14 janeiro 2021

Ótimos filmes exibidos em 2020 que valem a pena ser vistos e revistos

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Maristela Bretas


Com as salas de cinema fechadas por causa da pandemia de Covid -19 por oito meses, os amantes da Sétima Arte conseguiram assistir apenas alguns dos grandes lançamentos previstos para serem exibidos na telona em 2020. Quem saiu ganhando foram as plataformas de streaming, que conquistaram o público oferecendo uma maneira mais fácil, segura e confortável para curtir ótimas produções.

Não são poucos os sucessos oferecidos, nos mais diversos gêneros - suspense, aventura, drama, romance, animação ou policial. Se você está procurando um bom filme para ver sentadinho no sofá com um balde pipoca, aqui vão algumas indicações dos colaboradores do Cinema no Escurinho que valem a pena.

Tem até ganhadoras do Oscar 2020 que entraram no circuito comercial no início do ano passado e que já estão disponíveis para TV, smartphone ou tablet. Se quiser saber mais sobre algumas produções, clique nos links e confira as críticas. Uma boa diversão!

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Jean Piter Miranda

- Ninguém Sabe Que Estou Aqui (Netflix)
- O Caminho de Volta (Google Play Filmes)
- O Diabo de Cada Dia (Netflix) 
- Você Nem Imagina (Netflix)
- Enola Holmes (Netflix)
- Mulher Maravilha 1984 (Cinema/Warner Bros. Pictures)
- Mulan (Disney+) 
- Rede de Ódio (Netflix)
- O Dilema das Redes (Netflix) 
 
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Mirtes Helena Scalioni

- Os Miseráveis (Cinema/Paramount Pictures)
- Você Não Estava Aqui (Cinema/Vitrine Filmes)
- O Bar (Netflix)
- Adú (Netflix) 
- Rosa e Momo (Netflix) 
- AmarElo (Netflix)

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Maristela Bretas

- Jojo Rabbit (Cinema/Fox Films) 
- O Homem Invisível (Cinema/Universal Pictures) 
- 1917 (Cinema/Universal Pictures) 
- O Caso Richard Jewell (Cinema/Warner Bros. Pictures)  
- Adoráveis Mulheres (Cinema/Sony Pictures)
- Umbrella - curta de animação (estará disponível gratuitamente no canal do Youtube da Stratostorm até 21/01/2021)
- Soul (Disney+)
- O Escândalo (Cinema/Paris Filmes)  
- Trilogia do Baztán (Netflix) 
 

10 janeiro 2021

3ª Temporada de "Cobra Kai" não perde o pique e traz mais lutas e novas surpresas e revelações

Daniel LaRusso e Johnny Lawrence vivem momentos de crise, e tentam se reencontrar após o acidente com um dos alunos que encerrou a temporada passada (Fotos: Netflix/Divulgação)


Silvana Monteiro


A terceira temporada de "Cobra Kai" chegou à Netflix e já está no ranking dos títulos mais assistidos. A fase dois terminou com um fato trágico envolvendo os jovens alunos dos dojôs Miyagi e Cobra Kai. A terceira temporada vai muito além da resolução desse conflito e da definição do destino do campeão Miguel Diaz (Xolo Mariduena). 
 

A aposta em transições temporais revela fatos interessantes da vida pregressa dos protagonistas, não só aos telespectadores, mas também aos próprios personagens. Nesse aspecto, Daniel LaRusso/Daniel San (Ralph Macchio) se vê em crise e se joga numa busca profunda em suas raízes Miyagi. De volta ao passado, o sensei LaRusso pode descobrir que nem ele mesmo sabe tudo que achava saber. 
 

Enquanto isso, John Kreeze (Martin Kove) mergulha ainda mais em seu ódio, relembrando os motivos que o levaram a chegar ao dojô Cobra Kai. Por sua vez, Johnny Lawrence (William Zabka) faz definitivamente sua transição do mundo analógico para o digital e, por meio desse universo, vai ser possível conhecer mais sobre sua essência. Nesse ponto, o público vai poder experimentar momentos de leveza, quiçá românticos e até engraçados. 

 
O roteirista explorou bastante os lados de troglodita e de sensei dedicado de Johnny, o que pode garantir boas risadas. Sua relação com Miguel Diaz toma caminhos inusitados que podem fazer o público rir e chorar. Se durante as temporadas 1 e 2 (confira a crítica AQUI) a atuação dos jovens alunos já era algo surpreendente, agora fará uma diferença ainda maior.

 
 
Eles se tornam peças importantes em um jogo arriscado envolvendo Johnny, Daniel San e Kreeze. É o caso de Robby Keene, fillho de Johnny (Tanner Buchanan), o "moicano vermelho" Eli (Jacob Bertrand) e Samantha LaRusso (Mary Mouser), assim como vários outros lutadores.A falta da personagem Aisha Robinson (Nichole Brown) é uma surpresa negativa desta temporada. 
 
A pupila de Johnny Lawrence mostrou uma evolução espetacular nas duas primeiras temporadas, mas não teve a sorte de aplicar seus golpes nesta fase da série. Já Courtney Henggeler, que interpreta Amanda, esposa de LaRusso, ganhou mais espaço na trama. 
 

O telespectador pode se preparar pra ver muita pancadaria, dramas, pesadelos pessoais e novas histórias de antigos personagens da franquia Karatê Kid. Embora todos busquem suas soluções nas lutas e discussões para consertar os erros do passado, o presente mostra que não só o caratê está em risco, mas também a vida, a paz e a sanidade dos envolvidos.
 

Seria uma aliança a solução para salvar o caratê ou acabar com a guerra? Será possível a águia renascer das cinzas e conseguir levantar voo? Cerre os punhos, ou melhor, tente bater as asas. Alguns dojôs te esperam nesta ótima temporada.
 

 
 

Ficha técnica:
Criação, produção e direção:
Josh Heald, Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg
Exibição: Netflix
Duração: média de 30 minutos por episódio (10 episódios)
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Ação, série de TV, drama, lutas marciais

07 janeiro 2021

Seguidores do blog escolhem séries preferidas em canais de streaming



Maristela Bretas


O @cinemanoescurinho consultou seus seguidores sobre as séries que mais gostaram de assistir em 2020. Não precisava que tivessem sido lançadas no ano passado. Na lista entraram diversos gêneros: policial, aventura, ação, ficção, drama, suspense e até documentário. Os títulos com link você encontra crítica no blog. 

Todas as indicações estão em exibição nas várias plataformas de streaming disponíveis no Brasil. E se a sua série preferida ficou de fora, envie um comentário que ela será acrescentada na listagem. Muito obrigada a todos que participaram, vocês foram as estrelas desta postagem.

A Maldição da Casa Bly (Netflix)
Better Call Saul (Netflix)
Bom Dia, Verônica (Netflix)
Cobra Kai (Netflix)
Dark (Netflix)
Designated Survivor (Netflix)
Doze Jurados (Netflix)
Estado Zero (Netflix)


Fleabag (Amazon Prime Vídeo)
Gracie and Frankie (Netflix)
Handmaid's Tale (Amazon Prime Vídeo)
Homeland (Amazon Prime Vídeo / Globoplay)
I May Destroy You (HBO)
Killing Eve (Globoplay)
La Casa de Papel (Netflix)
Lovecraft Country (HBO)
Lúcifer (Netflix)

                                                                
Nada Ortodoxa (Netflix)
Normal People (Starzplay)
O Estripador (Netflix)
O Homem do Castelo Alto (Amazon Prime Vídeo)
Peaky Blinders - Sangue, Apostas e Navalhas (Netflix)
Stranger Things (Netflix)
Suits (Netflix)

                                                                          
The Boys (Amazon Prime Vídeo)
The Crown (Netflix)
The Imagineering Story (Disney+)
The Mandalorian (Disney+)  
The Purge (Amazon Prime Vídeo)
The Umbrella Academy (Netflix)
Upload (Amazon Prime Vídeo)
Third Day (HBO)
We Are Who We Are (HBO)


05 janeiro 2021

Diretora da animação "Umbrella" fala sobre o curta premiado e outros projetos

Helena Hilário e Mario Pece dirigiram, roteirizaram e produziram "Umbrella" (Foto Patty Rabello/Divulgação)

Maristela Bretas


Com quase oito minutos de pura emoção, o público poderá conferir de 7 a 21 de janeiro no canal do Youtube do estúdio criativo Stratostorm: https://www.youtube.com/user/stratostormvfx/featured - o emocionante curta de animação brasileiro "Umbrella". A produção será a primeira nacional do gênero a se aproximar da seleção para o Oscar 2021, cuja lista deverá ser anunciada no dia 15 de março. Saiba mais sobre a animação no post do blog - https://bit.ly/3536fvw.

O blog @cinemanoescurinho conversou rapidamente com a diretora Helena Hilário que dirigiu, roteirizou e produziu "Umbrella", juntamente com o também diretor Mario Pece. A animação já conquistou 14 premiações em festivais internacionais. Helena fala sobre o prazer deste reconhecimento, outras produções e projetos futuros.

- Com tantas indicações e premiações (podendo inclusive disputar o Oscar), "Umbrella" já pode ser considerado o curta de animação que vai abrir as portas para o reconhecimento da excelente qualidade da produção nacional nesta categoria?
Curtas são uma forma de arte fascinante e onde algumas das animações mais bonitas podem ser encontradas. Acreditamos que temos artistas muito talentosos no nosso país, tanto artistas de animação tradicional 2D quanto artistas de CGI e animação 3D. Existem produções maravilhosas acontecendo no Brasil e ficamos muito felizes sempre que vemos novos projetos de animação feitos por brasileiros e que exploram o storytelling e novas técnicas.


O mercado de animação independente em geral é muito desafiador, pois a produção é demorada, os custos são altos e requer muito planejamento e um monte de elementos e variáveis, tanto técnica quanto artística, que devem funcionar juntamente em perfeita sincronia para o projeto dar certo. Não existe uma fórmula exata e o bom resultado em animação se dá muito por experiência na área, solução de desafios e paciência (risos). Nós esperamos inspirar cineastas brasileiros a contar suas histórias.


- A Stratostorm já está trabalhando em algum novo projeto de animação?
Sim. Além dos projetos que colaboramos com clientes para publicidade e entretenimento, estamos trabalhando em alguns outros projetos autorais. Um deles é o nosso próximo curta-metragem com uma estrutura narrativa de drama, bem emotivo e complexo, com uma mensagem bonita na mesma linha do "Umbrella". E estamos trabalhando em alguns outros projetos bem legais, um deles é um canal no Youtube de músicas infantis chamado StratoKids que lançamos recentemente e estamos na reta final de produção de uma série infantil de dez episódios que será lançada em breve.

 


Ponto de partida

A Stratostorm também criou outro curta, bem divertido -"Monsters Got Talent", que conta a história de três amigos monstros numa cidade de monstros. Eles resolvem abrir audições para uma competição de talentos e procuram os melhores artistas, entre cantores a mágicos, dignos do grande prêmio.

Como surgiu a ideia de um show de talentos de monstros?  Ele também chegou a ser apresentado em algum festival internacional de curtas?
O "Monsters Got Talent" foi nosso primeiro experimento e desafio com animação, sabíamos que um dia iríamos viabilizar o Umbrella e já estávamos planejando, mas nunca tínhamos produzido uma animação com personagens então decidimos criar um projeto durante nosso tempo livre ao longo de 2016 para ganharmos experiência e organizarmos o workflow e pipeline do estúdio para nos prepararmos para o "Umbrella".

"Monsters" foi um projeto cheio de aprendizados para todos nós. A intenção era ser algo interno do estúdio e não planejamos ele para festivais. Porém, na época que colocamos o curta online, ele nos rendeu uma resposta positiva da comunidade de animação. Então deixamos online como um showcase do nosso potencial. É um curta sempre recebido com carinho. Para nós foi essencial termos produzido um projeto menor antes de encararmos uma produção tão complexa quanto o "Umbrella". 



Ficha Técnica
Criação:
Estúdio Criativo Stratostorm
Roteiro, Direção e Produção: Helena Hilario e Mario Pece
Equipe completa: confira no site http://www.umbrella.movie
Classificação: Livre
País: Brasil
Gêneros: Animação / Família 

03 janeiro 2021

“AmarElo - É Tudo Pra Ontem” convoca o Brasil a reescrever a história do negro neste país

Documentário do rapper Emicida foi gravado nos bastidores e durante o show no Theatro Municipal de São Paulo (Fotos: Jefferson Delgado)


Mirtes Helena Scalioni


Não é preciso ser especialista nem iniciado no gênero para aplaudir com entusiasmo o documentário “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, do rapper e ativista Emicida. Até porque o filme, em cartaz na Netflix, fisga o espectador é pela emoção. É no vaivém das câmeras, ora nos bastidores e no palco do show histórico que ele fez no majestoso Theatro Municipal de São Paulo, ora nos inúmeros depoimentos de pessoas envolvidas na tarefa que parece ser o objetivo do artista: mais do que convidar, convocar o Brasil a reescrever a história do negro neste país.


Dirigido com equilíbrio e inteligência por Fred Ouro Preto, “AmarElo...” resgata nomes esquecidos da nossa cultura miscigenada, desde os primeiros sambistas que resistiram com bravura, passando pelo Movimento Negro Unificado de 1987 e por artistas e intelectuais pretos que nossos livros didáticos desconhecem. Ao final, o espectador compreende, com nitidez, o porquê do pedido de urgência no título do filme.


Não é preciso rebuscar o discurso para falar de preconceito e desigualdades. É isso que o rapper Emicida deixa claro durante todo o filme, quando, com sua linguagem peculiar, decreta mais de uma vez do alto do palco daquele teatro inatingível agora ocupado: “Nóis só tem nóis. Tá ligado?” Ou quando entoa a versão que fez de um velho sucesso de Belchior: “Tenho sangrado demais/tenho chorado pra cachorro/ano passado eu morri/mas esse ano eu não morro”.


Impossível ficar alheio ao ver aquele teatro lotado de pobres e negros cantando junto com o rapper, ídolo sem pompa, de carne e osso como todo mundo. Não é por acaso que “AmarElo – É Tudo Pra Ontem”, começa e termina com a frase em off na voz do próprio Emicida repetindo um ditado iorubá: “Exu matou um pássaro ontem, com a pedra que só jogou hoje”.



Ficha técnica: 
Direção: Fred Ouro Preto 
Exibição: Netflix 
Duração: 1h29 
Classificação: 12 anos 
País: Brasil 
Gêneros: documentário

02 janeiro 2021

"Umbrella" - uma animação emocionante, terna e merecedora de Oscar

 Curta-metragem brasileiro entra na disputa por uma indicação em 2021 (Fotos: Stratostorm/Divulgação)

Maristela Bretas


De fazer chorar do início ao fim. Este é "Umbrella", o curta-metragem de animação brasileiro produzido pelo estúdio criativo Stratostorm, que entra na corrida pelo Oscar 2021. Ele será o primeiro nacional do gênero a se aproximar da seleção para a premiação da Academia. A previsão é de que a lista de indicados ao Oscar seja divulgada em 15 de março.

São quase 8 minutos de muita emoção, especialmente porque foi inspirado em fatos reais vivenciados pela irmã da diretora Helena Hilario. Para quem quiser conferir, a animação obra ficará disponível gratuitamente entre os dias 7 e 21 de janeiro no Youtube da Stratostorm: https://www.youtube.com/user/stratostormvfx/featured



"Umbrella" é emocionante, doce, cheio de bondade e ternura e também tristeza ao contar a história do pequeno Joseph. No passado, uma menina que acompanha a mãe na visita a um orfanato, conhece o garoto, que sonha em ter um guarda-chuva amarelo. Este encontro inesperado desperta a memória do menino e vai mudar a vida de ambos. Mas também é capaz de nos fazer refletir sobre a importância de observar, escutar e sempre se colocar no lugar do outro.


Helena Hilario e Mario Pece se uniram para criar o roteiro e dirigir esse projeto independente que já conquistou prêmios e indicações em 14 festivais internacionais de cinemas e curtas. A mais recente premiação foi a de Melhor Curta de Animação do Tribeca Film Festival 2020, nos Estados Unidos.

“Estamos muito felizes e honrados pelo reconhecimento do nosso trabalho nos mais importantes e prestigiados festivais de cinema do mundo. A trajetória para produzir o projeto não foi fácil, mas nos enche de orgulho olhar cada pedacinho da história do "Umbrella" e trazer esse reconhecimento para o mercado de animação brasileiro”, comenta Helena.



    

Segundo ela, o roteiro foi escrito com um storytelling voltado para um curta-metragem. "Nosso objetivo era fazer um curta de animação e transformar a dor em arte. Nos inspiramos em um evento triste para criar uma história bonita e delicada. E assim entendemos que não podemos julgar as pessoas sem saber o que tem por trás daquela vivência. Por isso pensamos em trazer a empatia e a esperança para essa narrativa. Algo que precisamos cada vez mais e mais”, complementa.

O projeto foi escrito em dezembro de 2011 e ganhou vida em 2019. “Umbrella é nosso projeto pessoal e é um trabalho artístico lindo, produzido por uma equipe pequena de artistas excepcionais e talentosos, que colocaram todo amor e dedicação na execução de todas as etapas da produção e trouxeram à vida exatamente o que nós imaginávamos. Foi um trabalho incrível de colaboração e aprendizado entre todos nós e estamos muito felizes em chegarmos tão longe”, reflete Helena.


Ficha Técnica:
Criação: Estúdio Criativo Stratostorm 
Roteiro, Direção e Produção: Helena Hilario e Mario Pece 
Equipe completa: confira no site http://www.umbrella.movie 
Duração: 7'55 
Classificação: Livre 
País: Brasil 
Gêneros: Animação / Família 
Nota: 5 (de 0 a 5)

29 dezembro 2020

"Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões" - uma divertida animação para todas as idades

Animação é releitura de "Branca de Neve e Os Sete Anões" com produção feita totalmente por profissionais sul-coreanos (Fotos: Sidus Animation Studios/Divulgação)


Maristela Bretas


A história de Branca de Neve ganhou uma abordagem bem atual e mais divertida. Estreia nesta quinta-feira (31/12) nos cinemas a animação "Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões" ("Red Shoes and the Seven Dwarfs"). Inteiramente produzida por animadores sul-coreanos da Sidus Animation Studios, com distribuição da Paris Filmes, a animação tem tudo para agradar a todas as idades.


Aventura, diversão e muita ação estão presentes em todo o enredo, mas o destaque está na abordagem dada pelo diretor e roteirista SungHo Hong à questão da aparência: como nos vemos, como queremos que as pessoas nos vejam e como elas nos veem. O que é mais importante? Saiba mais sobre como foi feita a produção no making off abaixo:


A releitura do famoso conto vem no formato animê e tem Chloë Grace Moretz emprestando a voz para Sapatinho Vermelho. E Sam Claflin como o anão Merlin, que tem poderes mágicos como o mago e joga cartas semelhantes às de Yugi-Oh.

Arthur (voz de Simon Kassianides), aquele que vira rei depois de tirar a espada encantada da pedra, também está na nova animação, e como Merlin, é um dos sete anões. Juntamente com Jack (Frederick Hamel), de "Jack, O Caçador de Gigantes"; Hans (Nolan North), em homenagem ao escritor Hans Christian Andersen, autor do conto de fadas "Os Sapatinhos Vermelhos", e o trio Pio Noki Kio (Frank Todaro), que nem precisa explicar a qual história eles pertencem.


Nolan North ainda faz as vozes do Rei White, pai de Sapatinho e dos gêmeos gigantes que trabalham para o príncipe Tanto Faz (Jim Rash). O elenco conta ainda com Gina Gershon, fazendo a voz da madrasta Regina, e Patrick Warburton, como o espelho mágico. E claro, não poderia faltar a famosa frase: "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" e a maçã vermelha envenenada.



O que os espectadores não contavam é que o conto se tornasse uma ótima paródia de filmes, outros contos de fadas e até eventos marcantes. Compensa assistir dublado para não perder a malícia e a ironia dos dubladores brasileiros. 

Não escampam gozações ao filme "Titanic", ao pouso de joelhos dos super-heróis, ao Rei Arthur, e sua espada, à princesa Lea, da saga “Star Wars”. Sobra até para o Bolsa-Família (que aqui vira "Bolsa-Mingau") e os 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil. São muitas situações que provocam boas risadas.



A nova história

Branca de Neve/Sapatinho Vermelho não é a mulher mais bela do reino, segundo os padrões convencionais de beleza. E por isso, encontra na magia dos sapatinhos vermelhos mágicos a transformação que vai atrair a todos, especialmente os sete anões. Apesar da insegurança com a aparência, ela é uma mulher de fibra, briga muito, é carismática e não precisa de homens para resolver os problemas para ela. Na verdade, os anões são meros ajudantes.



Chamados de "Os Sete Destemidos", os anões também querem quebrar uma maldição, uma vez que eram príncipes e agora são pequeninos e verdes que precisam de um beijo de amor de uma princesa para voltarem ao normal. Cada, um, a sua maneira, tenta ganhar uma beleza artificial, mas durante a disputa pelo beijo da princesa vão aprender o verdadeiro significado da beleza.

Isso ajudará a vencer a malvada Regina, que quer os sapatinhos vermelhos para voltar a ser bela e jovem. Para isso ela irá se unir ao príncipe bobalhão Tanto Faz, que na versão em inglês chama Average, para roubar os calçados da enteada. A trilha sonora, a cargo de Geoff Zanelli, dá o toque especial, trazendo três belas composições como "Start of SomethingRight", "Something So Beautiful", "Perfect By" e a música-tema "This is Me".



Experiência sul-coreana

"Sapatinho Vermelho e Os Sete Anões", que levou dez anos para ser feita, contou ainda com a experiência de 20 anos na Walt Disney Studios do diretor de animação e designer de personagens Jim Kim, responsável por sucessos como "Moana" (2016), "Enrolados" (2010), "Frozen - Uma Aventura Congelante" (2013) e "OperaçãoBig Hero" (2014). Vale a pena conferir. Alguns cinemas de BH já estão com sessões especiais, na versão dublada.


Ficha técnica: 
Direção: SungHo Hong 
Produção: Sidus Animation Studios 
Distribuição: Paris Filmes 
Duração: 1h31 
Classificação: Livre 
País: Coreia do Sul 
Gêneros: Família / Fantasia / Aventura / Animação 
Nota: 3,5 (de 0 a 5)

Tags: #SapatinhoVermelhoEOsSete Anões, #ParisFilmes, #fantasia, #RedShoesandtheSevenDwarfs, #CoreiadoSul, #SidunAnimationStudios, #animação, @cinemanoescurinho

27 dezembro 2020

"O Céu da Meia-Noite" é um filme pra ver, contemplar e refletir

George Clooney aposta novamente na ficção para falar de solidão, sobrevivência e extinção (Fotos: Philippe Antonello/Netflix)


Jean Piter Miranda


O mundo acabou. Poucas décadas a frente dos nossos dias. Não sobrou nada, mas sobrou gente com vontade de sobreviver. Assim podemos resumir a ideia central de “O Céu da Meia-Noite”, novo filme da Netflix, dirigido e estrelado pelo astro George Clooney. Uma ficção, digamos de uma realidade possível, que propõe várias reflexões. 

Clooney é Augustine Lofthouse, um cientista, quase idoso, que vive em uma estação em algum lugar do Ártico. Ele fica isolado nessa base, tentando fazer contato com uma equipe de astronautas que está em uma nave voltando para a Terra. A mensagem a ser passada é tipo: “Deu ruim. Não precisam voltar não”. 


A nave tem cinco tripulantes. A principal é Sully (Felicity Jones). Eles estão voltando de uma lua de Júpiter, que, no filme, tem características semelhantes às da Terra, onde os seres humanos poderão viver normalmente. Eles foram lá pra tirar essa prova e depois voltar pra casa com a boa notícia e iniciar um projeto de migração. 


O filme se divide em dois núcleos. No Ártico, Augustine passa os dias solitários e melancólicos remoendo seu passado mal resolvido. Ao mesmo tempo, tenta cuidar da saúde e avisar a tripulação da nave para que não volte à Terra. No espaço, os astronautas não sabem o que ocorreu em seu planeta e tentam retornar, enfrentando problemas de comunicação e de mal funcionamento da nave. Essa é a principal ligação entre as duas linhas narrativas.

"O Céu da Meia-Noite" tem imagens belíssimas. Tanto as paisagens congeladas, feitas na Islândia, quanto às cenas do espaço e de Júpiter, que, mesmo fictícias, são maravilhosas e impressionam por serem tão reais. São quase duas horas de filme. Há quem possa achar que o ritmo é lento. Mas é uma lentidão necessária, que compõe muito bem os “desertos” do gelo e das galáxias. 


O longa tem talvez mais cenas de silêncio que de diálogos. E a gente entende tudo muito bem. Não tem nenhum quebra-cabeça e nem teorias da física quântica para se desvendar. É tudo muito claro. A Terra está destruída, mas os motivos ficam subentendidos. Não há imagens dessa destruição e elas não fazem falta pra compreensão do enredo. 

E por falar em silêncio, Íris (Caoilinn Springall), a menina que acompanha Augustine na estação polar, é um dos destaques do filme. A jovem atriz de apenas sete anos manda muito bem, principalmente nas cenas que exigem expressões faciais. E ao que parece, é seu primeiro papel no cinema. Sua personagem tem muita importância na história. 


"O Céu da Meia-Noite" conta também em seu elenco, como integrantes da tripulação da nave Aether, os atores David Oyelowo (comandante Gordon Adewole), Kyle Chandler (Michell Rembshire), Demián Bichir (Sanchéz), Tiffany Boone (Maya Peters), além de Ethan Peck (no papel de Augustine jovem) e Sophie Rundle (como Jean, namorada dele).

O filme chega pra fazer um alerta de que precisamos cuidar do planeta para nossa própria sobrevivência. Ele chega às telas em um momento em que vivemos uma pandemia, fome, miséria, guerras, aumento do aquecimento global e avanço desenfreado do desmatamento e da poluição dos oceanos. Vamos esperar o mundo acabar pra fazer algo?


Clooney cumpre bem seus papeis de ator, diretor e produtor. Especialmente por ter feito uma ótima adaptação ao roteiro após o anúncio da gravidez de Felicity Jones durante as filmagens. A barriga verdadeira acabou sendo incorporada à produção. 

"O Céu da Meia-Noite" é baseado no livro de mesmo nome, da escritora Lily Brooks-Dalton. Não é uma superprodução, não é um projeto ambicioso e não é candidato a clássico. É um filme, digamos simples, objetivo, bonito de ver e com cenas memoráveis. Uma obra de ótima qualidade. É pra ver, contemplar e refletir. 


Ficha técnica:
Direção e produção:
George Clooney
Exibição: Netflix
Duração: 1h58
Classificação: 14 anos
País: EUA
Gêneros: Drama / Ficção científica
Nota: 4 (de 0 a 5)

Tags: #OCeuDaMeiaNoite, #GeorgeClooney, #FelicityJones, #Netflix, #ficção, #drama, #catástrofeglobal, #Júpiter, #sobrevivência, #cinemanoescurinho