02 dezembro 2020

"Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra não ser visto e sim esquecido

 

Produção parece ter sido feita para tentar uma indicação ao Oscar para Amy Adams e Glenn Close (Fotos: Lacey Terrell/Netflix)


Jean Piter Miranda


Um jovem estudante de direito da conceituada universidade de Yale está bem perto de conseguir um bom emprego. Uma vaga em uma boa empresa, uma chance de carreira promissora. É a realização do chamado "sonho americano". E é isso que o jovem JD Vance (Gabriel Basso) tem. Só há um problema: ele precisa voltar às pressas a sua cidade natal para cuidar da mãe, Bev Vance (Amy Adams), que acaba que sofrer uma overdose de heroína.

Esse é o enredo de "Era uma Vez Um Sonho", do diretor Ron Howard, disponível na Netflix. Trata-se de uma adaptação do livro "Hillbilly Elegy: A Memoir of a Family and Culture in Crisis" ("Elegia Caipira: Memórias de uma Família e uma Cultura em Crise").


A primeira impressão que se tem é que JD Vance vai salvar o dia. Que terá forças e sabedoria para lidar com todos os problemas e que no fim tudo vai dar certo. Mas não. A segunda impressão é de que Bev teve muitos problemas na vida e que as drogas foram uma fuga. E que logo vamos ver que ela é uma pessoa boa, de muitas qualidades.  Também não. Então a esperança é a avó Mamaw (Glenn Close). Novamente não. Nenhum dos personagens é simpático. Todos são muito burros e antipáticos.

O filme tenta passar uma ideia de superação das dificuldades enfrentadas pela família de Vance em suas três gerações. A história vai intercalando momentos do passado, mas nenhuma das histórias fica bem contada. Não há consistência em nada. Tudo é muito vago, forçado e superficial.



Amy Adams tem uma interpretação muito boa, de destaque. Mas passa do ponto. A caracterização para ela ficar semelhante à Bev real é elogiável. E parece que os produtores do filme se perderam nisso. Fizeram uma obra pra de qualquer jeito só pra Amy aparecer e ter sua chance à estatueta. 

O mesmo se aplica a Glenn Close. O que não sei se cola. Essa é mais uma impressão. Interpretações boas, mas que erraram a mão com um roteiro chato e cansativo. Os personagens são grosseiros, toscos. Nem com muita boa vontade você consegue torcer por eles.


Pra piorar, Haley Bennett e Freida Pinto são muito mal aproveitadas na história. Haley interpreta Lindsay, irmã de Vance, e Freida é Usha, namorada dele. As duas são personagens decorativas que nada acrescentam à história. Usha só aparece em conversas sem sentidos e bem tediosas ao telefone com Vance. E são muitas as cenas ao telefone. A cada uma você torce para o filme acabar depressa.

Daria para mostrar que gente branca também pode ser pobre nos EUA, que são muitas e que não há políticas públicas para enfrentar esse problema. Que o sistema de saúde privado é cruel: se não paga (caro) não tem atendimento. Que não há política para tratamento de dependentes químicos. Que não há oportunidade pra todos. E que só vontade e trabalho não são suficientes para vencer na vida. Mas tudo isso é ignorado. E o filme no fim só é chato mesmo.


Amy e Glenn podem ser indicadas ao Oscar e a outras premiações, muito por falta de concorrentes, uma vez que o número de lançamentos nesse ano foi bem reduzido por conta da pandemia. Mas indicações por melhor filme e direção são pouco prováveis e nada merecidas. Amy e Glenn têm interpretações bem melhores em suas carreiras. Assim como a @Netflix possui produções mais merecedoras de elogios. Definitivamente, "Era uma Vez Um Sonho" é um filme pra ser esquecido.


Ficha técnica:
Direção: Ron Howard
Exibição: Netflix
Duração: 1h56
Classificação: 16 anos
País: EUA
Gênero: Drama


Tags: #EraUmaVezUmSonho, #AmyAdams, #GlennClose, #drama, #RonHoward, #Netflix, @CinemaEscurinho, @cinemanoescurinho

26 novembro 2020

Filme comovente que dá voz aos invisíveis, “Rosa e Momo” traz Sophia Loren no papel principal

 

Produção italiana traz a veterana atriz de 86 anos depois de uma década afastada das telas (Fotos: Regine de Lazzaris Aka Greta/ Netflix)



Mirtes Helena Scallioni


Algumas verdades sobre cinema parecem consolidadas há muito tempo. Raramente, são desmentidas ideias como: histórias que falam do relacionamento entre velhos e crianças são sucesso garantido. Ou: filmes que se referem ao holocausto dos judeus despertam interesse e paixões. Ou ainda: o tema dos imigrantes e suas dores costuma tocar muita gente ao redor do mundo.
 

 
Talvez resida aí o motivo do sucesso de “Rosa e Momo” ("La vita davanti a sé"), um dos mais vistos e elogiados filmes da #Netflix nos últimos tempos. Ele contempla esses três argumentos citados e ainda exagera: traz no elenco, como protagonista, a veterana Sophia Loren, que depois de dez anos afastada das telas, reaparece com sua beleza madura e muita dignidade aos 86 anos. E o que é melhor: dirigida pelo filho caçula Edoardo Ponti.
 


Remake de “Madame Rosa – A Vida à Sua Frente”, que ganhou Oscar de Filme de Língua Estrangeira em 1977, “Rosa e Momo” é uma adaptação de “The Life Before Us” (algo como “A Vida Antes de Nós”), livro de Romain Gary. No caso da versão em cartaz na Netflix, sai subúrbio de Paris, entra periferia de Bari, cidade litorânea ao sul da Itália.

A história, por si só, promete: Rosa (Sophia Loren), ex-prostituta e sobrevivente traumatizada dos campos de concentração, ganha a vida cuidando dos filhos de suas colegas mais jovens que fazem a vida na zona boêmia de Bari. Um dia, seu amigo médico, Dr. Cohen, coloca aos seus cuidados, mesmo que contra a sua vontade, o rebelde Momo, menino senegalês órfão que está a poucos passos da marginalidade.
 

De atrito em atrito, o afeto e a cumplicidade entre a mulher e o menino vão sendo construídos. Às vezes, de um jeito que pode parecer rápido demais, quase mágico, e que, de certa forma, poderia até comprometer a verossimilhança do filme. Isso só não acontece pela atuação perfeita e na medida de ambos, convincentes cada um ao revelar ao espectador suas dores, limitações e carências.

 
A atuação do estreante Ibrahima Gueye na pele de Momo é comovente. Há que se elogiar também outros nomes do elenco como Baback Karimi como o comerciante muçulmano Hamil, Renato Carpentieri como o Dr. Choen e Abril Zamora como a prostituta Lola, amiga de Rosa.
 

Uma curiosidade: a canção tema de “Rosa e Momo” é “Lo sé”, na voz de Laura Pausini. Mas, em certo momento do longa, Lola coloca na vitrola o samba “Malandro”, de Jorge Aragão, cantado por Elza Soares, enquanto ela e Rosa saem dançando e rindo pela sala. Não há como não se emocionar.

 

Nesses dias de solidão e pandemia, não convém perder “Rosa e Momo”. Além da rara oportunidade de rever a sempre diva Loren, faz bem ao coração a ideia de que a amizade e a empatia podem prosperar, apesar dos preconceitos. E que, com amor e generosidade, pode sim ser construído um espaço para a fala dos invisíveis, mesmo que os tempos sejam de intolerância.

 


Ficha técnica:
Direção:
Edoardo Ponti
Exibição: Netflix
Duração: 1h35
Classificação: 14 anos
País: Itália
Gênero: Drama

Tags: #RosaEMomo, #Netflix, #preconceito, #fiilmeitaliano, #drama, #holocausto, #cinemanoescurinho


23 novembro 2020

Com “A Dama e o Vagabundo”, Disney+ traz de volta a fantasia, a emoção e muita choradeira

 

Plataforma de streaming estreou no Brasil com um catálogo de seus maiores sucessos do passado e do presente (Disney/Divulgação)



Maristela Bretas


Apesar de ser uma apaixonada pela franquia Star Wars, paixão que passei para meu filho, foi com uma marcante animação infantil de 1955 que fiz minha estreia no Disney+. A escolha foi por um famoso casal canino que se apaixona enquanto come um prato de espaguete com almôndegas, à luz de velas e ao som da linda canção italiana "Bella Notte". Sim, "A Dama e o Vagabundo" ("Lady and The Tramp") foi o filme escolhido para me fazer voltar a um tempo de pura magia.
 
 

Claro, rios de lágrimas de saudade, alegria, boas memórias e a certeza que o desenho animado (como era chamado) ainda é capaz de emocionar. E como não poderia deixar de ser, assisti na sequência o live-action da história, que não chegou a estrear no cinema por causa da pandemia."A Dama e o Vagabundo" de 2019 consegue dar vida ao par principal, o que não ocorreu com "O Rei Leão". Talvez porque histórias com cães sempre despertaram mais atenção do público.
 

Nesta versão foram usados animais de verdade, que ganham uma "personalidade especial" graças à computação gráfica que foi usada pelos produtores na medida certa para que o romance e a aventura fluíssem sem parecer uma coisa plástica. 
 
 
Há também a preocupação em mudar conceitos do passado. Enquanto no desenho há cenas de cigarros, não existem negros no elenco e as cenas mais empolgantes são protagonizadas pelo sexo masculino, na live-action isso cai por terra. As mulheres ganham destaque, a partir de Querida, dona de Lady, que agora é negra, assim como seu filho (no original ambos eram louros e brancos), casada com um músico branco. É dela que partem as decisões importantes.
 
 
 
O mesmo acontece com a cadelinha, que deixa a versão mimada para protagonizar o filme de igual para igual com Vagabundo. Mas sem esquecer seu papel de guardiã de todos da casa, especialmente do bebê que acabou de chegar. Mesmo que ele tenha tomado seu lugar na preferência dos donos.
 
Também um dos amigos de Lady, deixa de ser Joca e passa a ser uma Terrier escocesa de nome Jaque, cuja dona tem hábitos excêntricos. Claro que outro amigo, o velho Caco, também está nesta versão, mas batizado como Faro. Além dos amigos de rua de Vagabundo, como Peg e Bull, que agora formam um casal. 
 


Além dos diálogos também o roteiro foi modificado para que acompanhasse a evolução dos tempos, mas nada que tirasse a essência dessa bela história de amor entre uma cadelinha Cocker Spaniel americana doméstica e um vira-lata muito esperto, mas de coração mole que gosta de viver livre. Como no desenho, o live-action de "A Dama e o Vagabundo" tem muita aventura, romance efeitos especiais e encantamento. Merece ser visto. E o desenho revisto.

 
Disney+
 
Desenhos animados marcaram a infância de muitas gerações e se hoje eles vêm ganhando uma nova roupagem com as versões live-action (nem sempre acertadas) é porque ainda ocupam um lugar especial no coração e na memória das pessoas. A entrada da plataforma de streaming Disney+ no Brasil retoma boas lembranças de um passado que remetia a castelos, florestas, príncipes e princesas. Histórias que faziam o maior dos durões se desmanchar em lágrimas. Ainda tenho em fita VHS muitos desses sucessos, gravados para mostrar a meu filho o poder da magia.


Se o passado é marcante, não menos importantes são as produções atuais, capazes de darem vida e sentimentos a brinquedos e personagens que mereciam uma atenção especial. Ou proporcionar grandes batalhas com sabres de luz e naves velozes. Sem esquecer os super-heróis de várias origens e raças - verdes, brancos, negros e até vegetais - que se unem para defender o planeta.

 
Não importa a idade de quem está assistindo ou o aparelho escolhido para exibição. Seja um desenho animado, uma saga com grandes efeitos especiais, um live-action ou um documentário. O que vale é reviver grandes sucessos, do passado ou do presente que mexem com as emoções e trazem magia e encantamento. E nisso, a Disney sempre se destacou.
 


Ficha técnica:
Direção: Charlie Bean
Exibição: Disney+
Duração: 1h51
Classificação: Livre
País: EUA
Gêneros: Romance / Aventura /Ação /Família
Nota: 5 (de 0 a 5)


Tags: #DisneyPlusBrasil, #ADamaEOVagabundo, #LadyAndTheTramp, #romance, #aventura, #família, @cinemanoescurinho

07 novembro 2020

"A Última Jornada" é um suspense sem emoção, ação e sentido

Sobreviventes do apocalipse enfrentam uma entidade poderosa para chegar a um local místico (Fotos: Matt Wilkinson/Divulgação)


Maristela Bretas


"A Última Jornada" * ("The Last Boy") é um filme curto - com apenas 87 minutos de duração - mas que consegue ter uma narrativa lenta. Ao mesmo tempo, se apressa em contar já no s minutos iniciais todo o enredo, tirando o suspense do final. Não passa emoção nem mesmo nos momentos de perda, e o diretor e roteirista Perry Bhandal (que dirigiu "Entrevista com Hitman" - 2012) passa o carro na frente dos bois e entrega uma história confusa e cheia de buracos sobre um mundo pós-apocalíptico.

A ação fica quase toda para o final e não é tão significativa porque as situações vão surgindo sem explicações e passam como se nunca tivessem acontecido. O suspense perde o impacto, assim como a atuação decepcionante de um elenco pouco conhecido, que tem como "destaque" Luke Goss (dirigido por Bhandal em "Entrevista com Hitman", além de ter participado de "Traffik - Liberdade Roubada" - 2018). 
 


Ao jovem estreante Flynn Allen ainda falta muita estrada para rodar até pegar o jeito, assim como a garotinha Matilda Freeman. Os demais são apenas peças numa produção com diálogos que deixam a desejar e comprometem ainda mais a fraca trama.


No filme, a mãe de Sira (Flynn Allen) está morrendo e dá a ele uma missão: com um misterioso artefato, o garoto terá de encontrar um lugar especial, capaz de realizar os desejos das pessoas. O dispositivo vai protegê-lo do ataque de uma força chamada de "o vento", capaz de matar instantaneamente qualquer ser vivo.

 


Pelo caminho, Sira conhece a pequena Lilly (Matilda Freeman) e juntos enfrentam um monge (Peter Guinness) que pratica abuso sexual contra um grupo de mulheres de um mosteiro. O vilão humano quer se apossar do dispositivo de Sira e dos poderes que tem contra o Vento. Assim como Lilly, aparecem durante a jornada o militar Jay (Luke Goss) e a cientista Jesse (Jennifer Elise Gould) que vão ajudar Sira a chegar ao destino especial e salvar o mundo do Vento (???).

Nem mesmo as locações salvam a história, que ainda conta com uma trilha sonora inexpressiva. Como se não bastasse, o diretor deixa a entender no final que "A Última Jornada" pode ganhar uma continuação. Se esta ocorrer vai precisar melhorar muito todos os componentes, para que se torne atraente ao público.

 
O filme de Perry Bhandal é distribuído em versões dublada e legendada nas plataformas digitais Now, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV. 
 
Vale um alerta: não confunda este "A Última Jornada" com a também produção britânica "Journey's End" (2018) sobre a 1ª Guerra Mundial, dirigida por Saul Dibb, que recebeu o mesmo título em português.
 
 

 
Ficha técnica:
Direção e roteiro:
Perry Bhandal
Distribuição: A2 Filmes
Duração: 1h27
Gêneros: Drama / Suspense
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos

 
* Título assistido via streaming, a convite da A2 Filmes
 
Tags: #AUltimaJornada, #TheLastBoy, #suspense, #A2Filmes, #drama, #PerryBhandal, #cinemanoescurinho

31 outubro 2020

Connery, Sean Connery! Morre o melhor e mais charmoso agente secreto do cinema

O ator em "007 Contra Goldfinger", ao lado do sempre elegante Aston Martin DB5, marca registrada do personagem (Divulgação)


Maristela Bretas


Ele marcou uma época e será lembrado, principalmente, como o primeiro James Bond do cinema. O espetacular Sean Connery morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, em sua casa nas Bahamas. A família informou apenas que ele não estava bem nos últimos tempos e faleceu enquanto dormia.

James Bond faz parte da minha educação cinematográfica e foi Sean Connery o maior, o melhor e o mais charmoso de todos os intérpretes quem me apresentou, com muito estilo, ao mundo da espionagem. Não foram poucas as sessões da tarde, deitada no sofá da casa de minha mãe e depois da minha casa, vendo e revendo os sucessos deste grande ator. Que provou não ser somente um espião com licença para matar, que dirigia o elegante Aston Martin DB5 e usava a pistola semiautomática Walther PPK.


No cinema não foi diferente, especialmente em filmes como "Caçada ao Outubro Vermelho" (1990), "O Nome da Rosa" (1986) e "A Rocha" (1996). Isso sem falar na parceria com Harrison Ford (outro ator que adoro) no ótimo "Indiana Jones e a Última Cruzada" (1989), quando ele interpretou o professor Henry Jones, pai do herói. Só mesmo Steven Spielberg para formar esta dupla inesquecível. 

O maior e melhor agente 007 do cinema começou sua trajetória vivendo o personagem em 1962, fazendo "007 contra o Satânico Dr. No". Connery interpretou o agente secreto em outras seis produções, todas bem marcantes: "Moscou contra 007" (1963), "007 Contra Goldfinger" (1964), "007 Contra a Chantagem Atômica" (1965), "Com 007 Só Se Vive Duas Vezes" (1967), "007 - Os Diamantes São Eternos" (1971) e "007 - Nunca Mais Outra Vez" (1983).

Apesar de ter se tornado o mais conhecido James Bond das gerações de 60 a 90, Sean Connery também brindou o público com outros grandes papéis, que lhe garantiram mais de 30 premiações em diversos festivais e o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante por seu personagem Jim Malone, um dos detetives de "Os Intocáveis" (1987), filme que dividiu o elenco com Kevin Costner, Andy Garcia e Robert De Niro.


Outras produções de sucesso marcaram a carreira do escocês Sean Connery, condecorado Sir pela Rainha Elizabeth em 2000. Merecem destaque "Marnie, Confissões de uma Ladra" (1964), "A Colina dos Homens Perdidos" (1965), "Assassinato no Expresso Oriente" (1974), "O Homem Que Queria Ser Rei" (1975), "O Vento e o Leão" (1975), "Highlander: O Guerreiro Imortal" (1986), "Robin Hood - O Príncipe dos Ladrões" (1991) - também com Kevin Costner - , "Armadilha" (1999) - produzido por ele, "A Liga Extraordinária” (2003) e tantos outros.

Alguns de seus grandes sucessos podem ser conferidos no #Telecine, #Netflix, #AmazonPrime, #ClaroVídeo e #YouTubeFilmes. Sean Connery foi um ícone e deixa um legado importante para o cinema mundial. A franquia 007 perde seu maior símbolo, que abriu as portas para tantos outros atores que interpretaram o personagem criado por Ian Fleming. E que após 58 anos ainda se apresentam com classe e força a cada filme como “Bond, James Bond”.



Tags: #seanconnery, #007, #jamesbond, #seanconneyrip, #osintocaveis, #Indianajoneseaultimacruzada, #iconedocinema, #espionagem, @cinemanoescurinho

28 outubro 2020

Salas da Rede Cineart retomam exibições dia 31 de outubro

 Programação inclui filmes para todas as idades (Fotos: Divulgação)


 

Da Redação

A Rede Cineart retoma as atividades dia 31 de outubro (sábado), nos cinemas de Belo Horizonte – Boulevard Shopping, Shopping Cidade, Ponteio Lar Shopping, Shopping Del Rey, Minas Shopping, Shopping Paragem, Via Shopping; Contagem – Shopping Contagem e Itaú Power Shopping. A compra antecipada de ingressos e a consulta de horários podem ser feitas pelo site ou pelo aplicativo Cineart.

Segundo a direção da empresa, para garantir a segurança do público e dos colaboradores, estão sendo seguidos todos os protocolos recomendados pelos órgãos responsáveis, como obrigatoriedade de uso de máscaras; marcação de distanciamento social nas filas para autoatendimento, bomboniére e acesso às salas; disponibilização de álcool em gel e higienização controlada do ar condicionado.
 

 
O distanciamento eletrônico entre os assentos será feito pelo próprio sistema, automatizado para barrar a compra de assentos próximos, permitindo que apenas quatro pessoas de mesmo núcleo de convivência sentem-se juntas. Entre as sessões haverá um espaçamento para limpeza e higienização das salas, que terão redução de 50% de ocupação.

A programação de abertura contará com filmes para todas as idades. Na relação infantojuvenil estão as produções "É Doce"; "Scooby! O Filme"; “Os Novos Mutantes" e "Como Cães e Gatos". Para adultos, a esperada superprodução do diretor Christopher Nolan, "Tenet", além de "A Ilha da Fantasia", "A Maldição do Espelho", "O Roubo do Século" e "Tel Aviv em Chamas".

 Confira abaixo a sinopse e o trailer dos filmes:


"É Doce!" (PlayArte)
Enquanto Kipp possui o dom de confeccionar belos móveis e Buck o de fazer velas incomparáveis, Elfie é uma gnomo super atrapalhada que busca um ofício em que seja perfeita. Decidida a aprender novidades no mundo humano, ela e os amigos conhecem Theo, um confeiteiro que está quase perdendo sua loja. Eles unirão forças para salvar o estabelecimento e tornar Elfie em uma grande confeiteira.
 


"Scooby! O Filme" (Warner Animation)
Esta é a história de origem dos famosos personagens da série animada da Hanna Barbera. Salsicha e Scooby têm uma conexão instantânea envolvendo comida em seu primeiro encontro, e logo se unem aos jovens detetives Fred, Velma e Daphne para formar a Mistério S/A. Após resolverem centenas de casos, o grupo deverá impedir o "apocãolipse", que virá quando o fantasma do cão Cerberus for liberado no mundo.
 


"Os Novos Mutantes" (20th Century Fox)
Cinco jovens mutantes (Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga) descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado. No entanto, eles são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes (Alice Braga), que deseja contralar as habilidades do grupo. 
 

"Como Cães e Gatos" (Warner Bros. Pìctures)
Sem o conhecimento dos humanos, os cachorros combatem os gatos há centenas de ano para evitar que eles dominem os homens. Porém, quando um gato chamado Sr. Tinkles (Sean Hayes) inicia um plano que irá acabar com a população de cães que protege os humanos, uma equipe de agentes caninos e um leal filhote chamado Lou (Tobey Maguire) decidem proteger a humanidade.


 
"Tenet" (Warner Bros. Pictures)
Um agente da CIA conhecido como O Protagonista (John David Washington) é recrutado por uma organização misteriosa, chamada Tenet, para participar de uma missão de escala global. Eles precisam impedir que Andrei Sator (Kenneth Branagh), um renegado oligarca russo com meios de se comunicar com o futuro, inicie a Terceira Guerra Mundial. Com uma arma que permite o tempo correr ao contrário, O Protagonista tentará impedir que os planos de Sator se concretizem.
 



"A Ilha da Fantasia" (Sony Pictures)
Alguns turistas conhecem uma ilha paradisíaca no meio do Oceano Pacífico que oferece aos seus viajantes a possibilidade de realizar seus sonhos e viver aventuras que parecem impossíveis em qualquer outro lugar. Porém, como avisa o anfitrião da ilha, Sr. Roarke (Michael Pena), realizar seus desejos pode não acontecer da maneira esperada.



"A Maldição do Espelho" (Paris Filmes)
Uma fã começa a falar orgulhosamente com uma famosa atriz de como já esteve com ela no passado, tendo até mesmo lhe dado um beijo. Porém logo a fã cai morta, em virtude de ter bebido um drink envenenado. Como este copo era para a estrela de cinema, a suspeita é que alguém desejava matá-la. A polícia investiga se uma ferrenha inimiga pode ser a culpada.





"O Roubo do Século" (Warner Bros. Pictures)
O filme acompanha o grupo de atiradores do Grupo Falcon, numa sexta-feira, 13 de janeiro de 2006, realizando o que é considerado um dos assaltos a bancos mais famosos e inteligentes da história da Argentina na agência do Banco Río, em Acassuso.



"Tel Aviv em Chamas" (Pandora Filmes)
Um jovem palestino ambicioso e sonhador chamado Salam (Kais Nashif) torna-se um escritor de novela de maneira ocasional, após um encontro casual com um soldado de Israel. Sua carreira criativa começa a crescer cada vez mais, até que os patrocinadores do programa exigem que ele acabe de maneira inesperada.
 


Tags: #ScoobyOFilme, #Tenet, #TelAviEmChamas, #AIlha da Fantasia, #ComoCaesEGatos, #OsNovosMutantes, #EDoce, #ORouboDoSeculo, #AMaldicaoDoEspelho, #WarnerBrosPictures, #SonyPictures, #ParisFilmes, #PandoraFilmes, #PlayArte, #20thCenturyFox,#cineart_oficial, #cinemanoescurinho



24 outubro 2020

"A Verdadeira História de Ned Kelly": uma narração instigante combinada com boas interpretações

George MacKay entrega uma boa interpretação do fora da lei mais famoso da Austrália no século XIX (Fotos: A2 Filmes/Divulgação0

Maristela Bretas

 

Tenso, instigante e com locações que completam todo o clima que o enredo de "A Verdadeira História de Ned Kelly" ("True History Of Kelly Gang") exigia. Inspirado no romance best-seller de Peter Carey, “A História do Bando de Kelly”, o filme é narrado pelo próprio Ned Kelly (muito bem interpretado por George MacKay, de "1917") que, por meio de cartas endereçadas ao filho, resolve contar a sua versão do mito criado em torno de seu nome que o colocou como o mais famoso fora da lei ("bushranger") da história da Austrália. 
 

 

Descendente de irlandeses, filho de um pai expulso do país e levado pelos ingleses para a colônia britânica de Victoria, o jovem Ned, de 12 anos (papel de Orlando Schwerdt), viveu a infância e adolescência tendo que assumir o lugar de "homem da casa" após o pai ser preso. Dominado pela mãe Ellie Kelly (Essie Davis), numa relação que beira o incesto, ele é obrigado a conviver com a constante troca de parceiros dela por dinheiro.


 
Do sargento O'Neill (Charlie Hunnam) ao ladrão de cavalos e procurado pela polícia Harry Power (Russell Crowe), para quem ele é vendido pela mãe para que amadureça como homem, Ned vai passando da infância para a adolescência vivendo uma realidade distorcida e cada vez mais violenta. Poucas coisas fizeram com que ele se sentisse humano. Uma delas é o filho recém-nascido, para quem ele escreve cartas, contando como foi sua trajetória, nem sempre violenta e de crimes, de forma que ele saiba quem foi realmente. 

 
Diferente dos demais bandidos da década de 1870 (quando se passa a história), o bando de rebeldes recrutados por Ned Kelly ficou conhecido por usar vestidos em seus crimes. Mas o chefe do grupo foi além e criou uma armadura de ferro para o peito e a cabeça com apenas espaço para os olhos, capaz de defendê-los das balas da polícia. E foi assim que escreveu sua história, como lhe ensinou Harry Power: "Sempre se certifique de que você é o autor de sua própria história, porque os ingleses sempre pegam e estragam tudo".
 

 
Com narração mais lenta em várias partes, o diretor Justin Kurzel apresenta um Ned Kelly que gera dúvida no público - afinal ele foi um cruel fora da lei ou uma vítima do preconceito contra os irlandeses levados para a Austrália que acabou se tornando o bandido da lenda? Difícil dizer quem é do bem e quem é do mal. Polícia e bandidos se comportavam de maneira semelhante. Uma cena que choca é a do policial Fitzpatrick (papel de Nicholas Hoult) ameaçando um bebê com um revólver.
 

 

Além do elenco que entrega boas interpretações, "A Verdadeira História de Ned Kelly" ainda conta com ótimas locações que ajudam a criar um clima sombrio, especialmente na floresta de Meulborne Gaol e a neve do inverno australiano em Marysville, além da State Library, Wangarratta, Dandengong Ranges, Glenrowan e uma bela e antiga fazenda chamada Mintaro. Também a trilha sonora cumpre seu papel e ajuda a compor essa nova versão da história de Ned Kelly.

 

A volta dos cinemas

 

Em cartaz de algumas cidades brasileiras que retomaram suas exibições, "A Verdadeira História de Ned Kelly" poderá ser conferido a partir do dia 31 de outubro em Belo Horizonte, quando as salas de cinema serão reabertas. Segundo o Sindicato das Empresas Exibidoras de Minas Gerais (Seecine-MG), todas as medidas de segurança sanitária serão tomadas e o funcionamento será de 50% da capacidade.

 


Ficha técnica
Direção:
Justin Kurzel
Roteiro: Shaun Grant
Distribuição: A2 Filmes
Duração: 2h05
Países: Austrália / França / Reino Unido
Gêneros: Drama / Ação
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

 

Tags: #AVerdadeiraHistóriaDeNedKelly, #NedKelly, #A2Filmes, #RusselCrowe, #GeorgeMacKay, #EssieDavis, #NicholasHoult, #CharlieHunnam, #ação, #drama, #CinemaNoEscurinho



18 outubro 2020

"Teste de Paternidade" - ninguém deve abandonar seus sonhos

 

Alex e Ceci precisam decidir se querem o crescimento profissional ou mais um membro na família (Fotos: Netflix)


Maristela Bretas



Maternidade ou sucesso profissional? Escolha difícil na maioria das vezes que é abordada com simpatia na produção mexicana "Teste de Paternidade" ("Ahí Te Encargo"). Maurício Ochman, interpretando Alex, e Esmeralda Pimentel, como Ceci, têm uma boa química e entregam uma comédia agradável e atual, em exibição na Netflix, que trata de um dilema enfrentado por muitas mulheres pelo mundo.

Conquistando cada vez mais seus espaços no mercado de trabalho, muitas têm adiado a maternidade ou até mesmo excluído esta opção de suas vidas em troca de crescimento profissional. E mesmo com tantas executivas ocupando cargos no alto escalão de grandes empresas, o mercado ainda tem uma postura machista. 

Não são poucos os casos em que uma profissional mais capacitada deixa de ser selecionada para dar lugar a um homem sob a alegação de que "um dia aquela candidata vai querer ser mãe e no primeiro sinal ela vai trocar a empresa pela família". Ou pior - "a mulher nasceu para ser mãe, não para administrar uma empresa". 



O diretor Salvador Espinosa explora bem isso nos diálogos desde o início do filme, Da boca de Alex, um publicitário que tenta ser um cara de cabeça aberta e apoia Ceci em quase tudo, saem "pérolas" como "por que casamos se não era para ter um filho?". 

Na empresa, Ceci é a mais indicada para um cargo elevado, mas um concorrente tenta eliminá-la da disputa com o chefão usando alegações como "Acha que ela consegue, o marido vai deixar? Porque qualquer dia desses, ela aparece com uma barriga grande e vai faltar ao trabalho. Não deixaria tudo nas mãos de uma mulher, elas são emotivas".


E é o crescimento profissional que leva Ceci a adiar por prazo indeterminado a maternidade. Um filho está totalmente fora de seus planos. Ao contrário de Alex, que quer ser pai e passa a exigir da esposa uma gravidez "prá ontem". O casal, que até então tinha um relacionamento quase perfeito, começa a enfrentar problemas de entendimento entre o que cada um considera ser a sua realização de um sonho. As cobranças aumentam e o afastamento entre eles também.


Até que o pequeno Alan entra na vida do casal. Melhor dizendo, na vida de Alex, que tenta impor de todas as formas o garoto como a solução para todos os problemas e a formação da família ideal nos moldes que ele deseja. Ele é deixado em suas mãos pela mãe, uma jovem que precisa ficar fora por três dias. E agora, como contar para Ceci e fazê-la aceitar a criança? As peripécias para esconder Alan da esposa e no trabalho são as mais divertidas.


"Teste de Paternidade", mesmo sendo um filme com cara de sessão da tarde, sem grandes pretensões, aborda também gravidez precoce, o relacionamento de casais com filhos que gostariam de ter uma pausa para se curtirem, solteiras que optaram por não casar e pessoas cujo destino não permitiu terem herdeiros. 

O filme exige poucas locações, o elenco é pequeno, mas bem entrosado que entrega divertidos diálogos, especialmente a dupla principal e Rafa, amigo de Alex, um solteirão que só quer saber de encontros por aplicativo. Vale como distração.


Ficha técnica:
Direção: Salvador Espinosa
Exibição: Netflix
Duração: 1h51
Classificação: 12 anos
País: México
Gêneros: Comédia / Romance
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #TesteDePaternidade, #Netflix, #machismo, #SalvadorEspinosa, #maternidade, #MaurícioOchman, #EsmeraldaPimentel, #comediamexicana, #CinemaNoEscurinho