJUVANTE

● Antonio Saboia como Forasteiro, por Bacurau

● Caco Ciocler como Santana, por Simonal

● Chico Diaz como Véi Gois, por Cine Holliúdy – A Chibata Sideral

● Flávio Bauraqui como Detetive Macedo, por A Vida Invisível

● Júlio Machado como Danilo, por Divino Amor

 

Kardec (Daniel Behr/Conspiração Filmes)

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA

● Azul Serra, por A Turma da Mônica – Laços

● Bárbara Alvarez, por A Sombra do Pai

● Hélène Louvart, por A Vida Invisível

● Heloisa Passos, por Deslembro

● Nonato Estrela, por Kardec

● Pedro Sotero, por Bacurau

 

MELHOR ROTEIRO ORIGINAL

● Beatriz Seigner, por Los Silencios

● Carolina Kotscho, por Hebe – A Estrela do Brasil

● Flavia Castro, por Deslembro

● Gabriel Mascaro, Rachel Ellis, Esdras Bezerra E Lucas Paraizo, por Divino Amor

● Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, por Bacurau

 

Minha Fama de Mau (Downtonw Filmes)


MELHOR ROTEIRO ADAPTADO

● Armando Praça – adaptado da peça teatral “Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”, de Fernando Melo – por Greta

● L.G. Bayão, Lui Farias e Letícia Mey – adaptado da obra “Minha Fama de Mau”, de Erasmo Carlos – por Minha Fama de Mau

● Marçal Aquino, Fernando Bonassi, Dennison Ramalho e Marcelo Starobinas – adaptado do livro “Carcereiros”, de Drauzio Varella – por Carcereiros – O Filme

● Murilo Hauser, Karen Aïnouz e Inés Bortagaray – baseado no livro “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, de Martha Batalha – por A Vida Invisível

● Silvio Tendler e Nilton Bonder – adaptado da obra “A Alma Imoral”, de Nilton Bonder – por Alma Imoral

● Thiago Dottori – baseado na obra “A Turma da Mônica”, de Mauricio de Sousa e inspirado na graphic novel “Laços”, de Victor Cafaggi e Lu Cafaggi – por Turma da Mônica – Laços

 

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE

● Cassio Amarante e Mariana Falvo, por Turma da Mônica – Laços

● Claudio Amaral Peixoto e Helcio Pugliese, por Kardec

● Rodrigo Martirena, por A Vida Invisível

● Thales Junqueira, por Bacurau

● Yurika Yamazaki, por Simonal

 

MELHOR FIGURINO

● Antônio Medeiros, por Hebe – a Estrela do Brasil

● Kika Lopes e Rosangela Nascimento, por Kardec

● Kika Lopes, por Simonal

● Marina Franco, por A Vida Invisível

● Rita Azevedo, por Bacurau

 

MELHOR MAQUIAGEM  

● Anna Van Steen, por Kardec

● Britney Federline, por Morto Não Fala

● Rose Verçosa, por Simonal

● Rosemary Paiva, por A Vida Invisível

● Simone Batata, por Hebe – a Estrela do Brasil

● Tayce Vale, por Bacurau

 

MELHOR EFEITO VISUAL

● Claudio Peralta, por Kardec

● Hugo Gurgel, Guilherme Ramalho e Eduardo Schaal, por Morto Não Fala

● Hugo Gurgel, Guilherme Ramalho e Eduardo Schaal, por Carcereiros – O Filme

● Marco Prado, por Turma da Mônica – Laços

● Mikaël Tanguy e Thierry Delobel, por Bacurau

 

MELHOR MONTAGEM FICÇÃO

● Eduardo Serrano, por Bacurau

● Heike Parplies, por A Vida Invisível

● Karen Harley, por Greta

● Marcelo Junqueira, Amc e Sabrina Wilkins, Amc, por Turma da Mônica – Laços

● Pedro Bronz e Vicente Kubrusly, por Simonal

 

MELHOR MONTAGEM DOCUMENTÁRIO

● Bruno Murtinho, por Amazônia Groove

● Célia Freitas e Paulo Mainhard, por Torre das Donzelas

● Diana Vasconcellos, por Fevereiros

● Isabel Castro, por Meu Amigo Fela

● Karen Harley, por Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar

● Olivia Brenga, por BixaTravesty

 

MELHOR SOM

● Evandro Lima, Tomás Alem, Bernardo Uzeda, Rodrigo Noronha e Gustavo Loureiro, por Kardec

● Jorge Rezende, Miriam Biderman, Abc, Toco Cerqueira e Reilly Steele, por Turma da Mônica – Laços

● Laura Zimmerman, Waldir Xavier e Björn Wiese, por A Vida Invisível

● Marcel Costa, Alessandro Laroca, Eduardo Virmond, Armando Torres Jr., Abc e Renan Deodato, por Simonal

● Nicolas Hallet, Ricardo Cutz e Cyril Holtz, por Bacurau

 

MELHOR TRILHA SONORA

● Antonio Pinto, por O Juízo

● Benedikt Schiefer, Guilherme Garbato e Gustavo Garbato, por A Vida Invisível

● Linn Da Quebrada, por BixaTravesty

● Mateus Alves e Tomaz Alves, por Bacurau

● Wilson Simoninha e Max De Castro, por Simonal

 

Coringa (Warner Bros. Pictures)

MELHOR LONGA-METRAGEM INTERNACIONAL

● Cafarnaum (Capernaum) - Líbano / Ficção / Direção: Nadine Labaki. Distribuidor Brasileiro: Sony Pictures

Coringa (Joker) - EUA / Ficção / Direção: Todd Phillips. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros Pictures

Dor e Glória (Dolor Y Gloria) - Espanha / Ficção / Direção: Pedro Almodóvar. Distribuidor Brasileiro: Universal Pictures

Era Uma Vez Em Hollywood (Once Upon a Time in Hollywood) - EUA / Ficção / Direção: Quentin Tarantino. Distribuidor Brasileiro: Sony Pictures

Parasita (Parasite) - Coreia do Sul / Ficção / Direção: Bong-Joon-ho. Distribuidor Brasileiro: Pandora Filmes

 

MELHOR LONGA-METRAGEM IBERO-AMERICANO

A Odisseia Dos Tontos (La Odisea de lós Giles) - Argentina e Espanha) / Ficção / Direção: Sebastián Borensztein. Distribuidor Brasileiro: Warner Bros. Pictures

● As Filhas Do Fogo (Las Hijas Del Fuego) - Argentina / Ficção / Direção: Albertina Carri. Distribuidor Brasileiro: Vitrine Filmes

● Família Submersa (Familia Sumergida) - Argentina e Brasil /Ficção / Direção: Maria Alché – Coprodução Brasileira: Bubbles Project e TV Zero – Distribuidor Brasileiro: Esfera Filmes

O Tradutor (Um traductor) - Cuba e Canadá / Ficção /. Direção: Rodrigo Barriuso e Sebastián Barriuso. Distribuidor Brasileiro: Galeria Distribuidora

● Vermelho Sol (Rojo)  - Argentina e Brasil / Ficção / Direção: Benjamin Naishtat – Coprodução Brasileira: Desvia Produções – Distribuidor Brasileiro: Vitrine Filmes

 

A Odisseia dos Tontos (Alfa Pictures)


MELHOR CURTA-METRAGEM ANIMAÇÃO

● Apneia, de Carol Sakura e Walkir Fernandes

● Céu Da Boca, de Amanda Treze

● Poética De Barro, de Giuliana Danza

● Ressurreição, de Otto Guerra

● Só Sei Que Foi Assim, de Giovanna Muzel

 

MELHOR CURTA-METRAGEM DOCUMENTÁRIO

● Amnestia, de Susanna Lira

● Extratos, de Sinai Sganzerla

● Fartura, de Yasmin Thayná

● Olhos D’água (TuãIngugu), de Daniela Thomas

● Viva Alfredinho!, de Roberto Berliner

 

MELHOR CURTA-METRAGEM FICÇÃO

● Alfazema, de Sabrina Fidalgo

● Angela, de Marília Nogueira

● Baile, de Cíntia Domit Bittar

● Rã, de Ana Flavia Cavalcanti e Julia Zakia

● Sem Asas, de Renata Martins

 

MELHOR SÉRIE ANIMAÇÃO TV PAGA/ OTT

● Bobolândia Monstrolândia – 1ª TEMPORADA (Nickelodeon e TV Cultura). Direção Geral: Ale McHaddo. Diretora: Michelle Gabriel. Produtora Brasileira Independente: 44 Toons

● Charlie, O Entrevistador De Coisas – 1ª TEMPORADA (Discovery Kids). Direção Geral: Celia Catunda e Kiko Mistrorigo. Produtora Brasileira Independente: Pinguim Content

● Lupita No Planeta De Gente Grande – 1ª TEMPORADA (TV Brasil e TV Cultura). Direção Geral: Estêvão Queiroga. Diretores: Estêvão Queiroga, Glaubert Oliveira e Humberto Rodrigues. Produtora Brasileira Independente: Petit Fabrik e Druzina Content

● Turma Da Mônica Jovem – 1ª TEMPORADA (Cartoon Network). Direção Geral: Mauricio de Sousa e Roger Keesse. Diretor: Marcelo de Moura. Produtora Brasileira Independente: Mauricio de Sousa Produções.

● Zuzubalândia – 1ª TEMPORADA (Cartoon Network, Boomerang, Tooncast América Latina). Direção Geral: Mariana Caltabiano. Produtora Brasileira Independente: Mariana Caltabiano Criações

 

Hebe - A Estrela do Brasil (Warner Bros. Pictures)


MELHOR SÉRIE DOCUMENTÁRIO TV PAGA/OTT

● #Ofuturoéfeminino – 1ª TEMPORADA (GNT). Direção Geral: Luiza de Moraes. Produtora Brasileira Independente: Base 1 Filmes.

● 1968 – O Despertar – 1ª TEMPORADA (Canal Curta). Direção Geral: Don Kent. Produtora Brasileira Independente: Grifa Filmes.

● Bandidos Na Tv – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Alex Marengo. Diretores: Daniel Bogado e Suemay Oram. Produtora Brasileira Independente: Viva Filmes e Terra Vermelha.

● Diálogo Sobre O Cinema – 1ª TEMPORADA (Cine Brasil TV). Direção Geral: Carlos Gerbase. Produtora Brasileira Independente: Prana Filmes.

● Quebrando O Tabu – 2ª TEMPORADA (GNT). Direção Geral: Katia Lund e Guilherme Melles. Diretor: Pio Figueiroa. Produtora Brasileira Independente: Spray Filmes.

 

MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV PAGA/ OTT

● Aruanas – 1ª TEMPORADA (Globoplay). Direção Geral: Estela Renner. Diretores: Estela Renner, Carlos Manga Jr, Bruno Safadi e Lucio Tavares. Produtora Brasileira Independente: Maria Farinha Filmes.

● Coisa Mais Linda – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Caito Ortiz. Diretores: Caito Ortiz, Julia Rezende e Hugo Prata. Produtora Brasileira Independente: Prodigo Films.

● Detetives Do Prédio Azul (DPA) – 12ª TEMPORADA (Gloob). Direção Geral: Vivianne Jundi. Diretores: Michele Lavalle e Vinícius Reis. Produtora Brasileira Independente: Conspiração.

● Sessão De Terapia – 4ª TEMPORADA (Globoplay e GNT). Direção Geral: Selton Mello. Produtora Brasileira Independente: Moonshot Pictures.

● Sintonia – 1ª TEMPORADA (Netflix). Direção Geral: Kondzilla, Guilherme Quintella e Felipe Braga. Diretores: Kondzilla e Johnny Araújo. Produtora Brasileira Independente: Los Bragas.

 

Elis (Bravura Cinematográfica)


MELHOR SÉRIE FICÇÃO TV ABERTA

● Carcereiros – 2ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: José Eduardo Belmonte. Produtora Brasileira Independente: Gullane e Spray Filmes.

● Cine Holliúdy– 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Patricia Pedrosa. Diretores: Halder Gomes e Renata Porto D’ave. Produtora Brasileira Independente: Glaz Entretenimento.

Elis – Viver É Melhor Que Sonhar – 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Hugo Prata. Produtora Brasileira Independente: Bravura Cinematográfica.

● Segunda Chamada – 1ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Joana Jabace. Diretores: Joana Jabace, João Gomez, Ricardo Spencer e Breno Moreira. Produtora Brasileira Independente: O2 Filmes.

Sob Pressão – 3ª TEMPORADA (Globo). Direção Geral: Andrucha Waddington. Diretora: Mini Kerti. Produtora Brasileira Independente: Conspiração.


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27 setembro 2020

“La femme et le TGV”, curta imperdível do Amazon Prime que fala de solidão

Filme, indicado ao Oscar 2017, é uma jornada de amor e poesia em alta velocidade (Fotos: TGV Movie/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Pode ser que os mais viajados saibam, mas o natural é recorrer ao Google para conferir a sigla: TGV significa, em tradução livre, “trem de alta velocidade” - em francês, Trains à Grande Vitesse. Daí se explica o nome do filme, na verdade um curta-metragem, “La femme et le TGV”. O resumo: mulher se apaixona pelo maquinista do trem que passa diariamente pela porta de sua casa.
 
Essa produção suíça de apenas 30 minutos é, acima de tudo, um filme que tem ritmo próprio e peculiar, com uma forma diferente, natural, de contar uma história, por mais estranha ou bizarra que ela possa parecer. Esse jeito de narrar torna-se quase um personagem de tão importante.

 


A entrada dos outros poucos participantes da narrativa vão ajudando a revelar, devagar, detalhes da vida de Élise Lafontaine (Jane Birkin), que vive sozinha, tem um filho que mora em outra cidade, e aprendeu com a mãe a saudar, da janela de casa, a passagem do trem. Sempre agitando uma bandeirinha na mão.
 
Em outra cadência, talvez o curta não resultasse no que resultou, nem surtisse o mesmo efeito. Tudo parece ter sido pensado para que o público se interessasse paulatinamente e se envolvesse carinhosamente com aquela mulher de meia idade que vive numa minúscula vila suíça próxima de Zurique. 



Desde o início, dá para ver que ela tem um trabalho na sua boulangerie, mas que o principal objetivo da sua vida é saudar o trem, que passa duas vezes por dia pela sua porta.
 
Além da veterana e sempre impressionante Jane Birkin, outros atores e atrizes passam pela tela, sempre a serviço da história de Élise. Estão lá Julie Dray, como a professora de dança; Manuela Biedermann, como Charlotte; Gilles Tschudi, como o maquinista Bruno; Lucien Guignard, como Jacques...



Ao terminar o filme, na hora dos créditos finais, que é feita de uma forma muito bonita e original, lembrando painéis de estações de trem, aparecem fotos da verdadeira Élise Lafontaine, em cuja história o curta se baseou. O único senão de tudo fica por conta das legendas, cheias de erros de português e de grafia, além da tradução péssima. Sinal de descaso, apesar de o curta, produzido em 2016, ter sido indicado ao Oscar no ano seguinte.
 
Trens e estações costumam ser universalmente símbolos ricos de vida e morte, chegadas e partidas. No caso do filme, isso não foge à regra. Mas como se trata de uma história inspirada num fato, o diretor Timo von Gunton encontrou um jeito poético para falar de solidão, abandono, buscas e encontros. Alguém já disse que “La femme et le TGV” é curto e essencial como um conto. Podíamos acrescentar que é belo, contundente e cortante como um conto. Definitivo e sutil.



Ficha técnica:
Direção: Timo von Gunton
Exibição: Amazon Prime
Duração: 31 minutos
País: Suíça
Gênero: Drama


Tags: La Femme Et Le TGV, Timo von Gunton, TGV, curta-metragem, indicado ao Oscar, Jane Birkin, drama, Amazon Prime, Suíça, solidão, Elise Lafontaine, Cinema no Escurinho



23 setembro 2020

"O Diabo de Cada Dia" é feito de religião, violência e vingança

Robert Pattinson é uma das atuações de destaque da produção, ambientada entre o final da Segunda Guerra Mundial e a do Vietnã (Fotos: Glen Wilson/Netflix)

Jean Piter Miranda


A religião destrói vidas de muitas formas e na maior parte do tempo ninguém vê isso. Talvez essa seja a essência do filme “O Diabo de Cada Dia”, do diretor Antonio Campos, disponível na Netflix. O longa é uma adaptação do livro escrito por Donald Ray Pollock - "The Devil All The Time", no original. A história gira em torno da família de um veterano de guerra, um casal que comete assassinatos em série e um falso pregador.

 

A história se passa em cidades pequenas do interior dos Estados Unidos, e se inicia mais ou menos no fim da década de 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. Willard Russell (Bill Skarsgård) volta da guerra, se apaixona por uma garota, se casa e tem um filho. 
 
 
Arruma trabalho e segue com o sonho americano de ter uma família feliz. Mas os problemas que aparecem fazem grandes estragos na vida deles. E a busca cega por soluções por meio da fé acaba não funcionando e só pioram tudo. 
 
Em uma história paralela, Carl Henderson (Jason Clarke) se casa com Sandy (Riley Keough) e os dois cometem assassinatos em série por puro prazer. Sandy, por sinal, é irmã do xerife Lee Bodecker (Sebastian Stan), um policial corrupto.


 

Na segunda fase do filme, o filho de Willard, Arvin (Tom Holland), já quase adulto segue morando com os avós em outra cidade. E lá são introduzidos os personagens Roy Laferty (Harry Melling) e Preston Teagardin (Robert Pattinson), dois pregadores. Roy, aparentemente perturbado. Preston, claramente mau-caráter. Ambos vistos como bons homens pela comunidade.


A princípio, tem-se a impressão de que as histórias estão desconexas. O esperado é que se liguem ou, pelo menos, se cruzem em algum momento. E é o que acontece. O filme tem um narrador onipresente e onisciente, que vai guiando o espectador. Não há joguinhos de mistérios nem quebra-cabeças para intrigar quem assiste. Tudo é muito claro, simples e direto. Isso não é ruim. Ao contrário, é um dos pontos positivos do longa. 



Em todas as histórias temos a morte como componente, ou a falta dela. O que fazem ou deixam de fazer em nome de Deus, sempre, claro, com objetivos bem egoístas. Destaque para a atuação de Robert Pattinson como um pregador inescrupuloso. Ele rouba todas as atenções quando está em cena. Tom Holland atua de forma consistente e faz com que o público esqueça que ele é o Homem-Aranha.

 

São várias as mortes no filme e muita violência, boa parte dela motivada por vingança, que atrai mais vingança. Assim como abismo atrai abismo, as histórias vão se ligando, de forma bem estruturada e convincente. O diretor não cria absurdos para unir os dramas. A narrativa convida o espectador a torcer para que os pecadores sejam punidos.

 

 

O diretor não se propõe a dar um final feliz para trama, nem é moralista a ponto de fazer com todos os crimes sejam julgados e penalizados. Uma característica que a gente vê em muitos filmes norte-americanos onde, no fim, quem comete crime, não importando o motivo, acaba sendo punido. Em "O Diabo de Cada Dia", ninguém parece ser herói, muito menos santo. Todo mundo tem seus erros e seus crimes e pra quase tudo há justificativa.

As atuações estão ótimas. O elenco é brilhante e conta ainda com as participações de Mia Wasikowska, Haley Bennet e Eliza Scanlen. É o tipo de filme que divide opiniões. Ou gosta ou não. Dificilmente vai ter meio termo. Não é uma obra prima, mas é bem bom, bem acima da média pra quem vê com boa vontade. 

 

 

Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Antonio Campos
Exibição: Netflix
Produção: Netflix / Nine Stories / Max Born
Duração: 2h18
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gêneros: Suspense / Drama


Tags: ODiaboDeCadaDia, TheDevilAllTheTime, NetflixBrasil, TomHolland, RobertPattinson, BillSkarsgard, JasonClark, SebastianStan, DonaldRayPollock, drama, suspense,vingança, religião, corrupção, cinemanoescurinho